sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Blogger life 27


A vontade de encarar a cidade só existe porque a necessidade de se estar feliz existe .
A felicidade não está em casa, não está nas ruas. Mas como assim?
Estar em casa, estar fora, estar em paz, estar em conflito não cabem no mesmo verso, é vero. Mas cabem na mesma ideia e as idéias não cessam...
Talvez eu me lembre desse tempo perdido, parado, mais do que dos tempos sem descanso, quem sabe? O que eu sei é que minha mente nunca para, meus pensamentos não me abandonam ainda que os médicos digam que as drogas me fazem perder a memória, os neurônios, a vontade de viver... nem sempre eles são mentirosos, nem sempre sabem de tudo, nem sempre são incompetentes como é capaz todo ser que se diz ciente.
Vejo a neve em meus sonhos, em meus filmes, mas não há nada que me atraia no frio, no branco e no brilho ofuscante. Talvez no sol, nas cores do meu time de coração na pele que não tem cor nem credo. O frio não precisa dela, a neve, nem eu.
Quando o corpo está em frangalhos não tem como a mente se alinhar e tentar pode enfraquecer o que não é indestrutível. Se o equilíbrio voa longe, a paz não governa nem reina. Mas a paz não precisa de nada demais.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Blogger life 26

Eu sei que ninguém gosta de ficar doente, e sei que ninguém é obrigado a ficar aguentando o aborrecimento e o enfado que é, mesmo com uma conversa amena ou com uma música bacana tocando bem alta, agradar o enfermo, este trata de achar aborrecimento, em meio à qualquer beleza, em meio a qualquer situação esplêndida. Isso é um problema com a "reentrada no planeta": sempre que a energia corpórea (física) fica em baixa (doenças, cansaço, transtornos psicóticos), o espírito, alma, ou consciência, seja lá como queiram chamar, sofre um desgaste causando alguns curto-circuitos que se não controlados podem via a se tornar sérios, novos transtornos. Mas não é pra falar disso que eu estou escrevendo (ou será que era?).
Queria falar de Vinícius de Morais que fez a sua poesia ter seu lugar nos corações. Estava escutando mais deliciosamente "Samba em prelúdio" na versão de Esperanza "my Love" Spalding e mesmo naquele sotaque gringa suas palavras assumem toda a beleza colossal de sua poesia. Fora que ainda tem a delicadeza da execução do contrabaixo, as pausas o re-arranjo aparentemente inocente é fenomenal, benevolente, superlativo... um re-arranjo poético deveria ter: "saudade que vai, saudade que vem... sem você, não amor, sou eu meu ninguém" mas quem sou eu pra poetizar com Vinícius, ou mesmo pra baixarolar com Esperanza, eu só entendo um pouco de saudade.

"Senão é como amar uma mulher só linda
E daí?
Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão"

Falar que Vinícius era foda é como cagar arriba do tole... deixa, Vinícius devia ser uma puta como todos os cachaceiros que eu conheço.

Desde sei lá quando, sempre que eu saio vou pelo Rio Paraguari  para pensar numa forma de salvar o rio de seu trágico destino de ser coberto pelo concreto. E todos os peixes? E os patos e outras aves que faziam rotas migratórias no seu vale? Como ficarão os as famílias lambaris, traíras e tilápias que ainda nadam em suas águas? Essa semana eu pude ver que pelo menos as tilápias ainda existem e haviam várias tentando subir novamente o rio, a fim de escapar da água salgada da baía de todos os santos (ou talvez do esgoto), e o céu estava anunciando mais chuva para logo. Pena que o lugar em que elas estavam era a parte onde o rio está mais poluído bem meio do esgoto. Esse mesmo peixe poderia alimentar várias famílias, mas ninguém o pesca porque com tanto lixo que todos jogam no rio seria mortal comê-los.
Às vezes eu pareço aborrecido, mas é só a aparência, é porque eu sou feio, não gosto de falar, gosto menos ainda de repetir, não gosto de coooooonveeeeeersar no telefone, nem com Esperanza Spalding (se ela me ligasse), não gosto de não ter respostas, gosto de perguntas claras, não leio mentes, quando eu digo não eu quero dizer não e quando eu digo sim é um problema meu, quando eu digo que não gosto posso estar errado, mas quando eu digo que amo... talvez eu seja um pouco impaciente, afinal não sou alienígena e também tenho meus defeitos, mas nem por um minuto em minha vida eu vou desejar algum sofrimento a alguém que por disventura eu venha a odiar: que todos os meus desafetos tenham uma morte rápida, descanso e silêncio eterno.
A televisão está um lixo cada vez pior.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pela grandeza da igualdade!


