quarta-feira, 26 de junho de 2013

E então se foi então

Então outro dia
Outra tarde
Eu sentia o ódio
Eu desprezava tudo
Tudo era com era então
Então outra tarde
Outro dia
Eu sentia que morria
Eu tolerava tudo
Então você apareceu assim
Só riu
Sorri
E desde então
Amar a cada tarde
De cada dia amaro
Por cada aparição
Então se foi
Então outro dia
Outra tarde
Tarde demais
Eu sentia que amava

domingo, 23 de junho de 2013

A gente se vê na primavera, mas se fala por aí...

Como é que eu saio daqui?

Domingo, 16/06: 1 hora de espera por um ônibus. Desisti de sair, pois já era hora do evento que eu iria.
Terça, 18/06: meia-hora de espera no ponto, mais 1:30 dentro do ônibus esperando vencer a barreira da Baixa do Fiscal que está em reforma. Desisti novamente porque já não dava mais tempo de ir onde eu ia. Desci do ônibus lá no Lobato e caminhei, puto, tentando me sentir mais livre, até o Luso, em Plataforma.
Detalhe que estou com a garganta inflamada e com sintomas de gripe, mas não será nada grave se eu não me descuidar, tipo: tomar uns banhos de lama dados por uns motoristas meio-mal-educados, ou andar na chuva e no vento dessa atmosfera poluída da cidade grande.
Sair da cidade a gente consegue, pela pela BR 324, porque Periperi fica depois de Pirajá, onde a pista da BR cedeu. Mas para "entrar" na cidade desde Periperi via BR não dá por causa desse mesmo maldito buraco que reduziu as duas pistas à metade de uma pra cada sentido. E aí se vão mais horas de vida perdidas no trânsito. Melhor perder as horas que perder a vida? Melhor.
Então na quinta Pep e Andrejandro me arrastam pra manifestação, via BR, que estava estranhamente livre, e chegamos no Campo Grande minutos após os manifestantes saírem em direção à Fonte Nova. De vez em quando é bom conseguir sair de casa sem preocupação, ainda por cima quando numa saí só. Você mata a saudade e se encontra com tanta gente querida que nem parece que estão ali pra protestar. Acabei ficando bêbado.
Então é domingo, 23/06 e não está chovendo. Vou pegar Marieta e pedalar pela insegura e esburacada Salvador. Não lembro de ter visto ninguém nos protestos pedindo ciclovias, eu mesmo podia ter feito um cartaz: "Eu quero ciclovias!" pelo menos não tinha que ficar preocupado com a chuva, assim como os ciclistas holandeses não têm que se preocupar com a neve. No desenho que eu não fiz, eu queria uma ciclovia ao lado da linha do trem. Pedalar ali na ponte São João em Plataforma ia ser lindo, mas eu não fiz cartaz, não fiz nem protesto direito porque eu estou sempre muito atrasado. Na verdade eu acho que não vivo no tempo certo, mas isso é uma história pra out'stória.

E fico por aqui mesmo

Vou me arriscar novamente pelas ruas hostis de uma cidade despreparada para o respeito mútuo. Uma cidade de pessoas intolerantes e que não pensam nem por um segundo no que for melhor para o próximo; a mesma cidade que se rebela contra tudo e que veste a camisa amarela. Lá vou eu, um cidadão comum dessa cidade, frágil e desprotegido. Devo ficar atento cada segundo no trânsito. Se chover piora tudo. Com ciclovias seria menos arriscado, mas do jeito que é... enfim, deixa quieto.
O pessoal me perguntava no protesto: "cadê Marieta?" e eu dizia que na chuva não dá pra andar de bicicleta e o pessoal dizia que não havia chovido, e eu dizia que em Periperi sempre chove, e o pessoal quase nunca acreditava, mas é sério: se existir uma mínima chance de chover na cidade dado em qualquer serviço de meteorologia essa chuva é na parte da cidade em que fica Periperi. Certamente. Seguro. "É uma maldita merda de cabrito do inferno!" Eu queria ir pra Chapada, mas cadê? Eu queria várias coisas, mas tô ligado. Pra onde quer que eu vá tenho que pensar em levar o cachorro e a bicicleta e isso não é possível na atual conjuntura. 
Vou perder a #SuperLua, mas sei que serei recompensado, porque tenho me comportado razoavelmente bem. Perdi o show de Esperanza Spalding e ainda não tive nenhuma recompensa a não ser a de estar tocando no mesmo dia. Talvez... talvez não..., certamente nada vai compensar não estar no pé do Morrão olhando essa lua imensa e magnífica nascer por detrás do Morro dos Cristais. Ou quem sabe ainda ver lá de cima de um morro daquele, com o céu límpido, aquele mesmo céu que tem mais estrelas que diamantes naquele chão..
Ah! aquele céu!
Ah! aquele chão!
Às vezes a poesia não serve pra nada, mas tem dias que ela é especialmente inútil, como no dia em que eu não conseguia distinguir o que era céu e o que era chão caminhando numa trilha de areia e cascalho de cristais do tempo do garimpo. Desgraciosidades de um verão perdido no tempo.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Que haja luz!

seria uma questão quase simples... se não fossem nossos políticos "caxias" demais uns para com os outros, os empresários aproveitadores, os sindicatos corruptos, a mídia manipuladora...

