sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Uma mulher qualquer

Imagine uma mulher
Imagine seus olhos
Imagine seu nariz
Amplie sua visão
Imagine todos os detalhes do seu rosto
Imagine seu cabelo
Seu pescoço, seu colo...
Imagine sua cintura, seus braços e pernas
Imagine sua barriga
Imagine seus pés
Imagine-a vindo em sua direção
Ouça sua voz
Ouça o que ela diz
Imagine seu dia-a-dia
Seu acordar, seu banho, seu vestir
Imagine suas dificuldades e suas tristezas diárias
Imagine que você não pode fazer nada
Imagine que ela vai morrer
Imagine que ela nunca foi amada

domingo, 21 de setembro de 2008

Uma mlher nunca vai saber o que é isso...

Tesão de mijo:

Às vezes o cabra acorda com cãimbra de nó na binga, mas é de tanto o subconsciente segurar a mijada matinal. Tem gente que não consegue nem acertar o local apropriado pro mijo e acaba fazendo uma sujeira da porra no chão.
Eu, que não sou otário, quando vejo que a cãimbra é muito violenta mijo logo no box, depois é só ligar o chuveiro e dar um grau.

Broxada de mijo:

Sempre que a gente toma umas e outras dá aquela vontade de desagüar com gosto, mas tem momentos, nos quais a cerveja está bem gelada, e a gente sempre pega nela com a mão boa, que fica difícil executar a simples tarefa de dar um mijão. A complicação se deve ao fato de pegar na binga com mão gelada.
Caralho! Não conheço nada mais broxante que uma mão gelada no pau, principalmente a própria.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Diálogo oculto

Mãe: (quero ver se vai aparecer quem foi!)
- Quem tomou cerveja aqui ontem?
Filho: (nem me lembre! A gente rodou pa porra procurando um lugar pra beber...)
- Fui eu e uns amigos.
Mãe: (Olha que cara de pau!)
- Tavam comemorando o que?
Filho:
- Nada!
Mãe:
- Mas por que bebe assim encima de nada?
Filho: (Mas a gente tinha... cala a boca, rapaz!)
- Porque cerveja é gostoso.
Mãe:
- Não sei mais o que dizer a você.
Filho: (Essa é a hora que eu devo ficar calado)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A desgraciosidade