Me lembro uma vez em 1987, indo pro colégio de trem, vi uma criança pequena brincando de atirar flechas no monstro de metal com seu arco de brinquedo. Estudava no Luis Tarquínio, pegava o trem até a Calçada e ia a pé o resto do caminho. Podia até pegar o busu direto, mas sabe quando se faz amizade nos transportes? (Nos horários certos tem aquela galera) A barca em Plataforma era uma opção e pegar outro busu na calçada também, visto que era mais vazio e me deixava na porta da escola, mas eu gostava de andar e pegando apenas o trem me sobrava dinheiro pra ir ao cinema, que era então me melhor passatempo depois de conhecer a cidade e as pessoas.
Anos seguidos e muitas escolas sucedidas eu sempre dizia que era de Periperi e os "bullyneiros" ficavam sempre pentelhando chamando de  "terra de índio" e blá blá blá, até professores brincavam com seus alunos que moravam em locais tão afastados ou tão pobres quanto o subúrbio e não lembro uma vez se quer de alguém ter sido ameaçado com armas, faça, agressões, ou se tem notícia de alguma chacina como em Columbine. Faltou pouco? Vocês precisavam ver como alguns professores ensinavam em alguns colégios, o que eles diziam para as meninas negras de cabelo "ruim", para os ralados que moravam longe e chegavam com os pés sujos de lama, etc. Isso pode ter mais de 20 anos, mas alguns desses continuam ensinando e fazem até greve por melhores condições. Aliás foi um dos meus maiores problemas com o vestibular, eu não queria ter um diploma e me tornar um imbecil.
"Pela grandeza da igualdade!" eu estive sempre ao largo dessa conversa porque conheço bem onde vivo, conheço os habitantes do meu pequeno mundo. Mesmo nos lugares onde eu não aconselho ninguém ir vou e volto sem nada me ferir. Sei que nem todas as pessoas estão dispostas a encarar certas dificuldades, mas quem nunca foi cego sabe o valor de tudo o que vê e por isso eu prefiro as viagens demoradas. Talvez seja a saudade de meus tempos de colégio. Naquele tempo eu adorava andar de ônibus, porque adorava olhar a cidade, às vezes, quando aparecia uma linha nova, fazia uma viagem completa só pra conhecer. Isso era bem útil pois no meio das conversas no intervalo sempre se descobria alguma coisa na nova rota, ou passava próximo a casa de alguém. 
Hoje tudo é muito mais fácil, temos o "google street view", wikipédia, GPS, celulares inteligentes... quando encontro alguém de há muito tempo que me pergunta se ainda moro em Periperi e respondo que sim com um sorriso, e me perguntame eu casei e respondo que não com uma risada, e perguntam se eu tenho filhos e mais uma vez minha resposta é não, pensam que estou morto. Aí voltam a falar de Periperi e suas histórias macabras que nunca existiram, mas só aconteciam aqui. É sério que em 2012 ainda tem gente que pensa que existem índios na suburbana?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Poesia Invernal

Inverno...
Ah! inverno...
Doce inverno
Se fosse amargo?

Inferno...
Ah! inferno...
Quente inferno
Se fosse frio?

Tristeza...
Se fosse doce...
Se fosse quente...

e essas formigas aladas que não param de aparecer?





(Composta e publicada no facebook)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Blogger life 25

Praticamente todo o mês de agosto eu estive adoentado, ora sinusite, agora gripe, depois o que será?  O mês já se vai. Eu fico me perguntando se comigo as coisas acontecem diferente das outras pessoas, se quando estão doentes (físicamente) a porta de entrada para os problemas psicológicos se escancara e aí vem o medo, a depressão, o desejo de morte, essas coisas que normalmente desprezo, será que é assim com todo mundo?
Meus planos para o inverno estão indo pro inferno. Não gravei disco algum (ainda), não escrevi 1/3 das linhas que gostaria de ter escrito, não descansei nem me alimentei de forma mais adequada a fim de recuperar o peso do tempo antes da vida ciclística. Aliás a partir deste ano não existe mais para mim pedais de inverno, porque com as chuvas as vias ficam extremamente perigosas para os ciclistas que ao tentar desviar dos inúmeros buracos que surgem no período podem ser atropelados, ou atropelar alguém, ou cair. Não é seguro pra mim que tenho que pedalar pelo menos 30 km nessas vias horrendas se quiser estar no centro.
Pelo menos rolou um sonzinho esse mês, foi na quarta passada no estúdio 2 tone na despedida de Rodrigo Gagliano. ia ser no Rio Vermelho, mas com a chuva acabou sendo no estúdio. Cheguei na hora que Léo (Honkers) se arrumava pra ir embora porque dizia que não havia condições de tocar no estúdio quente e apertado. (Otário!) O som rolou em altas doses de ska e rock'n'roll depois que a Charlie Chaplin colocou o vizinho pra se estressar. Eu, Brust, Rodrigo Doidinho e Morotó Slim, sim o velho Morotó, servimos de banda base para Sputter e quem mais quisesse entoar clássicos do rock e do folk no microfone, depois foi a vez do outro doidinho assumir a guitarra de Morotó e o ska passou a imperar. Tivemos a participação de Fabão no baixo e de Trippa na bateria nessa que foi a noite de rock mais esplêndida deste inverno infernal. Pena que foi para poucos corajosos que se aventuraram a enfrentar a tempestade. Pior para mim que estava ainda me recuperando da sinusite e tive a infelicidade de deixar minha câmera cair no chão pra nunca mais funcionar. Ainda vou levá-la á assistência, mas pelo visto vou me lascar, pois é lá em Sampa. Essas coisas me fazem crer que sou azarado.
Dia desses fui baculejado por pivetes armados, felizmente alguém me reconheceu por andar na CDP e me liberaram. Dias depois encontraram o corpo de uma jovem na fazendinha e na semana passada uma outra jovem foi morta a pedradas na entrada da favela. Os cretinos de plantão acham que o tráfico de drogas é o único culpado pela violência urbana e ao invés de combaterem os criminosos ficam perseguindo os maconheiros, mas eu não vou falar sobre isso hoje.
Ontem fui visitar um amigo e enquanto admirávamos o enorme Pé de Manga de sua propriedade uma fruta caiu, fui recolher e enquanto pegava ouvi o barulho de mais uma manga caindo, saí correndo pra não cair em minha cabeça e não é que a danada caiu exatamente no mesmo lugar da outra. isso é sorte, não é? Acho que já é hora.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Entenda o pensam de você

