E esse pessoal que diz que rock é tudo igual...
poesia é tudo igual também?
Marcelo Camelo está para Bob Dylan
assim como Chorão está para John Lenon
É sim, "uns vivo, uns môrto"
a gente gosta daqueles
dos outros a gente só tolera
E a música vai...
às vezes a gente só gosta da banda.
a música não é tão boa assim?
Mas se lhe faz dançar, dance.
Um dia escreve-se bêbado Um dia corrige-se bêbado Um dia nem se corrige Um dia nem se escreve Um dia nem se bebe.
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
domingo, 9 de outubro de 2016
Ame-a ou a deixe, infeliz!
-
Chupe-me ou cale-se!
Ela
está sempre disposta. Hiperativa. Não pára com a boca quieta.
Sempre conversando demais. Como se livrar de uma relação assim? Pra
que se livrar de uma relação assim? O que fazer com uma relação
assim? Talvez fechar os olhos e esperar que ela aos poucos comece a
sussurrar e então se cale ou dedique-se à outra atividade oral:
Sonhos.
Mas
quando eu a vejo quero que seu dia seja melhor que o meu, porque eu
sei que ela talvez não tenha a experiência de um dia péssimo salvo
só por um sorriso seu. Talvez não consiga entender como a breve
imagem da felicidade, ainda que fingida, possa trazer tanto conforto
e alegria a uma alma.
Nenhum
de nós precisa, nem de tanta badalação, nem de tanto barulho, nem
de tanta felicidade, só de dinheiro. Pra podermos pagar as contas do
fim do mês, as da semana, a cerveja de mais tarde e todas aquelas
coisas de última hora. Estar feliz em cumprir com tudo isso já vale
como felicidade, mas ela vem sorrateiramente.
Então
ela chega disposta, hiperativa, falastrona e adoravelmente me toma de
assalto e me fode. Me chama de covarde e ainda diz que quer apenas me fazer feliz. Não há discussão. Apenas sussurros, gemidos e um
baita calor. O que fazer com uma relação assim? Como se livrar de
uma relação assim? Pra quê se livrar de uma relação assim?
Depois talvez,
ao abrir os olhos malandramente felizes, haja apenas uma dúvida abalando nossos corações: - Quem faz o café?
domingo, 2 de outubro de 2016
Podia chamar de regozijo
Existe um medo de se andar na rua deserta à noite, principalmente em áreas mais afastadas do centro "policiado" da cidade como julgam aqui a suburbana, aí, por isso, ainda hoje o meu cavalheirismo fora de moda me faz acompanhar minhas amigas até o ponto ou até em casa quando essas deusas abençoadas vêm me visitar á noite sozinhas. E volto sozinho, a pé ou de bike, curtindo a brisa da noite e às vezes ainda encontro parceiragem pra uma birita, mas bom mesmo é voltar como hoje: all alone by the barren the streets.
Só mesmo dando uma volta em nosso bairro deserto à noite é que a gente tem de volta toda a beleza de uma folha de papel em branco. Não existem propagandas políticas, buzinas, pressa, descontrole... Vendo as ruas desertas eu volto no tempo, ao tempo do cruzeiro, do desenvolvimento, quando Mirantes de Periperi ainda era o grande empreendimento do subúrbio. (Ah! a ladeira de Mirantes de patinete naquela época!) Mas olhando as ruas assim desertas eu readquiro minha fé.
Claro que o progresso, fruto do desenvolvimento, teria que chegar e as pessoas iriam comprar seus carros, motos e caminhões, e iriam precisar de transporte e espaço para se locomoverem e gerar todo esse caos que a gente tanto ama e louva. Aí uma volta pelo lugar em que mora completamente vazio faz o cara voltar a perceber todo o sentido que fazem as coisas à sua volta e a sua beleza embutida na bagunça.
"Eu estava querendo desaparecer e de repente me via ali apaixonado pelo espaço."
Claro que isso é só uma folha em branco sendo preenchida com palavras que não fazem a menor diferença nem mesmo para o papel, que se você for olhar bem nem mesmo é um papel e ainda assim a gente escreve como uns escritores, que também hoje já nem usam mais papel, pois alguns livros já nem são mais impressos, mas que se foda!
O que eu estava falando era de Periperi e de toda a beleza mágica deste suburbano bairro ordinário, mas não medonho. Depois de tantos anos em um mesmo lugar, praticamente há DNA seu em cada rua, cada bar, cada supermercado, mas no meio de tanta gente às vezes não se percebe a presença amigável, que chega em forma de alma perdida ou até disfarçado num pombo sujo desses noturnos que voam por aqui. Tem gente que tem medo da noite, no fundo, no fundo, porque medo delas mesmas.
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