quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Só um pouco de gentileza

Eu queria deixar uma mensagem de boas entradas para todos em 2010, mas não é só isso que eu quero de verdade. Também não quero que cada um se foda ou que faça o que quiser de suas vidas. Sei que isso é chover no molhado. Eu sei que eu não tenho nada a ver com as escolhas que cada um faz, mas se Deus, ou coisa que o valha, me desse esse poder de influenciar as decisões de cada ser humano nesse planeta eu desejaria apenas que as pessoas fossem um pouco mais gentis umas com as outras. Acho que isso já seria o bastante de minha parte.
Eu sei que eu sonho demais com um mundo melhor, com pessoas melhores e com estoque infinito de cerveja gelada, mas eu sou assim mesmo, um sonhador incorrigível. Acredito em amor perfeito, amor eterno, amor incondicional.... Acredito até que o mundo vai encontrar uma maneira de não se acabar, embora algumas vezes me pegue desesperançoso pra caralho. Eu sonho porque o sonho é livre, e me desespero porque o desespero corre atrás da gente, mas eu não tenho mais idade pra ficar pensando em coisas ruins. Já tem coisa ruim demais fora de minha cabeça pra ainda ficar pensando este tipo de merda.
Vocês precisam me ajudar nesse sonho idiota, né não? Não custa nada e faz um bem...
Que em 2010 as pessoas sejam mais gentis umas com as outras, sem por favor, nem obrigado, nem qualquer tipo de interesse escuso. Eu tô cansado de pedir que as pessoas se amem mais, acho que nesse mundo que a gente vive só um pouquinho de gentileza já é um grande avanço.


Boas entradas!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

E então?

Ela fica sempre ali à nossa mercê e tudo o que fazemos é acabar com ela um pouco mais. É injusto?
Ela não acha, pois continua ali, sempre linda, sempre nos servindo de inspiração, oxigênio, comida.
Às vezes nos lembramos sim. Nos importamos...
O que importa?
É Natal!
Há 2000 e poucos anos atrás nascia uma criança que deixou nesse mundo apenas um ensinamento de amor
E quem se importa?
É Natal!
Vamos ceiar, festejar com nossos familiares, amigos...
Enquanto isso as calçadas continuam cheias de gente dormindo em papelões, comendo os restos que para nós não serve nem para nossos animais domésticos.
E quem se importa?
É Natal, porra!
Eu vou encher minha cara novamente. Pra comemorar, ou pra esquecer não tem a menor diferença. O mundo ainda é nosso, o natal ainda é a festa do amor e as pessoas continuarão destruindo tudo que a natureza cria sem a menor vergonha.
Quem se importa com a natureza?
Quem se importa com as pessoas?
Quem se importa com o amor?
Talvez o natal tenha algo de especial, porque algumas pessoas realmente se tocam de algumas merdas e tentam, mesmo atabalhoadamente, se redimir de seus pecados. Há mais sorrisos em seus vizinhos, colegas de trabalho/escola/faculdade, pessoas que encontramos na rua e nunca demos um bom dia, estranhos... é natal.
O amor não vai chegar aos corações, pois ele só bombeia sangue, mas se cada um desse um pouquinho mais de carinho sem esperar nada em troca, sem pensar que isso é um favor, uma obrigação apenas para nossos entes queridos, ou pra aquela gracinha que pode ou não um dia querer lhe dar mais que um sorriso, ou pra alguém que se bajula na intenção de receber algum reconhecimento todos esses votos de "Feliz Natal" teriam valido à pena.
Se cada pessoa antes de derrubar uma árvore ao menos pedisse perdão e tentasse compensar esse crime com alguma coisa mais positiva que uma cadeira, uma mesa, uma porta, um palito de dentes...
Se cada pessoa antes de negar uma esmola, desejasse com muita vontade que aquele pedinte encontre um amparo...
Se cada pessoa ao menos entendesse que tudo que ela faz de bom e de ruim tem um retorno bom ou ruim...
Quem se importa?
É natal! e seja lá o que signifique para cada um todos têm um sonho e o meu sonho é que um dia todas as pessoas se amem verdadeiramente e parem de se agredir mutuamente, parem de agredir a natureza gratuitamente e parem de desejar o mal.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Um dia qualquer

Acordei meio-dia, com o suor encharcando corpo, lençóis e colchão. Ao meu lado, no chão, o caneco sem asa vazio ao lado de uma garrafa pela metade de conhaque vagabundo. A cabeça doía e, junto a sensação de vômito naquele calor insuportável, fazia desejar a morte mais do que qualquer outra coisa.
Alguns minutos depois eu consegui me sentar na cama e olhar mais uma vez para a garrafa e o caneco sem asa, segurando a cabeça com as duas mãos, com os cotovelos apoiados nas coxas como alguém que sofre de um mal qualquer. A ânsia de vômito aumentava e diminuía em intervalos irregulares e o vento quente que vinha do ventilador na parede começava a fazer o suor secar. O quarto estava escuro, mas era necessário abrir a janela para que entrasse um ar mais puro que o fedor de álcool e luxúria que imperava. Fui até o banheiro e sentei na privada. Era bem menos quente. Aliviei meu estômago, bebi água da pia, vomitei, bebi mais água da pia, voltei pra cama. Deitado, olhei novamente para a garrafa de conhaque, me sentei, coloquei metade do caneco e dei um trago. Alguns segundos depois estava sentado em frente ao computador escolhendo uma música pra preencher aquele espaço vazio e quente do quarto e do dia que já ia tarde.
Às vezes eu acho que não faz sentido nenhum esse tipo de coisa, mas eu também acho que ser um covarde não tem a menor graça.

A princesa do castelo de plástico e o príncipe do cavalo de pau

Todos os dias ele corria com seu alazão de madeira em direção ao Pântano Macabro. Ele sonhava em matar o dragão lodoso, que assustava a todos e que já havia matado muitos dos seus amigos e familiares, inclusive seu pai. Sua família sofria com a tirania do rei Bolão, que explorava toda a sua aldeia e principalmente sua matriarca que trabalhava no castelo de plástico.
Ele também sonhava com a princesa Raio de Sol, filha do rei Bolão, com quem costumava passear pelo Bosque Fabuloso para observar os pequenos animais que brincavam nos maravilhosos dias de sol do reino. A princesa era quem fazia os dias claros, as flores se abrirem, as pessoas sorrirem e o coração do jovem príncipe ter esperança de que um dia todo aquele sofrimento de sua família e de todo mundo chegaria ao fim.
O pequeno príncipe só não sabia que o poder para salvar todo o mundo da maldade, injustiça e desesperança estava consigo, dentro de seu pequeno coração puro de cavaleiro sonhador.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

AS PESSOAS NÃO ENTENDEM(*)!

**** da manhã, acabei de escrever alguma coisa que ninguém vai ler, ou entender, ou se importar com isso, mas até o fim do ano eu preciso escrever muita merda.
Eu podia falar da criação do universo, que, segundo teorizam, começou de uma explosão, mas quem é que liga pra essa porra? O universo continua em expansão, mas... e daí?
Eu podia falar de amor, não aquele amor incondicional que todo mundo acredita, mas nunca pratica, ou aquele amor eterno por um brilho que só brilha aos olhos amantes e quando deixam de brilhar a gente acha que são os olhos que não prestam mais. Isso não dá pra pensar uma hora dessas da madrugada.
Podia falar até de música, mas eu gosto de tão poucas coisas(musicais) nesse mundo que seria uma perda de tempo sem fim...
****+10 min. e eu ainda estou aqui(acho que deveria fazer um twiter, não?) tentando entender as minhas palavras, minhas atitudes, meus vacilos e minha inocência, mas eu carrego tanta maldade e desconfiança que acho até errado ter algum senso de humor.
Por mais que eu saiba que as pessoas, todas elas, são livres para fazer qualquer merda com as suas próprias vidas e, ainda que façam, tudo pode ser esquecido, escondido, ou até mesmo negado, eu não me interesso por isso(suas vidas) a menos que isso afete meus planos. e ainda assim, todos têm o direito de não agir de acordo com os nossos pré-requisitos.
+ 10 minutos se passaram e eu continuo tentando entender, mas eu sei que no fundo, no fundo as pessoas não se importam com porra nenhuma além delas próprias, e sei que cadsa um deve mais é cuidar mesmo de si. O que inquieta a minha mente queimada pela curiosidade(filosófica) é o por quê de tudo ser assim?
Eu poderia escrever aqui mais umas 612 linhas, mas isso não teria o menor sentido, ou a menor utilidade...

AS PESSOAS NÃO ENTENDEM!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dar satisfação...

