quinta-feira, 27 de março de 2014

Deixar de amar alguém?

Já deixei de amar muita gente, mas nunca por falta de amor. Não de minha parte, digo, por mim jamais faltará um pingo de amor para mudar de lugar. Não é uma substituição, só uma lei básica da natureza: nada se perde. E eu não gosto de desperdícios.
Não sei porque as pessoas insistem em complicar coisas tão simples como gostar ou deixar de gostar de alguém. Não é preciso ter ódio, só basta fingir que tal pessoa nunca existiu e pega as coisas boas que você sentia por quem não existe e aplica em algo sem nenhum interesse.
Já quis não amar muita gente, mas essa minha mania estúpida de ver algo de bom onde não existe nada que se aproveite é mais que doença. A maioria não está nem aí para serem "boas pessoas" elas querem apenas se "dar bem" não importa quem vai "se fuder" por isso. É triste, mas sigo estupidamente dedicando algum amor a alguém... Felizmente nada é eterno.
Todo amor que eu dedico é por um amor que habitam em mim. Tudo que eu odeio é pelo mesmo amor que  me faz folia e é inútil. Daí nasce o desprezo e o amor próprio, mas é difícil amar a si mesmo quando não se recebe amor de nenhum lugar. Amar a algo que não se pode amar é estupidez, babaquice, imbecilidade. Tudo pode perfeitamente ser inteligivelmente amado. (...)

segunda-feira, 24 de março de 2014

E acaba mais um fim de semana...

Quando o Bahia ganha e a festa corre solta pela cidade, parece até copa do mundo. O campeonato baiano merecia um futebol melhor, quem sabe assim eu não me convencesse depois de 40 anos a torcer por um time pelo simples fato dele ser da cidade que eu moro, não importa que seus dirigentes tratem todos os torcedores como lixo.
Historicamente os dirigentes de futebol pensam apenas na qualidade de suas casas de praia, carros, barcos e contas bancárias, mas o torcedor está ali pela sua amada cidade e seu time de coração bairrista. Cambada de otários!
Pior ainda seria se eu morasse no Rio de Janeiro, onde o jogo do bicho e o crime super-organizado são quem comanda o coração do torcedor, que ainda se esforça pra pagar 200 reais numa partida entre dois times medíocres. E ai de quem não tiver um time de coração na cidade, mas deixemos pra lá o rio e seu futebol de gaveta.
Em São Paulo não é muito diferente do resto do Brasil, mas o time que eu escolhi para torcer é de lá. Parece que isso é uma coisa de outra vida, mas é apenas futebol que se assiste melhor dentro de casa com cerveja gelada e petiscos, com os amigos mais chegados ou sozinho, mas confortável e sem desespero.
Tem gente que se mata pra ir ao estádio ver um espetáculo ridículo de atletas desmotivados atrás do ganha pão, mas ganhar o pão já deveria ser motivação bastante. Amor a camisa quem tem é o torcedor comum, como eu.
Futebol é pra ser alegre, empolgante. Quando se vê o jogo tem que se admirar a qualidade do toque de bola, a determinação em completar uma jogada, o poder de recuperação após um gol sofrido e sobretudo as grandes jogadas, os dribles e os gols inesquecíveis.
E quais eram as opções de futebol de ontem?
São Paulo (time reserva) x Botafogo(SP) 16h, Santos x Palmeiras 16h, Ba x Vi 16h, Real x Barça 17h
Meu time jogava apenas para testar os jogadores mais jovens, o clássico paulista valia a liderança do campeonato e os times que mostraram o melhor futebol do ano até aqui, assim como o clássico espanhol que tinha em campo os "melhores jogadores do mundo". Eu vou na Fonte Nova beber itaipava quente e sair frustrado?
O mais coerente era se sentar à mesa com os melhores brothers e assistir ao melhor jogo possível e nesse caso era o confronto espanhol, mas quem disse que minha vida tem nada de muito coerente?

...Fui à praia e foi massa!

terça-feira, 18 de março de 2014

Como é que chama isso?

