terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Obrigado por tudo, Magic Assmar!

Infelizmente Salvador deu uma big desafinada hoje. Nosso mestre, herói, comparsa, amigo foi fazer seus solos de blues lá no outro plano. Que ele bote pra lenhar com a alma dos capetas seja onde estiver!
Lembro ainda (e como é difícil ter memória) do primeiro dia que o vi tocando num festival num mini-shopping, num dia de semana chuvoso e entediado. Lembro que foi péssimo pra chegar lá e a volta pra casa foi ainda mais assustadora, mas cada segundo que eu passei escutando a sua guitarra valeria à pena sair e voltar mil vezes e passar por quaisquer perrengues. Com o meu espírito de verme rockeiro da suburbana, minha alma se tornou ainda mais bluesística graças à guitarra de seu Álvaro que me ajudou a sentir a importância de ter um feeling ao se tocar um instrumento, pois transmitir as batidas do seu coração ao coração mais próximo através da música acho que chega a ser mais que um dom que ele conseguia nos envolver como um mágico.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O pé no plim....

Acho que jamais tive tanto medo 
de "EU" não ser o mesmo quanto agora, 
mas se me conhece, 
me conhece mesmo, 
pode até ficar frio! 
Porque, daqui por diante, 
é só arte, amor e amizade.
Todo mundo entra!
Todo jornal
Todo garçom

Todo melhor amigo
Todo mundo erra!


Acho que nossas opiniões vão mudando
Nossos corações vão se vacinando...
Nossos cérebros vão se expandindo...
Acho que jamais tive tanto medo de "EU" não ser o mesmo, 
mas, se me conhece mesmo...

o que posso dizer?

Paz!
Amor!
Saúde!

domingo, 29 de outubro de 2017

A tristeza de repente me pediu uma canção pra ela, mas eu tentava tocar, cantarolar, frasear e era tanto soluço que eu não achava um ritmo.

domingo, 22 de outubro de 2017

Sem amor futuro

De agora ao passado eu não sou o mais amado
De agora em diante eu não sou mais o amante
Agora é só qualquer diversão
Aproveite você querendo ou não

domingo, 1 de outubro de 2017

Vida de cachaceiro

É foda! Hoje é 23 de janeiro, e só nos dias 10 e 19 eu não bebi esse ano. Sem contar o mês de dezembro, no qual eu devo ter bebido todos os dias, já faz um tempão que eu não permaneço sóbrio dois dias seguidos. Pelo menos ainda estou com o celular que meu “primo” Alex me emprestou. Mesmo assim é melhor que eu comece a guardar os números num papel. Melhor mesmo é que eu comece a tomar vergonha. 
Tive ressacas homéricas por vários dias seguidos. Hematomas? Nem sei mais onde não me doeu, acho que só no cu, mesmo assim tive diarréias desagradáveis, causadas pelo lixo ingerido durante a night que me causaram uma certa “ardida".
Acordei inúmeras vezes em minha cama sem ter a menor noção de como cheguei até lá. Acordei no chão algumas vezes, outras no banheiro, outras ainda no bar.Fiz incríveis merdas, mas nada daqueles vexames de dizer que ama ninguém, nem de querer bater, nem matar, nem chorar. Ainda bem!
O vômito? Sei lá, acho que depois de vomitar por dias seguidos você se acostuma. Eu às vezes sinto até falta. “Barril mermo” é quando você mistura a porra toda, e quase tudo na mesma quantidade exagerada: várias cervejas + vários vinhos + vários conhaques, e mais, e mais. No dia seguinte é aquele sucesso: Dói estômago, cabeça e o subconsciente.
Tem dias que eu tenho a certeza que só faço isso porque quero morrer, mas depois eu mesmo me desminto, pois, eu tenho a certeza de que vou um dia com ou sem cachaça e não preciso forçar. E quem não vai? É melhor seguir vivendo e morrer quando for do que seguir tentando morrer e não viver nunca.
Às vezes penso em parar, mas aí o meu anjo da guarda do mal me diz: “Thilindão, você vai ficar fazendo que porra em casa? Vai ficar aí escrevendo aquelas besteiras de felicidade, amor, amizade?! Vai comer água, sacana! Pelo menos na volta você vai ter mais histórias pra contar.”
- É o que eu vou fazer!
Ruim mesmo é o gosto de sopa de esgoto na boca; é ter que sair correndo desesperado pro banheiro pra não se sujar, sujar a sala e sujar o quarto; é ter que rezar por silêncio e, além de tudo, ter que cumprir todas as suas obrigações profissionais, familiares, amorosas e "catervagem".
Levei os foras clássicos da noite. Fiz bobagens que a gente tem que se desculpar no dia seguinte, ou com o dono do bar, ou com a amiga, ou com a mãe da amiga/amigo, agradecer os amigos que você não lembra, mas lhe carregaram pra casa já morto. Ainda tem que revirar o juízo quando, no dia seguinte, recebe aquele telefonema de alguém que tem nome gravado, mas você nem imagina quem seja, pois não faz a menor idéia do que aconteceu na noite que o nome foi gravado.
Ainda falando em amores acho que um cachaceiro tem mais é que ficar solteiro mesmo. Por mais que a gente tente ser decente, responsável, complacente, tem sempre aquelas coisas que não se consegue resolver: chegar cedo, não ir beber depois do baba, depois do trabalho, esquecer a data de aniversário do primeiro olhar pra ela(porque você é romântico, ora!) etc. Mesmo que se diga que tava só comendo água com a moçada rola uma DR ou duas: “Moçada? que moça tinha lá?; era água dura por quê?” Então é melhor ficar sossegado até que apareça uma que coma água também, ou que pelo menos não estrague a brincadeira com essa conversa de "relacionamento sério". Todo relacionamento é sério e o meu com a cachaça é muito.
Não se apaixonar todo dia, toda noite é difícil, mas isso aí já entra uma outra história de uma outra cachaceirice.