Rapaz, eu preciso voltar a beber logo. Esse negócio de doença não é pra mim! Eu não gosto de paz, só com uma mulher do lado vendo um filme, bebendo um vinho fazendo e recebendo carinho... hum... Acho que preciso de uma cerveja, digo de uma mulher. Ah esquece!
O que eu queria falar é que depois daquela merda toda do "boctrin", hoje depois que meus amigos maravilhosos ficaram me sacaneando, aconteceram mais situações desesperadoras. Se bem que se eu sobreviver a essa semana meu conceito sobre desespero vai estar completamente formado. Aliás, teve duas coisas que eu omiti, mas foi por esquecimento, uma na terça-feira, chá quente de boldo na mão esquerda e outra quarta, achocolatado com água escaldante na boca. O engraçado é que o da mão que eu achei que ia me fuder não deu nada e o da boca que eu achei que não ia ser nada machucou. Coisas da vida.
Como minha mãe não me tinha por perto 24h por dia por tantos dias seguidos há alguns anos ela resolveu me dar um presente ontem, dizendo que era de aniversário atrasado. Eu odeio presentes que não servem pra beber, mas de minha mãe eu aceito até uma torta de ervilha. Era uma bermuda de uma dessas lojinhas de shopping que ela tinha ido com meu cunhado e pra não fugir à regra de bermudas e calças que se ganha de presente, não deu. Pensei em dizer a ela pra dar a outra pessoa, mas mãe é foda! Se magoa com tudo.
Hoje eu já era outro homem. Sentir a rua, mesmo durante o dia já era uma coisa fabulosa, mas eu tinha que ir a um Shopping, a segunda coisa que eu mais odeio no mundo. Mesmo assim era bom sair de casa. Tomei um banho de verdade depois de 3 dias, porque teve um dia desse que nem banho eu tomei e ou outros foram de se molhar e se enxugar. Me vesti e caí no mundo. Só não sabia em que andar era a loja e pra um cara que odeia shopping chegar em um com a sacola da loja e perguntar onde fica é um pouco de imbecilidade demais. Ligo pra meu cunhado: caixa-postal (que sacana!), ligo pra minha irmã: “ô Thi, se eu conseguir falar com ele peço pra ele te ligar” (minha irmã é 10!).
Não vejo muito sentido na moda, mas sou escravo dela como qualquer ser humano. Minha “fôrma” não é lá exatamente a média do brasileiro e acredito que não seja na média de nenhum povo, o que torna minha busca por qualquer tipo de vestimenta uma coisa desagradável, pois, “todo vendedor desse mundo não entenderá exatamente o que eu busco e tentará me vender qualquer merda.” É de vender que se trata para ele. O “Eu preciso de um tênis, uma camiseta, uma bermuda, uma calça etc” se transforma em: “Quero a mais cara, ou a mais barata, peça dessa loja” a depender do “olhar clínico” do vendedor. É broxante. Eu detesto comprar, mas lidar com certos vendedores pode realmente estragar um dia. Salve a internet! Os melhores anos de minha idade eu não tive internet, mas hoje eu não sei o que seria de mim sem ela. Porra de moda! “Quero uma camisa sem estampas, uma calça de homem e bermudas com bolsos fundos!” Assim é mais fácil. Seja como for, é um saco ter que me vestir com os vendedores.
Peguei o buzéuris e fui relendo Capitão Presença pra aliviar o stress de ir a um shopping, numa loja que eu não iria, para trocar uma roupa por outra que eu sei que não tem, mas menos de 5 minutos depois eu já tava puto por ter esquecido a ordem de serviço de um celular meu que está consertando há um mês e pouco. Ainda bem que O Presença me salvou do stress. – Valeu por essa, Presa! – Depois de re-rir um monte, quase chegando lá, o sacana me liga:
- Diga aí, velho?
- Em que piso fica a loja, man?
- Rapaz, vá em qualquer uma!
- Sim, véi, mas eu já estou chegando no shopping Barra...
- Pode ir em qualquer uma que é a mesma coisa.
Pra evitar problemas familiares achei melhor desistir da informação e aceitar minha “sorte”, só faltava rodar uma hora no shopping e depois ser atendido por um macho “muito atencioso”, se é que vocês me entendem.
Dei sorte! Advinhei a entrada que me levava direto pra porra da loja, e estava vazia (eu tava mesmo com muita sorte), mas ao olhar direito vi que só tinham homens pra me atender. Coloquei a sacola em cima do balcão e anunciei a troca. O brother “conferiu a parada” e me mandou escolher o que eu iria querer em troca. Em uma olhada em volta da loja vi que seria um coisa impossível. Perguntei se tinha camisetas sem estampas, ele me apontou um prateleira com camisetas nas cores lilás, azul fêmea, azul igual a que eu estava vestido, rosa. Resolvi ver outras coisas: camisas pólo (medonhas e com escudo), calças (as que tinham meu nº eram 60 reais além do valor), o pior de tudo é que eu nem podia pedir pro cara me ajudar, porque eu sei lá qual era a dele e podia não ficar bem eu dizer “homem não usa essas coisas”, na hora das camisetas tudo que eu disse foi “são muito claras”. Bonés sempre são legais, mas os de lá não davam em minha cabeça. Bicho, eu já tava desesperado, aí achei uns shorts de tactel, mas a única cor mais ou menos de homem que tinha era verde, verde musgo segundo o vendedor, cujo nome eu perguntei, mas esqueci, peguei um desses mesmo, mas ainda faltava pra inteirar o valor. Olhei novamente p’ras camisas alegres e perguntei pra menina, digo, pro rapaz se realmente não tinham outras cores e só aí que o sacana foi mostrar outra prateleira... (papo chato da porra esse de loja de roupa, né? Desculpem, mas é que eu tô sóbrio há 4 dias) resumindo peguei um short e uma camiseta e ainda gastei mais 24 reais. (a porra da conta só podia dar 24 mesmo)
Voltei pra casa na intenção de ainda bater um pedal, mas sentei aqui no computador e me fudi ainda mais um pouquinho. Minha mãe perguntou se eu tinha trocado a bermuda, queria ver, como eu já estava trocando de roupa mesmo (já tinha tirado a camisa e o tênis) resolvi mostrar a ela logo em meu corpo, até pra eu também ter certeza que ia ficar bem. Ela gostou, eu também.
Voltei pra esta porra pra tentar terminar o texto que comecei esta manhã tirei apenas a camisa por causa do calor, daí a pouco minha irmã me grita lá da cozinha:
- Cabeção, vai querer suco? Maçã com Melancia?
- Vou, daqui a pouco eu tô aí. (gente boa essa gorda!)
Alguns segundos depois:
- Ficou aguado, vou colocar beterraba.
- Bala! Gosto de beterraba.
E continuei aqui, escrevendo, lendo e-mails, respondendo scrap e conversando no msn. Um autêntico imbecil, fui atender a porta, voltei, dali a pouco a sacana grita de lá de novo:
- Cabeça, não esqueça o suco... e lave a jarra. - E saiu.
- Falou!... lindona!
Já não ia mais pedalar pra caralho de lugar nenhum mesmo resolvi ir comer.
Estava lá uma jarra de um autêntico blood Marry. Fiz dois sanduíches, dei três biscoitos a conhaque e voltei pra frente do computador. (Eu achei até que tinha dito em algum lugar que só ia ficar na frente dessa tela duas horas por dia exceto segunda-feira, mas eu ainda estou meio doente) enfim: sentei aqui com caneca e jarra em uma mão e dois pães na outra, coloquei a jarra em cima do rolo de papel higiênico que está em cima do gabinete, que um dia eu explico o que ele está fazendo lá, e fiquei aqui vendo tv e falando com o povo o que dava, porque eu tinha que largar a caneca e digitar com uma mão e depois pegar a caneca, encher... o resultado disso?
Primeiro eu vou falar de meu quarto. É uma suíte que em 99% do tempo fica trancada com chave porque eu estou sempre nu, não gosto de luz, de muita arrumação e não tenho o menor jeito pra decorador. Por um desses acasos do destino a porta do meu quarto não só estava destrancada, mas também escancarada, e ela faz quase um ângulo de 90º com a porta de entrada da sala, o que faz com que praticamente todo mundo que entre em casa e olhe pro lado vai me ver, por isso eu sempre tranco, por isso não, por minha mãe que ia me encher o saco se ela entra em casa com uma das visitas dela e me pega peladão. Mas, voltando à nossa história, o resultado foi: suco no teclado, na bandeja do teclado, no short verde musgo, em mim, na cadeira no chão, mas isso não foi o pior. Entrei no banheiro, tirei o short, passei água, peguei uma cueca suja e limpei a cadeira e a bandeja do computador, mas exatamente na hora que ia levar a cueca de volta pra roupa suja a namorada do meu irmão aparece...