As empresas de ônibus fingem prestar um serviço, que nunca está lá:
quando vem lotado,
quando passa direto,
quando você ficou uma horas esperando e desistiu de sair,
quando o ponto de ônibus fica a 1 km de sua casa,
quando você quer voltar pra casa de madrugada...
quando você tem que pular na frente do ônibus que tem a obrigação de parar ali, porque ali é o ponto determinado pela prefeitura, que por sua vez:
Finge que coloca ônibus suficiente no horário de pico,
finge entender a demora no tempo das viagens,
finge que fiscaliza as empresas,
finge que se preocupa com a população que anda de ônibus.

O povo não se incomoda de pagar por esse serviço, porque ele está alienado, mas essa fantasia vai acabar. A droga que colocam em nossa água vai perder o efeito e então será feita a luz. Quando finalmente entenderão que quem tem poder não é quem tem mais dinheiro e sim que se sente mais respeitado. Quanto mais lhe respeitam, mais poder você tem, mas você tem medo do poder... do poder errado. E o medo é a arma dos fracos. Eles usam o seu medo do falso poder e o transforma num escravo de si mesmo.
O poder público não pode mais ficar contra seu povo. Já deu!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Maioridade de Rei das Américas

LIBERTADORES DA AMÉRICA 1992

SPFC 1 x 0 Newell´s Old Boys
(O São Paulo ganhou nos pênaltis por 3 a 2)

Data: 17 de junho de 1992
Local: Estádio do Morumbi (Cícero Pompeu de Toledo)
Juiz: José Torres
Público: 105.185 pagantes
Time SPFC: Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldo e Ivan; Adílson, Pintado e Raí; Muller, Palhinha (Macedo) e Elivélton. Técnico: Telê Santana.

Parabéns pra esse time que todos amam tanto!

Lembro deste dia como se fosse ontem, mas lá se vão 21 anos...
Engraçado como o futebol não me deixa mais tão feliz como nesse tempo. Eu era uma criança não entendia nada. Mas sabia que não teria emoção como aquela tão cedo, talvez nunca mais. É, mas eu tive. Não falo isso para que os sardinhas, porcas rosa e galinhas fiquem com raiva, na verdade eu tenho tanta alegria de lembrar disso que até me esqueço dessa rivalidade imbecil de clubes de futebol.
Telê Santana foi o maior técnico de futebol que já existiu. 10 anos antes desse São Paulo espetacular ele estivera no comando da melhor seleção que o mundo já vira jogar, talvez só a Fúria dos últimos anos possa se comparar àquele time canarinho, mas a redenção de Telê chegou 10 anos depois com o meu Glorioso time de coração. Omais curioso disso é que apenas um ano antes da copa de 82 eu passei a me interessar mais por futebol e escolhi o São Paulo pela TV. Lembro também de simpatizar com todos os times tricolores (Rubralvinegros) como o Santa Cruz e o Operário, mas isso passou restando ainda uma simpatia pelo tricolor pernambucano.
Talvez fosse a última vez que eu veria meu time ser campeão, pois naquela época eu ainda não queria chegar aos 20 anos, mas pensando bem, 21 anos depois, eu ainda sou o torcedor mais orgulhoso da história. Adoro esse orgulho. E... Foda-se! Tem gente que vê o futebol com uns olhos vesgos de loucura e não percebe que no jogo da imitação de vida e arte apenas os   torcedores tem algo realmente palpável pra celebrar, mas não deixa de ser estúpido pensar nisso como um alicerce para qualquer ideologia. Isso não é rock'n'roll, apenas um desvio.

domingo, 16 de junho de 2013

Viajandão...