sábado, 2 de setembro de 2017

Há uma hora errada para tudo...

Da imensidão da alma pequena estou farto
A pequenez do universo involume
O gigantismo incontingível da mesquinharia.
Farto só de ser só um
Único só em ser tão comum
O detalhe e uma obra-prima
Reles público,
Fútil utensilar,
Opinatório plausível 
Cansativo, talvez demasiado
Comum em nada apreciável

Definitivamente agora temporão.

domingo, 20 de agosto de 2017

E nem vai dizer tchau

Antes da luta
Da vida que vem
Viva
Todo santo dia
A se regozijar
E nem agradece
Nasceu

Depois de querer Tanto acordar Morto Um dia você Não vai nem curtir Você conseguiu Morreu.

sábado, 19 de agosto de 2017

Entre tantos elementos...

Tem dias que eu acordo e não faço ideia de quem eu sou, onde estou e o que irei fazer. Aos poucos a mente vai voltando pra cabeça e, mesmo ainda um pouco perdido, eu me encontro.
Quando sou Thiago, estou em casa, de ressaca, acordo com sede e enjoado. Quero só dar um beijo em minha mãe e ficar ali do lado dela só recebendo seu carinho e ouvindo suas histórias, bebendo um café, talvez...
Thilindão quando acorda está com a cara no computador procurando notícia desinteressante sobre o planeta e o bem estar das pessoas, pra que assim, bem informado, possa escrever sobre a vida ordinária e o mundo imundo. Sou um escrevente meio cego. (Invisível)
No meio desse esquema filosófico conflituoso, T612 acorda com alguma poesia e pega o violão pra começar a colocar alguma harmonia na vida. Sou tocante meio surdo. (Mudo)
Me encaixo nesses 3 personagens que quase nunca estão em sintonia, mas eles estão aqui: Thiago vive; Thilindão escreve; T612 toca. Já existe um quarto personagem cujo nome eu ainda nem mesmo saberia pronunciar, mas eu percebo ele aqui, vivo.
Se me encontrar por aí, por favor, não pense que eu estou maluco, mudado ou metido. É que às vezes o corpo físico não consegue estar no mesmo lugar no espaço que o corpo quântico, mas o corpo humano é o mesmo, a pessoa é a mesma, que pode se esquecer onde está, onde esteve, mas não esquece de quem é. Nunca!