O que pode passar na cabeça de uma pessoa que vê um homem de cueca, com outra cueca na mão toda “ensangüentada”? Ela não tinha como saber que era suco de beterraba. O que pensou eu não faço ideia, ela não me disse nada, meu irmão não me perguntou nada, mas a visão era a desgraciosidade de maneira semi-nua e crua.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Bactrim é melhor que aspirina! Quem toma aspirina é puta!

Segunda-feira:
14h cheguei em casa. Agora estava oficalmente de férias, mas ainda estava de ressaca, por isso falei rapidamente com minha mãe e fui pra cama. A cabeça doía, a garganta, mas eu tinha certeza que só com uma aspirina ia passar. - Porra de médico!
Acordei 19h, fui tentar comer alguma coisa, pois no fim de semana inteiro eu só comi um sanduíche sábado e a feijoada do mercadão na madrugada de domingo, segunda de manhã saí pro trabalho só com um café preto e um pão. Graças a Jah tinha uma quiabada na geladeira, feijão, arroz... No começo doeu um pouco, mas depois foi entrando até fácil. A fome era determinante para o sucesso. Depois de comido olhei uns e-mails e lá pelas 21h lá fui na praça com a intenção de tomar uma, porque eu não sou viado. Chamei no msn uma boa parceira de copo, mas não sei o que se passava com ela que chegando na praça quis só comer pão com salsicha. Frustrado com a pouca diversão na praça vazia e sem companhia pra beber voltei cedo pra casa. Fiquei o resto da noite vendo filme ou sei lá que porra, mas a parada da garganta tava ficando punk. Dormi.

Terça-feira:
Eu era um nada. Não falava, não comia, não bebia água e tinha febre. Passei o dia assistindo mais tv do que suporto, vi mais filmes do que agüento e fiz mais silêncio do que o costume me permite, mas a pior desgraça mesmo era ficar de férias sem beber. Pedi pinico, confesso. Já de tarde pedi pra minha irmã comprar pra mim uma pastilha e um colutório pra ver se esse incômodo na garganta diminui. Nessa brincadeira dona minha mãe já tinha inventado gargarejo com folha, sal grosso, água quente..., mas comer mesmo qualquer coisa era impossível. Mais 4 horas de simpsons, 3 filmes e um monte de programa ruim na tv. Pra ser melhor ainda essa parada minha querida irmã só veio chegar de volta às 8h da noite e, acho que só pra me sacanear, sem pastilha nem colutório, trouxe essa porra desse bactrim. (1 comprimido a cada 8 horas)