Na minha senilidade eu descobri uma coisa muito útil: não tenho que dar satisfação nenhuma dos meus atos. Hoje eu posso simplesmente responder a qualquer pergunta sobre algo que eu fiz com: "Eu fi-lo porque qui-lo" e continuar minha vida. Isso é maravilhoso!
Quando eu era mais novo eu vivia dando desculpas e satisfação para qualquer coisa:
Por que não ligou?; Por que ligou?; Por que cortou o cabelo assim?; Por que você bebe?; Por que você gosta dessa roupa?, e com isso eu via um verdadeiro mar de incertezas se formar em minha frente. Eu pensava que a resposta errada a uma dessas perguntas poderia afetar a impressão que as pessoas têm ao meu respeito. Claro que afeta, mas isso deixou de ser uma preocupação. Não que eu não me importe com o que as pessoas pensam ao meu respeito, mas acho que algumas coisas não são mesmo da conta de ninguém. E daí se você acha meu dedo feio?
Eu era realmente muito imbecil. Ficava repensando na cama cada frase que eu disse a alguém e como elas poderiam ser interpretadas, e se isso ia dar uma má impressão a meu respeito etc. Chegava ao ponto de tentar chamar o assunto do dia anterior só pra desdizer, re-dizer, ou acrescentar algo ao que eu disse apenas para ter certeza da reação da outra pessoa. Mas ainda pior que isso era o medo que eu sentia em não ser entendido.
Olhando lá pra detrás eu percebo o quanto eu mudei e nem mesmo senti essa mudança. A idade vai se assentando em nossa personalidade e nos deixando mais calmos, reflexivos e coerentes. Embora eu esteja me achando um velho, creio que um bom "vá tomar no meio do seu cu" tem lá seu valor. Algumas pessoas nos fazem tantas perguntas que não as interessa que isso é tudo o que temos vontade de dizer. Às vezes a gente até pode, mas de vez em quando é bom dar uma de educado e se sair.
A quem é que interessa quem ligou pra você? O que você viu? O que comeu? Sua mulher, seus amigos, os colegas??? Nada disso! Às vezes isso não tem importância nem pra você mesmo, mas sua mulher vai te perguntar: "quem é 91916161 que ligou pra você meia-noite?", seus amigos vão te perguntar: "você viu fulana de tal por lá?", seus colegas vão te perguntar na volta do almoço: "e aí, qual foi o rango hoje?" E você, como um cidadão bem educado há de responder a todas essas perguntas com a maior paciência possível, mas a minha senilidade permite responder a todas essas perguntas com um simples: "e eu me lembro?".
Ah! Como é bom ficar velho!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Marcha da Maconha


Tô sabendo aí que dia 05/12 vai rolar a marcha da maconha em Salvador, saindo do Farol da Barra.
Acho que seria o mínimo, por parte dos maconheiros dessa cidade, que eles passassem um dia inteiro sem fumar, ou portar maconha, para que nada atrapalhe seu dia de lazer tranqüilo, com seus colegas, coligados,
simpatizantes e afins.
Os gays conseguem fazer suas passeatas, dias de orgulho e outros simbolismos gays similares. Existe um número muito maior de maconheiros que de gays nessa cidade, pelo menos na cidade que eu vivo e vejo, será que essa massa maconheira é mesmo lesada ao ponto de continuar aceitando ser discriminada, não pela sociedade, mas pelo governo que proíbe uma droga que só mata porque o próprio governo paga a bala perdida que pode achar qualquer um?
Estamos perdendo tempo ao nos fazermos de desinteressados nos problemas reais do nosso mundo. As pessoas vão ficando cada vez mais imbecis, o governo cada vez mais escroto e o futuro cada vez mais desesperançoso, porque nós simplesmente não somos capazes de fazer pequenos sacrifícios, como ficar um dia sem fumar maconha, ou sem beber cerveja, ou sem jogar papel no chão, ou sem ofender alguém gratuitamente, sei lá.
O que eu sei é que se os gays pode fazer suas paradas, os maconheiros têm é que deixar de viadagem e partir pra ação.
Querem legalização, ou acham bonito a criminalidade?

O amor é a unidade básica

Eu tenho tentado viver da maneira mais reta, sincera, agradável e honesta para com as outras pessoas, mas não sinto reciprocidade nesse tipo de atitude. Às vezes eu mesmo me esqueço do princípio básico em caso de dúvida. "Que dúvida seria essa?" Sabe aqueles dias que alguém te dá o troco errado (pra mais) em um lugar qualquer e você só se dá conta depois, mesmo assim volta e devolve, e outras vezes você vê na mesma hora e mesmo assim não devolve, guarda o dinheiro depressa e vai embora. Excetuando-se aquelas pessoas que têm mesmo apego ao dinheiro e os mau-caráteres por natureza a única coisa que poderia me levar a devolver ou não o troco seria a gentileza de quem deu o mole. Isso não tem nada a ver com minha necessidade financeira, ser uma gracinha num caixa de supermercado, ou um pagodeiro numa barraca de praia, isso é apenas o reflexo do amor ao próximo.

Baseado num sistema simples de medidas, que não nos leva a lugar nenhum na prática, mas que conforta a nossa mente nos deixando tranqüilos com relação aos nossos atos de "pequena sacanagem". Às vezes a gente só precisa de uma dose mínima de amor para evitar um monte de imbecilidades que em sua presença seria imponderável.

Existem milhares de maneiras de se experimentar o amor, mas a grande maioria das pessoas, por mais que lhe digam e mostrem isso todos os dias não fazem idéia do que seria esse "amor", ou de que maneira utilizá-lo racionalmente e principalmente honesta. As pessoas estão muito apegadas à sua conveniência e raciocínio demente, que desconsidera o amor como medida fundamental.

Isso não tem nada a ver com "só o amor importa", mas tem tudo a ver com "quem ama cuida" e esse cuidado praticamente não existe no dia-a-dia. O "amor ao próximo" da maioria das pessoas desaparece quando elas pensam unicamente na própria pele, ou, mais especificamente, no bem-estar pessoal. Elas não querem saber se o que pensam é coerente, simplesmente não querem saber de dar crédito ao próprio amor, ou ao cuidado que elas deveriam ter com as pessoas amadas. Essas pessoas simplesmente só pensam nelas mesmas.

Isso não é nenhum tipo de invenção nem descoberta extraordinária. Qualquer um pode observar à sua volta es constatar que antes mesmo de se sentirem ofendidas elas agridem verbalmente umas às outras da maneira mais estúpida e covarde. As pessoas adoram xingar as outras, adoram sacanear as outras e passá-las para trás a troco unicamente daquele bem-estar irracional que sentem quando acham que fizeram a coisa certa, por exemplo: ao xingar o motorista de ônibus por frear bruscamente, ou andar devagar demais.

Às vezes o simples ato de não observar silêncio pode ser uma grande prova de desprezo à condição humana alheia e uma espécie de "desculpa" para vários outros delitos contra a unidade fundamental do ser humano. As pessoas cometem o "mal" por achar que esse "mal" nunca irá atingi-las.

Infelizmente não podemos viver a nossa vida abstraindo tudo o que a gente não quer nas outras pessoas, mas podemos começar a mudar a nós mesmos, nos cuidando mais e cuidando que as pessoas e todas as coisas com as quais nos relacionamos no mundo entrem na mesma harmonia. Sei que às vezes tudo foge ao nosso controle, mas se pensarmos bem e canalizarmos a nossa energia para o que é positivo, conseguiremos entender e nos relacionarmos melhor com todo o universo à nossa volta.

É hora de apagar do nosso espírito todo vestígio de maldade e destruição do ambiente, todo pensamento negativo deve ser eliminado. Fatalidades acontecem, mas não devemos usar nenhum tipo de "desculpa" para "quantizar" o mal. A maldade paga-se a si própria. O amor é a base da nossa existência.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ah mundo!

Quase a totalidade dos meus amigos acham que eu sou, no mínimo, maluco. Eles não entendem, por exemplo, porque que é que eu pedalo 20km só pra comer água e depois volto os mesmos 20km bêbado e pedalando até a exaustão. Claro que isso é uma estupidez, mas são momentos que não tenho como descrever e que sinto necessidade deles com cada vez mais urgência.
A medida que o tempo passa e a quantidade de pedaladas/semana vai ficando maior, vou me sentindo cada vez mais disposto a ir cada vez mais vezes, cada vez mais longe. É como o grito de uma saudade disparando em sua mente o desejo de estar com aquela pessoa que nos faz tão bem, mas não tem pessoa nenhuma, exceto a vontade de pedalar por aí arriscando o pescoço com algum motorista bêbado e mau-humorado, mas eu corro esse risco num ônibus, num táxi, ou mesmo de carona, portanto: "feliz daquele que se arrisca com prazer!"
Algumas pessoas vão à academia malhar seus corpos sarados ou surrados, mas elas gastam uma quantidade enorme de energia e dinheiro em uma coisa que eu não faço idéia como possa dar algum prazer, mas eu não fico enchendo o saco delas com meus comentários, nem as achando malucas. Algumas vezes não existe um respeito mútuo.
No momento imediatamente após a minha queda, tudo o as pessoas ditas "normais" pensariam seria no prejuízo da queda. Eu também pensei, pois minha câmera recém-adquirida havia voado alguns metros no ar e aterrissado desconfortavelmente no asfalto quase frio da madrugada, além da própria bike que teria sua cota de prejuízo financeiro, depois de eu ter finalmente me sentido feliz por ela não ter me feito gastar nenhum centavo no último mês.
No fim das contas pravaleceu o bom senso quântico dos acontecimentos. O Conserto da bike quer ser 38 reias(o preço de um guidão novo) saiu por 75 e o conserto da câmera que seria mais de uma centena de reias acabou saindo de graça e me levando a ter mais um dia formidável de bebedeira, que só foi terminar mesmo no dia seguinte com um magnífico sanduíce de almôndegas e uma carona tranqüila para casa.
Às vezes é muito fácil achar o mundo um lugar maravilhoso. É só se conectar às ambições certas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Claro que eu não aprendo

