É péssimo chegar no fim de agosto e constatar que meus planejamentos, mais uma vez, não foram complementados e não cumprirão os meus planos, mas se não fosse eu não seria assim, embora sendo assim seja horrível. Novos planos, novos planejamentos, mas nada de novas histórias, novas canções. Se eu tivesse um pouquinho só mais de sorte uma ou duas vezes já teria meus 40 milhões de dinheiros, mas como sou um ser desapegado vou acumulando anos de vida e desgraciosidade, com um pouquinho de beleza e paciência, muita paciência comigo mesmo.
Um dia escreve-se bêbado Um dia corrige-se bêbado Um dia nem se corrige Um dia nem se escreve Um dia nem se bebe.
sábado, 31 de agosto de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
and i feel completely alone
Aí, num desses "sabadão depressão", depois de passar um dia pra esquecer lá vou eu procurar alento na noite. É bom a cidade ter opções gratuitas de diversão que não somente a praia, porque quando chove, danou-se. É bom locais como o MAM, com o Jazz pra abrir a noite de sábado, que, apesar de não ser gratuito, é uma opção barata e decente. Às vezes é chatão, admito. Percussionistas demais fazendo barulho demais, pior pra mim que tenho ficado cada dia mais chato com mococó e dança de rato, mas o normal é que a música seja de alta qualidade e nem mesmo alguém com todo baixo astral do mundo é capaz de ficar incólume diante dessa energia musical inspiradora. Os caras tocam certo e a ausência de vocais é o que mais agrada naquele espetáculo.
Antes de chegar lá o telefone não dava sossego, mas não houve uma ligação sequer que me deixasse menos infeliz. Me sentia só, mas pior era que estava tão triste que qualquer companhia seria por mim tão desagradada que acabaria por fim também desagradável. Eu não tenho muita paciência quando estou assim e não gosto de magoar pessoas, mas sei ficar extremamente desagradável. Muito mais quando procuro ajuda e não sou levado a sério, mas eu não vou ficar aqui falando disso. A gente percebe bem a diferença entre amigos e camaradas quando fica triste. A maioria das pessoas acham que a tristeza é apenas falta de dinheiro, mulher ou drogas.
Eu sabia que em casa não iria ficar mais tranquilo, nem em casa de ninguém. Eu precisava da rua, do ar frio noturno do inverno desgraçado. Saí decidido a me divertir. Passei na casa de uma amiga, que não estava, perdi 2 horas, mas outro tanto de paciência em telefonemas, que acabaram por fazer broxar minha esperança de algo mais alegre e então peguei o primeiro busu que apareceu e fui ser feliz na companhia inesperada de minha solidão que sabia que o MAM não ia me abandonar num dia horrível como esse. Na pior das hipóteses ia aparecer um percussionista convidado.
Desci no Terminal da França e fui caminhando até o Solar do Unhão. Passei pelo 2º Distrito Naval ouvindo Ovos Presley. Antes parei no posto pra comprar cerveja e tinha lá uma turma com cara de padaria, pura farinha de trigo em suas caras. Um dos caras me olhou meio assustado com os olhões esbugalhados de quem estava fazendo coisa errada, achando que eu era polícia, bandido, sei lá, mas eu nem mesmo lhes cumprimentei, entrei no posto, peguei me cerveja e saí continuando com meu fone de ouvido no volume máximo.
"Sou um cão sarnento, um vira-latas vagabundo, o mais lixo de todos, o mais podre deste mundo.."
Cheguei no MAM escutando Billie Hollyday. Eu não esperava encontrar ninguém, mas também não esperava continuar sozinho. Por sorte ou azar haviam poucos conhecidos, nenhum parceiro ou parceira de copo ou qualquer aventura, nenhuma gracinha perdida. Nem mesmo com os caras vezeiros de MAM eu me bati, mas talvez nem no meu melhor sonho eu teria uma surpresa boa daquela. Entre uma cerveja e outra, uma ganja e outra dos presentes, no palco alguém assume o microfone a convite do curador da jamsession.
Quando eu conheci essa menina, já completamente apaixonado por sua voz, sua presença de palco e sua performance encantadora e emocionante, além de sua beleza meio índia Iracema, meio a nora que mamãe pediu a Deus, 100% uma mulher dos sonhos... (juro que eu sou tímido e não conseguiria dizer isso a ela assim porque ela ia achar que eu estava de xaveco.) Talvez tivesse até, mas é pura sinceridade: Aiace Félix não é simplesmente linda moça ela é uma jóia.
E aí que lá estava eu curtindo a minha desgraciosa solidão depressiva escutando àquela voz maravilhosa cantar "só pra mim" uma canção de um sanfoneiro véio, que morreu fazia pouco; canção que parece ter sido feita pra que neste momento fosse roubada só pra mim, que contemplava a perfeição em suas mais formidáveis formas harmônicas, sonoras, sensíveis. Era como estar num sonho que se pode tocar, sentir o gosto...
"um xodó pra mim do meu jeito assim, desse jeito assim, que alegra o meu viver,"
Foi realmente um daqueles momentos em que um homem tem a sua vida salva. Voltei pra casa e pra a minha triste solidão, mas agora eu era apenas um transeunte bêbado e feliz.
"um xodó pra mim do meu jeito assim, desse jeito assim, que alegra o meu viver,"
Foi realmente um daqueles momentos em que um homem tem a sua vida salva. Voltei pra casa e pra a minha triste solidão, mas agora eu era apenas um transeunte bêbado e feliz.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
De noite (1991)
Pessoas
andam pela noite
mesmo sem
ter aonde ir
talvez a
luz do luar
Não seja
o melhor lugar
pra onde
devam fugir
Que noite
displicente
Pessoas
que andam com coisas em mente
Garotas
procurando diversão
polícia
que caça ladrão
à noite
que sempre deixa algo solto no ar
à noite
todas as regras podem mudar
Carros
parados
Que
supostos donos põem a andar
Nos
centros movimentados
Todas as
noites deixam algo solto no ar
Que noite
tão cruel
nem sempre
há estrelas no céu
Crimes em
andamento
palavras
recolhidas pelo vento
à noite
que sempre deixa algo solto no ar
à noite
todas as regras podem mudar
(1991)
Men at work (1991)
Há homens
trabalhando
Por um
futuro melhor
Há homens
trabalhando
Pro país
crescer
Há homens
trabalhando
Por mais
dinheiro
Há homens
trabalhando
Pra
sobreviver
Há ficção
em toda arte
há
verdade em tudo
há
trabalho em toda parte
há
desemprego em todo mundo
Há homens
trabalhando
Buscando
oportunidade
Há homens
trabalhando
Sempre em
cima do muro
Há homens
trabalhando
Sem a
menor necessidade
Há homens
trabalhando
Por nenhum
futuro
há
trabalho em toda arte
há
desemprego em todo mundo
Há ficção
em toda parte
há
verdade em tudo
(1991)
Teu olhar (1991)
No teu
olhar há um mistério
Que não
se deve revelar
Quem te
olha muito sério
Nunca vai
te enxergar
Mas pra
que olhar?
E por que
não?
Se quem te
pode ver
Vê sem a
visão
Pois seu
verdadeiro eu não está em exposição
Ele fica
escondido
Dentro do
meu coração
(20/08/91)
Nossos dias (1992)
O que são
os dias de hoje em dia?
Quando as
vidas parecem vazias
Se o
terror que envolve a terra e o céu
Não tira
da morte o seu féu
O que é
seguro hoje em dia?
Nessas
noites tão frias
Onde todos
os olhos refletem o medo
E o futuro
chega cada vez mais cedo
A ordem do
dia é um progresso complicado
Um trem
numa ciclovia
Um cérebro
embalsamado
Essas
pessoas hoje em dia
Vivem
juntando trocados
Trocam
votos por melhorias
E o seu
seguro então é furtado
As nossas
vidas hoje em dia
Tem que
ter o valor dobrado
Os homens
bons não fazem melhorias
Praticam o
mau querendo ser louvados
O que
acontece hoje em dia
É o que
previram no passado
O caos
trazendo a agonia
E o terror
generalizado
(1992)
Decresça e suma! (1991)
Quando a gente é criança, não nos esquecemos quando
alguém nos diz: “cresça e apareça!” A gente cresce e vê que
isso não existe, e perde a crença, e para de crescer, e quer
aparecer.
Quando a
gente é jovem, que sabe que pensa que sabe de tudo, mas não sabe de
nada, a gente nunca para pra pensar se vale a pena crescer e ser mais
um...
Perdemos a
identidade que confundíamos com futilidade, criancice, então a
gente cresce e aparece não pelo que queríamos, mas pelo que nos foi
posto, imposto.
Nossa
juventude perde a importância porque quem foi jovem antes de nós
também perdeu a identidade bebendo cerveja e ouvindo bossa-nova em
qualquer lugar.
(16/09/91)
pouco depois do meio-dia
Não atropele os cães (1992)
Quis voltar
mas não
podia
Me deu
náuseas e agonia
Essa gente
insensível
Deixa um
corpo tão visível
Mesmo
sendo um animal
Isso é
coisa de animal
Agredindo
a compaixão
tripa e
ossos pelo chão
Uma cena
tão horrível
E ninguém
quer saber do nível
Do local
Do
holocausto
Da frieza
E do susto
Não é
justo
Deixar a
vida agir assim
(28/06/92)
Loucura (1991)
Não sei
ao certo
Até que
ponto estou perto
de pirar
Não sei
direito
Se dá
nome
Ou se dá
jeito
Esse que é
o meu defeito
Um
imperfeito a errar
Não sei
quando
Não sei
onde
Nem por
que
O que me
vai acontecer
Até o dia
clarear
Não sei
se morto
Ou se
estou vivo
Ou até se
sobrevivo
E vou
morrer no dia tal
Agora cães
inteligentes vão à praia
Homens
dementes e canalhas
Esquecem
que gente também é animal
O boato é
que estou louco
O fato é
que preciso de um pouco
Do
famigerado capital
Não sei
quando
Não sei
onde
Nem por
que
O que me
vai acontecer
Até o dia
clarear
(20/08/91)
Fantasmas (1991)
Existem
essas coisas?
Pessoas
que não enxergo?
Vejo
muitas
Outras não
posso ver
Há dias
eu não saberia que essas coisas existiam
Mas eu
ainda não seio que elas são
Eu devo
temer?
Eu devo
encarar?
Não posso
fugir
São
fantasmas em minha mente
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Atropelado de sorte é o que morre (parte 2)
Eu tento manter o amor na base de todas as minhas ações diárias e tento dizer "eu amo" mais do que "eu odeio", mas infelizmente nem todos os dias a gente pode se dar a esse luxo. Embora eu não tenha injuriado nem amaldiçoado a odiosa senhora que meteu um carro em meu caminho lá se foram 7 meses, duas tentativas de audiência e meu amor de cada dia vai ficando cada vez mais desacreditado.
Na primeira audiência saí às 6h de Periperi e cheguei às 8:15h no DETRAN, na segunda cheguei às 6:45h (a primeira seria às 7:30h e a segunda 7h), o engraçado foi que só foram nos chamar às 8h, o que daria tempo bastante até pra meu atraso do "primeiro encontro", mas quem disse que preto dá sorte? Fiquei 4 meses sem pedalar, perdi todo o verão, não costumo pedalar em dias de chuva, porque a cidade é uma porcaria e eu poderia morrer caindo em um buraco, ou atropelado tentando desviar de um. Por isso prefiro os dias de céu firme para sair me sentindo seguro. Faz anos que temos inverno em Salvador, digo, que temos chuvas regulares de maio a setembro, não sei de onde esse pessoal tira essa idéia de que na Bahia não tem inverno.
Ficar pensando demais no que vai acontecer com o julgamento do meu atropelo não me dará paz. Tenho problemas bem maiores para me preocupar, preciso escrever, preciso comer, preciso de de paz e de amor, preciso viver numa cidade com menos distâncias.
Vaga-lume, Enche-breu
E antes que tarde demais seja
Eu peço outra cerveja
E espero pela noite que a calma almeja
Mas não tenho calma
Só minha a impaciência
Que se apaga e lampeja
Eu peço outra cerveja
E espero pela noite que a calma almeja
Mas não tenho calma
Só minha a impaciência
Que se apaga e lampeja
sábado, 10 de agosto de 2013
Sol
Arde em mim sua maldade
E sai detrás das cinzas esquecidas
E me queima com sua voluptuosa vontade
Vou arder cedo ou tarde
Brilha sobre nós sua novidade
Desfilando no tapete azul
E nos encanta sem vaidade
Sem temer a obviedade
Que saia o sol
E ilumine nossas vidas
Outro dia
Mais um dia
Por favor!
(Itacaré - 21/2/12)
E sai detrás das cinzas esquecidas
E me queima com sua voluptuosa vontade
Vou arder cedo ou tarde
Brilha sobre nós sua novidade
Desfilando no tapete azul
E nos encanta sem vaidade
Sem temer a obviedade
Que saia o sol
E ilumine nossas vidas
Outro dia
Mais um dia
Por favor!
