Eu nem sei porque é que eu ainda ligo a maldita TV. Vejo Jay Leno recebendo um monte de militares e outros imbecis tão alienados que não conseguem compreender que o país deles está despedaçando toda a merda esperança do mundo. Soldados, enviados a todos os cantos do planeta para guerras que não lhes dizem respeito, que quando tem a sorte de retornarem para suas casas, alguns loucos, outros inajustáveis devido às desgraciosidades da guerra, não sabem o que fazer de suas vidas e o próprio governo não lhes oferece quaisquer outras oportunidades e os deixa afundarem junto com a situação econômica do país que não tem como bancar mais tantas guerras, e tantas armas, e tantos homens. Ainda hoje tentam passar uma imagem de bons moços para o próprio povo e a opinião pública mundial. Como se todo mundo fosse manipulável por um bando de militares bobos, atrizes gostosas e jogadores de basquete no reflexivo dia de ação de graças.
Um dia escreve-se bêbado Um dia corrige-se bêbado Um dia nem se corrige Um dia nem se escreve Um dia nem se bebe.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Lá-pá meia-noite...
21/07/2006 -
Estava lá parado outra vez. Ponto
41, 40, sei lá! Estava no 41 agora: Base Naval e Fazenda Coutos.
Antes disso? Fui comer água com o pessoal do trabalho. Bebi até
umas 23:00. Parelela é foda! Não tem buzu direto pra Pericity.
Achei 50 centavos todo “atropelado” no ponto e a 1ª coisa que eu
pensei foi: “Estou com sorte! Não devo dormir no busu.”Peguei o
primeiro Lapa que apareceu e cheguei lá bem antes que pudesse parar
de futucar o celular para ver para quem eu ligaria para tomar uma em
PeriCity. Na Lapa, a essa hora da noite, não é muito bom de se
falar ao celular.
Desci do busu, desci as escadas da
Lapa e fui pro ponto esperar minha “carroça”, para a suburbana.
O ponto 41: Base Naval x Lapa / Fazenda Coutos x Lapa.
Vi um ônibus vindo de lá. Na minha
mente pareceu claro: “Lapa x Base Naval”. Saí de perto do
corrimão, lado oposto, e me dirigi ao local da parada. Olhei para o outro lado,
não havia ônibus nenhum. Olhei em todas as direções e nem sinal
do bendito busu. “Teria eu sonhado? Estou tendo alucinações só
com cerveja?” Comecei a caminhar pela plataforma a fim de que as
pessoas que também aguardavam o ônibus encostadas ao corrimão, do
lado oposto ao que se sobe no carro não percebessem o meu “mole”.
Ninguém se movera.
Chegaram diversos outros ônibus, os minutos
passavam e eu olhando para a placa “41” ainda inconformado. A
essa altura a minha preocupação era o cansaço: “será que eu
dormiria no busu de novo?” Finalmente o tal Lapa X Base apareceu.
Eu não tinha “viajado” ele é que tinha parado atrás das
escadas para “fazer o horário”. Subi. Claro que eu adormeci, mas
dessa vez consegui acordar exatamente um ponto antes do meu.
Cheguei em Iara, na verdade bar de
Hamilton, zero-hora em ponto. Olhei procurando os parceiros de
sempre, mas nenhum deles estava lá, então fui em direção à
praça, à procura de alguém legal para tomar a de ir dormir.
Tomei umas com Jeferson (Ricardo) em
Ricardo (Pedro), pois Tonhão (Big-Hair), pra variar, estava fechando
e ele insiste em não mais me vender cerveja quando dá sua hora.
Tomei duas e vim pra casa descansar a alma, mas ainda pensando no que
poderia ter acontecido se eu tivesse dormido novamente no busão e
acordado na Base Naval. E lá estava eu de volta ao ponto 41.
sábado, 19 de novembro de 2011
A história de Biribulilo Babilack
O ano era 1990 e eu não sabia tocar violão. Estudava no colégio Status em Nazaré e não era o cara mais popular do colégio. Era um preto fudido que gostava de rock. Os caras mais populares da época eram Eduardo e Felisberto, eles tocavam bem pacas e todas as garotas lhes davam mole. "Quando eu crescer eu quero ser que nem eles", pensava. Comíamos água todo fim de semana e numa dessas cachaçadas eles apresentaram "Biribulilo Babilack, um cara do farol". Aquilo me deu ânimo. Eu tinha que aprender a tocar e tinha que tocar aquela música. Até hoje não sei qual dos 2 a compôs e se foi mesmo algum deles, mas copiei a letra no caderno e desde então passei a me dedicar em aprender a tocar.