Eu*

Sei que não sou tudo que penso de mim;
Sei que não sou tudo o que dizem de mim;
Sei que nem sempre faço o que posso;
Sei que nem sempre posso fazer o que esperam;
Sei que nem tudo o que acredito existe;
Sei que existem coisas nas quais não acredito, portanto…

Se quiser mesmo saber de mim…
Melhor me esquecer,
Melhor pensar que eu não existo,
Pois não sou nada do que você espera,
E nunca serei o que você deseja.


Quer mesmo saber quem eu sou?
Procure em suas qualidades,
Nos defeitos que mais abominam.
Procure nas melhores canções,
Nos venenos,
No frio,
No medo,
Nas flores,
No sol…
Eu sou isso aqui mesmo, duvida?
Procure respostas pra si,
Pra sua existência insignificante
Então encontrará a resposta
Pra essa,
Pra muitas questões.

Sou simples como o mundo que eu vivo.
No entanto, não posso ser visto.
Ninguém me vê.
Os olhares me atravessam.
É como se eu não existisse,
Ou nada significasse.
Quer mesmo me conhecer?
Feche os olhos e sonhe,
Agora!

(*texto do primeiro ano do desgraciosidade.com)

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Impaz

Não quero beber
Nem comer
Nem respirar

Quero sem sede
Quero sem fome
Quero sem ar

Nem ir nem voltar
Nem estar aí
Nem chegar aqui
Quero só sossegar

Se for pra beber
Se for pra comer
Se for pra respirar
Quero ir e voltar
Daqui pra ali
De lá pra cá
Quero desasossegar

domingo, 6 de agosto de 2017

A gente se fala por aí

Não existe lágrima de tanta tristeza Aonde se chorar Se não afogar sua volta pela terra tá ligado? Foi curta, mas foi beleza! Depois de tanta mágica, ainda vai se "entristir"? Só me dizes com quem poetas Que eu te direi de quem és doido Vou me lembrar feliz Mesmo que chorando Aquele seu samba bonito Eu posso estar poetamente enganado, Mas entristecido contigo eu não fico Obrigado!

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Tossir pode durar uma eternidade

E,
como sempre,
o inevitável fim.
Morreu.
Pensando, 
demasiadamente sem graça, 
sem torpor, morrendo 
Só mais um.

Muito embora,
muito em breve,
um outro nascer
não demorará.

Mas é só...
só o fim que me vem. 
Aliás, 
sempre esperando, 
cada dia por ele 
mais dele eu preciso. 
O fim de cada palavra 
em toda solidão,
de todo ócio
em cada vício
que era só um soluço
tropeçando na garganta.
inevitável nasce
de repente.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

As vezes e as divisões

Subiremos alto 
Desceremos fundo
E acabaremos meio perdidos
Entre idas e vindas seremos muito pouco sabidos
Depois de vindas e voltas viraremos muito safados
Mas não aceitaremos o do fim
E nunca compreenderemos o início
Mas seguiremos

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

The end is near

Now we can play the last time
Last time in this place
In this world, in this nigth
Now we can lost the last chance
Can we only say goodbye?

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Started to love

And I started again to love
And there is nothig better to do
Today and forever i'll only say
I love you
I love you
I love you

And I started again to love
I started again to forgive you
And I started to suffer again
Having nothing better to do
Today and forever is only to say
“I love You!” “I love You!” “I love You!”

Do You know something better to pratice?
Anyone who done what was wrong
Can always straighten up
Anyone can always straighten up

Is there anything more cliché in this life?
Since we all have to fuck ourselves,
What if I get fucked alone just once?
Could I fuck myself alone someday?




domingo, 30 de julho de 2017

Intemperável

Sabe de uma coisa, amizade? às vezes nos apaixonamos por alguém, mas esse "amor" acaba tão depressa que parece até que foi mentira. Mas a amizade pode sobreviver; às vezes nos apaixonamos todo dia por uma mesma pessoa que até parece que esse "amor" nunca vai acabar, mas isso pode até ser como uma amizade de mentira; às vezes nos descobrimos tão tardiamente apaixonados por alguém que não acreditamos como isso não ocorreu antes e duvidamos de nós mesmos, de tanta "sorte", mas é apenas a vida... A vida vai lhe desmascarar de qualquer jeito. Então, não vá esquentar! Fique frio!

domingo, 23 de julho de 2017

O elogio da loucura

A gente não pode mais confiar nos nossos próprios olhos nem nos próprios punhos, porque se cada vez que se lê algo que se escreveu acaba se achando algo de errado, imagina quantos erros estão aí não lidos? É incrível! Ficamos só na dúvida se paramos de escrever ou de ler.