(Itacaré - 21/2/12)
Sangue sutil
Há sangue em meus dedos
Há um símbolo oculto
O culto ao medo assusta o covarde
O sangue seco, frio
Sem cheiro e sem alarde
Há sangue em meus dedos
uma mensagem secreta
Um segredo esquecido
A lembrança inconcreta
O sangue frio, seco
Sem cheiro e sem alarido
(Itacaré - 21/2/12)
Há um símbolo oculto
O culto ao medo assusta o covarde
O sangue seco, frio
Sem cheiro e sem alarde
Há sangue em meus dedos
uma mensagem secreta
Um segredo esquecido
A lembrança inconcreta
O sangue frio, seco
Sem cheiro e sem alarido
(Itacaré - 21/2/12)
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Tem dias que a gente não reclama de nada (song)
Hoje não tem
Nada pra fazer
nada pra cagar
nada pra comer
Amanhã não tem
Nada pra constar
nada pra cuspir
Nada pra revelar
Nada pra inspirar
Nada pra distrair
Quando não tem nada
A gente não reclama
Quando chega é hora
A gente não reclama
Nada pra comprar com essa grana
Nada pra apertar, tô sem gana
Nada, vem pra cá, se esparrama
No nada consta nada se engana
Hoje não tem
Nada pra fazer
Nada pra arrumar
Nada pra espalhar
Amanhã não tem
Nada pra acertar
Nada pra suprimir
Nada pra errar
Nada pra inspirar
Nada pra distrair
Quando não tem nada
A gente não reclama
Quando chega é hora
A gente não reclama
Nada pra fazer
nada pra cagar
nada pra comer
Amanhã não tem
Nada pra constar
nada pra cuspir
Nada pra revelar
Nada pra inspirar
Nada pra distrair
A gente não reclama
Quando chega é hora
A gente não reclama
Nada pra comprar com essa grana
Nada pra apertar, tô sem gana
Nada, vem pra cá, se esparrama
No nada consta nada se engana
Hoje não tem
Nada pra fazer
Nada pra arrumar
Nada pra espalhar
Amanhã não tem
Nada pra acertar
Nada pra suprimir
Nada pra errar
Nada pra inspirar
Nada pra distrair
A gente não reclama
Quando chega é hora
A gente não reclama
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Ska (song)
Eu quero fazer, falar, poder
Eu quero poder fazer acontecer
Ser o que quiser
Foder o que quiser
Nada de etiqueta
nada de normall
Nada é palavrão
Nada é imoral
Basta ter bom senso
E todos são sensatos (né?)
Basta ter bom senso
E todos são sensatos
Deixe eu correr
Deixe eu parar
Quero morrer
Sem me matar
Deixe eu comer
Deixe eu calar
Vá se perder!
Pra se virar!
Deixa eu fumar o que eu quiser
Sem ficar com medo da polícia se vier
Quero meu direito de bancar o suicida
Eu quero liberdade pra tudo em minha vida
Deixa eu fumar o que eu quiser
Sem ter que correr se a polícia vier
Quero meu direito de bancar o suicida
Eu quero liberdade pra tudo em minha vida
Eu quero poder fazer acontecer
Ser o que quiser
Foder o que quiser
Nada de etiqueta
nada de normall
Nada é palavrão
Nada é imoral
Basta ter bom senso
E todos são sensatos (né?)
Basta ter bom senso
E todos são sensatos
Deixe eu correr
Deixe eu parar
Quero morrer
Sem me matar
Deixe eu comer
Deixe eu calar
Vá se perder!
Pra se virar!
Deixa eu fumar o que eu quiser
Sem ficar com medo da polícia se vier
Quero meu direito de bancar o suicida
Eu quero liberdade pra tudo em minha vida
Deixa eu fumar o que eu quiser
Sem ter que correr se a polícia vier
Quero meu direito de bancar o suicida
Eu quero liberdade pra tudo em minha vida
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Para todas as gracinhas e desgracinhas (song)
Eu não te prometo o céu
E nem o meu amor, meu bem
Quem mente pra se dar bem
É aquele outro cantor
Eu não prometo fidelidade
Eu não prometo sinceridade
Eu não prometo nada, baby
Eu não vou te chamar de querida
E prometer que vou te amar eternamente a esmo
Se é pra isso daí que você me quantiza
Podes crer que esse cara aí não sou eu mesmo
Eu não prometo fidelidade
Eu não prometo sinceridade
Eu não prometo nada, baby
Se duas pessoas querem
Ser feliz em qualquer estação
Inverno é primavera, o outono é temporão
Quando duas pessoas querem
Não precisa de muito não
Uma andorinha só é que não faz verão
E nem o meu amor, meu bem
Quem mente pra se dar bem
É aquele outro cantor
Eu não prometo fidelidade
Eu não prometo sinceridade
Eu não prometo nada, baby
Eu não vou te chamar de querida
E prometer que vou te amar eternamente a esmo
Se é pra isso daí que você me quantiza
Podes crer que esse cara aí não sou eu mesmo
Eu não prometo fidelidade
Eu não prometo sinceridade
Eu não prometo nada, baby
Se duas pessoas querem
Ser feliz em qualquer estação
Inverno é primavera, o outono é temporão
Quando duas pessoas querem
Não precisa de muito não
Uma andorinha só é que não faz verão
Impensamento
Pensam que o cara é explorado,
mas ele é aceito,
assim de seu jeito
simpático de ser,
que muita gente não percebe
porque ele está sempre de cara feia
e é fechado até mesmo quando feliz.
Costumam achar que sua falta de ambição é arrogância,
mas é humildade em sua maneira mais simples.
Ninguém compreende como
pode aceitar cada coisa que acontece
em sua vida
e cada vez pela vida que é traído
apenas se lamenta da sorte
que falta
e jamais pensa em vingança
pois acredita que o tempo
há de se encarregar
de punir os pérfidos
e hipócritas.
Pensam que é inteligente,
mas é um imbecil, inculto e sem educação.
Pensa que é aceito, mas é usado
Pensa que é simpático, mas é terrível
Pensa que é humilde, mas é soberbo
Pensa que é prático, mas é impaciente
Pensa que é amado, mas é tolerável
Pensa que é inteligente, mas é um tolo
Pensa que sabe o que quer
Mas não sabe nem mesmo querer
Pensam que é inteligente,
mas é um imbecil, inculto e sem educação.
mas ele é aceito,
assim de seu jeito
simpático de ser,
que muita gente não percebe
porque ele está sempre de cara feia
e é fechado até mesmo quando feliz.
Costumam achar que sua falta de ambição é arrogância,
mas é humildade em sua maneira mais simples.
Ninguém compreende como
pode aceitar cada coisa que acontece
em sua vida
e cada vez pela vida que é traído
apenas se lamenta da sorte
que falta
e jamais pensa em vingança
pois acredita que o tempo
há de se encarregar
de punir os pérfidos
e hipócritas.
Pensam que é inteligente,
mas é um imbecil, inculto e sem educação.
Pensa que é aceito, mas é usado
Pensa que é simpático, mas é terrível
Pensa que é humilde, mas é soberbo
Pensa que é prático, mas é impaciente
Pensa que é amado, mas é tolerável
Pensa que é inteligente, mas é um tolo
Pensa que sabe o que quer
Mas não sabe nem mesmo querer
Pensam que é inteligente,
mas é um imbecil, inculto e sem educação.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
E se um dia você desaparecesse?
Se for pra você não voltar mais aqui
Se um dia você nunca mais existir
Não vou sofrer
Não vou chorar
Não vou sorrir
O velho Bob Dylan disse-me uma vez
"Pássaros voam alto no céu...
Sob os astros e as nuvens
Seguem suas vidas
Vida feliz!"
Se um dia amanhecer sombrio
Sem o brilho algum
Pinte outro sol, acenda um
Seja uma estrela
Navegante do espaço infinito...
Na incerteza do ar
Na leveza da luz
Sofrendo a reação
Não perdendo a razão
Se um dia você não voltar mais aqui
Se um dia você simplesmente sumir
Não vou sofrer
Vou guardar o que houve (e ouvi)
E vou seguir
Na incerteza do ar
Na leveza da luz
Sofrendo a reação
Não perdendo a razão
Praticando o bem!
Se um dia você nunca mais existir
Não vou sofrer
Não vou chorar
Não vou sorrir
O velho Bob Dylan disse-me uma vez
"Pássaros voam alto no céu...
Sob os astros e as nuvens
Seguem suas vidas
Vida feliz!"
Se um dia amanhecer sombrio
Sem o brilho algum
Pinte outro sol, acenda um
Seja uma estrela
Navegante do espaço infinito...
Na incerteza do ar
Na leveza da luz
Sofrendo a reação
Não perdendo a razão
Se um dia você simplesmente sumir
Não vou sofrer
Vou guardar o que houve (e ouvi)
E vou seguir
Na incerteza do ar
Na leveza da luz
Sofrendo a reação
Não perdendo a razão
Praticando o bem!
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
E começa o mês de agosto
Se o mês é meu eu não sei
Sei que me sinto um velho e inútil
Talvez seja a idade chegando, talvez
Talvez seja pela vida fútil
Se o mês é meu eu não sei
Sei que me sinto cansado e vazio
Talvez seja o tempo - toda hora frio
Talvez seja a deprê que invade o mês arredio
Se o mês é meu
Melhor que seja barato
Senão fico baratinado
Vende-lo irei? Eu não!
Perdê-lo não poderei
Se mês é meu
Então sou um rei
Se não é
Já não serei
Serei fudido como sempre
Talvez pior
Talvez
O que eu sei?
Chega aí, mês de agosto!
Chega mais!
Chega mais!
Se o mês é meu eu não sei
Sei da velhice que vai chegando
Todo ano nesse mês
Sei que me sinto um velho e inútil
Talvez seja a idade chegando, talvez
Talvez seja pela vida fútil
Se o mês é meu eu não sei
Sei que me sinto cansado e vazio
Talvez seja o tempo - toda hora frio
Talvez seja a deprê que invade o mês arredio
Se o mês é meu
Melhor que seja barato
Senão fico baratinado
Vende-lo irei? Eu não!
Perdê-lo não poderei
Se mês é meu
Então sou um rei
Se não é
Já não serei
Serei fudido como sempre
Talvez pior
Talvez
O que eu sei?
Chega aí, mês de agosto!
Chega mais!
Chega mais!
Se o mês é meu eu não sei
Sei da velhice que vai chegando
Todo ano nesse mês
terça-feira, 30 de julho de 2013
Se eu não acordasse essa manhã?
Se eu não acordasse essa manhã eu não teria essa chuva
Minha alma estaria acima das nuvens e meu corpo não sentiria os pingos
Se eu não acordasse essa manhã eu não teria esse tempo
Meu pensamento vaguearia livre
Se eu não acordasse com o sol
Se eu não fosse sob o sol
Se eu não acreditasse que está lá
Se eu corresse quando a chuva chegasse
Ou se eu chegasse depois que ela tivesse ido
Eu sei que não sei o que esperar
Se eu não acordasse essa manhã
quando olhei pela janela e vi nuvens brancas
e sol amarelo
e o céu azul turquesa
Mas agora é cinza
Parece um filme sobre o carnaval que já vai lá embaixo
Se eu não acordasse essa manhã
Nem acordaria amanhã
Onde estava acordado ontem
Minha alma choveria sobre todo céu
Minha alma estaria acima das nuvens e meu corpo não sentiria os pingos
Se eu não acordasse essa manhã eu não teria esse tempo
Meu pensamento vaguearia livre
Se eu não acordasse com o sol
Se eu não fosse sob o sol
Se eu não acreditasse que está lá
Se eu corresse quando a chuva chegasse
Ou se eu chegasse depois que ela tivesse ido
Eu sei que não sei o que esperar
Se eu não acordasse essa manhã
quando olhei pela janela e vi nuvens brancas
e sol amarelo
e o céu azul turquesa
Mas agora é cinza
Parece um filme sobre o carnaval que já vai lá embaixo
Se eu não acordasse essa manhã
Nem acordaria amanhã
Onde estava acordado ontem
Minha alma choveria sobre todo céu
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Pior que antes
E finalmente me sinto bem pior que antes...