Quando eu tomei minha primeira queda de bicicleta eu fiquei cabreiraço de sair de novo. Acho que o problema foi que eu aprendi a pedalar já meio velho. Minha mãe até tinha comprado uma bike pra mim quando eu era pequenino, mas eu não tava muito disposto a aprender. Acho que meu instinto primitivo me dizia que não andar de bicicleta ia evitar um monte de dor, mas eu só escutei essas vozes dentro de mim até os 12 anos. Quando eu finalmente comecei a pedalar meu instinto primitivo já não era tão forte quanto o meu espírito aventureiro e esse sim era miseravão.
Minha primeira queda feia foi na rua da Fortuna, tirando onda de acrobata em pé em cima do quadro da bike, uma bmx, só pra me exibir pra uma gatinha que morava perto desse endereço. Tudo ia bem até eu tentar descer do quadro apertando o freio dianteiro, dali pro asfalto foi uma fração de segundo. Fiquei deitado no chão por alguns minutos até que as pessoas parassem de rir e me levantei fingindo tontura indo pra casa "todo fusquinha" logo em seguida.
A segunda foi um momento histórico. Eu fazia cross, mas não sabia andar de uma roda. Tentava de todo o jeito manter a bike empinada, mas era sempre em vão. Eu tinha medo. Um belo dia, na praça da Revolução, lado a lado com meus colegas de pedal eu decidi que daria "300 pedaladas" com uma roda só. Até que eu tava indo bem, já tinha dado umas 3 quando a bicicleta emborcou e eu fiquei com o pé preso no pedal (que na verdade só tinha o eixo) caindo de bunda segurando a bicicleta no ar.
Uma vez eu tava descendo a ladeira da Cocisa, em São Tomé de Paripe. Minha bike nessa época tinha freio no "contra-pedal", que é quando a gente só precisa pedalar para trás para ela frear, e eu achava isso fantástico, mas descendo uma ladeira dessas a gente não tem muitas opções para evitar acidentes com esse tipo de freio. No início da descida eu resolvi pedalar rápido pra que ela pegasse embalo mais rapidamente, mas meu pé saiu do pedal e a pedivela deu uma volta acertando o pedal de ferro em minha panturrilha, fazendo um estrago que eu batizei depois como "o Castelo de Blandar". A pedivela não parava e eu tive que descer a ladeira toda com os pés suspensos rezando para não me desequilibrar e cair no corrégo de concreto que beirava o asfalto. Eu só pensava que ia morrer, mas consegui chegar na praia e tomar um banho de mar cicatrizante e encorajador, pois sabia que ia tomar um "sacode" de minha mãe quando ela me visse com a batata toda lascada.
Uma outra vez na mesma rua da Fortuna, mais uma vez me exibindo, provavelmente pra outra garota, eu fui pular o quebra-molas e na aterrissagem a roda traseira derrapou e eu saí ralando o joelho no asfalto por uns 3 metros ganhando assim minha outra cicatriz lendária batizada de "olho de Thundera".
Eu tomei mais quedas do que eu consigo lembrar. Não só de bike, mas correndo, andando, subindo em coisas... eu nunca fui um cara muito de me intimidar com porra nenhuma, porque eu nem quando guri era covarde bastante pra não sair de casa por medo, pelo contrário, eu tinha era pânico de ficar em casa só (A cuca me assustou até uns 16 anos sem nenhuma brincadeira). Já com meus 18/19 anos a galera inventou de ir até Piatã pedalando, e como eu tava sem bike, pediram uma emprestada e jogaram em minha mão. Passamos num posto no caminho e pegamos uma garrafa de vodka e algumas de suco natural de laranja. Eu era o "biker bar" e fui fazendo a dosagem da mistura e dividindo nos squeezes de modo que sobrasse mais pra mim, é claro, que era um excelente comedor de água. Lá pelas tantas, já na orla, eu e meu brother Pep resolvemos esticar a pedalada até Stela Mares, já que a outra parte da galera (as meninas, que iam de carro) ainda não havia chegado no local combinado e o resto dos marmanjos estavam esgotados demais pra seguir pedalando.
Pep ia numa Caloi 10, bike de velocidade, e eu ia bêbado numa mountain bike emprestada. A gente chegou em Stela, tomou duas numa barraca e voltou. Como a bicicleta de Pep era mais veloz, na volta ele disparou na frente e sumiu de minha vista. Quando eu cheguei em Itapuã e não consegui mais vê-lo, resolvi disparar no seu encalço. O sinal fechou, me dando a chance de atravessar e sair em disparada, mas poucos metros à frente uma viatura da polícia resolveu parar num lugar onde eu tinha duas escolhas: desviar e seguir, ou reduzir e salvar meu coro. Claro que um bêbado não tem o menor apego ao seu courinho, então eu subi no passeio em alta velocidade, passei pelos "homi" e na descida tudo o que deu tempo de pensar foi "me fudi!". Eu vi cada pedrinha de asfalto se transformar em pedregulhos enormes passando rente aos meus olhos. O pânico de ser atropelado não me deixou desmaiar e eu levantei tão rápido quanto caí, saindo depressa do meio da rua quando um dos policiais me fez as perguntas mais estúpidas que alguém poderia me fazer nessa situação: "O que foi isso aí, rapaz? Você caiu, foi?"
Só pra ilustrar um pouco o que foi essa queda todos os membros de meu corpo tiveram algum ferimento. Eu caí de cara no asfalto, mas o boné slavou boa parte do meu rosto que ganhou uma barba de carne viva do lado esquerdo e minha testa crescera uns 20cm, minha camisa tinha lascado nas costas, mas era meu ombro que faltava um pedaço, meu joelho, que era mais escuro que minha perna por causa do meu passado ganhara mais uma vez a cor vermelha e eu nem tinha certeza se podia estar mesmo de pé, mas não queria ficar parado ali esperando nada. Entrei no posto policial, lavei meu rosto e meus ferimentos, ajeitei o que pude a bike pra poder continuar e fui encontrar meus amigos, que apesar de assustados como eu, ficaram aproveitando a praia e a minha aparência de zumbi até o fim da tarde.
Quase 20 anos depois cá estou eu novamente de bike (Mariana). Essa semana ela está andando formidavelmente bem e como eu já estou mais em forma não tenho perdido meu tempo em ponto de ônibus pra ir a canto algum, pego Mariana e caio no mundo.
Ontem, voltando de uma noite esplêndida na sede do "Red Devils" na companhia de meus amigos de banda e mais uma galera do rock, completamente embriagado e cansado, resolvi que seria uma boa fazer uma filmagem e mostrar às pessoas como é tranquilo andar de bicicleta de madrugada. Não havia viv'alma na rua e eu podia andar sem as mãos por quilômetros antes que algum veículo aparecesse e lá ia eu bêbado e feliz quando uma imperfeição da pista, que não é uma coisa que a gente veja a uma distância segura à noite, não me deu tempo para colocar novamente as mãos no guidão e esperar o impacto. Enquanto eu narrava o que estava acontecendo acabei narrando minha queda. Infelizmente o vídeo não foi salvo, pois a câmera voou e não salvou. Meu ombro ganhou mais uma cicatriz e o guidão de Mariana ficou com fortes seqüelas. Meu celular não tinha carga, eu não tinha mais nenhum centavo nos bolsos, minha câmera estava quebrada, mas eu continuava bêbado e cansado. Pelo menos a bike ainda dava pra andar e eu vim devagarzinho pra casa com medo de que algo em Mariana soltasse e eu me esborrachasse novamente, embora não seja muito comum um cara cair duas vezes no mesmo passeio de bicicleta. Cheguei em casa mais aliviado do que puto, terei que saber agora de quanto será meu prejuízo, pois amanhã mesmo eu caindo na pista novamente.
Espero que eu um dia páre de ser tão vacilão, mas não quero nunca ser covarde.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Só tem imbecil

As pessoas têm a mania infeliz de sentir pena das outras. Isso é de uma cretinice tão grande como um gavião pegar um camundongo pra criar. Aliás, nós, seres humanos, racionais, bípedes e multigâmicos, já demos provas suficientes para comprovar qualquer teoria, feita por qualquer imbecil, a mando de um bando de "filadaputa" que, provavelmente, ou é facínora, ou um de apito, que estava a mando de algum ingênuo, é falha, incabível, inaplicácel, e até mesmo inútil. Exceto pra aquele outro bando de estúpidos sem qualquer valor. Sinceramente eu não sei que sentido faz certas coisas.
Mas também eu sou um cara sem nenhum tipo de apego moral, social, ou espiritual. Logo, toda e qualquer atitude que eu venha a tomar em relação a qualquer pessoa, em qualquer circunstância, seja em qual for o lugar do planeta, seja qual for o planeta, não terá nenhum cunho filosófico, artístico, ou religioso. Será uma coisa meramente irracional.
Acho que seria bem mais legal se as pessoas, pelo menos, se respeitassem mais, se tolerassem mais, ou se sorrissem mais, agradassem mais e amassem mais, mas isso não é uma coisa que ninguém, pelo menos adulto, pede a papai noel. As pessoas só pensam nelas mesmas. Não que isso seja errado, mas elas são más nesse tipo de pensar. Imaginam que apenas elas merecem algum tipo de felicidade, tipo estar sozinhos mo trânsito, ou beijar a maior gracinha do rock. O egoísmo, egocentrismo, ou só imbecilidade mesmo das pessoas consiste em elas fazerem o bem sempre, mas nunca em benecício gratuito a alguém que não interesse obscuramente.
Eu, de verdade, gostaria muito que as pessoas parassem de pensar merda a respeito das outras por questões de dinheiro, falta de dinheiro, cor, falta de cor, religião, ou falta dela, tamanho, altura, peso, cabelo e todas aquelas coisas que já provamos de milhões de maneiras que podem nos diferenciar. Claro que sempre vai haver uma desgraça mentindo pra você, mas pode muito bem se enganar uma vez ou outra, o que não pode ser é se fazer de estúpido o tempo inteiro.
Acho que sempre podemos aproveitar melhor os nossos dias, mas uns sacanas só querem foder o dia dos outros. De bicicleta eu evito 85,8% dos imbecis do planeta, que querem matar os 4,2% da população que usa algum tipo de veículo a motor e que finge não querer foder todo o resto, mas isso não vai impedir o mundo de se acabar.
Enfim!
Acho que é melhor dar boa noite e ir pra cama!
Espero, com toda a força que habita meu corpo pesado e cansado, que todas as pessoas deveriam sorrir.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

E na volta pra casa...