Eu sempre tive talento em fazer amigos, mas era tímido, naquele ano eu percebi que esse talento cresce absurdamente quando se toca. Meu futuro tinha que ser tocando e aqueles caras eram meus heróis. Eu era um preto roqueiro e fudido que não tocava violão nem fazia amigos, mas depois que eu aprendi a tocar, inspirado naqueles caras, minha popularidade cresceu assustadoramente. O maior culpado disso foi Biribulilo Babilack".
Em 1991 eu já dedilhava meus primeiros acordes e até já tinha feito uma música "Homens trabalhando", que eu jamais toquei. Edu e Felisbeto saíram do colégio, mas o grupo da cachaça não se desfez. Nesse mesmo ano eu já podia tocar algumas poucas músicas, mas a única que queriam me ouvir tocar era justamente "Biribulilo", que eu
praticara durante as férias justamente para fazer a parceria com Felis e Dudu, mas os sacanas não voltaram para a escola no ano seguinte e até hoje nunca mais tive notícia deles, então me tornei uma espécie de representante do movimento "babilack" ensinando a música ao maior número de pessoas que eu conseguisse e ainda criando versões para a sua continuidade.
A letra original eu ainda tenho aqui numa folha de caderno e agora segue para o mundo:
Biribulilo Babilack
Biribulilo babiack
era um cara do farol
Queimava muito fumo
e jogava futebol
mas ele era candidato
a deputado federal
Seu lema é liberar o fumo
A brisola e coisa e tal
Nessa eleição
Com um baseado na mão
Vote em Galvão
E ganhe um morrão
Puta de um morrão
Puta de um morrão
Puta de um morrão, morrão, morrão
Biribulilo babiack
Era um cara do farol
Queimava muito fumo
E jogava futebol
Mas ele era viciado
em cocaina e rophynol
Seu lema é liberar o fumo
A brisola e coisa e tal
Biribulilo Babilack
ganhou a eleição
Seu lema foi cumprido
e agora todos tem um morrão
Na eleição que vem
vote em biribulilo você também
E ganhe um quilo e 100
ganhe um quilo e 100
ganhe um quilo e 100
ganhe um quilo e 100 e 100 e 100
L.S.D.
Louvado Seja Deus
L.S.D.
Louvado Seja Deus
Louvado Seja Deus
E na falta do que fazer, veio a parte 2, mas vai ficar pra outro dia, porque eu não me lembro muito bem, mas deve estar perdida em alguma caixa. Lembro a primeira parte, mas o resto só Jesus...
Biribulilo Babilack
Já não mora no farol
Ainda queima fumo
E é fominha em futebol
Mas ele agora é candidato a prefeito da capital
Seu lema: "liberar o fumo"
Ganhou destaque nacional
Nessa eleição
Com um baseado na mão
vote em Galvão
E ganhe um morrão
Puta de um morrão
Puta de um morrão
Puta de um morrão, morrão, morrão
No dia que foi eleito
Com uma folhinha no peito
O tal Galvão
Deu um morrão ao prefeito
Puta de um morrão
Puta de um morrão
Puta de um morrão, morrão, morrão
Alguns anos mais tarde, um colega de colégio, Bruno("Pirigo"), me pediu pra copiar a letra para uma banda de uns amigos dele tocar. Essa banda era a Inkoma e até hoje eu estou sem saber se a parada virou Pirigulino por causa dele, o "Pirigo", ou se a galera não conseguia falar Biribulilo, sendo pirigulino bem mais fácil, o fato é que hoje existe uma banda chamada "Pirigulino Babilack", a qual eu não sei se alguma vez ouviu a música como eu a conheci.
O cão vai ao rio com seu dono vadio
Noite de quinta-feira
sem convites para farra, nem mesmo o desejo de uma orgia me faz
pensar em sair de casa e encontrar pessoas capazes de estragar
completamente um dia como esse de quase tédio, mas sem marasmo, pois
pude manter minha mente ocupada em algo muito importante. O calor
absurdo do quarto não combina com o conhaque sob a cama. A TV não
aparece como uma distração e sim como um inimigo dos pensamentos
vagos sobre a noite, o dia seguinte e as possibilidades. Esvazio mais
uma garrafa de água, é a segunda do dia. Possibilidades... assisto
vários filmes.
O sono não dá sinal.