Antes de governo de esquerda
Antes de pensar em voto
Quando eu era só um enfante
Antes de limparem o sangue das mãos
Dos ditadores que se foram, dos facistas perecem
Se sujam também os atuais governantes
Obrigado aos garotos - podres - por me alertarem
Obrigado a todo punk
Que se afoga numa taça
Mas não afoga no tanque
Finalmente eu me sinto exatamente igual
ao pior que eu poderia me sentir
Inicialmente eu me sentia muito mal
Mas o pior ainda seria o porvir
E finalmente me sinto bem
pior que antes
Antes de governo de esquerda
Antes de pensar em voto
Quando eu era só um enfante
Antes de limparem o sangue das mãos
Dos ditadores que se foram, dos facistas perecem
Se sujam também os atuais governantes
Obrigado aos garotos - podres - por me alertarem
Obrigado a todo punk
Que se afoga numa taça
Mas não afoga no tanque
Finalmente eu me sinto exatamente igual
ao pior que eu poderia me sentir
Inicialmente eu me sentia muito mal
Mas o pior ainda seria o porvir
E finalmente me sinto bem
pior que antes
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Rock day
Everyday is a rock day
Tomorrow, Today, yesterday
Take me a bass to play
And see me singing a song in delay
Tomorrow, Today, yesterday
Take me a bass to play
And see me singing a song in delay
domingo, 14 de julho de 2013
Eu quero é saber...
Tem dias que tudo que a gente queria era estar num lugar de nosso passado vivendo novamente as mesmas emoções que já se foram, mas é bom, é bom pra caralho lembrar os momentos felizes e há 8 anos eu tava indo pro Morumbi tomar uma cerveja com meu brother que não bebia ainda e minha amiga que não vejo desde então.
Meu amigo, irmão, filho, pai, Romário Jr, o Corrente, vai ser pai de uma gracinha e vai ficar mais velho que eu daqui a pouco, mas isso não vai apagar de nossa memória tudo que vivemos naquele 14 de julho de 2005. Nem mesmo a ridícula campanha de 2013, em que ficamos com incríveis 4 derrotas consecutivas no Morumbi... é ridículo. Esse time não merece minha torcida, não merece o tempo que eu perderia me deslocando de minha casa até o xiqueiro do vicetória, não merece os reais do ingresso, não merece nem mesmo que eu escreva sobre ele então eu vou falar do que eu gosto, de quem eu gosto, de gente, de mulheres, de cerveja, de b...
Eu quero saber de amor, o resto é tudo um monte de besteira de como se fingir perfeito num mundo completamente desgracioso. A arte de viver é ser fingido, mas eu ainda prefiro o caos e a desgraciosidade de ter minha vida controlada por minha insanidade. Sou chegado num rock, mas escuto samba também, sou de minha área e me chego em qualquer canto que se preze.
O jogo tá rolando, 3x2, eu não quero saber qual vai ser o resultado, mas vou ficar um pouco puto se perder de mais de 4, desculpem, sou acostumado a ganhar de vez em quando.
sábado, 13 de julho de 2013
Feliz dia do rock
Hoje eu só quero saber de podridão, não sou lindão
Hoje eu só quero saber de putaria, tô na Bahia
No estado de ignorância que estou
Eu sou mais um fracassado do underground
Hoje eu só quero saber é cachaça, eu sou pirão
Hoje eu só quero ouvir música alta
No estado de inconsciência que restou
Eu sou mais um fracassado do underground
Hoje eu só quero saber de putaria, tô na Bahia
No estado de ignorância que estou
Eu sou mais um fracassado do underground
Hoje eu só quero saber é cachaça, eu sou pirão
Hoje eu só quero ouvir música alta
No estado de inconsciência que restou
Eu sou mais um fracassado do underground
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Skalize-se!
Hoje ska
Amanhã rock
Domingo é dia de sambão
Segunda é dia de samba de roda
Mas que porra!
Hoje eu quero ska
Amanhã é dia do rock
Domingo eu quero estar de ressaca
Segunda-feira, a morte
Nada contra
Nado contra mesmo
Mas sou daqui
Vim do chão batido
Do chão pisado descalço
Vim descalço
Vim de Ska
Amanhã rock
Domingo é dia de sambão
Segunda é dia de samba de roda
Mas que porra!
Hoje eu quero ska
Amanhã é dia do rock
Domingo eu quero estar de ressaca
Segunda-feira, a morte
Nada contra
Nado contra mesmo
Mas sou daqui
Vim do chão batido
Do chão pisado descalço
Vim descalço
Vim de Ska
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Sem pensar
A gente nunca vai ficar livre de gente maluca que pensa besteira a nosso respeito e faz um monte de merda achando que é bonito, mas pelo menos por uns dias eu gostaria de não ter que me preocupar com as merdas dos outros ou seus julgamentos irracionais.
Eu que estou cansado de repetir que vivi mais do que jamais quis agora só queria viver mais um tanto de minha vida sem pensar que queria estar morto.
Eu que estou cansado de repetir que vivi mais do que jamais quis agora só queria viver mais um tanto de minha vida sem pensar que queria estar morto.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
por uma vida menos anormal
Eu devia ter consertado meu celular e ido pra casa, mas não, fui ver os Honkers gravando as vozes e guitarras, só pra ter alguns momentos alegres em meio a dias tão ordinários. Entre manifestos, vitórias e fracassos estamos no ápice do nadismo moderno. "O nada e a moda" vai se chamar meu livro, que eu nunca escreverei, e que fala sobre sociedade e maus hábitos. Talvez fosse melhor escrever sobre o hábito de ser mau, mas eu nem sei se isso cabe num mesmo parágrafo em que falo que estive com companhias tão esplêndidas.
Tem gente que me acha machista, mas eu posso garantir que além do fato de que minhas amigas podem me pedir certos favores e meus amigos não, meu amor e meu cuidado com meus amigos e amigas é exatamente igual. Claro que eu devo amar, mas Nietzsche já nos alertou que devemos ter também um pouco de desdém, pois é próprio do homem ser filho da puta, logo, todo cuidado é pouco. Tem gente que me acha viado também, mas aí já deve ser algum tipo de idiotia.
O resultado de ter ficado na rua comendo água foi que de noite bateu tudo e eu quase desmaio na Carlos Gomes cansado de tanto esperar a carniça do ônibus. Ainda bem que Brustim tava por perto pra qualquer eventualidade (como não amar os amigos?), mas o fato é que estou velho, cansado, mas querendo provar a mim mesmo que ainda tenho pique. Não. Não tenho. Sem andar de bicicleta regularmente um tanto pior. Mas eu não descuido tanto porque ando, caminho, dou sempre um passo a mais. Se a gente tivesse ido pro bar em vez de ficar esperando busu eu certamente não teria nada, mas vou reclamar de quê? Beber heineken quente nunca fez mal a ninguém, mas eu estava realmente tendo um piripaque. Eu confesso que nunca me imaginei morrendo no meio da rua. Acho que ia detestar.
O resultado de ter ficado na rua comendo água foi que de noite bateu tudo e eu quase desmaio na Carlos Gomes cansado de tanto esperar a carniça do ônibus. Ainda bem que Brustim tava por perto pra qualquer eventualidade (como não amar os amigos?), mas o fato é que estou velho, cansado, mas querendo provar a mim mesmo que ainda tenho pique. Não. Não tenho. Sem andar de bicicleta regularmente um tanto pior. Mas eu não descuido tanto porque ando, caminho, dou sempre um passo a mais. Se a gente tivesse ido pro bar em vez de ficar esperando busu eu certamente não teria nada, mas vou reclamar de quê? Beber heineken quente nunca fez mal a ninguém, mas eu estava realmente tendo um piripaque. Eu confesso que nunca me imaginei morrendo no meio da rua. Acho que ia detestar.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
e o Brasil foi campeão
Eu não apostaria minhas fichas na vitória nessa copa das confederações. A seleção brasileira, em comparação com a Espanha, ainda está muito atrasada, porém o orgulho, a vergonha na cara e a vontade de vencer prevaleceram e os caras fizeram uma partida praticamente impecável. Não se viu os espanhóis tocarem a bola com a propriedade que lhes é peculiar e por isso eles tiveram uma lição que jamais se esquecerão e no ano que vem na copa o salto deles estará bem menor, mas eu não espero que o futebol esteja um nível abaixo do que está agora.
A copa do mundo vai ser uma festa maravilhosa em nossa pátria de chuteiras e se o Brasil jogar com a dedicação que mostrou ontem jamais seremos derrotados, nem mesmo pela argentina de Lionel Messi, nem pela Alemanha de Ozil, khedira e Gotze, nem pela Holanda, nem pela própria Espanha. Seremos sempre invencíveis. Temos Neymar, temos Oscar e temos Fred, sim, o Fred. Ainda dará tempo pra Luis Fabiano beliscar sua vaga, mas acredito que Felipão não vá lhe dar chance, pois ele conseguiu montar um grupo unido e cooperativo e o Fabuloso é problemático.
Se eu não fosse brasileiro e amante de futebol teria considerado essa final de copa das confederações a maior broxada do futebol nos últimos 27 anos, desde que Zico perdeu aquele pênalty pra França em '86. Não. Pior que a ziquizira de Ronaldo em 1998. Quando o jogo tem tudo pra ser bom e algo estranho acontece é muito frustrante, mas não foi exatamente o que aconteceu em Brasil x Espanha. Não em campo.
Talvez o sentimento de civilidade tenha invadido os jogadores e, mais do que por seus milionários salários, eles jogaram pelo orgulho de fazer parte de uma nação que estava acordada e lutando por sua felicidade. Talvez tenha se dedicado pelo medo de que a revolta recaísse sobre eles, mas o que importa é que jogaram como nós esperávamos há muitos anos que jogassem.
Agora teremos mais um ano de espera até a copa do mundo... e os protestos? Como estarão nossos sentimentos daqui a um ano?
A copa do mundo vai ser uma festa maravilhosa em nossa pátria de chuteiras e se o Brasil jogar com a dedicação que mostrou ontem jamais seremos derrotados, nem mesmo pela argentina de Lionel Messi, nem pela Alemanha de Ozil, khedira e Gotze, nem pela Holanda, nem pela própria Espanha. Seremos sempre invencíveis. Temos Neymar, temos Oscar e temos Fred, sim, o Fred. Ainda dará tempo pra Luis Fabiano beliscar sua vaga, mas acredito que Felipão não vá lhe dar chance, pois ele conseguiu montar um grupo unido e cooperativo e o Fabuloso é problemático.
Se eu não fosse brasileiro e amante de futebol teria considerado essa final de copa das confederações a maior broxada do futebol nos últimos 27 anos, desde que Zico perdeu aquele pênalty pra França em '86. Não. Pior que a ziquizira de Ronaldo em 1998. Quando o jogo tem tudo pra ser bom e algo estranho acontece é muito frustrante, mas não foi exatamente o que aconteceu em Brasil x Espanha. Não em campo.
Talvez o sentimento de civilidade tenha invadido os jogadores e, mais do que por seus milionários salários, eles jogaram pelo orgulho de fazer parte de uma nação que estava acordada e lutando por sua felicidade. Talvez tenha se dedicado pelo medo de que a revolta recaísse sobre eles, mas o que importa é que jogaram como nós esperávamos há muitos anos que jogassem.
Agora teremos mais um ano de espera até a copa do mundo... e os protestos? Como estarão nossos sentimentos daqui a um ano?
Bom inverno!
já tive dias ruins. Dias em que eu não consegui ir aos lugares que me dispus a estar, cumprir com nenhuma de minhas obrigações etílicas e sociais, mas neste inverno que inicia eu certamente estou batendo o record.
Foi mal aí!
Estou chato por não estar muito tolerante com a minha própria chatice cotidiana, mas muito mais chato...
O inverno, a chuva, o trânsito dessa cidade, principalmente pra quem mora do lado de cá, que ou sai pela BR ou pega a Baixa do Fiscal, ambas interditadas e sem data para desinterdição...
As horas...
Os dias...
As noites...
O tempo.
A chuva vai passar...
Pedalar é preciso, mas nem isso. Eu não gosto da lama e nem de correr riscos...
Lama... só da alma. O poço de lama que transborda de minha alma e me afoga.
O inverno vai passar...
Estarei mais sociável na primavera. Gostarei mais de sair quando a lama secar.
A chatice vai passar...
O demônio que vagueia na mente devoluta terá que procurar outra pastagem.
Foi mal aí!
Estou chato por não estar muito tolerante com a minha própria chatice cotidiana, mas muito mais chato...
O inverno, a chuva, o trânsito dessa cidade, principalmente pra quem mora do lado de cá, que ou sai pela BR ou pega a Baixa do Fiscal, ambas interditadas e sem data para desinterdição...
As horas...
Os dias...
As noites...
O tempo.
A chuva vai passar...
Pedalar é preciso, mas nem isso. Eu não gosto da lama e nem de correr riscos...
Lama... só da alma. O poço de lama que transborda de minha alma e me afoga.
O inverno vai passar...
Estarei mais sociável na primavera. Gostarei mais de sair quando a lama secar.
A chatice vai passar...