- Motorista, ande logo nessa porra que eu quero chegar logo.
- Chegar logo pra que, rapaz? Vai achar o que em casa essa hora? Vai ver corrida de homi nu, é?
- Vou encontrar o ricardão.
- E vai fazer o que?
- Vou perguntar se ele tá usando camisinha.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Anjas e jumentas

Às vezes a gente tá andando pela rua e vê umas coisinhas que não podemos deixar passar sem pelo menos um "Nossa! Que linda!", que nos escaba pela boca, muitas vezes sem querer. Acredito que isso seja normal até mesmo com mulheres, pois elas sabem melhor que ninguém reconhecer o belo. o que me dá angústia, tristeza, ou até mesmo revolta algumas vezes, é que essas "coisinhas lindas" nem sempre sabem como lidar com um elogio. Desde os mais criativos até os mais escrotos e baixos.
Algumas dessas garotas, na verdade, não tem a menor noção de como lidar com a própria beleza e isso acaba influenciando as relações interpessoais, pois na cabeça delas se ela está bonita ou não não é da conta de ninguém, exceto daquelas pessoas que ela "aprova" que a elogiem. Tem gente que chega mesmo ao absurdo de, ao ouvir um gracejo qualquer, solta logo um "vá se fuder!".
Imagine aí!
Você passa por uma gracinha e diz: "Eu não sabia que os anjos freqüentavam esse lugar." Aí a infeliz vai e larga: "Pena que os diabos também." Quando é simpática.
Me lembro uma vez, eu tava vendo umas paradas no centro, com um coroa que nem era daqui, mas tava de rolé pra levar uns presentes pra esposa no interior. De repente ele avistou uma moça de vestido verde, realmente bonito, apesar de verde, vindo em nossa direção pela calçada, e quando ela chegou bem pero ele largou: "Mas que vestido bonito!" E infeliz fechou uma cara, e como se estivesse falando com a mãe respondeu: "É, mas não é pro seu bico!" Claro que o coroa, macaco velho, não perdeu tempo e completou: "Eu gostei foi do estribo, não da jumenta."
Eu ainda tento entender as mulheres, tento mesmo, faço um esforço fenomenal, mas não consigo. A gente não pode elogiar, não pode falar mal, não pode notar, não pode deixar de notar, não pode falar, não pode pegar, não pode, não pode, não pode um monte de porra.
Graças a Jah isso não é em 100% dos casos. Algumas até dão um sorriso e transformam uma coisa besta em algo fabuloso.
Sei que muitas dessas garotas se tornaram amargas assim por causa dos próprios homens que nunca sabem como elogiar uma mulher sem baixaria, ou com algum desinteresse, e isso muitas vezes gera um monte de situações desagradáveis para as pobres donzelas, mas, na moral meninas, quando alguém lhes fizer um elogio qualquer, desde que não seja agressivo, pelo menos agradeça, não por obrigação, mas por educação mesmo. Garanto que isso vai fazê-las sentir melhor e ainda mais adoráveis.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Na segunda a ressaca é de lei

Segunda-feira é dia
E por que não seria?
Tem o tédio, tem o ódio e tem ressaca e poesia

Terça-feira é também
Na paz, tudo bem
Ressaca de leve e beber com alguém

Quarta-feira já era
Por que a espera?
Se eu já comecei a acabar com ela

Quinta-feira, dia internacional
De comer água e passar mal

Sexta-feira eu nem posso dizer nada
Se já acordo com a cara embriagada

Sábado é quando o bicho pega
Ninguém corre, ninguém se entrega

E domingo, meu pai, eu nem sei
A que que horas a beber eu comecei
Na segunda a ressaca é de lei

(07/08/2006)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

9

Eu pensei que iria assistir a um clássico da animação, mas não passa de um filmeco. Falta beleza, graça profundidade, inovação, história...
É o mercado que cria essas coisas.
Não é de todo mal, mas é bem abaixo de minhas expectativas.
Decididamente essa foi a broxada do ano.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Miserabilidade

A habilidade de não sentir aversão a coisas condenáveis;
Não ter comiseração do miserável;
Não sentir pena do que sofre;
Não sentir afeto pela inocência.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Simpli City

As pessoas andam de um lado e outro, todas vão e vêm dos mesmos lugares. Compram, vendem, usam, trocam, conversam apenas o básico: "Quanto você quer?", "Eu queria um pouco disso", "estou indo pra casa agora, fazer o almoço", "queria um pouco daquele tecido azul", "Bom dia!"...
A vida segue como um carrossel que nunca pára.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ronaldinho Gaúcho

Algo conspira para que o Gaúcho volte ao Brasil.
A próxima temporada será das melhores. Mais gente deve retornar.

Repto

Algumas pessoas não conseguem entender que elas não vivem numa maré, que vai e vem, e leva todos, e os traz de volta. Elas realmente crêem quem se todos os que ela conhece são de uma opinião, essa é a única opinião possível. É sério! Hoje, 21 de setembro de 2009, eu posso garantir que existem pessoas que nunca ultrapassarão a fronteira invisível da evolução.
Elas não conseguem imaginar um mundo melhor do que ele é, porque elas não conseguem usar a sua imaginação para coisas positivas e daí, dessa quântica negativa, todos os nossos pesadelos vão ganhando cor, forma e rosto.
Não há nada que impeça o mal de acontecer, mas pode-se fazer tudo para que ele simplesmente não exista.
As pessoas mudam. Acredito que a maioria delas têm realmente um bom propósito nesse mundo e por ele elas são capazes, se conseguirem enxergar, de transformar essa realidade de sofrimento e batalha em algo que seja realmente própero e harmonioso.
O mundo é nosso e estamos acabando com ele. Quntos animais nós extinguímos sem nenhuma necessidade? Quantos rios e florestas nós matamos pra aumentar a nossa degradação? Como seres "inteligentes" temos o dever de lutar pela preservação desse planeta. Não só de sua sobrevivência, como também de sua harmonia.

Seja você

É muito esquisito o fato de as pessoas quererem que você seja do jeito que elas querem que você seja. Você não pode ser diferente do que elas querem, pois isso torna você um antipático, descontente e até mesmo um vigarista.
Algumas vezes somo impelidos a tomar decisões contrárias ao nosso caráter, simplesmente por não querer discordar da maioria.
Outras vezes mantemos velhos hábitos por não querer alterar uma tradição psicológica, que não altera em nada a sua vida, ou a de qualquer um, de seguir em frente. Às vezes esses hábitos são até prejudiciais à nossa integridade o que torna um competo despropósito.
Fico intrigado com algumas pessoas que não conseguem sair de uma situação ruim pelo simples fato de não saber, ou ter mendo, de como será a sua vida sem aquilo. Observe que a humanidade teve que mudar muito, passar por vários estágios de evolução para sua espécie não desaparecer, mas o indivíduo muitas vezes é incapaz de ultrapassar essa fronteira.
Acho que devemos mudar. Sempre. Sempre para melhor, para ver o mundo melhor, para termos relações melhores, para vivermos num mundo de pessoas melhores.
Não se deve nunca desistir disso!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A lavagem dos 36