Moreré, Itaberaba, Cruz das Almas, Conquista, Aracaju e eu acabei foi ganhando um resfriado. Tem gente que não consegue nem isso e morre pelo caminho, ou desiste. Eu não, eu nunca, fico doente, morro, mas não corro de um momento melhor que este e uma hora melhor que agora. A minha tem sido essa nos últimos anos e não consegui ainda ver alguma luz no fim disso. É apenas a escuridão da ignorada novidade que vai se desenhando conforme o avançar de cada passo.
Ter de encarar essa selva de concreto e humilhações não é nem de longe a melhor das possibilidades, mas é a única possível. Tem seus privilégios, mas estes estão cada dia fazendo menos sentidos. Temos amigos que não consiguimos encontrar e, falando sério, encontrar pessoas nem sempre se transforma em  bons momentos e bons momentos nem sempre salvam uma vida; temos dias curtos; temos pouco silêncio; temos pouca compaixão. Isso é a vida numa cidade como Salvador, mas podemos nos enganar e viver outra coisa. O que eu vejo muitas vezes é irritante demais, mas de que adianta se irritar? Muito poucas pessoas não odeiam umas às outras gratuitamente, às vezes parece que eu sou o único que ama alguma porra além de si  mesmo, mim mesmo, sei lá. O que eu sei é que estão se tocando e não estão gostando e como eu não tenho que ficar no fogo cruzado viajo pra onde quer que eu seja mais notável e mais esquecível.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A Conquista dos Honkers

Apesar do frio, as Heinekens de conquista são melhores do que as de qualquer outro lugar.
Às vezes eu tento explicar às pessoas mais chegadas que a vida nos oferece muito mais que algum reconhecimento por tudo que fazemos. Na maioria das vezes não há mesmo reconhecimento algum e pouco adiantaria esperar que alguém venha do outro mundo lhe dar uma medalha pelos seus bons atos, se em sua cabeça não estiver consciente que o que você faz não é por nenhuma causa maior e sim pelo amor à vida e aos melhores momentos possíveis. Esta é a verdadeira causa que me move e que talvez faça dos Honkers a banda mais injustiçada, desvalorizada e sacaneada do rock mundial. Pode nos faltar algum aprimoramento técnico, mas nossa dedicação em fazer rock cada vez mais verdadeiro faz de cada apresentação um prazer, ora aos ouvidos, ora à alma. Mesmo que mal remunerado, mesmo que a caixa de guitarra ou baixo esteja ruim, mesmo que as guitarras não se afinem, mesmo que a platéia seja reduzida pelo adiantar das horas (já tocamos para 4 pessoas às 6 da manhã) ainda que eu estivesse bêbado demais pra me lembrar como foi. 
Eu já toquei em todo tipo de evento gratuito: festival de algodão doce, quermesse, aniversários, despedidas, mas o que gratifica mesmo, mais que qualquer compensação, é a diversão, é saber que aquelas pessoas que saíram de suas casas pra me ver ou minha banda tocar se divertiram, é ver o sorriso no rosto das garotas descabeladas e suadas. Depois a gente pode sair e encher a cara, ou mesmo dormir tranquilamente com a alma em sagrada paz.
Em Vitória da Conquista nós tivemos uma dessas noites de puro prazer e rock'n'roll, que mesmo depois de recebermos o nosso quinhão (que seria irrisório ainda que fosse um milhão de dólares, pois shows como esse não há valor financeiro que possa mensurar) da bilheteria nossos espíritos estavam realmente em festa. Apesar de toda a chuva que caiu durante todo o dia, apesar da apreensão de ver as pessoas começarem a chegar apenas depois do fim do jogo da seleção, apesar de estarmos com um guitarrista novo, apesar de toda falta de assistência nós tivemos a assistência do público, de nossos amigos e mais uma vez com a ajuda daquelas pessoas conseguimos um show pra ser lembrado por mim, por vários anos. Isso é o Honkers.
Fizemos novos amigos, estreitamos outras amizades antigas, nos perdemos, nos encontramos e no fim das contas, na volta pra casa, apenas a amizade que nos mantém juntos como banda fez prevalecer todo o esforço que é manter o tesão do rock. Não quero ser contra as bandas que se amenizam com o passar do tempo e passam a fazer uma música mais comercial, mas o nosso negócio é rock, sujo, barulhento, melódico e cheio de amor.
Agradecemos ao pessoal da Fora do Eixo pelo convite/oportunidade. Eu sei como é difícil manter um espaço aberto para o rock. Agradecemos às pessoas que nos saudaram, visitaram e nos acompanharam em nossa curta estada, à dona Nalvinha pela simpatia, pelos licores e pelas suas filhas encantadoras. Agradeço a Paulo Emílio pelos resgates e pela chatice, a galera do castelo(soube que rolou um perrengue, mas peço a Jah que esteja tudo bem!), a Monique pela formidável presença e pelo "salve", a Roni pela camaradagem e a Gilmar, Felipe e Amanda  por tudo.