O demônio que vagueia na mente devoluta terá que procurar outra pastagem.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
E então se foi então
Então outro dia
Outra tarde
Eu sentia o ódio
Eu desprezava tudo
Tudo era com era então
Então outra tarde
Outro dia
Eu sentia que morria
Eu tolerava tudo
Então você apareceu assim
Só riu
Sorri
E desde então
Amar a cada tarde
De cada dia amaro
Por cada aparição
Então se foi
Então outro dia
Outra tarde
Tarde demais
Eu sentia que amava
Outra tarde
Eu sentia o ódio
Eu desprezava tudo
Tudo era com era então
Então outra tarde
Outro dia
Eu sentia que morria
Eu tolerava tudo
Então você apareceu assim
Só riu
Sorri
E desde então
Amar a cada tarde
De cada dia amaro
Por cada aparição
Então se foi
Então outro dia
Outra tarde
Tarde demais
Eu sentia que amava
domingo, 23 de junho de 2013
A gente se vê na primavera, mas se fala por aí...
Como é que eu saio daqui?
Domingo, 16/06: 1 hora de espera por um ônibus. Desisti de sair, pois já era hora do evento que eu iria.
Terça, 18/06: meia-hora de espera no ponto, mais 1:30 dentro do ônibus esperando vencer a barreira da Baixa do Fiscal que está em reforma. Desisti novamente porque já não dava mais tempo de ir onde eu ia. Desci do ônibus lá no Lobato e caminhei, puto, tentando me sentir mais livre, até o Luso, em Plataforma.
Detalhe que estou com a garganta inflamada e com sintomas de gripe, mas não será nada grave se eu não me descuidar, tipo: tomar uns banhos de lama dados por uns motoristas meio-mal-educados, ou andar na chuva e no vento dessa atmosfera poluída da cidade grande.
Sair da cidade a gente consegue, pela pela BR 324, porque Periperi fica depois de Pirajá, onde a pista da BR cedeu. Mas para "entrar" na cidade desde Periperi via BR não dá por causa desse mesmo maldito buraco que reduziu as duas pistas à metade de uma pra cada sentido. E aí se vão mais horas de vida perdidas no trânsito. Melhor perder as horas que perder a vida? Melhor.
Então na quinta Pep e Andrejandro me arrastam pra manifestação, via BR, que estava estranhamente livre, e chegamos no Campo Grande minutos após os manifestantes saírem em direção à Fonte Nova. De vez em quando é bom conseguir sair de casa sem preocupação, ainda por cima quando numa saí só. Você mata a saudade e se encontra com tanta gente querida que nem parece que estão ali pra protestar. Acabei ficando bêbado.
Então é domingo, 23/06 e não está chovendo. Vou pegar Marieta e pedalar pela insegura e esburacada Salvador. Não lembro de ter visto ninguém nos protestos pedindo ciclovias, eu mesmo podia ter feito um cartaz: "Eu quero ciclovias!" pelo menos não tinha que ficar preocupado com a chuva, assim como os ciclistas holandeses não têm que se preocupar com a neve. No desenho que eu não fiz, eu queria uma ciclovia ao lado da linha do trem. Pedalar ali na ponte São João em Plataforma ia ser lindo, mas eu não fiz cartaz, não fiz nem protesto direito porque eu estou sempre muito atrasado. Na verdade eu acho que não vivo no tempo certo, mas isso é uma história pra out'stória.
E fico por aqui mesmo
Vou me arriscar novamente pelas ruas hostis de uma cidade despreparada para o respeito mútuo. Uma cidade de pessoas intolerantes e que não pensam nem por um segundo no que for melhor para o próximo; a mesma cidade que se rebela contra tudo e que veste a camisa amarela. Lá vou eu, um cidadão comum dessa cidade, frágil e desprotegido. Devo ficar atento cada segundo no trânsito. Se chover piora tudo. Com ciclovias seria menos arriscado, mas do jeito que é... enfim, deixa quieto.
O pessoal me perguntava no protesto: "cadê Marieta?" e eu dizia que na chuva não dá pra andar de bicicleta e o pessoal dizia que não havia chovido, e eu dizia que em Periperi sempre chove, e o pessoal quase nunca acreditava, mas é sério: se existir uma mínima chance de chover na cidade dado em qualquer serviço de meteorologia essa chuva é na parte da cidade em que fica Periperi. Certamente. Seguro. "É uma maldita merda de cabrito do inferno!" Eu queria ir pra Chapada, mas cadê? Eu queria várias coisas, mas tô ligado. Pra onde quer que eu vá tenho que pensar em levar o cachorro e a bicicleta e isso não é possível na atual conjuntura.
Vou perder a #SuperLua, mas sei que serei recompensado, porque tenho me comportado razoavelmente bem. Perdi o show de Esperanza Spalding e ainda não tive nenhuma recompensa a não ser a de estar tocando no mesmo dia. Talvez... talvez não..., certamente nada vai compensar não estar no pé do Morrão olhando essa lua imensa e magnífica nascer por detrás do Morro dos Cristais. Ou quem sabe ainda ver lá de cima de um morro daquele, com o céu límpido, aquele mesmo céu que tem mais estrelas que diamantes naquele chão..
Ah! aquele céu!
Ah! aquele chão!
Às vezes a poesia não serve pra nada, mas tem dias que ela é especialmente inútil, como no dia em que eu não conseguia distinguir o que era céu e o que era chão caminhando numa trilha de areia e cascalho de cristais do tempo do garimpo. Desgraciosidades de um verão perdido no tempo.
Ah! aquele céu!
Ah! aquele chão!
Às vezes a poesia não serve pra nada, mas tem dias que ela é especialmente inútil, como no dia em que eu não conseguia distinguir o que era céu e o que era chão caminhando numa trilha de areia e cascalho de cristais do tempo do garimpo. Desgraciosidades de um verão perdido no tempo.
terça-feira, 18 de junho de 2013
Que haja luz!
seria uma questão quase simples... se não fossem nossos políticos "caxias" demais uns para com os outros, os empresários aproveitadores, os sindicatos corruptos, a mídia manipuladora...
As empresas de ônibus fingem prestar um serviço, que nunca está lá:
quando vem lotado,
quando passa direto,
quando você ficou uma horas esperando e desistiu de sair,
quando o ponto de ônibus fica a 1 km de sua casa,
quando você quer voltar pra casa de madrugada...
quando você tem que pular na frente do ônibus que tem a obrigação de parar ali, porque ali é o ponto determinado pela prefeitura, que por sua vez:
Finge que coloca ônibus suficiente no horário de pico,
finge entender a demora no tempo das viagens,
finge que fiscaliza as empresas,
finge que se preocupa com a população que anda de ônibus.
O povo não se incomoda de pagar por esse serviço, porque ele está alienado, mas essa fantasia vai acabar. A droga que colocam em nossa água vai perder o efeito e então será feita a luz. Quando finalmente entenderão que quem tem poder não é quem tem mais dinheiro e sim que se sente mais respeitado. Quanto mais lhe respeitam, mais poder você tem, mas você tem medo do poder... do poder errado. E o medo é a arma dos fracos. Eles usam o seu medo do falso poder e o transforma num escravo de si mesmo.
O poder público não pode mais ficar contra seu povo. Já deu!
As empresas de ônibus fingem prestar um serviço, que nunca está lá:
quando vem lotado,
quando passa direto,
quando você ficou uma horas esperando e desistiu de sair,
quando o ponto de ônibus fica a 1 km de sua casa,
quando você quer voltar pra casa de madrugada...
quando você tem que pular na frente do ônibus que tem a obrigação de parar ali, porque ali é o ponto determinado pela prefeitura, que por sua vez:
Finge que coloca ônibus suficiente no horário de pico,
finge entender a demora no tempo das viagens,
finge que fiscaliza as empresas,
finge que se preocupa com a população que anda de ônibus.
O povo não se incomoda de pagar por esse serviço, porque ele está alienado, mas essa fantasia vai acabar. A droga que colocam em nossa água vai perder o efeito e então será feita a luz. Quando finalmente entenderão que quem tem poder não é quem tem mais dinheiro e sim que se sente mais respeitado. Quanto mais lhe respeitam, mais poder você tem, mas você tem medo do poder... do poder errado. E o medo é a arma dos fracos. Eles usam o seu medo do falso poder e o transforma num escravo de si mesmo.
O poder público não pode mais ficar contra seu povo. Já deu!
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Maioridade de Rei das Américas
LIBERTADORES DA AMÉRICA 1992
SPFC 1 x 0 Newell´s Old Boys
(O São Paulo ganhou nos pênaltis por 3 a 2)
Data: 17 de junho de 1992
Local: Estádio do Morumbi (Cícero Pompeu de Toledo)
Juiz: José Torres
Público: 105.185 pagantes
Time SPFC: Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldo e Ivan; Adílson, Pintado e Raí; Muller, Palhinha (Macedo) e Elivélton. Técnico: Telê Santana.
Parabéns pra esse time que todos amam tanto!
Lembro deste dia como se fosse ontem, mas lá se vão 21 anos...
Engraçado como o futebol não me deixa mais tão feliz como nesse tempo. Eu era uma criança não entendia nada. Mas sabia que não teria emoção como aquela tão cedo, talvez nunca mais. É, mas eu tive. Não falo isso para que os sardinhas, porcas rosa e galinhas fiquem com raiva, na verdade eu tenho tanta alegria de lembrar disso que até me esqueço dessa rivalidade imbecil de clubes de futebol.
Telê Santana foi o maior técnico de futebol que já existiu. 10 anos antes desse São Paulo espetacular ele estivera no comando da melhor seleção que o mundo já vira jogar, talvez só a Fúria dos últimos anos possa se comparar àquele time canarinho, mas a redenção de Telê chegou 10 anos depois com o meu Glorioso time de coração. Omais curioso disso é que apenas um ano antes da copa de 82 eu passei a me interessar mais por futebol e escolhi o São Paulo pela TV. Lembro também de simpatizar com todos os times tricolores (Rubralvinegros) como o Santa Cruz e o Operário, mas isso passou restando ainda uma simpatia pelo tricolor pernambucano.
Talvez fosse a última vez que eu veria meu time ser campeão, pois naquela época eu ainda não queria chegar aos 20 anos, mas pensando bem, 21 anos depois, eu ainda sou o torcedor mais orgulhoso da história. Adoro esse orgulho. E... Foda-se! Tem gente que vê o futebol com uns olhos vesgos de loucura e não percebe que no jogo da imitação de vida e arte apenas os torcedores tem algo realmente palpável pra celebrar, mas não deixa de ser estúpido pensar nisso como um alicerce para qualquer ideologia. Isso não é rock'n'roll, apenas um desvio.
domingo, 16 de junho de 2013
Viajandão...
Moreré, Itaberaba, Cruz das Almas, Conquista, Aracaju e eu acabei foi ganhando um resfriado. Tem gente que não consegue nem isso e morre pelo caminho, ou desiste. Eu não, eu nunca, fico doente, morro, mas não corro de um momento melhor que este e uma hora melhor que agora. A minha tem sido essa nos últimos anos e não consegui ainda ver alguma luz no fim disso. É apenas a escuridão da ignorada novidade que vai se desenhando conforme o avançar de cada passo.
Ter de encarar essa selva de concreto e humilhações não é nem de longe a melhor das possibilidades, mas é a única possível. Tem seus privilégios, mas estes estão cada dia fazendo menos sentidos. Temos amigos que não consiguimos encontrar e, falando sério, encontrar pessoas nem sempre se transforma em bons momentos e bons momentos nem sempre salvam uma vida; temos dias curtos; temos pouco silêncio; temos pouca compaixão. Isso é a vida numa cidade como Salvador, mas podemos nos enganar e viver outra coisa. O que eu vejo muitas vezes é irritante demais, mas de que adianta se irritar? Muito poucas pessoas não odeiam umas às outras gratuitamente, às vezes parece que eu sou o único que ama alguma porra além de si mesmo, mim mesmo, sei lá. O que eu sei é que estão se tocando e não estão gostando e como eu não tenho que ficar no fogo cruzado viajo pra onde quer que eu seja mais notável e mais esquecível.
Ter de encarar essa selva de concreto e humilhações não é nem de longe a melhor das possibilidades, mas é a única possível. Tem seus privilégios, mas estes estão cada dia fazendo menos sentidos. Temos amigos que não consiguimos encontrar e, falando sério, encontrar pessoas nem sempre se transforma em bons momentos e bons momentos nem sempre salvam uma vida; temos dias curtos; temos pouco silêncio; temos pouca compaixão. Isso é a vida numa cidade como Salvador, mas podemos nos enganar e viver outra coisa. O que eu vejo muitas vezes é irritante demais, mas de que adianta se irritar? Muito poucas pessoas não odeiam umas às outras gratuitamente, às vezes parece que eu sou o único que ama alguma porra além de si mesmo, mim mesmo, sei lá. O que eu sei é que estão se tocando e não estão gostando e como eu não tenho que ficar no fogo cruzado viajo pra onde quer que eu seja mais notável e mais esquecível.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
A Conquista dos Honkers
Apesar do frio, as Heinekens de conquista são melhores do que as de qualquer outro lugar. |
Às vezes eu tento explicar às pessoas mais chegadas que a vida nos oferece muito mais que algum reconhecimento por tudo que fazemos. Na maioria das vezes não há mesmo reconhecimento algum e pouco adiantaria esperar que alguém venha do outro mundo lhe dar uma medalha pelos seus bons atos, se em sua cabeça não estiver consciente que o que você faz não é por nenhuma causa maior e sim pelo amor à vida e aos melhores momentos possíveis. Esta é a verdadeira causa que me move e que talvez faça dos Honkers a banda mais injustiçada, desvalorizada e sacaneada do rock mundial. Pode nos faltar algum aprimoramento técnico, mas nossa dedicação em fazer rock cada vez mais verdadeiro faz de cada apresentação um prazer, ora aos ouvidos, ora à alma. Mesmo que mal remunerado, mesmo que a caixa de guitarra ou baixo esteja ruim, mesmo que as guitarras não se afinem, mesmo que a platéia seja reduzida pelo adiantar das horas (já tocamos para 4 pessoas às 6 da manhã) ainda que eu estivesse bêbado demais pra me lembrar como foi.