Pego o ventilador, mais uma garrafa de água, uma dúzia de spams e
assim como decidira ficar em casa resolvi sair para dar uma volta com
Conhaque, que segundo a esposa de meu irmão havia ficado louco
quando eu viajei, como, segundo ela, costuma ficar sempre que eu
passo muito tempo longe. Pobre cão. Eu tenho sido um péssimo amigo
ao longo dos seus inacreditáveis 4 anos. Ele já é um adulto faz
tempo, mas parece ainda um filhote, um fanfarrão. Passear com ele à
noite pelas ruas desertas de Pericity é um dos meus sonambulismos
preferidos.
Os cães tem a
capacidade de perceber a chegada de uma pessoa querida, e outros
cães, a grande distância, não sei se pelo cheiro, ou pelos passos
conhecidos, parece mais uma premonição. Eu posso perceber quando
algum cão está dirigindo a mim seus latidos. Depois de um beck a
minha sensibilidade aumenta, minha e deles quanto à minha presença,
e disparam a latir quando eu passo. De alguma maneira eu percebo que
seus latidos não são de ira, soam como uma saudação: “sou tão
canino quanto eles, isso é o que eles veem”, foi o que eu vim a
concluir.
Outro dia, voltando de
bike pela estrada velha, ouvi uma cadela despencar de uma laje depois
de ter latido para alguém que eu não sei se era eu, mas ainda pude
vê-la se levantar do tombo e tomar a direção de casa. Entristeci.
Ela deve ter se machucado e talvez até morrido depois. Alguns
animais não conseguem compreender o que é uma pessoa andando de
bicicleta, eles apenas notam o deslocamento estranho e a
limitação de movimentos, não sei se sabem, mas alguns animais
vivem exclusivamente desse tipo de observação, e, como toda
observação, depende dos olhos. Aqueles que não enxergam bem
perseguem os veículos. Possivelmente aquela cadela também tinha
problemas de visão.
Com Conhaque eu não
chamo tanto a atenção dos outros cães, pois o bonitão é o rei da
rua. Ontem ele pôde ficar sem a guia pois não se via viva alma.
Andamos calmamente, ele à frente conferindo cada poste, cada
amontoado, cada portão, é incrível como ele é incansável, com
dois palmos de língua para fora o tempo inteiro indo e vindo de um
lado para o outro. Às vezes entra numa rua errada e eu o chamo,
vem virado na zorra, passa direto por mim, e recomeça o trabalho de
vistoria carimbando tudo com seu mijo infinito. Um rolé básico
passando pela praça do sol (os “homi” lanchavam em frente ao
campo do baba, por isso nada de bufus na praça), pegamos o rumo do
canal do Paraguari até a cocheira, de volta dessa vez pelo outro
lado do rio. Um sacizeiro ali, uma puta louca acolá, alguns cães
sem dono e uma “lua smile” foram nossos únicos companheiros
nessa caminhada brisótica. Na volta pra casa, mais uma passada pela
praça do sol, indo até perto da 5ª delegacia e pegando a rua que separa a
malhada da urbis. Próximo ao fim de linha nos deparamos com um
doidão de bike e uma matilha que guardava seus donos de rua.
Entrando em “minhas quebrada” eu podia ouvir o latido de cada cão
da redondeza. Todos nos latiam.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Eu acho que é isso, mas não é bem assim, muito pelo contrário etc, inclusive
Às vezes eu quase que acredito que estou mesmo vivendo no melhor dos mundos. Temos a cerveja, as mulheres e todos os avanços tecnológicos para tornar a nossa vida o mais confortável e prazeirosa possível, e, mesmo em falta de alguma coisa que julgamos indispensável, temos uma inumerável quantidade de outras maravilhas em nosso planeta, totalmente alcançáveis e desperdiçadas.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Ríu Mái Bóus
No dia do lançamento do clipe do Honkers eu sofri um acidente com a bike. Poderia até dizer que quase sofri, como já falei, mas o fato de ter deixado seqüela não pode ser dado como "quase". Ainda sinto um certo desconforto na região do saco, ali bem pela beirada do ovo esquerdo. É uma coisa bem sinistra. Fiquei até meio noiado de ficar brocha depois da pancada, mas graças a Jah a ferramenta funciona. Mas a dor fica ali, sabe como é?