E tem aquelas pessoas
que não conseguem aquietar a alma,
e ficam infernizando o juízo de outrem,
e fica-se perturbando a si próprio,
numa inquietude infinita
que só...

Pra aliviar meus demônios eu lia livros ou escrevia uma ruma dessas "coisa errada", mas, ou eu tinha demônios demais no passado, ou os meus demônios andam muito aliviados. Ou será que eles estão me dominando e me fazendo agir como um animal diferente do que eu sou?
O que eu sei é que só posso ser eu mesmo do meu jeito, você também, todo mundo aliás. Jamais se pode ser igual ao cara que inventaram de você. A gente só controla os nossos  próprios pensamentos e as nossas crenças. Quem você pinta aí nesse universo personal/cerebral é uma caricatura só sua.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Isso é tudo o que eu tenho pra lhe dar

Eu vou dar
Eu vou dar pra ele...
Uma camiseta bordada
Eu mesma que fiz
Tá escrito:
“úC on ramoT áV!”
Por que eu não vou ser “amororsa”
Que nem o Wander Wildner
Que tem uma camiseta escrito “eu te amo”

Ah!, mas eu vou dar...

Eu vou dar pra ele...
Uma camiseta bordada
Eu mesma que fiz
Porque pra me atingir ele deu fim...
No meu DVD com as bandas gaúchas
Então só pra sacanear
Eu aprendi bordado
E vou dar pra ele
Uma camiseta bordada

Ah!, mas eu vou dar...

Eu vou dar pra ele...
Uma camiseta bordada
Eu mesma que fiz
Tá escrito:
“úC on ramoT áV!”
Por que eu não vou ser “amororsa”
Que nem o Wander Wildner
Que tem uma camiseta escrito “eu te amo”
Que tem uma camiseta escrito “eu te amo”
Que tem uma camiseta escrito “eu te amo”
Que tem uma camiseta escrito “eu te amo”

Eu vou dar pra ele
Uma camiseta bordada
Eu mesma que fiz
Tá escrito ao contrário
Pra ele lembrar de mim
Quando se olhar no espelho
Porque eu não sou “Bidê ou Balde”
Nem “Cachorro Grande”, nem “Ultramen”
Nem “Os Replicantes”, “Os Cascaveletes”,
Nem “Rosa Tatuada”, nem Tequila Baby,
Nem “De Falla”, nem “Outubro ou Nada”
Nem “Engenheiros do Hawaii”, nem “Pata de Elefante”
Nem “Nenhum de Nós”...

---

Isso é tudo o que eu tenho pra te dar

Meu amor, vou te dar uma camiseta bordada, eu mesmo que fiz. Tem uma frase escrita ao contrário, pra se lembrar de mim quando olhar num espelho, porque eu sei como é mulher: “Espelho pra tudo!” Não pode ser só feminino ou aviadado tem que ser ao mesmo tempo. 
Pra você o rock tem que ser coisa de “homi bruto” aí, só pra me sacanear, você fudeu meu DVD Acústico Bandas Gaúchas. Então, eu que não sou amoroso, nem Wander Wildner, nem ninguém, nem nada, só pra dar uma volta com vontade preferi costurar e fazer crochê, pra mostrar pra você que eu tenho consideração.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Mini-volta da Recôncavo (Pedal Junino)