Eu achava que uma semana era o bastante para se comemorar um aniversário, era o que eu pessoalmente batizei de "Micareta Thilindão". Comer água todos os dias simplesmente para festejar comigo mesmo o meu aniversário podendo assim comemorá-lo com o maior número possível de meus amigos, incluindo a grande maioria que não sabe quando é o meu aniversário.
Mas na minha cabeça, e agora eu tenho ainda mais certeza disso, toda micareta deve acabar numa lavagem e a minha não poderia ser diferente.
Meu aniversário começou numa quarta e terminou numa sexta durando exatos 10 dias, mas a minha ressaca só foi passar 2 dias depois do meu último gole de cerveja. Fui uma coisa que os mais caretas podem chamar de estúpido, mas quem é comedor de água profissional chama isso apenas de um pequeno acidente de percurso. Na verdade eu já havia parado de comemorar meus aniversários, mas nessa sexta-feira em questão eu encontrei amigos que ainda não tinham me felicitado e queriam me pagar uma cerveja, conversar um monte e ficar chapados. Foi assim que eu acabei não indo ver o show de minha futura baterista, porque desde a tarde de sexta até a manhã de sábado, eu consertei a bike, tomei todas na praia vendo umas danadas quebrando na praia com "tudo enfiado", fui num brega, rodei meia cidade, bebi São Jorge com a nova garrafa, encontrei com Pitty por acaso, mas esqueci (é lógico) de parabenizá-la mais uma vez por várias coisas e acabei em "Camarada"(boteco do Iguatemi de Periperi) com o sol já querendo tostar minha pele de ébano.(ééé)
Estava tudo certo de eu ir ver Lily tocar na Saraiva (Salvador Shopping), com Minha Shexa Linda e também iria encontrar com a Fomidabilidade em forma de gente, Rachel Smoke. Almocei, peguei a bike e levei em Jean(oficina de bikes) para regular umas paradas. Saí da agência na intenção de passar na casa de uns brothers pra conversar com Antônio antes de pegar meu busu pro shopping, mas no meio do caminho me bati com Caffus Cara-Larga (compositor, professor e percussionista da Ativos Resistentes), que acabou me convencendo a tomar uma ali na praia, pois era seu dia de folga, e tinha um tempão que a gente não trocava idéia, e blá, blá, blá... e lá fomos nós.
A praia estava tranqüila, poucas pessoas, algumas barracas já fechadas e a gente se sentou na primeira mesa que encontrou no quisque de um cara que era a cara de Roberto Carlos o jogador. Conversa vai, conversa vem, aparece uma criatura cuja face não aparenta ter mais de 13 anos, mas como eu a tinha visto apenas de costas não pude deixar de notar toda a sua corpulência e admirar a sua habilidade requebrando até o chão com uma outra criatura igualmente corpulenta e habilidosa, porém com a feição um pouco mais velha. Paramos nosso papo por várias vezes apenas para ficar admirando as duas se acabando no pagode.
Algum tempo depois chega DDD e ficamos os três pensando merda e conversando besteira, enquanto isso o sol vai se indo e eu páro de conversar apenas para admirar alguns poucos segundos de sua partida. Na volta para a mesa as pessoas já planejavam uma visita em "Orlando" (um breguinha na beira da praia em Escada) e lá fomos nós.
O brega não estava lá essas coisas, aliás eu já devia ter até me acostumado, pois sempre que vou lá tá uma merda, mas a cerveja ainda é barata e resolvemos tomar algumas. Com o avançar da noite a área térreo fecha e os clientes são convidados a ir para a boate no piso superior continuar sua cachaçada e aguardar as meninas do turno noturno, mas as coisas não melhoraram muito por lá. A única que valia uma cerveja foi logo capturada por um sortudo que a viu primeiro e estava saindo para fazer seu trabalho. Tomamos mais umas duas e vazamos. No caminho um papo rápido com Antônio e só.
Eu ainda pretendia encontrar minhas amigas, mas no dia seguinte eu prometi estar na Cidade de Plástico (assentamento do MSTB) às 6 horas, a fim de ajudar na festa de comemoração dos 3 anos de assentamento que começaria com um baba e depois um café da manhã caprichado, mas nada em minha vida acontece do jeito que eu quero. Depois do banho relaxante toca o telefone. Era Jáspion, lembro a ele que ele está mais de uma semana atrasado de me dar meus parabéns, então, 30 minutos depois ele está buzinando na minha porta para a gente tomar mais umas de meu aniversário atrasado.
E assim começa uma tour por bares e postos de gasolina e uma sucessão de acontecimentos que meu cérebro nem mesmo consegue guardar tudo, a exemplo do São Jorge que eu lembro de ter bebido, mas não lembro onde e tampouco com quem, mas a foto no meu celular e a minha vaga lembrança não me deixam nenhuma dúvida de que aquela noite foi muito mais louca do que eu posso lembrar.
Numa dessas paradas aportamos no Dubliners Irish Pub onde tocaria Magalhanes Muertos, mas já tinha acabado e quando eu cheguei a única coisa que eu pude ver foi Pitty saindo não sem antes me dar um abraço que eu tava com desejando há um bom tempo.
De lá voltamos pra Pericity, mas não para casa. Jáspion me deixou em Camarada(de novo) e eu vi o dia nascer bebendo ainda mais algumas e trocando idéias com uns brothers "das antiga" tentando me manter de pé até a hora do baba na CDP, mas não agüentei e fui para casa imaginando que um banho me despertaria.
Nem banho, nem CDP. Acabei dormindo de qualquer jeito e quando acordei, 11 da manhã, tudo o que eu queria era morrer, pois não me imaginava de pé tocando dali a algumas horas. Tudo o que eu queria era poder ficar morto, mas o vômito e a diarréia não me deram paz em nenhum momento até a última vomitade de sangue e arroz as 16:45h, quando eu resolvi pegar meu baixo e picar minha mula pra Brotas antes que eu furasse a mais um evento nesse dia.
Cheguei em Brotas e encontrei uma galera enchendo o caneco numa barraquinha na esquina do lugar onde seria o show. Pedi uma água com gás e me sentei a fim de sentir meu corpo se recuperar. Deu certo, e 15 minutos depois da água eu já conseguia beber cerveja e conversar alegremente me esquecendo totalmente de minha barriga vazia.
Empurrei os dois pés na jaca novamente e só fui parar de beber depois do show, quando a fome realmente começou a querer se mostrar. A galera decidiu comprar umas cervejas no mercado e ir pra casa de Brust, eu queria comer e voltar a beber, pois tinha parado com medo de passar mal... mas isso não adiantou. Quando eu senti o cheiro da pizza, meu estômago quis comê-la antes de mim e começou a dar saltos, fui ao banheiro e novamente o vômito de sangue dessa vez com cerveja encerrou minha carreira por mais uma noite.
Na manhã seguinte, ainda na casa de Brust, eu não vomitava mais, mas cada copo d'água era uma ida no banheiro para uma mijada pela bunda. Uma coisa realmente pavorosa. Saí de lá já de tarde sendo resgatado por dona Jane, que ainda cuidou de mim até à noite me medicando e fazendo eu comer alguma coisa antes que a morte por inanição se abatesse sobre mim. À noite ela me trouxe para casa e eu já me sentia bem melhor, mas só fui ficar zero bala mesmo na segunda de manhã, mas eu nem praguejei muito minha sorte. Pelo menos eu tinha certeza que meu corpo estava completamente lavado por dentro. A fundamental lavagem dos 36 anos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

JLA 1635

Isso é a placa de um ônibus da Expresso Brasil. Ontem por volta das 17:30 nas proximidades de Ilha de São João o motorista deste veículo Jogou-o sobre mim no ACOSTAMENTO, tentando me fazer cair ou morrer, numa descida na qual a minha velocidade seria maior que a sua, pois a pista estava com muitos buracos e ele não conseguiria desenvolver uma velocidade maior. Por isso eu peço a todos cuidado com esse elemento, pois ele é um perigoso assassino e deve ser preso.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O pedal da Ilha (26/07/09)

Acordei 5:45, liguei a tv, fui tomar banho, dei uma olhada em Conhaque, que estava mancando provavelmente por causa de uma das mordidas da véspera. Dessa vez eu arrumei minha “pochete-mochila” mais decentemente: protetor solar, toalha; também lembrei de pegar duas garrafas de água empedrada que estava no congelador e saí. Tinha colocado o celular para secar sobre o motor da geladeira e quando fui pegá-lo vi que havia dado certo a técnica, e o aparelho funcionou sem nenhum problema. Pareceu até melhor do que antes de mergulhar no rio do Cobre. Já quase 6:30h, passei no QG e não vi viv’alma, passei pela porta de Antonio Cláudio e nada. Liguei em seu celular, mas só dava caixa. Dei uma volta pela praça deserta pensando no que fazer e resolvi ir sozinho para a Ilha.

A suburbana estava tranqüila. Tem alguns pontos sagrados de parada para reabastecimento, mas infelizmente os bares estavam fechados. Vim todo o caminho a bico seco, porque um homem bruto como eu não ia ficar bebendo água de estômago vazio. Fui parar apenas na feira de São Joaquim, onde comprei umas frutas para meu desjejum.

Fui para o ferry-boat na esperança de ainda encontrar o pessoal da pedalada, mas não vi ninguém. Eu tinha esquecido de olhar minha carteira e só lá que eu descobri que tinha apenas 17 reais e a passagem para a bicicleta custava R$ 13,45. Por sorte aceitava cartão e eu adiantei meu lado. Peguei o ferry de 7:40.

Lavei as frutas no banheiro do ferry e fiquei me refestelando enquanto curtia a vista. O porto de Salvador estava congestionado, havia navio pra caramba aguardando para atracar, grandes, enormes, gigantescos. Ao longe a gente vê a ponta de Humaitá e a medida que o barco se afasta a gente pode ver a quase toda a cidade, até mesmo a igreja de Periperi. Gastei 10 reais com um óculos escuro, porque o que eu estava usando, arranhado, incomodava muito e fiquei apenas com 7 contos na carteira.

Chegando na Ilha, fui direto no Bompreço pra saber até que horas ficaria aberto, caso eu precisasse comprar algo no cartão para não morrer. – Tá aberto até 19h. – Disse a gracinha que empacotava as compras. Segui meu caminho pela estrada Bom Despacho-Nazaré sem saber ao certo que caminho seguir entrei em Vera Cruz, que eu não conhecia e antes de chegar na praia encontrei um grupo imenso de bikers vindo em sentido contrário. Era o pessoal com quem eu ia pedalar junto com um outro grupo de ciclismo do centro da cidade. Dei meia volta e segui a galera. Pelo menos não estava mais sozinho.

O povo não tinha muita certeza do “por onde ir” e isso causou um certo impasse em algum lugar que parecia ligar o nada ao lugar nenhum, mas chegamos a um acordo e descemos por uma trilha verdadeiramente bonita e desafiadora. Pra começar era meio areia e meio barro, como o meu pneu não era liso eu não tive muitos problemas, mas tinha uma barreira em minha frente, ora deslizando, ora atrasando meu lado, então eu resolvi ir para o pelotão da frente. O problema foi que numa pequena descida, já chegando na base, minha roda dianteira afundou na areia e eu fui arremessado para a frente. Ainda tentei abrir as pernas e pular o guidão, mas meu shorts ficara preso e eu caí com tudo quase perdendo o saco só tendo tempo de virar de costas para o chão, jogando também a bike pra cima evitando que ela terminasse por cair em minhas costas. Por sorte pegou apenas na coxa e a bike teve apenas a manete esquerda quebrada, mesmo assim ainda conseguia frear com o cotoco.