Quarta-feira:
Com a suadeira que o antibiótico me deu à noite quem disse que de manhã eu já era homem de novo? Levantei foi porque meu cu parecia cagado, mas era suor. Eu que não ia tomar banho com o frio que eu tava. A inflamação tava agora dos dois lados da garganta. Juro que eu quis morrer! Já eram 48 horas de férias e sem beber. Eu só pensava: “Que ressaca da porra é essa?! Quero brincar mais não! 2 alto!” Aumentei a dose para 2 comprimidos a cada 12 horas e um entre essas doses: - Já não tava bebendo mesmo, não ia ser o remédio que ia me matar. Dia longo filho da puta, mas eu sobrevivi. Escrevi um monte de merda e mandei um monte de gente desconhecida tomar um sorvete. De tardezinha consegui até comer um pouco e de noite a garganta começou a finalmente mostrar sinais de melhora, a cabeça até doía, mas eu achava que era de abstinência ou ainda de ressaca. Sabe como é ir ficando velho, né? A gente vai güentando menos porrada.

Quinta-feira:
Passei a noite acordado (esse bactrim deve ser raciado com cocaína. Pensei). Tinha ficado matutando um texto, que, aliás, nem terminei de escrever ainda, mas nada. Umas seis e pouca, depois de ver mais um pouco de tudo na tv e na net fui pra cama, mas ainda tava sem sono. Normalmente batia uma bronha e ficava tudo bem, mas foi aí que eu me dei conta que nesses 4 dias não havia tido nem sequer uma ereção. Me levantei e sentei novamente na frente do computador. Achei que era melhor aproveitar a falta de sono num site “educativo” do que escrevendo essas minhas histórias lombradas. Minha "djonga" não dava sinal de vida... Vocês podem não ter noção, mas isso deu uma aflição dos diabos. Pense aí!: Minha garganta se fudeu por causa da cachaça e agora meu pau não ia funcionar mais? - Que PORRA!!! Eu ia ter prazer como?! Depois de uns “vídeos educativos" vi que na verdade eu não tinha tido uma ereção porque meu quadro estava grave. Não fui num médico porque não sou “homi-puta”, mas já achava que devia ter ido na segunda-feira mesmo. Quando algo me incomoda o cérebro simplesmente ignora qualquer outra sensação só pra ficar me lembrando e me sacaneando. É como se fosse um castigo por aqueles momentos que a consciência dizia: "vá pra casa, seu infeliz!" e eu teimava em ficar na putaria até não ter mais companhia ou, em situações das mais bizarras, desmaiar (Sim, isso já aconteceu). Como se não bastasse minha garganta, agora era meu pau e meu cérebro querendo me fuder, mas eu sabia que meu companheiro de alegrias, de solidão e de insônias, não ia me deixar na mão assim e aí eu voltei a insistir na companhia de Catherine, Carol Lupo, Mayara Rodrigues, Verônica Bella, Paula Moreno, Pamela Li, Tabata, Regininha Poltergeist, Mônica Matos e sei lá mais que gostosa e finalmente consegui relaxar e dormir. Só dormi 4 horas, mas pelo menos dormi pesado. Lindo!

Sexta-feira:

Não havia dormido muito, mas já me sentia bem. Passei um dia só tomando remédio e vendo besteiras. Nenhum de meus amigos cachaceiros filhos de umas mães veio me visitar, nem minhas amigas, e ainda ficaram me sacaneando na internet por causa do bactrim que não me deixava sair pra beber, como se fosse uma porra de um remedinho pra dorzinha de cabeça. Quer saber?! Ah! Vão se fuder!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Vá!