Apesar de não parecer, Candeias é uma uma cidade imensa, mas passamos por dentro dela como relâmpagos. Houve uma pausa só pr'um cafezinho e seguimos pra São Francisco do Conde. Logo na entrada o bagageiro se desprendeu novamente e lá se ia minha bagagem pendurada para trás por umas centenas de metros me fazendo parar. Nesse pequeno entreveiro não percebi que minha sandália havia caído e lá por atrás ela ficou. Rodamos toda a formidabilidade asfáltica da terra do petróleo, descansamos um pouco e ganhamos a estrada rumo a minha esplêndida cidade, Santo Amaro da Purificação, já num meio de tarde. Almoçamos por ali mesmo rapidamente e ainda tentamos seguir até Cachoeira pra passarmos a noite, mas seria deveras exaustivo, chegaríamos muito tarde e não curtiríamos nada na cidade. Então decidimos pernoitar por ali mesmo.
Fomos direto ao nosso Hotel já coligado, tentarmos e não conseguirmos nem um desconto, mas fomos muito bem tratados e depois acomodados e limpos tínhamos que pelo menos dar uma volta pela sempre linda praça da Purificação, que naquele início de noite estava repleta adolescentes, em especial um grupo que fazia um duelo de rap muito bacana que eu acabei parando para observar por alguns minutos. Voltamos todos para o hotel.
Saí novamente, sozinho, pra ver o que é que ia rolar em frente a Igreja do Amparo, porque havia um chão montado de palco. Tomei uma cerveja e uma dose de pinga no velho bar de Tote Lima, dei uma volta em minha antiga rua que tinha buxáceas no meio desenhadas em forma de casas, aves e outras coisas, passei pela casa dos Veloso, a padaria que tinha as gracinhas no passado cujos nomes não lembro, até a minha antiga casa e voltei, peguei mais uma pinga e fiquei "de quebrada". Quando vi o samba rolar peguei mais outra garrafinha e voltei para o hotel. Acabou que eu dormi na privada deixando a long nec praticamente cheia em cima da descarga. 
- Acorda, pretofiladaputa!
Era Tota batendo à porta no meio da madrugada pra me acordar me e fazer ir pra cama. (-Toma vergonha, Thilindão!!!)
De manhã tomamos o café no hotel o mais cedo que pudemos, saímos em direção a Cachoeira cruzando serras num ritmo tão leve quanto o ar. Não fomos em nenhuma das cachoeiras da região, mas paramos (Tota parou) pra uma refrescada numa bica e em seguida sentamos o pé, Só paramos pra um suco "na quebrada" pra Belém da Cachoeira, de Conceição de Feira... Pausa essa que resultou numa foto apaixonada entre dois moikanos (Eu e uma pinga Moicana que se encantou com meu moikano black). No fim das contas acho que ninguém pagou pela cachaça que eu só fui lembrar já longe na estrada.
Nada de muito interessante em todo esse trecho até Feira de santana a não ser o tom da pele negra em Belém. Que coisa mais linda! Me apaixonei por uma meia-dúzia ou duas das meninas só na passagem. Os machos também tinham a pele bonita, mas esses eu deixava pra os outros. Subimos direto em direção a São Gonçalo e Feira de Santana.

domingo, 9 de julho de 2017

Sai de casa, filho! Depois você se arruma. (Saindo pro pedal junino)

Se a gente não sabe o que quer da vida não adianta tentar porque não vai ser organizado. Passei a noite acordado ainda tentando ter a certeza se viajaria ou não. Não tinha dinheiro, não tinha nenhuma mochila inteira, não sabia como transportaria minha bagagem, meu violão, notebook… tudo o que eu tinha a certeza era a de que precisava sair de casa, de Periperi, de Salvador, do mundo, quiçá?! imediatamente, pois minha cabeça estava sendo muito perturbada, seguindo intranquila, insatisfeita, infeliz, sei lá. Queria me encontrar em alguma montanha e de lá receber a iluminação que me traria de volta à felicidade plena.
3h da manhã fui começar a arrumar as coisas e quando já estava tudo preso no bagageiro ele simplesmente desceu e eu tive que desamarrar tudo e consertar pra depois amarrar de novo enquanto o telefone tocava de 5 em 5 minutos com Arlíntone já na casa de Tetéu me enchendo o pneu, não, o saco pra eu chegar logo em Paripe e a gente se sair, mas estava ficando difícil falar no telefone e arrumar a bagagem. Pedi para saírem na frente. Consertei, arrumei e já ia saindo, mas lembrei: “sem uma sandália?”, peguei ali naporta e prendi no elástico por cima de toda a bagagem. Saí sozinho pela estrada velha admirando o vale do Paraguari e avancei pelo CIA sentindo e curtindo o ar da manhã da Mata do Cobre, penetrando na BR ainda com um início tímido de um dia nublado.
Uma pequena chuva após o pedágio, mas foi só um chuvisco pra intimidar, ou animar um espírito vacilante. Na primeira entrada de Candeias me encontrei com os outros Jurássicos: Tota (Arlíntone), Tetéu (Emanuel) e Lourdinha. Invadimos a cidade e lá dentro nos encontramos com o último componente da turma, PC (Paulo César) completando o grupo Jurássico Ciclístico para esta viagem. Éramos o “Quinteto Fantástico” que nada poderia parar ou mesmo desanimar.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