Seguindo ainda por essa mesma trilha, logo após uma estreita e difícil subida, saímos num pequeno lugarejo onde os homens batiam uma laje enquanto as mulheres caprichavam no feijão que cheirava... Sendo um dos primeiros a subir, tratei logo de me inteirar das paradas e saber se precisavam de ajuda na laje, já que iam chegar mais de 40 corajosos ajudantes (o trabalho acabaria logo, mas o feij
ão com certeza não ia dar conta). Uma gracinha que se aproximava da panela chegou até mesmo a me oferecer um prato, mas eu tive que recusar mesmo sabendo que aquilo devia estar delicioso. Saímos um pouco a frente do que pretendia-se (Manguinhos), mas chegamos em um sítio deveras aprazível chamado Amoreiras. Um garoto local me contou que duas vezes por ano rola uma prova de motocross por aquelas plagas; é uma praia pequena e linda próxima a Itaparica. A orla é muito bem cuidada e possui também uma ciclovia em ótimas condições.

De Amoreiras seguimos não sei pra onde, mas muito mais adiante disseram que era pra um lugar chamado Baiacu”-Y” que estávamos seguindo, ou Baiaquíves, para os mais íntimos. Nesse percurso alguns ciclistas tiveram problemas com suas bikes e em uma das muitas paradas, só depois de algum tempo parados é que fomos saber que estávamos em frente a um posto médico, e eu logicamente me lembrei que havia bebebouro e dei a idéia pra quem estivesse “seco”, como eu, ir encher suas garrafinhas lá. Foi um maluco na minha frente, encheu sua garrafa e vazou, eu fui logo em seguida, em chi minhas duas garrafinhas e vazei, mas quando eu saí do posto não encontrei nenhuma alma ciclística na pista esperando, ou mesmo pedalando por perto. A galera simplesmente desapareceu e lá fui eu atrás do bando.

Devo ter pedalado uns 5km até ver sinal das pessoas e isso já me deixou meio puto. Tava começando a pensar seriamente em continuar minha jornada sozinho (ia ser bem mais divertido). Quando finalmente alcancei algum grupo (que aguardava alguém com o pneu furado) marcamos de nos reunirmos no posto, mas quando cheguei lá o infeliz estava fechado então paramos numa “venda” para reabastecer. Pedi logo uma cerveja e lá se foi mais 2,5 dos meus 7 reais. O bom foi que como o pessoal de Periperi não chegou, eu bebi no gargalo, sozinho e aquilo me meu tanto fôlego que voltaria pra casa numa jornada só. Alguns ciclistas também eram adeptos da cerveja, mas como eu não conhecia e nem fui apresentado a ninguém, me limitei a fazer um brinde discreto. A garota que atendia nessa “venda” era uma gracinha então eu puxei conversa sobre a trilha que seguia ao lado do estabelecimento. Ela disse que ia dar num rio com cachoeira e tudo e que seriam uns 40 minutos ou menos de bike. Falei com alguns ciclistas e eles até acharam uma boa, mas quando consultaram a chefe ela foi categórica: “Não vou porque eu não conheço. A gente vai seguir o que tava previsto!” e isso deu o assunto por encerrado, mas eu ainda volto lá.

O povo de Periperi deu o “zig” e agora eu era um total intruso num passeio de estranhos. Seguimos pro tal lugar por uma estrada cheia de subidas sem fim e descidas enormes até mais alguém se quebrar e a gente parar de novo, dessa vez perto de um rio que eu, é claro, fui ver de onde vinha e me bati com um visual bastante parecido com o do rio do dia anterior, onde Conhaque deu o mergulho do pânico. Também é claro que o povo não viu nada, pois onde eles paravam não se mexiam pra admirar nada (povo estranho da zorra).

Quando finalmente chegamos em “Baiaquives” eu pude sentir na alma porque essa galera fazia tanta questão de ir até lá. Tinha só uma igreja e um cemitério pra se admirar, mas era uma obra tão cheia de energia que por mais que eu odeie igrejas não pude deixar de agradecer a Deus por ter chegado num lugar tão “místico”, digamos assim. Na verdade eu não sei mesmo descrever o que eu senti admirando aquelas ruínas seguras apenas pelas árvores, que tomaram de volta não apenas o prédio da igreja, mas tudo o mais que tinha em redor, exceto o cemitério que ainda funcionava nos fundos.

Depois muita admiração, de várias fotos, descanso etc voltamos em direção à Barra do Gil e Mar Grande para nossa jornada final. Gastei mais 50 centavos com tangerinas e agora minha grana era apenas para emergências. Em Barra do Gil eu saí pedalando pela areia dura da maré baixa, de saque nas gracinhas que desfilavam pela praia, numa sensação total de liberdade e desapego. Passamos pelas ruínas de mais alguma coisa do Império, acho que um engenho, ou sei lá o que e, depois de esperar o conserto de mais uma bike quebrada, chegamos finalmente em Mar Grande para o almoço e a volta pra casa.

A essa altura eu já tinha interagido com algumas pessoas e a sensação de “estranho no ninho” havia ficado para trás. Sentamos todos juntos, bebemos cervejas, brindamos, conversamos horrores, contamos histórias, enchemos o bucho e, na hora da menina passar meu cartão para pagar meu almoço, acidentalmente ela passou 10 reais a mais e teve que me dar em dinheiro, o que aliviou minha dureza, além disso, ainda me deram uma outra parte em dinheiro, pois eu tinha dividido uma moqueca com um brother e agora eu não estava mais duro. Ao levantar da mesa pude sentir toda a dor do tombo que eu levei e a perna estava com aquele roxo “maravilhoso” que eu postei no meu fotolog quando comecei a contar a história.

Fomos para a lancha. Como não caberiam todos em uma só preferi vir na primeira, pois ainda teria que enfrentar mais 15km de pedalada solitária até Pericity. Nos despedimos com a promessa de fazermos ainda muitos passeios juntos.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Trilha do Cobre 25/07/09