É como o país. O Brasil continua sua guerra insana contra as drogas. Entra ano, sai ano, entra partido, entra polícia, entra governo e a política de drogas não muda desde que eu me entendo por gente. E eu mudei pra caramba desde que nasci: era guri, fui adolescente, virei adulto e daqui a pouco, se a vida insistir, estarei velho. Cresci muito, aprendi bastante e não me canso de buscar conhecimento, mas inconscientemente, ou não, os governos e boa parte do que chamamos de sociedade se mantém numa atitude da mais completa ignorância com relação às drogas e aos usuários. Todo mundo compra, e todo mundo é contra, todo mundo vende, e todo mundo pode mandar te prender. Existe a proibição, existe o tráfico e de vez em quando um lado sofre.
Ainda temos que fingir espanto com a situação estúpida em que vive o Rio de Janeiro. Vai fazer o quê? O lugar que tem o povo mais "ixperto" e arrogante do mundo vai ter uma polícia e uns bandidos igualmente "ixpertos" e arrogantes. Se ao menos lá começassem uma nova visão com relação às drogas, talvez se conseguisse algum avanço no resto do país, que só tem olhos para a cidade maravilhosa. Mas é um pensamento inocente meu. Melhor pensar nas minhas bolas.
Ontem eu dei uma apalpada séria pra ver da colé de merma. Duas semanas essa porra doendo não deve ser bom. A parada deu tipo um estalo quando eu estiquei a pele. Sabe aquele medo cortando sua espinha e congelando as pregas do seu rabo? Putz! Naqueles 2 ou 3 segundos eu pensei que aquilo fosse inchar e depois eu teria que fazer uma cirurgia para arrancar as bolas. Acendi a luz e dei uma boa olhada. Nada. Massagiei. Aguardei mais uns 5 segundos e olhei de novo pra ver se tinha mudado de cor ou sei lá. Nada. (É... se até amanhã não ficar roxo, mudar de tamanho ou a dor piorar eu tô salvo.)Pensei. Olhei hoje e tava tudo bem.
Ontem eu dei uma apalpada séria pra ver da colé de merma. Duas semanas essa porra doendo não deve ser bom. A parada deu tipo um estalo quando eu estiquei a pele. Sabe aquele medo cortando sua espinha e congelando as pregas do seu rabo? Putz! Naqueles 2 ou 3 segundos eu pensei que aquilo fosse inchar e depois eu teria que fazer uma cirurgia para arrancar as bolas. Acendi a luz e dei uma boa olhada. Nada. Massagiei. Aguardei mais uns 5 segundos e olhei de novo pra ver se tinha mudado de cor ou sei lá. Nada. (É... se até amanhã não ficar roxo, mudar de tamanho ou a dor piorar eu tô salvo.)Pensei. Olhei hoje e tava tudo bem.
As mulheres devem ter muita inveja de nossas bolas. Não tem uma relação com nada parecido como isso. (Nem mesmo nossas mulheres com nossas bolas...) Talvez algo as faça pensar tanto no futuro quanto um possível problema no saco nos faz, mas tenho quase certeza que não há nada parecido no universo feminino. Bem aventuradas mulheres... rezemos por elas.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
"Você tem é sorte de ser azarado"
Sabe aqueles dias que você se fudeu pra chegar na escola no horário e aí não teve aula? Parece um episódio de "Todo mundo odeia cris" mas aconteceu comigo algumas vezes morando em Peri e estudando em Nazaré, Cidade Baixa... Saía de Pericity num toró da porra, trem, busú, uns 700m andando sob o temporal e a escola fechada, sem as aulas. quem foi o preto otário que tinha ido estudar?
Sábado teve Bahia e São paulo aqui no "Pituaço". Ingresso 30 conto e eu sem um cent. A geladeira só tinha água e ovo, mas eu ainda pensava em pagar esse pau do ingresso. Pouca chance de achar na bilheteria, liguei pra um brother São Paulino que me disse que tinha um canal com ingressos a 40 pila na hora que eu chegasse. Arrumei uma grana emprestada já pra lá das 17h, o jogo era 19h. Não dava pra ir de bike porque tinha chovido a cântaros, fui pro ponto pegar o Aeroporto e na Paralela pegaria qualquer um pra o estádio.
38 anos, sem casa, sem esposa, sem filhos e sem automóvel. Esse sou eu. Ao menos meu time de coração vem jogar em minha cidade uma vez por ano. No ponto tudo o que eu queria era que o busú chegasse logo, mas meu otimismo às vezes nem é racional. Se durante a semana o ônibus demora uma hora, sábado, com pressa, de acordo com a Lei de Murphy ele havia passado há poucos minutos(ou seja, esperaria mais que o normal), mas eu não sou um cara de se deixar vencer assim fácil. Se em meia hora ele não viesse eu voltaria pra casa.