É pra sair mesmo? (Preparativos pro pedal Junino)

O inverno, mercado financeiro, preocupações, falta de perspectiva, o que será mais fudido pra a cabeça de um preto? Não tinha grana, não tinha mochila, não tinha barraca, mas queria viajar pra a Chapada pra encontrar meu EU perdido e assim poder tocar minha vida de uma maneira mais decente e segura, pois, falando como um animal e como gente, nem estava sendo um animal terrestre muito precavido em nenhum aspecto, nem estava tendo uma vida pessoal normal. Pensava que minha vida havia chegado ao tipo de caos que nem mesmo um demônio em busca de aflição como eu conseguia achar mais graça. “Devendo aqui e ali?” Deus que me livre! Querendo ajudar acolá, salvar além, estar perto alá, ser atuante augures, onipresente, mas nunca conseguindo ser útil a mim mesmo em qualquer tipo de situação. Lá estava, cheio de advérbios e sem nenhuma alternativa pra me salvar nessa viagem. Pelo menos consegui entender a minha mãe que me dizia... é..., acho que não vem ao caso.
Os Jurássicos de Bike iriam fazer uma pedalada junina bem no auge da minha “egonia” e conversando com Mestre Tetéu cheguei a conclusão de que se eu pudesse pedalar 3 dias com eles eu poderia ir para qualquer lugar depois. Eu ainda não tinha barraca e o pedal não ia para a Chapada, ia para o centro-norte (Senhor do Bonfim) passando pelo Recôncavo da Bahia. De algum jeito, depois que chegássemos em Senhor do Bonfim, o ponto mais norte dessa, viagem teríamos que voltar e era nessa volta que eu pensava em tomar meu rumo de qualquer jeito. Entre um desespero outro, um casal de saudosos amigos, depois de meses sem contato de repente me convidam para uma visita à Ibicoara. Imaginei que se isso não era um sinal do destino me convocando eu não sei mais o que poderia ser.
Passei uma semana inteira me preparando para essa viagem, conversando, pedindo conselhos, e só quando chegou na madrugada de partir é que eu fui começar a juntar minhas coisas. Achei uma mochila velha, revesti por dentro com um plástico e comecei a separar a roupa. Devia estar tão agoniado que pus 4 cuecas, mas só um short e uma calça, duas camisas, dois agasalhos, saco de dormir e a pochete que está sempre bem equipada com os itens de pedal e de viagem que inclui ferramentas, higiene, utilidades, moedas etc. Nenhuma camiseta e esqueci-me de pegar uma calça jeans, pois é sempre útil; bomba de ar; talvez um outro par de sapatos seria bom já que não sabia quanto tempo ia ficar viajando, mais um par de meias, máquina fotográfica, fósforos... me esqueci de mais coisas do que devia, mas se fosse fácil não era tão necessário, certamente.

