sexta-feira, 24 de maio de 2013

Paulinha

Nunca me canso de dizer "eu te amo". A algumas pessoas eu digo mais vezes que a outras, e ainda  tem aquelas pra quem eu nunca digo, mas que sabem, e aquelas quem eu nunca direi por puro orgulho imoral e estúpido, e aí tem aquelas que por mais que eu diga ela sempre me achará um mentiroso. É assim se você espera alguma gratidão por amar alguém... normalmente é só você que se importa com isso (EU nunca me importo com coisa alguma, eu amo e pronto; eu odeio e se foda!). Mas existem aquelas pessoas a quem a  gente nunca diz.
Não é o caso dessa, mas tenho outras "Paulinhas" em minha vida a quem eu gostaria de dizer mais vezes, minha sobrinha linda de nome Paulinha... Outras não Paulas também, mas eu não vou ficar aqui me desculpando com o mundo inteiro.
Essa aqui fez aniversário esses dias. Seria bom ter ido lhe dar um abraço, mas de bike demora muito e a grana anda só encurtando...
Ela inspira mesmo quando a falta de inspiração me faz ter dúvidas sobre o que é belo e o que vale à pena ser dito,  lido,  visto, sentido...
Eu penso em Paulinha só penso coisa boa.
Ah Paulinha!
A Paula é todo brilho que uma manhã precisa
A Paula é todo amor que a alma realiza
A Paula é o fogo e  a brisa
que queima e flutua à sua guisa
A Paula que ao sol hipnotiza
A Paula é o sorriso de uma bela tarde
A Paula é uma onda que vem sem alarde
A Paula é a flor e a novidade
que perfuma, que encanta  e arde
A Paula que nunca é devarde
A Paula que amo tanto
A Paula que encanta tanto
A Paula que inspira aquele canto
"Quando a luz dos olhos meus
e a luz dos olhos teus
nana nana nana"
A Paula...
Ah Paulinha!
A Paula é todo brilho que uma manhã precisa
A Paula é todo amor que a alma realiza
A Paula é o fogo e é a brisa
que queima e flutua à sua guisa
A Paula que a vida suaviza
A Paula é o aconchego de uma noite fria
A Paula é o sol, a lua, a noite e o dia
A Paula é o sagrado pão da poesia
Que completa, rima e extasia
A Paula que me dá taquicardia
A Paula que amo tanto
A Paula que encanta tanto
A Paula que inspira aquele canto
"Quando a luz dos olhos meus
e a luz dos olhos teus
nananá nananah"
A Paula...
A Paulinhna

terça-feira, 14 de maio de 2013

alma suja

a alma é um poço de lama
da chuva que despenca sem piedade
do barro que escorre pelos meus pensamentos
a alma é imunda
mas a água que cai é límpida
e o barro não é ímpio
a alma é toda
a alma suja tudo.


domingo, 12 de maio de 2013

Aí eu peguei a bike e me piquei (2ª Parte)


Chegando no ferry-boat ainda sem saber onde ir, tudo o que eu queria era sair dessa cidade hostil. Comprei meu bilhete, próximo (Ana Nery) sairia às 15h. Aproveitei pra mandar algumas mensagens de despedida para algumas pessoas que gostaria de ver, mas não pude. Não sabia se ia voltar, acabei ainda gastando mais dinheiro no fim de semana por ansiedade e insanidade e isso encurtaria minha viagem para qualquer lugar. Pouco me importava, o que eu queria era sossego e não se precisa de muita grana pra se estar em paz, mesmo viajando de bicicleta.
O mar estava calmo e à medida que o ferry se afastava da cidade eu sentia meu coração aflito começar a se acalmar no balanço das ondas. Eu ainda não sabia onde ia, mas estava feliz por deixar a cidade. Me sufocava e enraivecia-me a cada dia e não estava conseguindo suportar a mim mesmo. Quando a gente se perde dentro de si mesmo, se desconhece, passa a duvidar, passa a contrariar, é triste. Conseguir reconhecer e se sentir bem é difícil. Querer ser você mesmo é impossível. Na cidade você não tem liberdade de escolha: você é o que as pessoas do seu cotidiano acham que você é e pronto.
Se eu fosse um cara retado mesmo um dia desses ia a pé com Conhaque por aí, mas eu não sou esse bicho brabo todo e em vários lugares algum sacana ia empombar com um animal feliz. Eu nem sei como é que eu consigo amar com tanta loucura tanta gente se às vezes eu nem mesmo consigo me tolerar fazendo parte da humanidade. Gosto mesmo é dos pássaros e répteis, plantas e fungos, caninos e felinos, coisas desse tipo, mas grande parte das pessoas nem sequer nota a presença da natureza e da força criadora do mundo à sua volta, seduzindo e manipulando sua vida, preferem ser seduzidos e manipulados pelo dinheiro, muitas vezes sem se importar a sua origem, fim.
Cheguei em Bom Despacho e comecei a pedalar. Queria chegar pelo menos em Nazaré das Farinhas antes de anoitecer, mas a tarde era tão feia quanto havia sido todo o dia, figurativamente falando, pois não tem nada de feio na chuva e, apesar de estar nublado não tinha sentido os pingos na pele ainda nesse dia. Logo nos primeiros quilômetros eu vi que era inútil tentar chegar em Nazaré, então fiz minha primeira mudança de planos e tracei Barra Grande como meu destino: Pousada Beira da Ponte. Ótimas lembranças da juventude lá. Eram as mesmas ruas de 18 anos atrás, mas não se parecia em nada com o passado, parecia mais um bairro praiano de Salvador.
A pousada não existe mais, se tornara casa de alguém, provavelmente de algum dos 9 filhos de dona “Coizinha”, talvez até de todos eles. Olhei em direção ao antigo bar de “Seu Minino” e estava fechado. Já era quase noite e estava frio e ventando, provavelmente iria chover logo e eu não queria ficar de bobeira então fui até onde no passado havia um campinhg, que para minha maravilhosa segunda surpresa também não existia mais. Mudança de planos 2: “vou pedalar até não dar pra ver mais nada”. Saí frustrado de Barra Grande, mas era bom que eu ia ficando ainda mais longe de Salvador.
Lá pelos 20km da BA 001 já não havia mais nenhuma luz natural e eu não ia parar pra pegar lanterna e adaptar como farol, porque ia chover e eu ia ficar na maior roubada, então entrei em Tairú-Y a fim de encontrar uma pousada barata, mas ao ligar para um telefone de uma que passei em deram logo a facada: “85 reais, mas como você é sozinho eu faço 60.” Um cara como eu acostumado a dormir por 10 reais não ia pagar 60. Parei num boteco em Aratuba e, conversa vai conversa vem com o dono do bar, descolo uma pousadinha honesta e com janta. Precisava relaxar meus ossos.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Precisamos de café, Zés!