Vi alguns carros com torcedores do Bahia descendo a estrada velha e pensei em pedir carona, mas por algum motivo me aputei. Não creio que seria boa idéia, mesmo que eu chegasse no estádio a tempo de pegar o ingresso e ver o pontapé inicial. 18:30h eu desisti de esperar e voltei pra casa.
Devolvi o dinheiro emprestado e me senti muito fudido. Continuava duro e agora nem meu time eu podia ver ao vivo. Liguei o computador e resolvi assistir o jogo online.
Puta jogão! Luis Fabiano não tava achando nada, mas Welington e Lucas estavam comendo a bola. Um não deixava o Bahia jogar e o outro dava uma dor de cabeça da porra pros marcadores. Parecia que seria fácil a gente ganhar. O primeiro tempo terminou 1x0 pra nós com um golaço de Welington, menino criado no clube.
No intervalo eu fui fazer um chazinho pra desopilar e quando cheguei a 3 min do segundo tempo já estava 2x1. O bahia havia empatado logo na saída e com um outro golaço nosso dessa vez de Lucas a gente retomou a vantagem. Cícero, que jogou no Bahia, fez o terceiro e agora eu sentia meu corpo se tremer todo de raiva por não ter ido ao estádio. Podia até mesmo ouvir os caras da torcida falando de mim: "Aquele Thilindão é pé frio, bastou ele não vir pra a gente golear." Aí toca o telefone. Eu achava que era alguém do estádio querendo saber de mim, mas era Julivaldo(Bahia doente) querendo saber se eu ia no reggae. Ele havia acabado de chegar de viagem e nem estava aí pro jogo. No momento que ele ligou o Bahia fez o segundo gol.
- Qual foi que não tá vendo o jogo?
- Ih! tá rolando Bahia e São Paulo, né?
- Seu Bahia acabou de fazer o segundo agora tá 2x3.
- Vou descer e passar aí.
- ÊA!
E o Bahia empatou a porra do jogo. Eu não tava levando muita fé no que via e comecei até mesmo a me sentir culpado por não estar no estádio, pois imagino que com a minha energia o time não iria sucumbir a um adversário já dominado. Daí a pouco tocou o telefone novamente, antes de atender vejo o Bahia fazer o quarto gol, o gol da virada, o gol do meu pesadelo. Lá se foi a chance de continuar brigando pelo título. Lá se foi a chance de os torcedores do Bahia pararem de encher o saco porque há 40 anos não ganhamos deles aqui. Lá se foi meu pé frio. Atendi o telefone e era Julivaldo já aqui na porta. Abro o portão com cara de poucos amigos e largo logo:
- O Bahia acaba de virar o jogo. Venha aqui mais não, man!
- Porra! Qual foi?! O Bahia virou?! ÊÊÊÊAAAA!
- É man. Acabou o jogo, vamo nessa!
No caminho para Tubarão (local do reggae) uma mensagem no celular: "o Bahia é foda!"
Sábado teve Bahia e São paulo aqui no "Pituaço". Ingresso 30 conto e eu sem um cent. A geladeira só tinha água e ovo, mas eu ainda pensava em pagar esse pau do ingresso. Pouca chance de achar na bilheteria, liguei pra um brother São Paulino que me disse que tinha um canal com ingressos a 40 pila na hora que eu chegasse. Arrumei uma grana emprestada já pra lá das 17h, o jogo era 19h. Não dava pra ir de bike porque tinha chovido a cântaros, fui pro ponto pegar o Aeroporto e na Paralela pegaria qualquer um pra o estádio.
38 anos, sem casa, sem esposa, sem filhos e sem automóvel. Esse sou eu. Ao menos meu time de coração vem jogar em minha cidade uma vez por ano. No ponto tudo o que eu queria era que o busú chegasse logo, mas meu otimismo às vezes nem é racional. Se durante a semana o ônibus demora uma hora, sábado, com pressa, de acordo com a Lei de Murphy ele havia passado há poucos minutos(ou seja, esperaria mais que o normal), mas eu não sou um cara de se deixar vencer assim fácil. Se em meia hora ele não viesse eu voltaria pra casa.
Vi alguns carros com torcedores do Bahia descendo a estrada velha e pensei em pedir carona, mas por algum motivo me aputei. Não creio que seria boa idéia, mesmo que eu chegasse no estádio a tempo de pegar o ingresso e ver o pontapé inicial. 18:30h eu desisti de esperar e voltei pra casa.