Gravador (bloco de notas)

Pra não começar do nada
Comece com um gravador
E grave uma declaração de amor
Pr'aquele seu amor
Que te agarra pelo nariz
E pelo cheiro suavemente te deixa feliz
Feliz como um chão
Varrido por um vulcão

Pra não começar do nada
Comece pegando um violão
E toque uma linda canção de amor
Pr'aquele seu amor
Que te agarra pelo ouvido
E pelo barulho ferozmente te deixa perdido
Perdido como um céu
Criado por um menestrel

domingo, 25 de junho de 2017

Na praia (bloco de notas)

Na manhã
Muita gente na praia
Muitos correm
Nas manha

Na manhã
Na praia muita gente
Nas manha
Só anda

Só de onda
Na praia
Nas manha
Nas manhãs
Da praia

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Agora sim! Até que enfim cheguei em mim!

Bati meu café lá na pousada de seu “Coisinho” (perdão! Esqueci o seu nome) em Cascavél e me piquei mais tarde do que eu pretendia pra Ibicoara. Cheguei eram 10h da manhã. Na verdade eu nem cheguei, pois meus anfitriões me pegaram ainda na estrada e me levaram de bike e tudo pra Barra da Estiva para seus assuntos de campo: pás, enxadas, facões etc. O que eu podia fazer era apenas ajudá-los a carregar o carro. Quando estava em minha tarefa... Hahaha! Acredita que apareceu um cara perguntando o número do meu sapato?
- 48 bico largo, man!
- Nossa! Mas um pé desse com chulé deve feder muito...
- Fede pra caralho! Bom dia! - E continuei meus afazeres pensando em por quê não apareceu uma gracinha?
Voltamos pra Ibicoara e pude conceber a lambança do meu pedal da noite anterior. O telefone tocara quando eu estava passando pela localidade e era minha anfitriã quem me ligava, mas como eu saberia? Praticamente não dá pra ver o posto saindo da cidade, só entrando, e era quase noite, e fica ao lado de um ginásio que chama muita atenção, e eu estava encantado do pedal e das estrelas que iam surgindo e fui saindo. Mas voltei e lá estava. Chegaram ainda mais um casal, umas visitas inesperadas, enquanto eu dava um banho em marieta e ajeitava o seu bagageiro e mais alguma coisa e iríamos todos para a roça no dia seguinte, menos minha Marietinha. Mais tarde, já me sentindo em casa, janta vegana caprichadamente deliciosa, (ou seria deliciosamente caprichada?) um chá e saco de dormir.
Quase não dormi, como em todas as noites em que eu durmo ansioso demais, mas na manhã seguinte me sentia novo como um broto de couve. Nos levantamos cedo pra visitar as terras e trabalhar bastante. Queria iniciar algo novo, proveitoso, produtivo e trabalhar com terra era a melhor coisa que poderia me acontecer. Fazia tempo que não me sentia tão motivado.
Fomos para as montanhas conhecer, desbravar terras antigas, habitar terras antigas e se apaixonar mais uma vez por aquelas montanhas espetaculares. Algumas são formadas apenas por cristais e em seus pés descansam, ou tentam, florestas inacreditáveis e lá estava eu com toda a minha vontade de voltar para o útero de mamãe e nascer ali naquele paraíso. A estrada ainda estava bastante ruim pois fora reaberta recentemente e precisava se ajeitar. Esse era (é e será por semanas) nosso trabalho: carregar pedras, retirar cercas, desviar águas, coexistir com o planeta que é nosso amigo e precisa de nós. Nada de medo de onças, cobras ou outros bichos do mato, o único animal que poderia fazer temer algum mal era o homem e todos os que ali estavam, machos e fêmeas, estavam com o mesmo objetivo: construir uma nova civilização amiga e igualitária.
Eu não levei barraca em minha viagem então na minha primeira noite no mato meu plano era de dormir numa rede que tomei emprestado. Foi difícil achar um ponto perto da micro-vila que se formara e eu fui me amigar a umas árvores um pouco mais acima no barranco próximo a um banco de pedras, protegido contra o vento e a chuva forte. Limpei o solo ao meus pé e sem derrubar um arbusto sequer pude montar meu berço aéreo, meu ninho.
Ao cair da noite nos reunimos em volta da fogueira e fizemos um jantar colaborativo onde todos deram algo e a única coisa que eu podia dar era a música, que já estava até ficando em segundo plano, mas meus planos sempre trocam de lugar. A paz era tão grande que confesso que senti um pouco de vergonha de tocar violão num lugar tão sagrado, então toquei baixinho para não acordar os beija-flores e perturbar a harmonia. Havia menos estrelas que na noite anterior, mas pudemos desfrutar de uma noite incrível até irmos dormir.
Quase me perco na volta pro "ninho" e a chuva parecia que queria nos visitar, mas eu não queria muito saber de ter preocupação. O que quer que rolasse num lugar daqueles estava tudo em paz, tudo limpo, arrumado e a floresta, as montanhas e o céu sempre foram, meus melhores amigos e eu sabia que poderia confiar em todos eles, então, por umas frestas nas copas das árvores, pude ver as últimas estrelas se escondendo e também adormeci divinamente chegando a sonhar com minha mãe e ser acordado com a chuva me saudando e dizendo: “Acorda, Lindão Thi! Hoje você é nosso!” mas eu  não estava mais nem aí. Estava era me sentindo ótimo!