Sabe o que é enfadonho? É explicar as pessoas que o que elas pensam de você é o que elas pensam e não o que você é. As pessoas tiram conclusões de coisas que ouvem a seu respeito e daí criam um personagem que é como seu alter-ego. É bem difícil convencer a algumas pessoas que você não é o que elas pensam e muitas vezes é a maior perda de tempo, pois elas não estão interessadas em saber quem é o verdadeiro você, querem poder te criticar, te zoar e ter a certeza de que você não é a melhor pessoa do mundo.

Blogger life 24 - Viadagem e preconceito


Esse papo de viadagem não é minha especialidade, mas gosto das questões abrangentes. A gente pode falar de mulher, pode falar putaria, mas a viadagem é uma porra...(tsc) É tanta merda em cada cabeça, que tudo acaba, o mundo acaba, “Fróide”, “Níti”, jovem, pica, boca, cu, buceta, flores... a única coisa que jamais se acabará é a estupidez. “A estupidez fode tudo.”

Ah! sim, blogger life 24...

Isso mesmo..., a viadagem persegue o homem, pois somente o homem pode se metamorfosear em viado porque gosta. Embora eu conheça também algumas "viadas", estas são um caso à parte, a desgraça do homem tem um jeito de ser viado que nada no mundo animal é similar, creio eu.
...e eu pensando que sem beber estaria livre dos bares cheios de afetação dessa cidade imunda. Mas “quem tem amigo não se governa” já dizia Doutor Barrigão  lá nos velhos tempos de que quem busca a felicidade tem que ir à luta, às vezes para em lugares estranhos, ás vezes tem que disputar com mulheres a delicada flor, o que é desleal, creio eu. Não há como um homem vencer a graça, delicadeza e a beleza feminina, ainda mais um cara tosco e bruto como eu... enfim.
: entro no bar e um cara quer saber quanto eu calço, outro quer sentar em meu colo, outro me beija a face, parece que não há como escapar, mas eu consigo, sou paciente e sempre sincero, às vezes demais, sou imprevisível, bipolar talvez, neurótico quem sabe. Sou apenas eu contra um mundo de viadagem e preconceito. Creio eu! Homem é chato. Bêbados, que falam pegando em você, gritando em seu ouvido, lhe cuspindo e sendo inconveniente... isso é uma desnecessária exibição de idiotia... 
Já as garotas... 
as mulheres são formidáveis mesmo quando se fazem de idiotas, vagabundas, ou interesseiras, são lindas. E bêbadas então? Não sei como indivíduos que se dizem masculinos são capazes de fazer mal a criaturas tão fenomenais. Não lhes ter cuidado, zelo, carinho, pode, e vai, trazer apenas a desgraça ao infeliz, isso é fato. Mas também entendo que tem gente bem desgraciosa independente do sexo, orientação sexual, viadagem.
Existem mulheres bem desgraciosas, essas a gente pode simplesmente deixar de lado. Você perder o tesão por uma mulher também acontece entre os não viados, não importa o quão seja “gostosa”. Tem gente que curte sexo a qualquer preço, mas, desculpe a “desgraceza” e ordinariedade: “eu não achei meu pau na rua”. Tenho a obrigação, mas acho que elas também tem que fazer por merecer, porque “eu não achei meu pau na rua” não existe homem como eu de bobeira por aí. Não um tão estúpido. 
Temos que nos contentar com o que a vida nos oferece, né? Tá bom, eu sei, mas para por aí. As mulheres reclamam do domínio masculino na sociedade, mas esperam sempre que façam tudo e um pouco mais, sendo elas apenas o prêmio. Dirija, pague a conta, abra a porta, seja engraçado, seja carinhoso, seja vigoroso, tire a roupa (de ambos), chupe, beije, bata... enquanto todas as pressões do mundo estão sobre nós. Azar de quem deixa o tesão passar... mais azar ainda daqueles que deixam o tesão subir pra cabeça.
Não vejo absurdo na homossexualidade, principalmente a feminina, sem preconceito. Cada um tem o direito de ser como é e nada nem ninguém pode reprimir isso. Freud, Jung, Nietzsche passariam o inverno discutindo... O tempo é que é o senhor do universo, e do tempo, e do jegue de Luiz Gonzaga, que Deus o tenha.
Falando em preconceito... 
um dia desse serei uma aberração, né? Daqui a pouco todo mundo terá pelo menos duas opções sexuais e já me chamaram de retrógrado por não gostar de algumas coisas bem estranhas... também estive em lugares onde minha masculinidade não era bem-vinda ainda que lá ninguém tivesse interesse sexual ninguém. O mundo é doentio. Me tomam por machista, por sexista, por cretino por gostar só de mulher, mas eu ainda não conheço, nem mesmo entre os meus amigos homossexuais, viados e trangêneres alguém que não sinta algum prazer em criticar uma vida sexual dita normal. Eu achava que era pessoal, mas as pessoas acham que isso importa e fingem se importar.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Por uma vida menos doentia...