Devolvi o dinheiro emprestado e me senti muito fudido. Continuava duro e agora nem meu time eu podia ver ao vivo. Liguei o computador e resolvi assistir o jogo online.
Puta jogão! Luis Fabiano não tava achando nada, mas Welington e Lucas estavam comendo a bola. Um não deixava o Bahia jogar e o outro dava uma dor de cabeça da porra pros marcadores. Parecia que seria fácil a gente ganhar. O primeiro tempo terminou 1x0 pra nós com um golaço de Welington, menino criado no clube.
No intervalo eu fui fazer um chazinho pra desopilar e quando cheguei a 3 min do segundo tempo já estava 2x1. O bahia havia empatado logo na saída e com um outro golaço nosso dessa vez de Lucas a gente retomou a vantagem. Cícero, que jogou no Bahia, fez o terceiro e agora eu sentia meu corpo se tremer todo de raiva por não ter ido ao estádio. Podia até mesmo ouvir os caras da torcida falando de mim: "Aquele Thilindão é pé frio, bastou ele não vir pra a gente golear." Aí toca o telefone. Eu achava que era alguém do estádio querendo saber de mim, mas era Julivaldo(Bahia doente) querendo saber se eu ia no reggae. Ele havia acabado de chegar de viagem e nem estava aí pro jogo. No momento que ele ligou o Bahia fez o segundo gol.
- Qual foi que não tá vendo o jogo?
- Ih! tá rolando Bahia e São Paulo, né?
- Seu Bahia acabou de fazer o segundo agora tá 2x3.
- Vou descer e passar aí.
- ÊA!
E o Bahia empatou a porra do jogo. Eu não tava levando muita fé no que via e comecei até mesmo a me sentir culpado por não estar no estádio, pois imagino que com a minha energia o time não iria sucumbir a um adversário já dominado. Daí a pouco tocou o telefone novamente, antes de atender vejo o Bahia fazer o quarto gol, o gol da virada, o gol do meu pesadelo. Lá se foi a chance de continuar brigando pelo título. Lá se foi a chance de os torcedores do Bahia pararem de encher o saco porque há 40 anos não ganhamos deles aqui. Lá se foi meu pé frio. Atendi o telefone e era Julivaldo já aqui na porta. Abro o portão com cara de poucos amigos e largo logo:
- O Bahia acaba de virar o jogo. Venha aqui mais não, man!
- Porra! Qual foi?! O Bahia virou?! ÊÊÊÊAAAA!
- É man. Acabou o jogo, vamo nessa!
No caminho para Tubarão (local do reggae) uma mensagem no celular: "o Bahia é foda!"
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Senhor ciclista, respeite o motorista!
E então, galera do pedal? Vocês acham que os motoristas são todos assassinos, malucos e desumanos? Eu acho, mas isso é problema meu. Eu sou maluco.
Apesar de minha insanidade eu não acho que tenho mais direito de andar na rua que ninguém. A rua é de todo mundo.
Os motoristas, mesmo aqueles que não respeitam a própria mãe, não são uns caras tão desgraçados assim. Eles normalmente não querem ferir ninguém no trânsito, mas a vida em sociedade (essa sociedade capitalista e apressada) os faz perder completamente a noção de humanidade. Nada é mais importante que o tempo e eles não vão perder o tempo deles atrás de um ciclista, motociclista, pedestre. A rua é espaço do automóvel e a ele devemos todo o respeito e admiração, devendo para isso nos mantermos imóveis, ao lado da via, apenas admirando a sua passagem (grande piada).
A roda da vida nos coloca numa situação onde pessoas vestidas de animais metálicos tem todo o direito de ter pressa, enquanto toda vida em volta deve aguardar a sua apressada e imutável exibição. É isso que está intrínseco na cabeça dos motoristas que devemos levar em consideração, pois isso é o que nos fará mais autoprotetores.
Os motoristas não querem atropelar ninguém. Isso é uma certeza. Se alguém der o azar de estar por perto de algum assassino no momento fatal isso seria apenas, digamos... (destino?) sei lá, mas é o assassino quem deve ser punido. Não é justo que toda possível vítima o seja. Se evitarmos atropelamentos estúpidos causados por ciclistas que esqueceram que as vias são dos automóveis estaremos ajudando a aliviar o judiciário e a superlotação carcerária.
Mantenha-se longe! Olhe! Escute! Faça-se invisível! Faça-se ver! Não discuta com um motorista pois ele pode ser um assassino numa armadura de metal e roupa de ciclista normalmente não é muito boa pra duelos.