Minha primeira tentativa de entrar eu não estava só, tava com mais um brother, mas o resto de nossos amigos já haviam entrado poucos segundos antes sem as credenciais ou a "identificação" pedida a gente, mas não podíamos entrar. Tinha que ter credencial, no caso, uma pulseira. Como é mesmo o nome disso? Mal-entendido.
Na segunda vez meu brother já tinha entrado, mas como eu tinha ido ali procurar um pessoal não deu pra passar mais uma vez e fiquei esperando pela credencial, saí de novo sem ter entrado e na volta já estava tudo resolvido embora ainda estivesse sem meu passaporte de acesso. Como é o nome disso? Ah! Sim, foi um mal-entendido.
Peguei minha "coleira" de identificação e fiquei de boa...

Aí a gente ia embora. Eu fui pegar a cerveja e não vi os caras na volta, fui saindo achando que eles já tinham se saído. Perguntei ao "porteiro do inferno" se os caras haviam saído por ali nesse instante, mas ele nem me respondeu, ou respondeu algo que eu não entendi, o que sei é que quando cheguei lá fora e não vi ninguém, voltei e estavam trocando a "guarda" e o novo vigia me viu entrar. Conversei com o que estava sendo rendido que os caras não haviam saído, ainda estavam lá dentro. Entrei... fiquei ali vendo as meninas enquanto os camaradas finalmente se ajeitavam pra finalmente sair e saíram em minha frente.
Na saída acredita que o cara me barrou? Foi um mal-entendido. Eu mostrei a ele que tava com os caras que acabaram de sair e me aguardavam conversando merda mais adiante, aí ele me deixou passar.
Às pessoas que acreditam em perseguição eu acho que foi só uma sequência de "mal-entendidos". Vou dizer que era racismo?

domingo, 16 de março de 2014

Torcedores, putas e outros sexos frágeis

"O sexo frágil não foge à luta" já dizia nossa amada Rita Lee, mas eu sei que por mais que ela se esforce não conseguiria ser uma coisa (sexo frágil) nem outra (puta) consequentemente, pois o sexo frágil é aquele que aceita a submissão e a impotência ante à parceira(o). Ser puta é o resultado de uma sociedade que cultua o o corpo e o sexo, o dinheiro e a imagem. 
Desde a semana passada a questão que todos os programas futebolísticos que cobrem o campeonato paulista levantava era: "se o São Paulo Futebol Clube jogaria para perder o confronto contra o Ituano Futebol Clube?" Em minha molesta opinião essa é uma questão absurda. Os times de futebol devem respeitar sua própria história e o domínio dos jogos em seu estádio. Não tem o menor cabimento perder uma invencibilidade em casa, que faz aumentar a confiança, que incentiva a presença do torcedor ao estádio, faz o jogador profissional se sentir valorizado em seus vencimentos milionários, sem falar na sequência de vitórias, apenas para prejudicar a um rival que já vai mal das pernas.
Esqueceram completamente de considerar o time do Ituano e as imprevisibilidades de cada partida. Quem já viu jogar depois de chover granizo? Por melhor que fosse a drenagem do estádio estava bem difícil fazer a bola correr. E acredito que o tal rival ainda deu sorte, pois na última rodada ele vai jogar em casa para nenhum torcedor e também não vai vencer, como não venceria o Penapolense. Mas o time deles não é problema meu. O Jogo seria 0x0 se a chuva acontecesse antes da partida começar, mas eu não vou ficar aqui fingindo que não gostei do resultado. A chuva era um sinal de São Pedro lembrando a Santo Paulo que as coisas deveriam ficar como estavam, se os caras tinham feito um golaço não era demérito do Ituano.
O outro "time grande" que foi eliminado com esse resultado não traz e nunca trouxe nenhum valor à competição exceto as brigas de sua torcida e as vergonhosas acusações de manipulação de resultados. Um time de futebol, na minha opinião, deve honrar sua camisa e pregar valores morais melhores do que "vitória mesmo que comprada". Meu time costuma vencer jogos. 
Quando você contrata um prostituta ela se submete a você com algumas restrições. (ou não, dependendo da puta) O caso do torcedor de futebol é bem semelhante, pois pra ele tudo o que importa também é o prazer, neste caso, de torcer. Eu não sei se a puta se emputece quando não goza, porque ela está ali é pra fazer gozar, mas o torcedor... é o torcedor. No fim das contas estamos sendo todos submissos, mas daí a ter medo de enfrentar um "grande" rival é uma outra coisa. Se o time deles vai mal das pernas problema deles. É obrigação do "meu time" vencer, já vencemos adversários dificílimos, não só pela camisa, mas pelo talento de seus jogadores.
O jogo foi ruim. Após o temporal, pelo estado do gramado 1x0 seria muito pra qualquer lado que fosse, mas se o São Paulo vencesse era capaz de a "torcida organizada" do clube criar caso e começar a dar pití. Me desculpem meus amigos São Paulinos, mas eu prefiro favorecer um rival com uma vitória do que perder em casa  seja qual for o motivo. Tudo bem que é uma derrota que pra a gente não significa nada, mas levanta suspeitas.
Não acredito que os caras entraram em campo para perder e quem fala uma coisa dessa não tem a menor noção de amor próprio. O Ituano mereceu vencer e faz um campeonato muito bom. Valoriza a competição, fortalece a economia do interior. Quem dera aqui na Bahia houvesse o mesmo respeito com o futebol e os campeonatos. Mas cá como lá nos querem fazer acreditar que é apenas o dinheiro que manda, o que sabemos não ser bem assim a não ser com as profissionais do sexo que aceitam até uns tapas na cara com as cédulas certas.