Eu não quero um mundo livre de drogas. Quero um mundo sem "terroristas", "erroristas", sem essas pessoas que tem no medo a arma para subjugar às outras. Quero o mundo onde as pessoas se preocupam com o bem estar do próximo, se ele tem o suficiente para sobreviver e se manter produtivo. Quero um mundo livre! O mundo livre é lindo!
Desde quando neste país se considera a necessidade de uma minoria?
As mulheres continuam morrendo nos abortos clandestinos;
As mulheres também continuam sendo espancadas todos os dias, e violentadas e vilimpendiadas;
Ninguém acha nada estranho na "machesa" da sociedade, falando em atenção de mídia em campanhas mundiais;
O jeitinho brasileiro ainda é a lei e ninguém considera que a corrupção é uma doença;
Os jovens continuam sendo massacrados por uma necessidade irreal de se sentir aceito, incluso no mundo do consumo, e muitos não sabem sequer se vivem, o que podem fazer de realmente bom e útil, e de se tornarem pessoas melhores, talvez, e deppressa, com certeza, e ninguém vê perigo nenhum nisso;
O álcool, o tabaco, o açúcar, continuam matando indistintamente e não vejo nenhum debate sobre isso. Eles matam mais que o tráfico de de qualquer droga.
A não ser nas mãos da polícia e de outras causas alheias ao "vício", a maconha não mata ninguém. A falta dela é que deveria constituir crime, pois está sendo velada a possibilidade de uma qualidade melhor de vida, mais digna, digamos assim. Os governos devem fornecer aos seus cidadãos condições decentes de sobrevivência e uma  planta, animal, ou invenção capaz de tornar a vida do sujeito mais "fácil" ou suportável, mais produtiva, não pode ser um produto ilegal ou inacessível, isso constitui-se uma violação aos direitos humanos.
Porque é que nós usamos o algodão se a fibra da maconha é mais resistente, mais manipulável e, sendo liberado o seu plantio para fins industriais, seria também mais barato comparado ao próprio algodão?
Eu estou cansado de fingir que não penso que um cara que é contra a legalização da maconha é um assassino, um irracional. Não sei se é ausência de amor ao próximo, mas com certeza não é humanidade. É como se de repente todos os maconheiros fosse sair pelas ruas baforando seus barrunfos na cara dos transeuntes. Como podem preferir que os usuários, jovens ou não, fiquem reféns de bocas-de-fumo e de pseudo-criminosos do tráfico? Qual a vantagem moral nisso? Qual a desculpa sanitária pra isso? É só pra não ver alguém "de boa"?
Então os alcoólatras não se tornam imbecis depois de algumas doses? Então os alcoólatras não tem que esperar final do expediente para encher a cara? Então nas bulas dos inofensivos remédios farmacêuticos não há alertas sobre danos causado pelo uso excessivo ou incorreto? Então uma pessoa que fez radioterapia, quimioterapia não poderia ter tido um melhor restabelecimento com maconha? Então o  cérebro humano não possui "neuroreceptores de canabinóides"? Então por que a pessoa que fuma é doente ou criminoso? Para, porra!