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E na volta um engarrafamento causado pelo tombo de um caminhão de camarão quase nos fez perder a fé, mas desespero mesmo foi quando fomos parados pela PRF para assistirmos a um vídeo educativo de meia hora enquanto conferiam os documentos dos carros e dos motoristas. Já completamente bêbado de conhaque, do icebergue que nós não fizemos, peguei as baganas e coloquei num copo debaixo do que eu estava segurando ainda cheio e joguei no lixo da polícia só pra ser estúpido. E se eles tivessem visto? E se quisessem revistar o carro? Iam atrasar ainda mais nossa volta pra casa? Não iam achar mais nada no carro, mas ia ser chato pa porra.

Atropelado de sorte é o que morre

O que me emputece mais não é a indisposição de algumas pessoas em facilitar a vida, o que me fode a cabeça é a vontade que alguns tem em me punir por "crimes" que eu nem penso em cometer. Se eu fosse adolescente ia começar a fazer um monte de merda pra ver se esse povo acorda pra vida, mas beirando os 40, depois de engolir tanto sapo com tanto desdém isso seria mais estúpido do que a esperança que os meus algozes tem de me ver punido.
Hoje foi o dia da audiência no detran pelo atropelamento do qual fui vítima em 09 janeiro. Acordei às 6h, saí de casa às 7h. Fui de carro com meu advogado seriam apenas 20 minutos, mas cheguei lá às 8:30h porque o trânsito... se eu tivesse ido de bicicleta não me atrasaria, mas a chuva não deixa um ciclista ser feliz nessa cidade. Aliás ninguém é feliz nessa cidade quando a chuva cai. Ela, a criminosa,  foi, chegou cedo e às 8:15 já tinha ido embora e pedido o cancelamento do processo. Tentamos ligar pro tribunal do caminho, mas o telefone só dava ocupado, curiosamente quando foi dito lá que o telefone não chamava ele chamou. Agora é pedir uma nova audiência, que deve demorar mais uns meses, e ter fé que a justiça seja feita.
Infelizmente muitos ciclistas não tem a mesma chance que eu. Ontem um garoto de 13 anos foi atropelado e morto, também uma mulher e seu filho de 4 anos, mas eu, que não morri, sigo pagando pela minha "sorte".

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O bastante não é tudo

Não basta ser tudo para alguém
Não basta ter uma mulher
Tem que fazê-la mulher
Mas isso não é tudo
Tem que fazê-la feliz
Uma mulher merece ser amada
Precisa do apoio,
Do abraço,
Do Amigo

Não basta que alguém seja tudo pra você
Não basta ser homem
Tem que ser importante
Tem que se fazer necessário
Tem que ser preciso
Tem que evitar o choro
Tem que fazer sorrir
Tem que ser seguro,
Confiável,
Amável

Não basta bastar-se a si mesmo
Tem que sentir
Tem que fazer
Tem que participar
Tem que comunicar ao mundo
E fazer praticar

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Quando nada acontece

Todos guardam os mesmos "instintos"  fortes e fracos e os "princípios" são alimentados de acordo com cada vivência. Nada disso pode ser desprezado e o que vemos, as reações a cada coisa,  é sempre inesperada, pois tudo é tão novo e tão incrível que nunca se está preparado. O valor da sua alma, dessa coisa consciente que cada um tem dentro de si, não pode ser medido.
Os homens aprenderam que a competição em todos os níveis é a única forma de sobrevivência. Isso é a evolução. A educação é algo a se construir. Não conseguimos ainda compreender ao próximo e nos atropelamos e agredimos por nenhuma razão que pareça crível. Mas estamos "evoluindo".
Espero que qualquer dia em qualquer lugar não sintamos a tristeza, o ódio, a amargura esbarrando em nós, ou quem sabe um dia eles tombem e se desculpem por nos atingir. Às vezes parecemos completamente inocentes, mas somos homens e o homem carrega em si todo o mal que ele precisa até mesmo para rebater a um mau maior. Sempre haverá pessoas com mais amor pra dar e essas não merecem o mundo que criamos. Mas estamos todos nele.
No entanto existem esses lugares onde a desgraça não consegue se instaurar, pois tudo é de uma harmonia tão perfeita que ainda que se crie o caos ele estará em perfeita ordem caótica. A ressaca, a rebordosa, a saideira, a linda, a louca, a última, todas elas, sem fim, sem censura, sem apegos e sem misericórdia; sem maldade. Quando se encontra um lugar assim não se quer deixar, mas prefira jamais tê-lo conhecido se você não vai ficar por lá o resto da vida.

Se chegue

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