Sorria!
Agradeça!
Peça licença!
Dê bom dia!
Salve sua pele!
sábado, 5 de novembro de 2011
"Man, você tá maluco!"
Se
eu não fosse grande na altura diria que não sou grande coisa
alguma, mas ainda posso me permitir chamar a mim mesmo de "grandes
porra". Se eu fosse um grande qualquer outra coisa, minhas palavras ecoariam
por todo esse hemisfério até tomar a primeira página de um "The
new york times" da vida, como se a estúpida e tendenciosa
imprensa imperialista fosse algo muito mais importante do que as
palavras que escrevo sem nenhum romance, sem nenhum interesse escuso
e sem querer enganar a quem quer que seja. Eu não sou um grande
poeta, nem grande músico, nem mesmo uma grande personalidade, vejamos... vá lá que eu seja um grande imbecil. Não
estou a fim de julgar a mim próprio.
Mesmo que se tenha a mais “pura” das razões
para impor uma vontade, ainda é de bom tom, e por que não dizer
aconselhável, deixar o espaço para que qualquer um cometa seus
próprios erros, mesmo os infantis. Parte das pessoas não
escutam. É
possível até mesmo ser cético quanto à boa intenção de quem
quer que seja.
Conheço
pessoas que jamais vão entender como elas estão debilmente vivas,
por estarem cercadas de uma estrutura social que corrobora o seu
estado doentio. A vida aparece como um lar seguro e confortável, mas
nada disso existe de fato, é pura imaginação e esperança ultrapassada.
Porra de "dono da verdade"! Temos de tentar entender,
quando alguém tem uma impressão errada sobre qualquer assunto, seu
ponto-de-vista, mas quando a impressão errada for sobre nós mesmos,
espero que nos escutem (algumas pessoas nunca escutam). Chega ao ponto de se conviver com qualquer opinião “torta” que lhe seja
concebida. Se não escutarem? Paciência. O medo, a comodidade, a
própria mediocridade, faz com que as pessoas não queiram tomar
conhecimento mais profundo sobre uma impressão que pode estar certa
ou não. Além da já mencionada ansiedade, comum aos humanos.
Até
onde a experiência com pessoas e animais pôde chegar, constata-se
que tudo o que há de mais vil habita no espírito humano, bem como
tudo o que é belo e ambos morrem (não no meu espírito). "Cada um é como Deus criou". E daí se alguém tem problemas com isso? Não tenho dúvidas sobre o meu caráter e
não tenho motivos para tentar apagar qualquer impressão, errada ou
não, a meu respeito. Cada um tem a obrigação de estar em sintonia
com a realidade não com a noção geral de vida infeliz. Na minha
consciência não carrego nenhuma beleza ou vilania, tudo é como é...
cru. Dúvidas quanto ao caráter?
O
ciclista deve usar capacete; eu sei. Que não vai salvar minha vida, eu sei, mas uso porque ajuda ao motorista desatento me identificar enquanto ciclista. É um
pensamento estúpido, eu sei, mas tenho que parecer real para motoristas
assassinos e insensíveis e o capacete faz com entendam. Lhes obriga a ter
mais cuidado. Além do fato de que em 2011 tem gente que não sabe que não se deve beber e dirigir um veículo motorizado muito mais pesado que uma pessoa.
Beber
moderadamente é da mais completa falta de sentido. A
bebida é algo necessário ao espírito, raramente ao corpo. Quando se bebe, a
intenção é de se embriagar, pelo menos os não hipócritas. Às
vezes algo sai do controle, mas, creiam-me, essa não é a regra.
Eu
não creio que existam pessoas capazes de guiar veículos motorizados
em área urbana. Não nas ruas que nós temos, não os seres humanos
somos, não os veículos que nós temos, não no planeta em que
vivemos. Os carros não são máquinas assassinas, mas o homem possui
uma certa aptidão para matar tudo que for vivo, incluindo a ele
próprio. Por isso acho que deveria ser proibido guiar
qualquer veículo motorizado. Isso seria entendível. Uma lei que proíba o uso de força motora em ambiente externo. Não precisamos da proibição do uso de drogas para conter a violência. Campanhas
anti-drogas são todas piadas opressoras de péssimo gosto.
Poderia escrever mil laudas sobre as incoerências da vida moderna, mas escrevo desordenadamente e isso: não
é agradável, parece insanidade e vem de um grande imbecil.