NINGUÉM MORRE POR CONSUMIR MACONHA!
NINGUÉM SAI SEM CONDIÇÕES DE DIRIGIR DEPOIS DE FUMAR  MACONHA!
NINGUÉM FUMA MACONHA NA INTENÇÃO DE ESPANCAR A ESPOSA, OU OS FILHOS, OU O VIZINHO, OU O CACHORRO...
NINGUÉM FUMA MACONHA E VIRA ESTUPRADOR
NINGUÉM FUMA MACONHA E FICA RETARDADO

...Mas a elite apavorada, os puristas, os moralistas e os canalhas preferem que seus filhos virem traficantes de uma planta que só é proibida no Brasil (e em boa parte do mundo) porque o bem-intencionado Governo Americano resolveu declarar guerra, para que suas safras de algodão, de uísque, de transgênicos continuassem supervalorizadas. Eles também preferem o imposto pago pelas indústrias de birita e cigarro (se o cara planta em casa ele não paga imposto). Será que o bem da população entrou em debate? Sabe o que é bom lá? Todo mundo pode ter armas, mas fumar maconha não. O slogan deles é: "Não fume Cannabis! relaxe atirando em alguém!"
A maconha pode substituir vários produtos, mas não se pode pedir que se deixe de investir em pesquisa e desenvolvimento de novos materiais tão baratos e economicamente viáveis para o nosso país e para a humanidade. Isso seria lesar a pátria. Uma grande lesão já é não aproveitar as ótimas condições climáticas para o cultivo de cannabis da região NE, mas, ao invés disso, os governos esperam que esse povo infeliz desapareça de uma vez. Isso é absurdo, é doentio.

Tem gente dando depoimento na tv dizendo que a liberação iria fazer os jovens consumirem mais, mas em Portugal não aconteceu isso e na Argentina, que eu saiba, também não, então só no Brasil é que isso vai ser verdade? Eu sei que o nível da nossa educação é  inferior ao desses países, mas o nosso povo é único e o mundo todo sabe disso. Ninguém se respeita e se tolera tanto quanto o brasileiro, mesmo num território tão imenso como o nosso, somos solidários.

O ser humano é capaz de lidar com as drogas sem nenhum tipo de censura, mas a sociedade precisa dos degenerados, dos criminosos, como precisa do dinheiro, do luxo e enquanto essa mentalidade persistir seguiremos rumo ao fracasso como civilização.
Assim como álcool e o tabaco, a maconha também tem suas regras. Ninguém vai trabalhar doidão, ou fumar no trabalho, assim como não se pode beber ou fumar tabaco em certos lugares hoje em dia.
Crianças não podem fumar o cânhamo assim como não podem beber, ou usar outras drogas, porque o seu corpo em formação pode sofrer danos e alguns "danos" podem existir causado pelo consumo excessivo até de água.
É ridículo o cidadão não poder, em sua casa, relaxar fumando um fininho, assim como pode tomar seu uísque, apenas para poder dormir mais leve depois de um dia cansativo.
É ridículo chamar um cidadão produtivo, responsável, pagador de seus impostos, pai, mãe, avô, avó de alguém de marginal, encaminhando a uma delegacia, ou lhe dando um sermão, por fazer uso de uma planta que não é um veneno, nem causa dependência, nem traz nenhum malefício. Acho que é hora de parar com essas mentiras.
Se temos 1,3 milhão de usuários declarados precisaríamos de 1,3 milhão de pés de maconha por mês. Cada um planta a sua e ninguém vira estatística de uma guerra urbana IRRACIONAL. Quem não puder plantar se junta com alguém, faz uma cooperativa, mobiliza o bairro, mobiliza o município. Só não dá mais pra ficar nas mãos da polícia e dos criminosos, pois esses não são amigos de ninguém querem apenas ver a coisa toda pegar fogo para que eles possam brincar de tiro.
A guerra contra as drogas não é uma guerra anti-degradação moral. Se eles estivessem preocupados com isso não deixariam milhões morrerem de fome enquanto safras são jogadas no lixo por falta de competitividade de mercado.
Se os governos estivessem realmente preocupados com a qualidade de vida das pessoas não as imporia metas irreais de produção. Estamos nos desenvolvendo rápido em tecnologia, mas a filosofia e os assuntos ligados à mente e ao comportamento humano ficaram estagnados no meio do século passado. Talvez por causa das guerras, talvez por causa do próprio crescimento demográfico acelerado parou-se de pensar.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Blogger Life 23

Apenas para constar: é um saco escrever sem inspiração. É como um concerto para uma platéia de surdos. Posso me fazer entender e posso parecer bem grave em meu tom, mas não há como obter resposta. Não se pode beber o conteúdo. Eu não consigo poetizar.

Estava me sentindo desprezado, desbundado, sem nem uma banda, mas agora parece que eu tenho uma bunda, pois tenho duas bandas produzindo algo novo para este mundo doentio. A inspiração que me falta em alguns lugares me encontra em outros sempre de boa vontade. É uma forma do universo me manter animado, vai trocando a energia criativa de lugar para que nada fique ocioso... enquanto ia para uma gravação recebi um sms que me fez pensar que o amor vale a pena. É ótimo quando é alguém lembra de você com amor, te ajuda a  manter a fé na humanidade.