Eu já toquei em todo tipo de evento gratuito: festival de algodão doce, quermesse, aniversários, despedidas, mas o que gratifica mesmo, mais que qualquer compensação, é a diversão, é saber que aquelas pessoas que saíram de suas casas pra me ver ou minha banda tocar se divertiram, é ver o sorriso no rosto das garotas descabeladas e suadas. Depois a gente pode sair e encher a cara, ou mesmo dormir tranquilamente com a alma em sagrada paz.
Em Vitória da Conquista nós tivemos uma dessas noites de puro prazer e rock'n'roll, que mesmo depois de recebermos o nosso quinhão (que seria irrisório ainda que fosse um milhão de dólares, pois shows como esse não há valor financeiro que possa mensurar) da bilheteria nossos espíritos estavam realmente em festa. Apesar de toda a chuva que caiu durante todo o dia, apesar da apreensão de ver as pessoas começarem a chegar apenas depois do fim do jogo da seleção, apesar de estarmos com um guitarrista novo, apesar de toda falta de assistência nós tivemos a assistência do público, de nossos amigos e mais uma vez com a ajuda daquelas pessoas conseguimos um show pra ser lembrado por mim, por vários anos. Isso é o Honkers.
Fizemos novos amigos, estreitamos outras amizades antigas, nos perdemos, nos encontramos e no fim das contas, na volta pra casa, apenas a amizade que nos mantém juntos como banda fez prevalecer todo o esforço que é manter o tesão do rock. Não quero ser contra as bandas que se amenizam com o passar do tempo e passam a fazer uma música mais comercial, mas o nosso negócio é rock, sujo, barulhento, melódico e cheio de amor.
Agradecemos ao pessoal da Fora do Eixo pelo convite/oportunidade. Eu sei como é difícil manter um espaço aberto para o rock. Agradecemos às pessoas que nos saudaram, visitaram e nos acompanharam em nossa curta estada, à dona Nalvinha pela simpatia, pelos licores e pelas suas filhas encantadoras. Agradeço a Paulo Emílio pelos resgates e pela chatice, a galera do castelo(soube que rolou um perrengue, mas peço a Jah que esteja tudo bem!), a Monique pela formidável presença e pelo "salve", a Roni pela camaradagem e a Gilmar, Felipe e Amanda por tudo.
---
E na volta um engarrafamento causado pelo tombo de um caminhão de camarão quase nos fez perder a fé, mas desespero mesmo foi quando fomos parados pela PRF para assistirmos a um vídeo educativo de meia hora enquanto conferiam os documentos dos carros e dos motoristas. Já completamente bêbado de conhaque, do icebergue que nós não fizemos, peguei as baganas e coloquei num copo debaixo do que eu estava segurando ainda cheio e joguei no lixo da polícia só pra ser estúpido. E se eles tivessem visto? E se quisessem revistar o carro? Iam atrasar ainda mais nossa volta pra casa? Não iam achar mais nada no carro, mas ia ser chato pa porra.
Atropelado de sorte é o que morre
O que me emputece mais não é a indisposição de algumas pessoas em facilitar a vida, o que me fode a cabeça é a vontade que alguns tem em me punir por "crimes" que eu nem penso em cometer. Se eu fosse adolescente ia começar a fazer um monte de merda pra ver se esse povo acorda pra vida, mas beirando os 40, depois de engolir tanto sapo com tanto desdém isso seria mais estúpido do que a esperança que os meus algozes tem de me ver punido.
Hoje foi o dia da audiência no detran pelo atropelamento do qual fui vítima em 09 janeiro. Acordei às 6h, saí de casa às 7h. Fui de carro com meu advogado seriam apenas 20 minutos, mas cheguei lá às 8:30h porque o trânsito... se eu tivesse ido de bicicleta não me atrasaria, mas a chuva não deixa um ciclista ser feliz nessa cidade. Aliás ninguém é feliz nessa cidade quando a chuva cai. Ela, a criminosa, foi, chegou cedo e às 8:15 já tinha ido embora e pedido o cancelamento do processo. Tentamos ligar pro tribunal do caminho, mas o telefone só dava ocupado, curiosamente quando foi dito lá que o telefone não chamava ele chamou. Agora é pedir uma nova audiência, que deve demorar mais uns meses, e ter fé que a justiça seja feita.
Infelizmente muitos ciclistas não tem a mesma chance que eu. Ontem um garoto de 13 anos foi atropelado e morto, também uma mulher e seu filho de 4 anos, mas eu, que não morri, sigo pagando pela minha "sorte".
Hoje foi o dia da audiência no detran pelo atropelamento do qual fui vítima em 09 janeiro. Acordei às 6h, saí de casa às 7h. Fui de carro com meu advogado seriam apenas 20 minutos, mas cheguei lá às 8:30h porque o trânsito... se eu tivesse ido de bicicleta não me atrasaria, mas a chuva não deixa um ciclista ser feliz nessa cidade. Aliás ninguém é feliz nessa cidade quando a chuva cai. Ela, a criminosa, foi, chegou cedo e às 8:15 já tinha ido embora e pedido o cancelamento do processo. Tentamos ligar pro tribunal do caminho, mas o telefone só dava ocupado, curiosamente quando foi dito lá que o telefone não chamava ele chamou. Agora é pedir uma nova audiência, que deve demorar mais uns meses, e ter fé que a justiça seja feita.
Infelizmente muitos ciclistas não tem a mesma chance que eu. Ontem um garoto de 13 anos foi atropelado e morto, também uma mulher e seu filho de 4 anos, mas eu, que não morri, sigo pagando pela minha "sorte".
sexta-feira, 7 de junho de 2013
O bastante não é tudo
Não basta ser tudo para alguém
Não basta ter uma mulher
Tem que fazê-la mulher
Mas isso não é tudo
Tem que fazê-la feliz
Uma mulher merece ser amada
Precisa do apoio,
Do abraço,
Do Amigo
Não basta que alguém seja tudo pra você
Não basta ser homem
Tem que ser importante
Tem que se fazer necessário
Tem que ser preciso
Tem que evitar o choro
Tem que fazer sorrir
Tem que ser seguro,
Confiável,
Amável
Não basta bastar-se a si mesmo
Tem que sentir
Tem que fazer
Tem que participar
Tem que comunicar ao mundo
E fazer praticar
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Quando nada acontece
Todos guardam os mesmos "instintos" fortes e fracos e os "princípios" são alimentados de acordo com cada vivência. Nada disso pode ser desprezado e o que vemos, as reações a cada coisa, é sempre inesperada, pois tudo é tão novo e tão incrível que nunca se está preparado. O valor da sua alma, dessa coisa consciente que cada um tem dentro de si, não pode ser medido.
Os homens aprenderam que a competição em todos os níveis é a única forma de sobrevivência. Isso é a evolução. A educação é algo a se construir. Não conseguimos ainda compreender ao próximo e nos atropelamos e agredimos por nenhuma razão que pareça crível. Mas estamos "evoluindo".
Espero que qualquer dia em qualquer lugar não sintamos a tristeza, o ódio, a amargura esbarrando em nós, ou quem sabe um dia eles tombem e se desculpem por nos atingir. Às vezes parecemos completamente inocentes, mas somos homens e o homem carrega em si todo o mal que ele precisa até mesmo para rebater a um mau maior. Sempre haverá pessoas com mais amor pra dar e essas não merecem o mundo que criamos. Mas estamos todos nele.
No entanto existem esses lugares onde a desgraça não consegue se instaurar, pois tudo é de uma harmonia tão perfeita que ainda que se crie o caos ele estará em perfeita ordem caótica. A ressaca, a rebordosa, a saideira, a linda, a louca, a última, todas elas, sem fim, sem censura, sem apegos e sem misericórdia; sem maldade. Quando se encontra um lugar assim não se quer deixar, mas prefira jamais tê-lo conhecido se você não vai ficar por lá o resto da vida.
sexta-feira, 24 de maio de 2013
Paulinha
Nunca me canso de dizer "eu te amo". A algumas pessoas eu digo mais vezes que a outras, e ainda tem aquelas pra quem eu nunca digo, mas que sabem, e aquelas quem eu nunca direi por puro orgulho imoral e estúpido, e aí tem aquelas que por mais que eu diga ela sempre me achará um mentiroso. É assim se você espera alguma gratidão por amar alguém... normalmente é só você que se importa com isso (EU nunca me importo com coisa alguma, eu amo e pronto; eu odeio e se foda!). Mas existem aquelas pessoas a quem a gente nunca diz.
Não é o caso dessa, mas tenho outras "Paulinhas" em minha vida a quem eu gostaria de dizer mais vezes, minha sobrinha linda de nome Paulinha... Outras não Paulas também, mas eu não vou ficar aqui me desculpando com o mundo inteiro.
Essa aqui fez aniversário esses dias. Seria bom ter ido lhe dar um abraço, mas de bike demora muito e a grana anda só encurtando...
Ela inspira mesmo quando a falta de inspiração me faz ter dúvidas sobre o que é belo e o que vale à pena ser dito, lido, visto, sentido...
Eu penso em Paulinha só penso coisa boa.
Ah Paulinha!
A Paula é todo brilho que uma manhã precisa
A Paula é todo amor que a alma realiza
A Paula é o fogo e a brisa
que queima e flutua à sua guisa
A Paula que ao sol hipnotiza
A Paula é o sorriso de uma bela tarde
A Paula é uma onda que vem sem alarde
A Paula é a flor e a novidade
que perfuma, que encanta e arde
A Paula que nunca é devarde
A Paula que amo tanto
A Paula que encanta tanto
A Paula que inspira aquele canto
"Quando a luz dos olhos meus
e a luz dos olhos teus
nana nana nana"
A Paula...
Ah Paulinha!
A Paula é todo brilho que uma manhã precisa
A Paula é todo amor que a alma realiza
A Paula é o fogo e é a brisa
que queima e flutua à sua guisa
A Paula que a vida suaviza
A Paula é o aconchego de uma noite fria
A Paula é o sol, a lua, a noite e o dia
A Paula é o sagrado pão da poesia
Que completa, rima e extasia
A Paula que me dá taquicardia
A Paula que amo tanto
A Paula que encanta tanto
A Paula que inspira aquele canto
"Quando a luz dos olhos meus
e a luz dos olhos teus
nananá nananah"
A Paula...
A Paulinhna
Não é o caso dessa, mas tenho outras "Paulinhas" em minha vida a quem eu gostaria de dizer mais vezes, minha sobrinha linda de nome Paulinha... Outras não Paulas também, mas eu não vou ficar aqui me desculpando com o mundo inteiro.
Essa aqui fez aniversário esses dias. Seria bom ter ido lhe dar um abraço, mas de bike demora muito e a grana anda só encurtando...
Ela inspira mesmo quando a falta de inspiração me faz ter dúvidas sobre o que é belo e o que vale à pena ser dito, lido, visto, sentido...
Eu penso em Paulinha só penso coisa boa.
Ah Paulinha!
A Paula é todo brilho que uma manhã precisa
A Paula é todo amor que a alma realiza
A Paula é o fogo e a brisa
que queima e flutua à sua guisa
A Paula que ao sol hipnotiza
A Paula é o sorriso de uma bela tarde
A Paula é uma onda que vem sem alarde
A Paula é a flor e a novidade
que perfuma, que encanta e arde
A Paula que nunca é devarde
A Paula que amo tanto
A Paula que encanta tanto
A Paula que inspira aquele canto
"Quando a luz dos olhos meus
e a luz dos olhos teus
nana nana nana"
A Paula...
Ah Paulinha!
A Paula é todo brilho que uma manhã precisa
A Paula é todo amor que a alma realiza
A Paula é o fogo e é a brisa
que queima e flutua à sua guisa
A Paula que a vida suaviza
A Paula é o aconchego de uma noite fria
A Paula é o sol, a lua, a noite e o dia
A Paula é o sagrado pão da poesia
Que completa, rima e extasia
A Paula que me dá taquicardia
A Paula que amo tanto
A Paula que encanta tanto
A Paula que inspira aquele canto
"Quando a luz dos olhos meus
e a luz dos olhos teus
nananá nananah"
A Paula...