Que se
foda! Falar o que pensa não pode, falar a verdade não pode, falar
com coerência não pode, mesmo porque ninguém sabe o que quer dizer
a coerência, nem mesmo eu.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Das coisas que não se descreve
Quando eu olho as horas, assim como se só quisesse encontrar um lugar para ocupar "minhas vista", enquanto passa um certo constrangimento, ou simplesmente não há nada além de uma tentativa de encontrar algo e então se procura num relógio sincronismo, sincronicidade, ou o que valha. Sorrio quando coincide àquela hora que me lembra alguém. É uma espécie de felicidade-saudade-triste-boa-pa-caralho, sabe como é?
Tem dias que nada sai certo. Entardece, anoitece e nada do que podia acontecer de bom aconteceu. De repente uma frase no twitter: "Quando o violão pousa no colo e uma canção vem à baila tudo fica mais bonito..." me chuta de volta pra parte bacana de minha vida, aquela que ninguém pode me arrancar. Apesar de todas as sacanagens que eu tenho de aguentar todo dia ainda posso simplesmente ocupar a mente com algo mais alegre, mais útil. Parece independência, parece anarquia, mas só tem aparência e nenhuma forma, definição alguma satisfaz essa parte. As memórias de drinques acabados, os tropeços, os erros de cálculos, partes de bons e maus momentos, mas quando podemos pensar neles depois de um tempo vemos que era tudo viagem, mas era como era.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
A música e a inspiração
Bukovski dizia que gostava da música clássica pela ausência de voz, pois ele achava que seria muita informação para o seu cérebro enquanto escrevia ou dirigia. O que é que eu vou dizer ao velho Buk? Estava velho e chato como os de personalidade forte como ele.
A música clássica sempre será a inspiradora preferida de alguém... que se fodam! Eu mesmo a prefiro em muitos momentos, mas não tem nada a ver com a presença de uma voz humana. Imagina se a voz de uma Aretha Franklin, Billie Holiday, Amy Winehouse, vai atrapalhar o raciocínio de alguém. Só uns caras malucos como Bukovski. Às vezes uma voz nos faz ter boas idéias e algumas letras de músicas são mesmo uma fonte de inspiração extra e ainda, às vezes, nos dão a própria resposta para qualquer dificuldade em expressar alguma idéia. A música é uma tábua de salvação.
Vou dizer uma coisa sobre o meu hábito de ouvir música: não é mais a mesma coisa de quando eu tinha 12 anos e ficava horas com o fone de ouvido na sala e o encarte dos discos na mão aprendendo as letras das músicas, aumentando o vocabulário pré-adolescente. Passei alguns anos sem ter condições de ouvir música em casa, sem walkman, sem comprar discos e isso me fez perder muito, não do mundo da música, que foi piorando com o tempo, mas das letras das canções que eu gostava que deixei de aprender e isso até hoje atrapalha as serenatas.
Quando eu pego um violão em meio a um lual ou uma simples reunião de amigos fico sem saber o que faze com ele. A depender da média de idade do grupo eu posso não saber tocar sequer uma musiquinha e a maioria das vezes ou invento as notas na hora, ou simplesmente toco uma bobagem qualquer e passo a bola, mas devo confessar que isso irrita mais a mim que aos meus ouvintes. Fazer o que? Reciclagem? Não. Preciso mesmo é de uma memória auxiliar.
Quando me sento para escrever prefiro musica cantada à gritada. Os blues de 30 a 50 são a verdadeira sonoridade de minha alma. Sinto a cantar (papo aviadado da porra, mas é sério). Escrever ouvindo T-bone, Willie Johnson, reverendo Gary Davis, é como se eu estivesse em outro tempo, suspenso no tempo, talvez perdido, mas todo enfiado na música, sabe como é? Uma outra alma assume meu lugar e então eu estou livre de toda essa merda. Como o velho Buk que não se sentia parte de coisa nenhuma.
Mesmo com tanto poder de armazenamento de informações em mp3 players, mp4 e celulares algumas pessoas entrem no ônibus com um som de péssimo gosto em volume alto para que todos se sintam tão inúteis quanto a música que toca sem ser pedida. É uma violência, mas é nesse mundo que estamos convivendo, e procriando, e criando novos conceitos de arte.
O que fazer se Robert Johnson existiu? Algumas pessoas são surdas e não terão nunca o prazer de ouvir sua música pura e sem apelos comerciais imbecis. Eu próprio queria ser surdo pra certas coisas, mas vivo em 2011 e não consigo deixar de escutar certos insultos à música e ao conceito de inspiração.
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