Depois de uma semana fudido com sinusite eu começo a me animar a ir a rua, mas nada de me esbaldar: Gerônimo, um sambinha fundo de quintal, um rockzinho com os camaradas... hoje tem Honkers na despedida de Rodrigo (doidinho) Gagliano, ao que parece vai ser no estúdio 2Tone, na graça, do lado do boteco da graça.
Dia 24/08 vai rolar um som também na oficina de investigação musical de Bira Reis (Kizumba) no Pelourinho (fica ao lado do Hotel Pelourinho) vai rolar som percussivo e eu vou meter meu baixo lá no meio pra tumultuar.
E dia 19 ainda pode rolar um reggae, mas eu não posso garantir nem mesmo a minha vida até mais tarde, que dirá até domingo.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Enterrem meu coração na curva do rio Xingu

Há mais de cem anos os Estados Unidos exterminaram toda sua cultura nativa, indígena, em troca, em nome, do progresso que viria junto com a estrada de ferro. Hoje nós sabemos bem o que aconteceu, mesmo depois de o cinema nos dar como bandidos e inimigos os nativos americanos e elevando o moral do homem branco para um patamar de herói, eram assassinos, mas o cinema nos fez amá-los.
Estamos agora em 2012 e vemos o "homem branco", tentar alavancar o progresso na região Amazônica e em nome desse progresso eles pretendem exterminar nossos nativos. Um crime contra a história, contra a consciência, contra todos os valores que as escolas tentam ensinar às crianças. Um crime contra a nossa pátria, nosso povo, nosso país, nossa soberania, nosso planeta.

Eles podem matar nossos peixes como os americanos mataram os búfalos?
Eles podem inundar áreas habitadas por povos que há séculos escolheram como seu lar?
Eles podem afugentar toda a caça, poluir toda a água, derrubar toda árvore em nome do progresso?
Eles podem nos contar montes de mentiras e nós não podemos lhes dizer na cara que são mentirosos?

Eu sei que é muito pouco falar que o crime que estão cometendo com Belo Monte não tem justificativa, não faz sentido e é apenas para que um pequeno grupo seleto enfie alguns milhões de dólares no bolso, mas falar isso poderia soar leviano. Que seja! Eu tenho a história para mostrar porque isso é um crime, porque os políticos envolvidos, entre eles nosso ex-presidente nunca eleito José Sarney, querem tanto acabar com o povo que tem o direito Universal de permanecer em suas terras. Nenhum poder político pode ir de encontro à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ela diz entre outras coisas: 

Artigo VI - Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.
Artigo XVII - 1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Os políticos alegam que todo o cidadão está sujeito às leis do país, brasileiros, ou não. Nossa política indianista está violando vários direitos dos índios e não há quem se importe o bastante ao ponto de por eles tomar alguma atitude. Estou envergonhado de ser humano, livre e brasileiro. Nosso país está destruindo tudo o que há de belo e não estamos mais sendo colonizados.
Sand Creek foi um dos maiores massacres que se tem notícia, o mais covarde, mais do que as bombas de Hiroshima e Nagasaki, pois eles garantiram aos índios um local seguro e mandaram dezenas tropas com armas de fogo contra índios armados de arco e flecha e lanças, a maioria mulheres e crianças. 
Talvez essa não seja a intenção dos defensores das Usinas na região amazônica, mas eles vem matando os índios há mais de 40 anos, José Sarney sabe bem disso, ele vem tendo êxito em sua investida, pois desde 1966 até hoje a população indígena só diminuiu e algumas tribos praticamente já deixaram de existir, mas o Xingu é nosso! É de cada brasileiro.
"Enterrem meu coração na curva do rio" é um livro escrito por Dee Brown no qual se conta com detalhes toda a crueldade e covardia com que o nativo norte-americano foi varrido da face da terra. Eu não quero no futuro ler sobre como o Brasil pôs fim a história das únicas pessoas que tem direito de usufruir e cuidar de nossa terra. Talvez seja a hora de fazermos algo mais do que tomar partido.

sábado, 11 de agosto de 2012

É bom estar vivo

Se prestarmos bastante atenção iremos perceber a quantidade de vezes em que nossa vida corre risco, numa pequena marcha-ré, num pé relaxado abaixo do passeio, enquanto comprava um caretinha na barraca, ou dentro do busu, ou na praia.
A vida... a gente nem mesmo sabe definir de maneira decente, mas mesmo sem nunca ter experimentado uma outra sabemos que a nossa nos fará muita falta. Não vale a pena arriscá-la?
A vida... muitas vezes a gente pensa que podia ter morrido. Conheço gente que acredita que morreu mesmo. Mas tem aquele momento irremediável, sabe como é?
Tem momento que é foda. Não!, alguns momentos são melhores que muitas fodas, mas... é foda... estar vivo é foda!
Pensar, escolher, interagir, modificar, compartilhar, amar, essas ações a gente só pode realizar estando vivo e quem são os sentimentos que nos visitam no momento crucial? Acho que são esses os sentidos, sentimentos, tudo o que restará.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Blogger life 22