A Paulinhna
terça-feira, 14 de maio de 2013
alma suja
a alma é um poço de lama
da chuva que despenca sem piedade
do barro que escorre pelos meus pensamentos
a alma é imunda
mas a água que cai é límpida
e o barro não é ímpio
a alma é toda
a alma suja tudo.
da chuva que despenca sem piedade
do barro que escorre pelos meus pensamentos
a alma é imunda
mas a água que cai é límpida
e o barro não é ímpio
a alma é toda
a alma suja tudo.
domingo, 12 de maio de 2013
Aí eu peguei a bike e me piquei (2ª Parte)
Chegando
no ferry-boat ainda sem saber onde ir, tudo o que eu queria era sair
dessa cidade hostil. Comprei meu bilhete, próximo (Ana Nery) sairia
às 15h. Aproveitei pra mandar algumas mensagens de despedida para
algumas pessoas que gostaria de ver, mas não pude. Não sabia se ia
voltar, acabei ainda gastando mais dinheiro no fim de semana por
ansiedade e insanidade e isso encurtaria minha viagem para qualquer
lugar. Pouco me importava, o que eu queria era sossego e não se
precisa de muita grana pra se estar em paz, mesmo viajando de
bicicleta.
O
mar estava calmo e à medida que o ferry se afastava da cidade eu
sentia meu coração aflito começar a se acalmar no balanço das
ondas. Eu ainda não sabia onde ia, mas estava feliz por deixar a
cidade. Me sufocava e enraivecia-me a cada dia e não estava
conseguindo suportar a mim mesmo. Quando a gente se perde dentro de
si mesmo, se desconhece, passa a duvidar, passa a contrariar, é
triste. Conseguir reconhecer e se sentir bem é difícil. Querer ser
você mesmo é impossível. Na cidade você não tem liberdade de
escolha: você é o que as pessoas do seu cotidiano acham que você é
e pronto.
Se
eu fosse um cara retado mesmo um dia desses ia a pé com Conhaque por
aí, mas eu não sou esse bicho brabo todo e em vários lugares algum
sacana ia empombar com um animal feliz. Eu nem sei como é que eu
consigo amar com tanta loucura tanta gente se às vezes eu nem mesmo
consigo me tolerar fazendo parte da humanidade. Gosto mesmo é dos
pássaros e répteis, plantas e fungos, caninos e felinos, coisas
desse tipo, mas grande parte das pessoas nem sequer nota a presença
da natureza e da força criadora do mundo à sua volta, seduzindo e
manipulando sua vida, preferem ser seduzidos e manipulados pelo
dinheiro, muitas vezes sem se importar a sua origem, fim.
Cheguei
em Bom Despacho e comecei a pedalar. Queria chegar pelo menos em
Nazaré das Farinhas antes de anoitecer, mas a tarde era tão feia
quanto havia sido todo o dia, figurativamente falando, pois não tem
nada de feio na chuva e, apesar de estar nublado não tinha sentido
os pingos na pele ainda nesse dia. Logo nos primeiros quilômetros eu
vi que era inútil tentar chegar em Nazaré, então fiz minha
primeira mudança de planos e tracei Barra Grande como meu destino:
Pousada Beira da Ponte. Ótimas lembranças da juventude lá. Eram as
mesmas ruas de 18 anos atrás, mas não se parecia em nada com o
passado, parecia mais um bairro praiano de Salvador.
A
pousada não existe mais, se tornara casa de alguém, provavelmente
de algum dos 9 filhos de dona “Coizinha”, talvez até de todos
eles. Olhei em direção ao antigo bar de “Seu Minino” e estava
fechado. Já era quase noite e estava frio e ventando, provavelmente
iria chover logo e eu não queria ficar de bobeira então fui até
onde no passado havia um campinhg, que para minha maravilhosa segunda
surpresa também não existia mais. Mudança de planos 2: “vou
pedalar até não dar pra ver mais nada”. Saí frustrado de Barra
Grande, mas era bom que eu ia ficando ainda mais longe de Salvador.
Lá
pelos 20km da BA 001 já não havia mais nenhuma luz natural e eu não
ia parar pra pegar lanterna e adaptar como farol, porque ia chover e
eu ia ficar na maior roubada, então entrei em Tairú-Y a fim de
encontrar uma pousada barata, mas ao ligar para um telefone de uma
que passei em deram logo a facada: “85 reais, mas como você é
sozinho eu faço 60.” Um cara como eu acostumado a dormir por 10
reais não ia pagar 60. Parei num boteco em Aratuba e, conversa vai
conversa vem com o dono do bar, descolo uma pousadinha honesta e com
janta. Precisava relaxar meus ossos.
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Precisamos de café, Zés!
Mantenha tua porra do teu otimismo,
porque é a única merda que você tem
e se você começar a pensar bosta
pra tua vida
vai acabar num monte de cocô.
Ninguém quer estar na merda,
mas o tempo todo colocando outro embaixo
e assim vai seguindo
como se nada fosse anormal nem desagradável.
Fezes!
terça-feira, 7 de maio de 2013
Aí eu peguei a bike e me piquei (1ª parte)
Tava tudo quase pronto, mas em vez de Guanambi com o Mestre Tetéu e Marcelo, acabei indo parar em Moreré. Não me pergunte nada porque eu vou contar tudo aqui. (?) Tá bom! Tudo não, porque aí eu vou escrever um livro, mas isso é uma outra história. Íamos pro encontro ciclístico do dia 1º de maio, mas tinha que sair daqui com pelo menos 5 dias de antecedência. Não deu e eu acabei indo sozinho encontrar a mim mesmo onde quer que estivesse. A cidade, a sujeira, o barulho, os aproveitadores, os cínicos e todos os tipos de v ermes urbanos estavam me sufocando e certamente mais alguns dias e eu acabaria morto ou louco, aí eu peguei minha bike e me piquei.
A idéia era sair na quinta (25/04), mas passou e eu não tinha providenciado nem a mochila, Marcelo havia desistido e Tetéu teve imprevistos. Veio a sexta e minha ansiedade começava a me aborrecer, estava quase decidido a sair sábado sozinho, mas à noite, exausto, desabei na cama às 7 da noite e o telefone me acordou pra "cumê água" Pepe, Andrejandro e Miroca estavam cheios de ânimo e eu, que acordara ainda sm acreditar que estava em Pericity mais uma noite, fui ver essas almas que eu gosto tanto. Lá pelo segundo bar, talvez a sétima cerveja, começou um corre-corre no bar do lado e saiu um cara de lá atirando pra cima e fazendo todo mundo derrubar as mesas, derramar suas cervejas e a minha. Já era o bastante pra mim ir pra casa, mas mesmo assim ainda fui no "iguatemi" para a saideira.
No sábado me reuni com o mestre pra tentar bolar outra viagem pro feriado e apareceu Caldas do Jorro na fita. Eu estava louco pra viajar.
"Mais 2 dias não iam me matar". Pensei. Se na sexta-feira eu poderia ter morrido naquele tiroteio, no sábado, voltando da casa de Tetéu uma caçamba me deu uma imprensada na suburbana e realmente me assustou. Domingo eu tentei de ficar quieto, mas aí eu recebi um sms avisando que eu não teria mais companhia para viajar. Tentei me manter animado e se não fosse por uma amiga meu dia teria sido um verdadeiro desastre, pois iria comer água até, provavelmente, a morte.
Segunda-feira ganhei uma mochila de presente de minha mãe que ganhou de uma revista, esse era o sinal pra eu me mandar. Depois que a chuva deu um tempo arrumei Marieta e caí no mundo, mas não sem antes quase perder a vida mais uma vez ao passar pela praça da Revolução em mais um tiroteio e dessa vez minha sorte foi ainda maior, pois o atirador saiu da praça atirando em direção à minha rua, se eu tivesse vindo por ela direto podia me bater de frente com uma de suas balas, mas por sorte eu já estava invisível, inatingível, no clima da estrada. Eram 14h e não é de tiros que se trata essa história.
No sábado me reuni com o mestre pra tentar bolar outra viagem pro feriado e apareceu Caldas do Jorro na fita. Eu estava louco pra viajar.
"Mais 2 dias não iam me matar". Pensei. Se na sexta-feira eu poderia ter morrido naquele tiroteio, no sábado, voltando da casa de Tetéu uma caçamba me deu uma imprensada na suburbana e realmente me assustou. Domingo eu tentei de ficar quieto, mas aí eu recebi um sms avisando que eu não teria mais companhia para viajar. Tentei me manter animado e se não fosse por uma amiga meu dia teria sido um verdadeiro desastre, pois iria comer água até, provavelmente, a morte.
Segunda-feira ganhei uma mochila de presente de minha mãe que ganhou de uma revista, esse era o sinal pra eu me mandar. Depois que a chuva deu um tempo arrumei Marieta e caí no mundo, mas não sem antes quase perder a vida mais uma vez ao passar pela praça da Revolução em mais um tiroteio e dessa vez minha sorte foi ainda maior, pois o atirador saiu da praça atirando em direção à minha rua, se eu tivesse vindo por ela direto podia me bater de frente com uma de suas balas, mas por sorte eu já estava invisível, inatingível, no clima da estrada. Eram 14h e não é de tiros que se trata essa história.
terça-feira, 30 de abril de 2013
...e foi assim, debaixo de chuva, que ele pegou sua bike e partiu.
Apesar de tudo eu odeio.
De manhã até o momento que os motores não param mais é tudo quase bom. O clima, os pássaros cantarolando, o silêncio... mas aí vem o dia útil, a jornada de trabalho, a escola, a venda, o anúncio e o que era o início de uma vida passa a ser o fim de uma paz que ninguém sentiu. Não se pode ter descanso, pois um homem descansando é um homem morto. É preciso obedecer ao ritmo alucinante de um cotidiano insano. Quem vive pra isso? Quem faz disso sua vida? Quem quer ter dinheiro?
Ontem na praça houve tiros. Nada de novo: alguém bêbado com uma arma na mão faz disparos pra cima a fim de mostrar que é machão. O bar cheio de gente passando chuva e aí o corre-corre. Fico pensando: e se fosse uma guerra civil? Mas a gente não precisa usar a guerra como desculpa pra matar, não nas nossas cidades onde o dinheiro e o luxo é tudo o que importa, mesmo que para isso você tenha que estourar alguns miolos ou lesar alguns infelizardos. Triste vocação a de quem é honesto...
Brasileiro... jeitinho brasileiro... sei que todos tem suas desculpas para fazer alguma besteira, mas colocar essa culpa na cultura do país pra mim ultrapassa a mediocridade.
Vou pro mato. Me perderei no meio do nada e só retornarei quando me sentir forte o bastante pra encarar a civilização e seus demônios. Preciso do verde, preciso respirar, preciso de paisagens bucólicas e canções naturais, preciso de humanidade, de gente de verdade que não liga pro que tem no seu bolso ou pra sua falta de jeito, preciso de uma paz que mesmo trancado em meu quarto não consigo obter.
Preciso estar disposto a ajudar, mas antes disso preciso saber exatamente como. Sei que sozinhas as pessoas que eu amo jamais estarão, mas preciso estar mais forte para que eu possa ser preciso. Também tenho que me armar para a guerra, pois os inimigos da paz estão com muitos aliados muito espertos e incansáveis. Sei que quando voltar vai ser uma briga feia, mas perder não é um verbo que eu aprecie.
Vou ali. Vou descansar. Perdi o verão inteiro sem a bike, mas não vou perder mais um segundo de minha vida lamentando nada quando eu voltar.
De manhã até o momento que os motores não param mais é tudo quase bom. O clima, os pássaros cantarolando, o silêncio... mas aí vem o dia útil, a jornada de trabalho, a escola, a venda, o anúncio e o que era o início de uma vida passa a ser o fim de uma paz que ninguém sentiu. Não se pode ter descanso, pois um homem descansando é um homem morto. É preciso obedecer ao ritmo alucinante de um cotidiano insano. Quem vive pra isso? Quem faz disso sua vida? Quem quer ter dinheiro?
Ontem na praça houve tiros. Nada de novo: alguém bêbado com uma arma na mão faz disparos pra cima a fim de mostrar que é machão. O bar cheio de gente passando chuva e aí o corre-corre. Fico pensando: e se fosse uma guerra civil? Mas a gente não precisa usar a guerra como desculpa pra matar, não nas nossas cidades onde o dinheiro e o luxo é tudo o que importa, mesmo que para isso você tenha que estourar alguns miolos ou lesar alguns infelizardos. Triste vocação a de quem é honesto...
Brasileiro... jeitinho brasileiro... sei que todos tem suas desculpas para fazer alguma besteira, mas colocar essa culpa na cultura do país pra mim ultrapassa a mediocridade.