Mantenha tua porra do teu otimismo,
porque é a única merda que você tem
e se você começar a pensar bosta
pra tua vida
vai acabar num monte de cocô.
Ninguém quer estar na merda,
mas o tempo todo colocando outro embaixo
e assim vai seguindo
como se nada fosse anormal nem desagradável.
Fezes!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Aí eu peguei a bike e me piquei (1ª parte)

Tava tudo quase pronto, mas em vez de Guanambi com o Mestre Tetéu e Marcelo, acabei indo parar em Moreré. Não me pergunte nada porque eu vou contar tudo aqui. (?) Tá bom! Tudo não, porque aí eu vou escrever um livro, mas isso é uma outra história. Íamos pro encontro ciclístico do dia 1º de maio, mas tinha que sair daqui com pelo menos 5 dias de antecedência. Não deu e eu acabei indo sozinho encontrar a mim mesmo onde quer que estivesse. A cidade, a sujeira, o barulho, os aproveitadores, os cínicos e todos os tipos de v ermes urbanos estavam me sufocando e certamente mais alguns dias e eu acabaria morto ou louco, aí eu peguei minha bike e me piquei.
A idéia era sair na quinta (25/04), mas passou e eu não tinha providenciado nem a mochila, Marcelo havia desistido e Tetéu teve imprevistos. Veio a sexta e minha ansiedade começava a me aborrecer, estava quase decidido a sair sábado sozinho, mas à noite, exausto, desabei na cama às 7 da noite e o telefone me acordou pra "cumê água" Pepe, Andrejandro e Miroca estavam cheios de ânimo e eu, que acordara ainda sm acreditar que estava em Pericity mais uma noite, fui ver essas almas que eu gosto tanto.  Lá pelo segundo bar, talvez a sétima cerveja, começou um corre-corre no bar do lado e saiu um cara de lá atirando pra cima e fazendo todo mundo derrubar as mesas, derramar suas cervejas e a minha. Já era o bastante pra mim ir pra casa, mas mesmo assim ainda fui no "iguatemi" para a saideira.
No sábado me reuni com o mestre pra tentar bolar outra viagem pro feriado e apareceu Caldas do Jorro na fita. Eu estava louco pra viajar.
"Mais 2 dias não iam me matar". Pensei. Se na sexta-feira eu poderia ter morrido naquele tiroteio, no sábado, voltando da casa de Tetéu uma caçamba me deu uma imprensada na suburbana e realmente me assustou. Domingo eu tentei de ficar quieto, mas aí eu recebi um sms avisando que eu não teria mais companhia para viajar. Tentei me manter animado e se não fosse por uma amiga meu dia teria sido um verdadeiro desastre, pois iria comer água até, provavelmente, a morte.
Segunda-feira ganhei uma mochila de presente de minha mãe que ganhou de uma revista, esse era o sinal pra eu me mandar. Depois que a chuva deu um tempo arrumei Marieta e caí no mundo, mas não sem antes quase perder a vida mais uma vez ao passar pela praça da Revolução em mais um tiroteio e dessa vez minha sorte foi ainda maior, pois o atirador saiu da praça atirando em direção à minha rua, se eu tivesse vindo por ela direto podia me bater de frente com uma de suas balas, mas por sorte eu já estava invisível, inatingível, no clima da estrada. Eram 14h e não é de tiros que se trata essa história.

Se chegue

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