Uma vez eu escrevi um texto sobre a meu azar e o fato de o São Paulo Futebol Clube nunca vencer o Esporte Clube Bahia jogando em Salvador. Não que eu tenha ido ver muitas vezes, nunca foi fácil ir a esse jogo por todo tipo de motivo: da falta de grana, show no dia, ressaca, 2ª divisão... não sei por que, mas o único que eu fui ver, com Luis Fabiano e Kaká, o Bahia deu um chocolate. E no ano passado que tinha tudo pra eu ir, mas eu não fiz nenhum esforço, foi aquela desgraça. (Ainda bem que eu não fui)
Ainda bem que dessa vez eu não me preocupei novamente e cheguei mesmo ao ponto de esquecer, mas quando você sai de casa no engarrafamento, de busu, encontra o outro lado da cidade todo parado, está sem ingresso, mas encontra as bilheterias vazias e funcionando e compra seu ingresso na segurança dos olhos da lei que lhe espreitam, não se preocupa nem com o baseado que está no bolso, mesmo quando o ingresso cai, invisível, ao puxar a carteira e se não fosse pela presença e honestidade de uma criança, que vendia, que pedia, sei lá o que fazia sentada na calçada, e seria a pior frustração quando por ele eu procurasse para entrar no estádio, a sorte sorri. A sorte é um sorriso dos mais lindos.
Domingo eu podia ter lavado minha alma na goleada sobre o flamerda, mas não senti firmeza no meu time. Claro que estava confiante para o jogo contra o "Jahia", mas tem aquela porra de maldição dos infernos. Além do mais não creio que o time esteja formado, temos inúmeros desfalques:; Denilson e Wellington são meus titulares, a zaga ainda pena, mas Tolói já deu um outro padrão. Talvez com a volta de Lucas agente tenha ainda mais segurança e controle das partidas, mas vejo evolução no futebol de Maicon e do nosso meia enceradeira, Jadson. O flamengo quase não viu a bola no domingo e o Bahia apenas a viu passar, exceto por pequenos  vacilos por excesso de preciosismo de nossos atacantes e meias que ficam tentando entrar no gol tabelando. Há uma braga, mas ela há de ser corrigida e no momento certo esse time há de se tornar imbatível. Por hora basta ganhar dos mais fracos.
A última vez que eu tinha entrado em Pituaçu foi no show do Garotos Podres há não sei quantos anos. Poder ver meu time jogar contra o Bahia num estádio praticamente vazio, sem a tão temida "Bamor" que se dizia que ia armar uma emboscada aos São paulinos em represália ao ocorrido em São Paulo ano passado (dizem que houve uma briga e a "Bagay" saiu perdendo). Aprendi que nem toda a cagada de pombo cai em sua cabeça quando você tem azar.
Sem beber é bem mais fácil ter dinheiro e eu seria capaz de sair só com a grana do ingresso e do busu, pois estava sentindo que meu corpo a qualquer momento iria pedir cama, aquela cama de hospital que os enfermos tanto temem. Sentia meu corpo fraco, mas não o bastante para não sair de casa pra ver o tricolor.
Temia apenas não achar ingresso, mas ao ver as bilheterias funcionando e vazias pensei que finalmente podia parar de me preocupar. Comprei o ingresso e coloquei no bolso, junto com a carteira, porém fora dela. Quando voltei pro carro Vinícius me pediu uma grana e eu tive que meter a mão no bolso derrubando sem ver o ingresso no chão. Não fosse um guri abençoado que estava sentado no meio fio ao meu lado, ao lado do carro que me esperava meu ingresso estaria perdido e agora estaria escrevendo impropérios contra o mundo e seus demônios. Até pensei que era onda do pivete, mas não era não, O agradeci grandemente e Vini ainda lhe deu 2 contos pela honestidade e caímos fora, mas pra mim nem era sorte o bastante ainda.
Na volta para o estádio, na hora de passar na catraca, antes de passar pela revista, resolvo tirar a câmera do bolso para que os caras não ma fizessem tirá-la em sua presença e acabassem encontrando o beck que tava no mesmo bolso, mas o que é que eu faço? Derrubo  finório quase no pé da PeFem e sem muito tempo pra raciocinar, no mesmo movimento me abaixo, cato o menino e o guardo novamente no bolso para a hora da verdade. Eles me revistaram e não viram ou não se importaram e eu entrei em minha nova casa inteiro, ileso.
O jogo foi lindo! Encontrei meu irmão Romário Correeeeeeeeente, encontrei a SampaSSA, encontrei um monte de amigos, encontrei as amigas São Paulinas ainda mais lindas, Rogério Ceni fez gol a "maldição Bahia" tinha finalmente ido pra a casa do caralho e eu voltei pra casa revigorado numa carona esplêndida.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Encontros e partidas ou Chegadas e despedidas