Vou pro mato. Me perderei no meio do nada e só retornarei quando me sentir forte o bastante pra encarar a civilização e seus demônios. Preciso do verde, preciso respirar, preciso de paisagens bucólicas e canções naturais, preciso de humanidade, de gente de verdade que não liga pro que tem no seu bolso ou pra sua falta de jeito, preciso de uma paz que mesmo trancado em meu quarto não consigo obter.
Preciso estar disposto a ajudar, mas antes disso preciso saber exatamente como. Sei que sozinhas as pessoas que eu amo jamais estarão, mas preciso estar mais forte para que eu possa ser preciso. Também tenho que me armar para a guerra, pois os inimigos da paz estão com muitos aliados muito espertos e incansáveis. Sei que quando voltar vai ser uma briga feia, mas perder não é um verbo que eu aprecie.
Vou ali. Vou descansar. Perdi o verão inteiro sem a bike, mas não vou perder mais um segundo de minha vida lamentando nada quando eu voltar.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Sigo de bike minha vida sem destino (continuação)
Tinha um monte de gente lá no bar de dona Jane. Tinha uns moleques lá com umas conversas de ladrões de carros e motos e drogas e um monte de pecado. Era até divertido ouvi-los conversar, mas depois de prontas as barracas a idéia era se chapar e eu não consigo me chapar ouvindo leotrias o tempo inteiro então apresentei um finório e entabulei conversa sobre os atrativos da localidade totalmente desconhecida para mim. Os caras falaram pra caramba e saíram roncando com suas motos de um jeito que eu temi por suas vidas, mas eu não soube de ninguém que tenha se acidentado nos dias que fiquei por lá.
Não fizemos trilhas de bike, apenas caminhamos por entre a floresta, mas nos deparamos com quadricilos e motocicletas cortando o barulho silencioso de uma bela paisagem de rio e mata. Eu não contava com isso, mas o lugar era perfeito para eu poder aliviar minha mente de um ano que acabaria de forma melancólica não fosse pela companhia de uma garota e um casal de amigos que apareceu na madrugada da mesma noite em que chegamos.
Nem tanto assim, porque minha "companheira" pegou um busú pra Salvador no dia seguinte a nossa chegada para poder passar a noite de ano novo com o filho enquanto eu fiquei de "vela" do casal e brindamos o ano novo em Imbassaí (de carro) ao som de uma banda horrenda em meio a alegres desconhecidos.
No dia seguinte eu deveria parar de beber, mas acordei e esqueci, quando lembrei decidi adiar para o dia 2 o início da abstinência e passei todo o espetacular domingo de sol me chapando em alta velocidade. O pessoal ainda convidou a gente pra um churrasquinho e aí já viu, né? Eu que tava na bronca com 2011 comecei 2012 "virado no cabrunco". O bom de estar em companhia da natureza exuberante é a ausência quase completa de ressaca no dia seguinte e quando saí da barraca me deparei com uma garrafa de 2 dedos de conhaque e não pensei duas vezes, tomei de um gole só. Quando me liguei já era tarde, mas decretei que este era o último gole de birita do ano de 2012, mas as coisas não se deram exatamente assim. Que importa? por mais de 360 dias eu pude cumprir minha promessa e agora sei que nem é tão difícil assim ficar sem beber, já ficar sem pedalar é uma outra coisa. Se algum dia eu fizer a promessa estúpida de não pedalar por um ano, alguém, por favor, me interne.
Voltamos de lá numa pedalada só e nos despedimos sem muita cerimônia. fiquei com um sentimento muito bom em meu coração inquieto, mas essa foi a primeira última vez que pedalei com aquela garota. Algo nela me atraía como uma dose numa noite excitante, mas a repulsa que tive a ela pouco tempo depois me fez ter a certeza de que devemos pensar primeiro no pinto e depois buscar o equilíbrio. É perigoso amar apenas sexualmente e traz bem pouco benefícios, mas não adianta esperar que todas as pessoas tenham a consciência sobre o momento, o valor e a necessidade de cada um de se ligar a outro para atingir alguma iluminação.
3 meses depois eu iria encarar a Volta do Recôncavo com os Jurássicos e essa esplêndida jornada ficaria para trás, sem tristeza, sem alegria, sem mágoas e sem nenhuma gratidão exceto pelas pessoas queridas que vi pela última vez nesses dias.
domingo, 21 de abril de 2013
Sigo de bike minha vida sem destino
Se tem um lugar que eu ainda pretendo visitar nesta vida é Humboldt, Califórnia. La Sierra Nevada. Terra das árvores gigantes, das lendas do pé grande, do filme Humboldt County. Até já conheci alguém de lá: Gonzalo, um permacultor gringo mais baiano e gente boa que muitos conterrâneos meus. Mas por enquanto eu não posso ir tão longe e dou minhas voltas onde os pneus de Marieta me levam.
No fim de 2011 eu fui ajudar minha irmã em sua mudança de Irecê pra Poções. Marieta não foi dessa vez e eu dei minhas pedaladas lá com uma calói poty dela porque não havia levado minha parceira. Pegava a bike e ia dar um rolé a fim de conhecer a cidade e encontrar um lugar tranquilo para ler e tomar uma cerveja "de boa". Descobri um posto de gasolina na saída da cidade que servia cerveja grande, na mesa à sombra de uma rara amendoeira naquela região de clima hostil, mais próprio para algarobas. Esqueci o nome do posto, mas me lembro dele. Quando voltar por aquelas bandas, de bike ou não, passo lá pra uma ou duas geladas.
Outra coisa interessante em minha passagem por Irecê: cuecas. Calma! É que eu comprei 6 cuecas numa loja de lá, sem experimentar, quando vim vestii-las vi que estavam pequenas e um tanto apertadas. Isso foi no fim de 2010, mas ainda tenho essas cuecas e elas ainda me apertam as bolas. Acho que talvez seja a hora de me separar delas de uma vez por todas e deixar minhas bolas mais à vontade, mas eu ainda não tive ganas de comprar cuecas novamente. "Cadê a namorada nessas horas?"
Nem bem voltei de lá fui eu cair na estrada de novo, de bike dessa vez, pela Linha Verde para o dia de ano novo, meu novo ano sem álcool. Praia do Forte, Imbassaí, Massarandupió, Siribinha, Conde, onde quer que eu fosse parar não tinha importância, meu plano era acampar onde desse e esperar o novo ano começar. Eu guardo alguma esperança para todo novo ciclo, mas sei que tudo pode ficar ruim de uma hora pra outra, mesmo que tudo seja favorável. Não se pode prever, mas é bom ter alguma segurança em alguma coisa, mesmo que seja em si mesmo.
O plano era perfeito, mas de última hora apareceu uma companheira que decidira que ia comigo.
"Mas quem é essa, man?" Vocês podem estar perguntando. É uma amiga. As vezes acho até que é amiga imginária porque vive sumindo, mas isso é outra história. Não sei não... tem coisas que nenhuma namorada faz por você e vice-versa. Fosse como fosse, ela também decidiu que íamos, na quinta.
Cheguei de Irecê na terça-feira e tinha dois dias pra sair de bike e mochila rumo ao litoral perdido.
A véspera da viagem foi ocupada em providências imprescindíveis para o final de ano. Sabe como é, né? Tem cachorro que precisa de comida, tem amigo que precisa de conselho, um salve aqui, outro acolá, provisões e tem que assegurar-me de que a minha mãe esteja amparada, e de que não me falte nada a mim mesmo. Foi ótimo porque no meio de toda a confusão que consigo fazer com o tempo curto pude ver Manuela ("Te amo Bubu!") , que não via desde que se mudara. À noite eu estava completamente exausto, hiperchapado e decidido a adiar um dia, mas não consegui avisar a minha "parceira", que segundo me contou depois, passou toda a noite, até às 4 da manhã, arrumando a bagagem e por isso não acordou cedo, mas eu consegui acordar bastante cedo, porém não o bastante para sair e chegar em Imbassaí num horário decente sem enfrentar o sol do meio-dia. Pra "melhorar", eu não conseguia falar com a "sacana" e estava com muita disposição de escrever, então fiquei escrevendo e tentando resposta dela num msn ausente. Inútil ambas coisas.
No fim de 2011 eu fui ajudar minha irmã em sua mudança de Irecê pra Poções. Marieta não foi dessa vez e eu dei minhas pedaladas lá com uma calói poty dela porque não havia levado minha parceira. Pegava a bike e ia dar um rolé a fim de conhecer a cidade e encontrar um lugar tranquilo para ler e tomar uma cerveja "de boa". Descobri um posto de gasolina na saída da cidade que servia cerveja grande, na mesa à sombra de uma rara amendoeira naquela região de clima hostil, mais próprio para algarobas. Esqueci o nome do posto, mas me lembro dele. Quando voltar por aquelas bandas, de bike ou não, passo lá pra uma ou duas geladas.
Outra coisa interessante em minha passagem por Irecê: cuecas. Calma! É que eu comprei 6 cuecas numa loja de lá, sem experimentar, quando vim vestii-las vi que estavam pequenas e um tanto apertadas. Isso foi no fim de 2010, mas ainda tenho essas cuecas e elas ainda me apertam as bolas. Acho que talvez seja a hora de me separar delas de uma vez por todas e deixar minhas bolas mais à vontade, mas eu ainda não tive ganas de comprar cuecas novamente. "Cadê a namorada nessas horas?"
Nem bem voltei de lá fui eu cair na estrada de novo, de bike dessa vez, pela Linha Verde para o dia de ano novo, meu novo ano sem álcool. Praia do Forte, Imbassaí, Massarandupió, Siribinha, Conde, onde quer que eu fosse parar não tinha importância, meu plano era acampar onde desse e esperar o novo ano começar. Eu guardo alguma esperança para todo novo ciclo, mas sei que tudo pode ficar ruim de uma hora pra outra, mesmo que tudo seja favorável. Não se pode prever, mas é bom ter alguma segurança em alguma coisa, mesmo que seja em si mesmo.
O plano era perfeito, mas de última hora apareceu uma companheira que decidira que ia comigo.
"Mas quem é essa, man?" Vocês podem estar perguntando. É uma amiga. As vezes acho até que é amiga imginária porque vive sumindo, mas isso é outra história. Não sei não... tem coisas que nenhuma namorada faz por você e vice-versa. Fosse como fosse, ela também decidiu que íamos, na quinta.
Cheguei de Irecê na terça-feira e tinha dois dias pra sair de bike e mochila rumo ao litoral perdido.
A véspera da viagem foi ocupada em providências imprescindíveis para o final de ano. Sabe como é, né? Tem cachorro que precisa de comida, tem amigo que precisa de conselho, um salve aqui, outro acolá, provisões e tem que assegurar-me de que a minha mãe esteja amparada, e de que não me falte nada a mim mesmo. Foi ótimo porque no meio de toda a confusão que consigo fazer com o tempo curto pude ver Manuela ("Te amo Bubu!") , que não via desde que se mudara. À noite eu estava completamente exausto, hiperchapado e decidido a adiar um dia, mas não consegui avisar a minha "parceira", que segundo me contou depois, passou toda a noite, até às 4 da manhã, arrumando a bagagem e por isso não acordou cedo, mas eu consegui acordar bastante cedo, porém não o bastante para sair e chegar em Imbassaí num horário decente sem enfrentar o sol do meio-dia. Pra "melhorar", eu não conseguia falar com a "sacana" e estava com muita disposição de escrever, então fiquei escrevendo e tentando resposta dela num msn ausente. Inútil ambas coisas.
Lá pelas 8h ela acorda e atende o telefone com uma voz de quem está morrendo e me diz que tá tudo certo para eu dar meus pulos, mas ela meter a bike dela num "buzuzinho"até Guarajuba onde nos encontraríamos e seguiríamos juntos, mas eu não sou puta o bastante pra colocar minha bike num buzu pra ir prum pedal, posso até fazer isso na volta, mas cada caso é um caso e eu queria mesmo era pedalar, estar só novamente com minha verdadeira parceira e amiga Marieta e já que teria companhia mais à frente nada melhor que aproveitar a solidão do CIA.
Eu, com a minha cara de "santo-sacana", me saí daqui às 11:50h de um dia de maravilhoso sol de verão filadaputa. Desculpem-me o palavreado, mas é de fuder. Quando estou com sorte minha mãe organiza umas nuvens lá no céu pra proteger a mim do sol ladrão, mas a sorte nunca dura duas horas, não ininterruptamente, mas um dia eu chego lá. No momento que estava saindo de casa o que eu pensei após breve análise foi: Foda-se!
Eu, com a minha cara de "santo-sacana", me saí daqui às 11:50h de um dia de maravilhoso sol de verão filadaputa. Desculpem-me o palavreado, mas é de fuder. Quando estou com sorte minha mãe organiza umas nuvens lá no céu pra proteger a mim do sol ladrão, mas a sorte nunca dura duas horas, não ininterruptamente, mas um dia eu chego lá. No momento que estava saindo de casa o que eu pensei após breve análise foi: Foda-se!
"Protetor solar, boné, tô pronto".