Cheguei em casa de sexta-feira, às três e meia da manhã de sábado. Às cinco e meia eu teria que ir para o Terreiro de Gaia, casa de Wallace, a fim de encontrar o pessoal pra descermos para a mata. Mata essa que fica entre os bairros de Periperi, Valéria, Alto do Cabrito, Plataforma, Pirajá e mais algum, ou alguns, que eu possa ter me esquecido. Como sempre eu não consigo dormir imediatamente, então fui dar comida a Conhaque, que não poderia comer de manhã, fiz a minha especialidade da madrugada, comi, coloquei um filme no dvd e me deitei a fim de adormecer rapidamente, coisa que realmente aconteceu.
Acordei com o telefone tocando às 7:59. Era J. Tentei ser ágil, mas um programa sobre Golfinhos Rotadores me entreteve em frente à tv por alguns preciosos minutos e eu sequer comi qualquer coisa antes de sair. Minha “pochete-mochila” foi pessimamente arrumada por mim mesmo e esqueci de pegar as garrafas de água, frutas e tudo que poderia ser útil na mata. Também não passei na padaria para comprar pão, ou qualquer coisa para o desjejum, por pura preguiça e cheguei no Terreiro de Gaia muito empolgado com a ida à mata.
A equipe trilheira seria formada por mim, J, Êa, Impuro, Doida e James, além dos cães Conhaque e Sadam, o Cão d’água. Logo na entrada no terreiro os cães se estranharam e conhaque levou algumas mordidas de Sadam e Black, a dona da casa, mas logo conseguimos controlá-los cães e separá-los. Encontrei apenas J, Doida e Impuro. James não atendia o celular e quando atenderam disseram que ele esqueceu em casa. Êa disse que acordara e vira o céu nebuloso e achou que não iria dar mata, por isso ficou dando uma força ao seu pai em algum serviço caseiro. Foram chegando outras pessoas no Terreiro, mas ninguém que estivesse animado em fazer a trilha e aos poucos a equipe também foi esmorecendo.
O Impuro foi o primeiro a desistir alegando afazeres conjugais. James apareceu, mas já estava decidido a não descer, pois para ele deveríamos ter saído mais cedo. Ralo, que havia quantizado para a mata dar certo chegou também, mas com duas panelas de barro na intenção de fazer uma feijoada. A doida também já havia desistido quando o meu celular tocou. Era meu irmão me avisando dos perigos da mata, que fulano de tal foi levar um curió e foi roubado etc. Expliquei que ia com uma equipe grande e que ainda iriam 2 cachorros, que ele não deveria se preocupar e pensar sempre em coisas positivasQ1.
J estava conversando com alguém, quando eu anunciei que também havia desistido, porque estava sentindo muita energia e pensamento negativo em volta dessa trilha, e já estava me sentindo mesmo incomodado com aquilo. Ele me olhou um tanto surpreso, mas em nenhum momento fez alguma censura. Terminou o seu diálogo e disse que estava indo assim mesmo. Nesse meio tempo, eu havia telefonado para casa avisando que não iria mais e que ninguém tinha com o que se preocupar, mas quando J anunciou que iria mesmo sozinho, eu, prontamente, disse que iria também. E Saímos apenas os 4: Eu, Conhaque, J e Sadam.
No caminho, a poucos metros do Terreiro de Gaia, Conhaque apresentou sinais de que não estava bem. Começou a golfar, mas nada saía, apenas água, que ele bebera muito no Terreiro, uma espuma parecida com a que eu golfo quando acordo de ressaca (mas pensei besteira) e restos de ração. Minha preocupação voltou e eu já começava a pensar que ir era mesmo uma péssima idéia com mais essa “quizira”. Mas conhaque parou de golfar e voltou a caminhar alegremente, tentando alcançar Sadam a fim de brincar, ou devolver a porrada, sei lá.
A caminhada era bastante longa: 1km no plano, do Terreiro de Gaia até a ladeira de Mirantes; 1km de subida até Mirantes, de onde encontraríamos a trilha para invadir o matagal que não fazíamos idéia da distância. Antes da subida de Mirantes Conhaque já demonstrava cansaço e queria parar a cada sombra. Realmente fazia um certo calor, e ele, que não costuma caminhar tanto, devia estar exausto, coitado. J também não lembrou de trazer as outras garrafas de água e viera apenas um litro de água para nós 4.
Quando terminamos de subir Mirantes, Conhaque começou a golfar novamente e novamente eu pensei em desistir, mas lembrei que ao entrar na mata toda aquela energia iria mudarQ1 e ele melhorou novamente, e nós entramos. Nos primeiros metros de trilha soltamos os cães e eles puderam correr livremente, mas não por muito tempo, pois foram aparecendo pessoas. Primeiro um “brodinho” com cara de fugitivo, depois um velho mateiro cheio de cachorros, que seria o nosso primeiro oráculo, mas por estarmos segurando nossos cães nem pudemos trocar uma idéia.
Passamos um curto trecho de floresta e chegamos em uma clareira. Foi o primeiro ponto onde paramos para descansar e admirar a paisagem. Havia uma nascente de água atrás de um bambuzal semidevastado onde os cães se refestelaram e voltaram para descansar aos nossos pés. Conhaque tinha um palmo de língua para fora, mas estava com uma cara tão feliz... alguns poucos minutos depois ele já corria como um louco pelo campo com o outro cão igualmente bêbado dos efeitos da mata.
Depois da pequena pausa, nenhum de nós sentia nenhum tipo de cansaço ou indisposição, queríamos apenas nos aprofundar mais nos encantos e mistérios da mata que estava em nosso redor, mas não sabíamos bem por onde começar. J sugeriu uma trilha para o norte e lá fomos nós. Passamos por um caminho que chamamos de “Tubulão”, uma espécie de túnel formado pela vegetação. Um pouco à frente havia um entroncamento e decidimos ir pelo caminho que se iniciava pelo “parque de bromélias”. Em um dado momento, Conhaque me chamou para que eu passasse ele por um tronco que ele, apesar de saltador, não queria pular de jeito nenhum. Mostrei a ele como se fazia, mas ele queria que eu o carregasse. Não faço idéia do porquê disso, mas não cedi à sua súplica e continuei andando e camando por ele que não me seguia. Até que eu voltei um pouco e o encontrei num lugar totalmente diferente (ele havia dado a volta no tronco) no meio do matagal. Chegamos num lugar que já havia sido batizado antes de “Santuário das Jaqueiras”. Detentor de uma paz divina e de uma beleza inigualável. Com árvores tão grandes como prédios de 20 andares, com troncos largos e finos e de onde podia se ouvir o canto de todos os pássaros e até mesmo das próprias árvores, que pareciam brincar entre si com o bailado de suas copas bem no topo do céu.
Continuamos em frente, tirando as teias das diversas espécies de aranhas que encontramos pela trilha (deveriam estudá-las), fomos descendo o vale seguindo, além do nosso, o instinto dos cães que se mostravam cada vez mais empolgados, e, finalmente, encontramos o rio do Cobre numa visão realmente de perder a voz.
Os cães não perderam tempo e se jogaram na água, eu e J ficamos admirando o rio e olhando em volta, algum outro lugar onde pudéssemos também entrar no rio num local mais claro e aberto, pois ali deve habitar ainda jacarés e sucuris. Nesse mesmo instante lembrei de tirar os cães da água até que estivéssemos num lugar mais aberto. Sadam não demorou a aparecer, mas conhaque não havia conseguido subir. Ainda pude vê-lo nadando ainda para mais longe pela beira do rio, mas ele não se voltava e não parecia querer me dar atenção, ou simplesmente não me ouvia, o fato é que ele simplesmente desapareceu.
Sadam entrou novamente na água, creio que a fim de procurar seu amigo, mas o chamamos de volta e ele não conseguiu subir. Não conseguia passar por um tronco que estava em seu caminho e não conseguia contorná-lo, foi ficando cansado e começava a tomar uns “caldos”. Nessa hora a minha preocupação com Conhaque atingiu o ápice, pois Sadam era um cão bem mais experiente. Descalcei os tênis, tirei a pochete, e me joguei no rio com o celular no bolso, mas consegui resgatar Sadam. Conhaque continuava desaparecido.
Desde sempre eu ouvia histórias de ataques de sucuris e jacarés pelas bandas dos brejos de Periperi e adjacências, mas isso nunca me assustara tanto como naquele momento. Chegou a passar pela minha cabeça e pela de J que Conhaque podia ser atacado por um desses animais, mas como eu não cheguei a ouvir nenhum gemido, ou latido minha esperança de encontrá-lo vivo era praticamente uma certeza. Não via nenhuma trilha seguindo a beira do rio, mas tornei a calçar o tênis para continuar a busca por Conhaque, que não emitia nenhum sinal audível. Quando calcei o segundo pé, fechei os olhos e uma tristeza me abateu. Vi em minha mente a imagem de um cão boiando, morto, preso na vegetação da margem. Levantei a cabeça ainda com os olhos fechados e o pranto me chegou às orelhas, ou direto à mente, eu sabia que Conhaque me procurava e tinha que encontrá-lo. Levantei-me e pus-me a abrir uma trilha pela margem com o meu cajado mágico, gritando por Conhaque e tentando não perder o rio de vista.
Paramos para tentar escutar algum sinal de Conhaque e ouvimos um uivo. “Era ele!”, eu não tinha dúvidas. Segui a direção do som e ele soltou mais um uivo ainda mais claro, poucos metros depois pude vê-lo já fora d’água, cercado por uma espécie de planta cipó que se vê por toda floresta. Ele estava bem e conseguiu logo achar uma brecha e vir me dar um verdadeiro abraço. Ele estava muito feliz por ter nos encontrado e nós jamais saberemos pelo que ele passou nesse tempo sumido, mas eu sei o que passei e o quanto aquilo era maravilhoso eu não poderei descrever, por mais que eu fale de ter acordado tarde, de várias pessoas terem desistido, do fato de até meu irmão ter me ligado preocupado com essa mata, e de até o próprio Conhaque ter passado mal antes de chegarmos nela, não sei como eu agiria perante todos, ou perante mim mesmo, sei lá. Sei que aquele foi um momento mágico, místico, transcendental, fenomenal, benevolente, superlativo, espetacular, fabuloso...
Já tinha meu cão de volta e não queria mais olhar para “a cara” do rio. Saímos dali rapidamente e encontramos o que J chama de “Árvore de Deus”. Uma árvore imensa, que tinha uma outra árvore como parasita igualmente gigante. Paramos para um novo descanso e para nos refazermos dos últimos acontecimentos: Perdi meu cajado mágico quando encontrei Conhaque e me celular tomou um banho e não devia mais voltar, mas eu estava na verdade muito feliz por não ter perdido meu cão e por Sadam, Conhaque, eu e J também estarmos vivos e bem.
O despreparo para a trilha foi geral. Comemos uma tangerina e bebemos água durante a parada e foi tudo o que a gente comeu durante todo o percurso, havia esperança de se encontrar uma jaca, mas nada. Admiramos um pouco mais a “Árvore de Deus” e continuamos o nosso caminho, ou pelo menos tentamos, porque perdemos a trilha e deixamos os cães decidirem por onde irmos.
Eles nos levaram por uma trilha que descia novamente um vale, mas algo me fez sentir a presença de mais alguém. Chamei Conhaque, Sadam também ficou atento e tentamos escutar a mata para identificar algum som estranho a tudo o que a gente já estava acostumado a ouvir, mas nada. Descemos pela trilha e encontramos um homem parado no meio do caminho com um saco e um facão no chão, um tanto desconfiado e o cumprimentamos.
Seu nome era Nailton e ele nos deu algumas informações valiosas sobre a mata e suas trilhas e disse que estava parado ali pegando água que descia do monte formando um pequeno riacho. Contou que aquele riacho aparecia apenas no período de chuva e sua água era pura e milagrosa. Segundo Nailton, algumas pessoas utilizam aquela água para beber e também pra banhos medicinais, pois se acredita que aquela água possui propriedades curativas. Claro que aproveitamos para encher a nossa única garrafa de água e nos hidratarmos mais um pouco, além de dar um banho nos cães pra livrá-los de alguma doença que eles pudessem contrair (cada um crê no que quer quando acha mais conveniente)Q2.
Nos despedimos de Nailton e passamos a chamá-lo, entre nós de oráculo, visto que ele estava ali justamente para nos mostrar que nada de mau poderia nos acontecer naquela mata a não ser que nós mesmos nos descontrolássemos ou faltássemos com respeito à mesma, menosprezando sua imponência, importância e magia. A mata era auto-suficiente e nós ali éramos apenas uns animais como quaisquer outros.
Voltamos pela trilha e encontramos o caminho pelo qual havíamos entrado, chegando ao “Parque de bromélias” e o caminho que levava ao Tubulão, mas ainda havia uma outra trilha que ia para o outro lado e lá fomos nós ver o que nos esperava. Paramos para admirar alguns formigueiros na beira da trilha e testamos o barro que as formigas escavaram, que era de uma textura que dava vontade de esfrecar no corpo, mas continuamos nossa caminhada. Andamos alguns metros apenas admirando a paisagem, mas eu comecei a sentir algo me picando a canela. A princípio não dei muita atenção, mas o negócio começou a incomodar a vera. J disse que eram formigas, que ele as tinha visto quando a gente parou para a dmirar o barro, levantei a calça, não vi formiga, passei as mãos pelas pernas e continuei andando resistindo ao pinicar até que ele desapareceu. Encontrei um novo “cajado mágico”, maior e mais firme, que me ajudou ainda melhor a me apoiar e me livrar das plantas que invadem as trilhas querendo nos arranhar. Descobrimos que esse caminho ia muito além da nossa disposição, e também já estava ficando tarde. Havia uma feijoada à nossa espera e resolvemos voltar pra casa, passando novamente pelo ponto onde observamos os formigueiros, onde eu pude observar que todo o chão estava coberto de formigas miúdas, o que nos levou a passar por ali numa velocidade que nos classificaria para a final dos 100 metros rasos. Deixei meu novo cajado apoiado numa pequena árvore para quando eu retornar. Não queria levar nada da mata, pois entendi que já tinha tudo o que precisava.
Poucos minutos depois de entrar em casa, alguém me chama do lado de fora. Era Antônio Cláudio me avisando que no dia seguinte ia haver uma volta ciclística pela Ilha, com saída marcada para as 6 da madrugada, após um café da manhã que seria servido às 5:30 no QG de um dos grupos de pedaladas do bairro. Confirmei minha presença visto que naquela noite eu não teria speed para mais nada além de dormir cedo.