Imagina que um dia chegou via facebook uma música de seresta que imediatamente me lembrou de uma do Paulo Diniz, que dizia: "antigamente a minha vida era de bar em bar...", e, saudoso, rememorei os tempos de seresta em Periperi de antigamente, antes de toda essa merda de pagode, "forró-bostiário", e "arrocha-love", "arrocha-tecno", "arrocha-inferno", enfim lembrei que finalmente eu estava "fora do bar" há um tempão e podia cantar essa música com alguma excelência. A outra música também era de Paulo Diniz, "Pingo de amor", outra bela em homenagem às mais belas criaturas deste planeta imundo. Canções de amor... às vezes eu me queixo de não ter um amor assim que mereça uma bela canção, mas isso é uma infâmia, pois tenho tantos amores que não daria conta em cantá-las todas.
Eu tenho tantas amigas quantas posso amar, talvez até menos, mudar esse status pode ser transitório, passageiro, ou improvável. Não saio por aí a fim de fazer amigas, nem amores, mas as mulheres estão sempre na minha quântica. Sou feliz por ter os maiores amores entre as minhas amigas e vice-versa. Isso é um ótimo problema. Se toda grande amiga me apresentar uma só amiga legal eu jamais ficarei solteiro, mas não é de casamento que eu tô atrás, nem de falar de minhas particularidades, aliás, é tudo particularidades, nada é particular. (Foda-se com tudo isso!)
Marquei com uma dessas "amores de minha vida" que estava de passagem pela cidade, em férias, pra vermos Gerônimo. É um programa que eu sempre curto, mesmo quando não é aconselhável. Estava com a mente transtornada por não conseguir fazer as pessoas compreenderem que o estado de sofrimento é transitório e que normalmente é de reversão fácil e indolor, mas há casos em que nada é passageiro. Pode ser uma simples questão de ciência, conhecimento de causa, ou exigir uma investigação mais profunda. Estava me sentindo péssimo por não conseguir me fazer compreender e isso ainda me perturba. Nada como uma boa companhia. Stella...
Demos um rolé básico: pôr do sol, sorvetinho, encontramos uma amiga dela, bebemos algumas cervejas para minha abstinência se bulir e lá fomos nós pra escadaria. Conversa vai, conversa vem, mais amigos se chegando e - lá vem os convidados chatos de Gerônimo cantar bobagem no palco! - às vezes é legal, mas costuma ser perigoso, ainda mais quando o "Gegê" já tá naquela maresia, tocando Marina Morena naquela levadinha discarada de seresta... no meio da confusão escuto a canção que me fez lembrar quem eu era novamente... "o meu amor chorou, não sei porque razão..." Começou o convidado como que me mandando um sinal de que nem todo inferno é tão ruim. Bafei Stellinha pela cintura e ensaiamos uns passos da mais alta serestabilidade. Era apenas em nossa homenagem que tal canto se iniciara. (Claro!) Pelo menos nisso eu cria enquanto a felicidade daquele momento se eternizava e enchia de fumaça.
É sempre triste quando alguém vai embora, mesmo que saibamos que vamos nos ver novamente, sempre torcemos por mais um tempinho juntos. A gente se despediu ali mesmo na escada e embora eu não vá jamais admitir, poderia ter até chorado, pois o clima de seresta e arrocha acabou dominando até que alguém teve o bom senso de chamar a Elis Regina. E ela se foi. Stella, Stellinha...
Continuei por lá curtindo o que podia. Na volta pra casa, a lembrança de que fazia tempo que não me jogava pra lá pr'aquelas bandas de busu. (Marieta, a bike,  está desmontada) Nada de elevador Lacerda (não funciona mais de madrugada) e eu já não arriscava ir pra Lapa no fim da noite. Nem quis olhar o relógio pra não desesperar, segui meu caminho meio sem destino.
Nessas horas não podia aparecer uma carona?
Cadê o celular?
Porra de celular!

Porra de carona!

Fui caminhando como há quase 20 anos, observando os travecos, os sacizeiros, a noite propriamente dita e tudo ainda parece igual. "Mas que horas são?" "23:55" "mas qual era o horário daquele busu mesmo?" ia pensando enquanto descia as escadas da estação e dei de cara o "meu ônibus" se dirigindo ao terminal de embarque e lá fui eu sem saber se isso era sorte ou se era algum outro sinal enviado para mim ainda não decodificado. O fato foi que em menos de 20 minutos já estava novamente caminhando solitário sobre o solo sagrado de Pericity sem saber mais qual era a minha queixa contra o resto do mundo.
Às vezes eu quero desaparecer, verdade, mas eu não saberia como viver sem o contato dessas pessoas que eu amo e que me amam e que sentimos que somos importantes uns aos outros. Acho que não sou o único a sentir isso, talvez não seja o único a admitir que já não suporta essa vida, mas não sabe viver de outra maneira. Todo meu conhecimento se resumiu à consciência de que coisas boas acontecem a todo o momento. Não há motivos para pânico.

Se chegue

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