Sabe quando nada lhe ajuda? Pois é! Parece que no dia que eu resolvo viajar, todos precisam de mim e esse vai-daqui-vai-dali acabou por me fazer esquecer coisas bem importantes como saco de dormir, sandália e corda, mas eu não podia esquecer o Dostoiévski, porque eu não sabia quanto tempo ia ficar viajando. Tinha só 100 reais no bolso, mas ainda tinha "cielo" e isso era um conforto. Além do mais eu sempre consigo gastar menos quando já não tenho nada. Quando estou de bicicleta eu acredito que posso chegar em qualquer lugar e sei que serei bem chegado. Que nem um mastercard, só que com uma bandeira um pouco maior e mais simpática.
Saí quase meio-dia e só cheguei em Guarajuba 17h. Pretendia dormir em imbassaí, mas mais uma vez diante de minha pouca fé em prosseguir com o plano, a mocinha me convenceu a tomar um banho de mar e relaxar, pois a viagem estava apenas começando.
Depois do banho de mar era a hora de almoçar. Tinha me decidido comer apenas quando nos encontrássemos, isso me pouparia o tempo de uma parada, mas que rolou foi que depois do mergulho, depois de secos pegamos nossas bikes e partimos. No caminho é que me lembrei que estava "na larica", então teríamos que fazer essa parada em Praia do Forte. Problema seria achar um lugar pra se pagar um preço honesto lá. Mas verme é verme e "comeu morreu" tem em todo lugar.
Enquanto rodávamos encontramos Maritza e Lucca, pessoas que alegram meu coração em qualquer momento. Pena eu estar tão exausto e com tanta urgência em seguir, mas aqueles 2 minutos fizeram as 7 horas de sol na cabeça começarem a ter algum sentido.
Porém, adiante, pudemos ter a pior experiência gastronômica de todas as "gororobas 'true'" em acampamentos e trips lisérgicas e cachaçadas que eu ou qualquer de nós já teve o prazer de experimentar: um pirão de leite digno de nota zeroinfinito, que pra aliviar o desgosto veio acompanhando uma carne de sol quase no ponto certo. Depois disso partimos, agora sem ter nenhuma certeza se chegaríamos vivos, pois temíamos aquilo começar a embrulhar no estômago que antes reclamava por estar vazio.
Saí quase meio-dia e só cheguei em Guarajuba 17h. Pretendia dormir em imbassaí, mas mais uma vez diante de minha pouca fé em prosseguir com o plano, a mocinha me convenceu a tomar um banho de mar e relaxar, pois a viagem estava apenas começando.
Depois do banho de mar era a hora de almoçar. Tinha me decidido comer apenas quando nos encontrássemos, isso me pouparia o tempo de uma parada, mas que rolou foi que depois do mergulho, depois de secos pegamos nossas bikes e partimos. No caminho é que me lembrei que estava "na larica", então teríamos que fazer essa parada em Praia do Forte. Problema seria achar um lugar pra se pagar um preço honesto lá. Mas verme é verme e "comeu morreu" tem em todo lugar.
Enquanto rodávamos encontramos Maritza e Lucca, pessoas que alegram meu coração em qualquer momento. Pena eu estar tão exausto e com tanta urgência em seguir, mas aqueles 2 minutos fizeram as 7 horas de sol na cabeça começarem a ter algum sentido.
Porém, adiante, pudemos ter a pior experiência gastronômica de todas as "gororobas 'true'" em acampamentos e trips lisérgicas e cachaçadas que eu ou qualquer de nós já teve o prazer de experimentar: um pirão de leite digno de nota zeroinfinito, que pra aliviar o desgosto veio acompanhando uma carne de sol quase no ponto certo. Depois disso partimos, agora sem ter nenhuma certeza se chegaríamos vivos, pois temíamos aquilo começar a embrulhar no estômago que antes reclamava por estar vazio.
Apesar de tudo conseguimos chegar em Imbassaí, armamos a rede e a barraca e fomos tomar uma pois ninguém é de ferro, sujos mesmo porque estávamos felizes demais por termos chegado e depois do banho o cansaço ia nos mandar dormir. Confesso que se eu estivesse sozinho provavelmente nem chegaria em praia do forte, mas essa cerveja em Imbassaí, depois de toda a semana maluca que eu tive, foi a melhor cerveja do ano de 2011 inteiro, uma das últimas.
No outro dia ainda tivemos tempo pra ver Stellinha, que também estava visitando a Bahia depois de ir morar em São Paulo. (Ah! Essas meninas!) E continuamos nossa jornada rumo agora a Sapiranga, e, advinha? Chegamos lá de noite.
(continua...)
No outro dia ainda tivemos tempo pra ver Stellinha, que também estava visitando a Bahia depois de ir morar em São Paulo. (Ah! Essas meninas!) E continuamos nossa jornada rumo agora a Sapiranga, e, advinha? Chegamos lá de noite.
(continua...)
sábado, 20 de abril de 2013
Find the devil
Encontre a si mesmo no caos e se ponha em posição de ataque. Procure o "Mal - Movimento Atrasa-Lado" - Identifique seus demônios internos e decrete o fim deles. Dê-lhes uma trágica e cruel experiência de morte para que até num eventual cataclisma o "MAL" tenha a menor possibilidade de voltar a existir.
É preciso transformar-se novamente em terra, em pedra, planta, água e luz, em seguida devemos enxergar o silêncio e sentir o som. Transformar-se em calor e em metal; vapor, carvão. Identificar as forças naturais e fortalecê-las em todos os lugares e em todas as pessoas, pois com a união de forças e o equilíbrio de todas pode-se facilmente transformar o planeta.
Não tema. O universo que existe dentro de você é o mesmo que existe ao seu redor. A alegria, a confiança, a sorte, o amor, a piedade, a coragem que está à sua volta está viva dentro de você. Você pode usá-la. Não custa nada identificar-se para fazer calar o "mal". O Movimento Atrasa-Lado não merece nenhuma comiseração.
É preciso transformar-se novamente em terra, em pedra, planta, água e luz, em seguida devemos enxergar o silêncio e sentir o som. Transformar-se em calor e em metal; vapor, carvão. Identificar as forças naturais e fortalecê-las em todos os lugares e em todas as pessoas, pois com a união de forças e o equilíbrio de todas pode-se facilmente transformar o planeta.
Não tema. O universo que existe dentro de você é o mesmo que existe ao seu redor. A alegria, a confiança, a sorte, o amor, a piedade, a coragem que está à sua volta está viva dentro de você. Você pode usá-la. Não custa nada identificar-se para fazer calar o "mal". O Movimento Atrasa-Lado não merece nenhuma comiseração.
sexta-feira, 19 de abril de 2013
A chuva, os índios, o futebol e a ditadura
E ontem choveu, né?
Edson Santana bem que previu na
véspera, não foi pombo sujo? Eu ia ficar falando aqui de futebol,
mas o assunto anda meio chato. Prefiro falar da chuva e da situação
dos Guarani-Kaiowa e de todas as comunidades indígenas que continuam
sendo massacradas pela merda do capital e seus capitalistas.
Por que é que temos
que destruir tudo de bom no planeta? Não é possível que em nosso
governo não haja um filho de Deus que compreenda que nossa história
está sendo apagada a cada dia enquanto não nos voltarmos seriamente
para essa questão. A cidade está cheia de crack, eu poderia ficar
falando isso aqui também. É uma coisa que é muito mais presente na
vida de qualquer "facebooker" e de qualquer animal que
tenha uma vida urbana, mas se a gente ainda não aprendeu a lidar com
índios, que estão aqui há mais tempo, como poderemos encarar os
"neo-demônios" criados pelo mesmo capital e seus
capitalistas?
Ainda ontem mesmo,
Paulo Almeida me perguntou, como sempre
faz, porque a gente tá sempre muito tempo sem se ver e enfim:
- O que é que você anda fazendo, hein Miséra???
- Eu tô buscando inspiração, man. Não tô usando crack, nem virei homossexual, nem comunista, nem religioso, nem maluco.
- O que é que você anda fazendo, hein Miséra???
- Eu tô buscando inspiração, man. Não tô usando crack, nem virei homossexual, nem comunista, nem religioso, nem maluco.
Aí me vem na cabeça
que as pessoas estão sempre tendo suas próprias idéias sobre
várias coisas, mas é tudo superficial, como o respeito no trânsito,
como o amor ao próximo. E eu não consigo ficar assim achando normal
as pessoas mudando sempre, mesmo tendo convicção de que mudei e que sou
uma pessoa completamente diferente, mas isso não me tornou um
criminoso, não mudou meu caráter, meu tesão, nem mesmo meu
time de coração eu mudei, ou mudarei, ou deixarei de amar minha
família, meus amigos, as pessoas que vou conhecendo diariamente. Já passei da idade de
"encher o saco da vida" e me consumir com coisas como fofocas, falcatruas ou tristeza, coisas que não me interessam. Sou muito feliz,
mas derramo minhas lágrimas como todo mundo. A felicidade de
encontrar amigos queridos às vezes é estragada pela ciência da perda de uma só
alma conhecida e eu entro na questão dos índios e pergunto: de
quantas almas mortas estamos precisando?
Fui me encontrar com Jane Fernandes para assistir "O
dia que durou 21 anos" e encontrei Felipe Brust e Jane Figuerêdo. O plano depois era
começar a comer água pra ver o jogo, mas ninguém dessa galera tava comendo mais água.
Vendo o filme me vem à cabeça o
espírito covarde do brasileiro que aceitou resignado aos 21 anos de
uma ditadura vergonhosa até mesmo para seus ditadores. Eu nasci nela
e no filme pude relembrar algumas histórias que ouvi talvez ainda na
infância e acho que nenhum brasileiro queria se lembrar. Melhor
lembrar que a ditadura acabou na minha primeira adolescência e com
21 anos já tinha visto meu time de coração ser campeão de tudo.
Assisti a jogos de futebol inesquecíveis pela televisão. Não sei como outra pessoa pode ter essa sensação de felicidade apenas por torcer para um time, mas meu time é o melhor do mundo. Sei que para cada torcedor o seu time é sempre o melhor e o adversário é sempre "o comédia". Mas eu conheço apenas o meu time e ontem eu sabia que ele ia me dar uma justificativa, sobretudo eu tinha toda a confiança e quando a felicidade reina coisas boas acontecem em série. Eu sei disso desde muito jovem e às vezes é duro demais encarar a realidade contrária, pois ela também é real neste mundo de pessoas sem alma e sem amor. Só que aí me aparece Romário Jr., Corrreeeeente! O novo papai da galera e vem aquela pergunta:
- E você, Thilindão vai fazer o seu não?
- Porra man! Na moral... amo crianças, amo fazer sexo, amo milhares de mulheres com quem me casaria e teria uma renca de pivetes, mas não é disso que o mundo precisa. Já temos muitas mães solteiras, crianças abandonadas precisando de pais e mães e atenção e cuidado... Sorte tem aqueles que encontram no momento certo, a pessoa certa, mas a qualquer momento isso pode acontecer. Quem é que controla? (Minha querida atual amada não tava a fim.)
Assisti a jogos de futebol inesquecíveis pela televisão. Não sei como outra pessoa pode ter essa sensação de felicidade apenas por torcer para um time, mas meu time é o melhor do mundo. Sei que para cada torcedor o seu time é sempre o melhor e o adversário é sempre "o comédia". Mas eu conheço apenas o meu time e ontem eu sabia que ele ia me dar uma justificativa, sobretudo eu tinha toda a confiança e quando a felicidade reina coisas boas acontecem em série. Eu sei disso desde muito jovem e às vezes é duro demais encarar a realidade contrária, pois ela também é real neste mundo de pessoas sem alma e sem amor. Só que aí me aparece Romário Jr., Corrreeeeente! O novo papai da galera e vem aquela pergunta:
- E você, Thilindão vai fazer o seu não?
- Porra man! Na moral... amo crianças, amo fazer sexo, amo milhares de mulheres com quem me casaria e teria uma renca de pivetes, mas não é disso que o mundo precisa. Já temos muitas mães solteiras, crianças abandonadas precisando de pais e mães e atenção e cuidado... Sorte tem aqueles que encontram no momento certo, a pessoa certa, mas a qualquer momento isso pode acontecer. Quem é que controla? (Minha querida atual amada não tava a fim.)
E aí que, voltando a Romário e a torcida SampaSSA o São Paulo baixou a bola de
um time que todos diziam ser o melhor do Brasil na atualidade. Mas
são paulino não vive de atualidade, vive de espírito e foi o
espírito do time, esse que ama e respeita a camisa que veste e a
história que representa que venceu o jogo de ontem exatamente como
eu previra. Pena que faltaram os 2 gols de Luis Fabiano, mas iremos
no encontrar mais pra frente. Choveu, mas o que importa é que a chuva só foi
pegar a gente quando paramos no posto pra tomar uma heineken, que não
tinha, mas ainda tinha um bocado de outras cervejas lindamente
geladas.
Somos todos
Guarani-Kaiowa!
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