sábado, 1 de agosto de 2009

Questão de minutos

Um minuto atrás eu tava no portão pra sair de casa, no outro minuto eu tô aqui sentado porque começou a chover e se não passar no minuto seguinte meus planos podem mudar drasticamente.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Pudores

Eu viajo observando as reações das pessoas diante de algumas perguntas, se não forem bobas, são pelo menos de fácil resposta, do tipo: "Você já deu a bunda?". Acho engraçado também quando se pergunta a alguma garota se ela é virgem, normalmente vem antes de perguntar se ela já deu a bundinha, e as respostas são sempre precedidas de um certo espanto e desconforto, mas a resposta sai sem maiores dificuldades. Algumas respostas são até interessantes, tipo uma que disse que era casada há 8-9 anos e diz continuar virgem pois nunca tivera um orgasmo, e várias outras histórias que a cachaça nem me deixa lembrar, mas o que eu acho engraçado mesmo é o tubu ao se falar dessas coisas.
Engraçado porque todo mundo trepa e ninguém é obrigado a falar de suas intimidades, mas as pessoas no fundo, no fundo, gostam mesmo de uma putaria.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Seqüelado

Toda semana eu tenho alguma coisa que me impede de fazer algo que eu preciso, ou quero muito.
Meu sobrinho nasceu no dia 10/07 e até hoje eu não consegui vê-lo. No dia eu tive ensaio, no dia seguinte eu fui comemorar e no dia seguinte, quando ele foi pra casa, eu estava de conjuntivite.
Curei a conjuntivite e quando eu finalmente estav pronto, veio mais um fim de semana e o tersol.
A conjuntivite foi fácil de curar com limão e soro fisiológico, mas o tersol quando parecia curar voltou com uma bola ainda maior, porém indolor.
Isso não me impedia de andar ou fazer outras coisas, mas eu não queria visitar um recém-nascido assim enfermo e por isso continuei tocando minha vida com a banda, a bike e Conhaque. Quando parecia que ia ficar tudo bem e finalmente eu poderia ver meu sobrinho, levei uma vaca na bike que me deixou contundido por alguns dias.
Sei que nada disso pode ser uma desculpa aceitável para a minha ausência na vida de meu único sobrinho de sangue, mas é assim que as coisas acontecem em minha vida.

sábado, 25 de julho de 2009

Um breve resumo

Apesar de toda a quântica contrária, conseguimos invadir a mata e chegar no rio. Passamos pelo Santuário das Jaqueiras. Encontramos palmeiras de tamanhos assustadores e troncos de árvores impossíveis de nós quatro: Eu, Walace, Cão d’Água e conhaque; abraçarmos. Ao chegar no rio, os cães se jogarem sem medo e a visão era realmente magnífica, mas o momento de curtição foi pouco, pois Conhaque não conseguia voltar à margem. Ele foi se afastando cada vez mais e não respondia aos meus chamados. Sadam, o Cão d’Água, também começou a ficar apreensivo e partiu em busca de descobrir a localização de Conhaque, no entanto, acabou também não conseguindo passar por um tronco e eu mesmo tive que entrar na água para resgatá-lo.
O meu desespero foi crescendo, mas eu consegui me controlar e concentrar meu pensamento em sua localização. Me veio a imagem de um cão imóvel. Me concentrei ainda mais fortemente e vi a imagem de um cão nadando e tentando ainda sair do rio. Não pensei mais, calcei novamente o tênis e parti no seu encalço.
No momento em que minha mente vacilou, pude, graças a Jah, ouvir o seu chamado ao longe e retomei a trilha chamando-o novamente. Ele deu mais um uivo e deve ter cruzado o mato como uma flecha, pois logo o avistei embaraçado com arbustos, mas no chão firme, onde ele podia usar toda a sua inteligência canina para se safar. Foi um momento muito alegre, mas nesse mesmo momento eu perdia meu cajado quântico e o meu oitavo celular que eu não tirei do bolso no resgate de Sadam.
Foi um preço justo.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Dia do amigo

Engraçado é que eu encontrei um argentino hoje. Aparentemente um cara legal. Caroneiro desde a Argentina, que passou um tempo na Colômbia, já dormiu na rua. Viaja com uma mochila e uma barraca. Totalmente livre de apegos familiares e amicais.
A gente já tinha se batido num outro dia, e eu lhe perguntara se ele gostava de argentino. Ele disse que gostava, e eu lhe disse: “Isso passa!”
Pois é. Hoje, enquanto conversava com uns brothers justamente sobre a criação do dia do amigo, lembro ter feito um comentário de que esse dia não podia ter sido possível ser criado pro um argentino. Aliás ainda acho isso muito “amazing histories”, mas é uma discussão que não vai a lugar algum. O fato é que o tal argentino criou esse dia não sei pra que porra, mas foi uma coisa legal. Deve ser mais legal ainda lá na Argentina, onde a galera deve levar esse dia muito a sério. Nós brasileiros não damos tanta importância assim.
Eu, por exemplo, havia tirado o dia pra sair com Conhaque e escrever um monte, mas nada nunca é como eu imagino e eu só pude sair com o cão quase meio dia. Dei um rolé na praia e voltei pra casa para dar banho no animal, que não via água há alguns meses. Um brother apareceu e a gente foi colocando a conversa em dia, vendo uns projetos e depois fomos dar uma volta pra conversar com Antônio.
Chegamos na CDP e tinha uma galera reunida cantando, afinadamente diga-se de passagem, em volta de 3 violões. Começamos a entabular conversa em um outro ambiente sobre a quântica, as pessoas, o dia do amigo e os argentinos. Claro que eu falei um monte mal dos hermanitos, até que chegou o brother argentino que eu tinha conhecido outro dia e começou a contar suas aventuras pela sulamérica. Como ele ia ao supermercado para matar a sua fome, das vezes que ele teve de dormir ao relento no centro da cidade, e de como ele segue viajando o continente inteiro de carona e sem apego. Eu não o perguntei se ele já odiava argentinos, mas pelo menos é um dos argentinos mais gente fina que eu tive o prazer de trocar idéias.
E lá se foi meu dia 20/07/2009. Não dei um telefonema, não escrevi uma carta, não disse “eu te amo” pra ninguém e fui dormir feliz, pois sabia que meus verdadeiros amigos ao menos pensaram em mim, assim como eu lembrei deles o dia todo, em várias pequenas recordações.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Os dias de festa

Eu não sei o que acontece com as pessoas nessas noites quentes de inverno, quando há licor e música para elas perderem completamente a noção.
Tudo o que eu busco é uma boa companhia, nem que seja pra beber apenas uma cerveja. Será que isso é pedir muito?
Por que será que algumas pessoas só pensam nelas mesmas e tornam tudo em volta num inferno ainda pior do que o que você já está inserido?
Eu, como um bêbado de plantão, sei bastante como é chato pessoas que perdem a noção numa festa. Tem aqueles que querem chamar a atenção, aqueles que são os donos da razão, aqueles que falam pra caralho, aqueles que não escutam ninguém, aqueles que dormem (esses são os melhores), aqueles que gostam de confusão, aqueles que ficam tristes...
Existe uma infinidade de bêbados e não bêbados que transformam uma festa em algo deprimente e até mesmo constrangedor.
Eu bem que queri estar todas as noites bastante bêbado, mas com pessoas que entendessem que a embiaguez não é o demônio e sim as pessoas, mas isso é tão utópico quanto nunca ficar bêbado.

Se chegue

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