sábado, 15 de março de 2014

Um amor na madrugada

Se eu escolhesse amar a noite a amar a chuva
Se eu colhesse flores de romã num pé de uva
Se eu corresse longe com os pés em luva
Na curva eu ia me lembrar

quinta-feira, 6 de março de 2014

Não gosto de carnaval?

...quando os caras me baculejaram 3 vezes num busu, nem era carnaval nem nada, só porque eu era um negro sentado no fundo de um ônibus quase vazio, e o cobrador deve ter ficado com medinho, e os caras queriam achar alguma coisa pra me fazer descer daquele busu, não que precisasse de motivos, porque quando os caras querem barbarizar não há nada que se possa fazer... mesmo assim nunca fico, não fiquei revoltado, não xinguei ninguém ostensivamente, nem toquei fogo em nada, nem dei um tapa na cara de qualquer azarado que passasse por mim e eu invocasse com a cara, nem pensei nisso. Penso que nem nesses dias eu posso me achar no direito de sacanear alguém, enquanto outros não conseguem viver sem causar algum mal ou se aproveitar de qualquer mamata.
No último dia de carnaval, vendo Margarete Menezes e Mariene de Castro juntas cantando eu jurei que podia morrer, mas esse pensamento não tinha nada de depressivo ou depreciativo, é apenas amor, beleza, felicidade, satisfação, sei lá! Não é por ser do rock, ou não gostar de axé, ou da cidade, ou do governo que eu não gosto de samba, que eu não saiba apreciar a beleza que não põe mesa, que não se come, que a Lupita levou à cerimônia do domingo de carnaval. Já era terça, mas o Pelourinho tava lindo, embora se chame ainda de pelourinho.
Caramba! Aquilo era como sonho. Aquelas duas ali cantando samba. Só pra mim?
Ali mesmo pude ver uma menina que sozinha faria do carnaval uma festa de alegria, paz, amor e graça. E que beleza de graça! Que dia de carnaval de quem não pediu pra ter um segundo na despedida de Bel do Chiclete. Sim! Eu vi o Chiclete e vi Bell! Ual! Que carnaval! Se eu pudesse nunca mais ouvir falar do Chiclete...
Não gosto de violência, não gosto de ser rejeitado, não gosto de não ser bem entendido. Mas de ser mal-tratado eu até já consegui até me acostumar só que isso passou. Desabituei. Não tenho direito a nada que passe pela cabeça dos outros. Carnaval, cachaça, polícia, política, axé, Avenida, Pelourinho... e eu aqui nessa situação.
Todo mundo precisa de alguma amizade, de alguma companhia boa, de algum chá... preciso de muita compreensão e muito sossego. Eu só preciso, não tenho muita coisa a oferecer, talvez algum amor, alguma cumplicidade, uma pouca ajuda em um monte de coisa pequena.
EU não posso mesmo pensar em sair de casa e encarar essa cidade imunda e injusta, mas posso aproveitar cada dia, cada amanhecer, cada noite, cada segundo, segunda, terça, quarta de cinzas de minha existência: desgraciosa. A companhia é melhor que a solidão e a lembrança é melhor que a saudade, mas é tudo uma sucessão de momentos improváveis e desnecessários.
Talvez pouca gente vá entender do que estou falando, mas se eu fosse tentar resumir ia ser ainda mais ininteligível.

Se chegue

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