O que pensar quando a gente olha pra trás e vê que as melhores coisas que fizemos foram os amigos?
Quando descobrimos que não podemos fazer nada por eles, nada por nós?
O que pensar quando tudo o que se pode fazer é mirar num futuro que não acreditamos?
Ver que todo o nosso passado foi uma vida sem sentido e sem ambição pode nos desesperar, mas o desespero não é a salvação.
Quando não estabelecemos metas, apenas pensamos no que iremos fazer amanhã: Onde iremos dormir, o que iremos comer, o que vamos vestir??? Temos uma vida bem mais leve e sem tanta pressão, desde que se tenha opções.
A maioria das pessoas não sabem o que fazer com suas vidas. Umas enlouquecem, outras se deixam levar e algumas já não sabem mais o que são. Mas o que significa isso?
"Existe alguma semelhança entre o que você deseja e o que você alcança?" Pode ser perguntado às pessoas que planejam seu futuro muito além de uma ducha e uma boa cama depois de uma cervejada e saber que amanhã de manhã vai ter que estar em algum lugar. Asseguro a todos no mundo que, a menos que você deseje muito alguma coisa para a sua vida futura e não esteja nem aí para as coisas boas da vida, como beber até cair, sexo com sustos, rir até passar mal e ter a mente sempre tranqüila, Não vale à pena fazer planos. A qualquer momento tudo pode mudar.
Algumas coisas estão simplesmente fora do nosso controle e por mais que nos esforcemos para controlar a situação não adianta. O jeito é relaxar e pensar que amanhã o sol se levantará e beijará todo o planeta, e beijará seu rosto sem querer saber como foi a sua noite, ou se te incomoda a sua luz, ou te cobrar qualquer agradecimento por fazer sua manhã na praia ser perfeita, ou por todos os dias fazer as plantas crescerem.
Enquanto isso continuamos olhando para o passado e planejando o futuro sem aproveitar muito do presente, mas muito pior do que isso é que não aproveitamos o presente no passado e provavelmente no futuro estaremos velhos demais para aproveitá-lo.
Quer fazer algo? Faça imediatamente, ou pelo menos comece.
Acredite que o futuro não existe e faça o seu presente ser uma coleção de momentos maravilhosos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Um drink no Underground


Há algum tempo atrás eu assinava uma coluna num desses sites de festas, mas esse era voltado para a área da suburbana, o Perifest.com. O nome da coluna era exatamente esse: "Um drink no underground", no qual eu contava histórias sobre bares da região e sobre cachaçadas em geral.
A minha primeira era apenas uma apresentação e a receita do "iceberg", um drink que eu conheci em Porto Alegre. Uma história interessante que eu conto depois.
Então lá vai a minha primeira coluna oficial:

Que Paixão, Duó e Rock nunca fechem as portas!

E cá estou eu. De volta ao mesmo bar de tantos anos, onde todos os dias as mesmas histórias ganhavam novos finais.
Lembro que uma vez, um cara tinha se engraçado com uma garota que estava acompanhada de alguém muito mais forte do que ele e foi espancado cruelmente, mas o encontrou no dia seguinte e lhe aplicou a punição por ter uma garota bonita ao seu lado: deu-lhe dois tiros e, em seguida, sumiu. Alguns dias depois ficamos sabendo que ele havia se envolvido num acidente de moto naquela mesma noite e morrera. Ou do velho que costumava pagar cervejas para as ninfetas, só porque ele se sentia profundamente solitário e a companhia delas o divertia. Vez por outra alguma lhe prestava uns favores, mas que não era nada comparado ao que elas faziam nas mesmas noites com outros caras em idas e vindas ao bar.
Nas noites em que o frio era a única coisa que nos movia ao bar, beber conhaques, vinhos e pingas somente para nos sentirmos aquecidos e estimulados a conversar sobre os nossos problemas escolares e os problemas do mundo todo, um mundo que não pertence a ninguém, as lembranças das garotas alucinadas, que invadiam os nossos corações com emoções que só a juventude inexperiente pode experimentar: as primeiras dormidas fora de casa, o primeiro vômito, primeira briga, as noites de luxúria e as noites que eram apenas amigos bebendo e tocando violão. Lembro com saudade até dos domingos de ba-vi em que a rua ficava lotada de gente e a gente tinha que chegar bem cedo se quiséssemos assistir, sentados, aos jogos.
As noites continuam lá, as mesmas histórias, apenas nós ficamos mais velhos e os rótulos de cerveja se renovam. A rua das Sete Casas, de Duó, e de Paixão(que deus o tenha!), de Rock, do extinto Arre Égua, nunca vai perder aquele encanto. Mesmo que hoje os carros com seus sons potentes, os videokês e DVDs insistam em dar novos tons sem graça às noites alcoólicas de Pericity, sabemos que a idade chega para todos, mas o nosso egoísmo nos deixa cegos ao não perceber que existe vida após a noite.
Espero poder sempre ter esta opção quando estiver em Periperi. Beber em um lugar sossegado com meus amigos, sabendo que todas as noites nós teremos as mesmas surpresas que já vimos outros terem, ou que nós mesmos já tivemos.

(Homenagem a Duó, cujo bar deveria ser tombado pelo IPHAN, juntamente com o de Paixão. Na foto: eu entornando a cachaça no bar de Duó e lá atrás 'lá longe', o próprio Duó e atrás dele seu filho Lázaro)

Se chegue

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