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Mucugê - Cascavel - Ibicoara - Cascavel

Na lanchonete parei pra comprar um suco tive um breve bate-papo com o dono e uma moça sobre o pedal e sobre o melhor caminho para Ibicoara. Ela foi bastante enfática ao falar sobre o caminho por Cascavel que era "muuuuito mais perto e mais bonito" e que eu deveria seguir por ali, mas eu tinha cá minhas dúvidas. Pelo asfalto eu ando mais rápido, mas pela estrada de terra eu poderia apreciar paisagens mais incríveis do planeta. 
Saí tarde pra um pedal saudável. Fazia um sol formidável e o céu estava claro como gostaria que estivessem as ideias em minha cabeça. Confesso que apesar desse ser o último trecho de minha jornada eu estava me sentindo igual a como saí de Periperi: Completamente sozinho e perdido.
A medida que me afastava das pedras de Mucugê e descobria as de Ibicoara sentia que todo o meu corpo ia mudando. Algo que eu não senti em nenhum outro momento em minha vida, estava perdido, mas me sentia forte, seguro, livre e feliz. Ia encontrar com amigos queridos que não via a algum tempo: Mau e Lua, e poderia esquecer um pouco que a metrópole existia. 
Procurei um canto sossegado pra tomar meu café da manhã embora toda a estrada fosse sossegada durante alguns quilômetros não havia sombra era só as margens de uma espécie de tomateiros espinhosos e outras plantas baixas umas um pouco mais hostis, outras um pouco mais simpáticas. Ao longe tudo eram fazendas e plantações. Comi meus sanduíches com o suco do “Sr. Deguste”, numa beira de mata confortável. Fiz uma checagem no perímetro e vi que por ali passara algum animal diferente tipo um tatu ou tamanduá, pois deixaram marcas no chão bem estranhas. Observei mais contemplativamente a paisagem e tive um tipo de orgasmo. – As montanhas me pertencem! Eu pertenço às montanhas! Estava indo me reconectar com uma energia que sempre esteve conectada comigo, mas eu não sabia o que estava sentindo. Tomei um susto e meu rumo.
Cheguei no posto que fica na entrada de Cascavel eram 13h. Mais da metade do caminho já havia sido percorrido agora era só manter o ritmo e chegar suavemente em Ibicoara e abraçar meus amigos. Como eu não sou um cara de um só ritmo entrei em Cascavel e mudei a melodia para um toque mais clássico. Segui a estrada de terra e entreguei meu destino à minha própria sorte, com ela eu não me perderia e chegaria são e salvo. O que eu não sabia é que ela tinha planos ainda mais inacreditáveis para mim.
A primeira formidabilidade (por onde anda Raquel?) da trilha foi um rio numa localidade chamada de encantada, queria parar, mas achava melhor seguir pois com bagagem pedalar por terra não é tão tranquilo. Não me arrependo, mas não aconselho a sair carregando bagagens em  vias complicadas. Vi mais umas duas cachoeiras a uma certa distância até chegar num lugar inacreditável cujo nome eu não faço ideia, mas era uma queda de uns 200 metros que escorria fininha por um tubo de uma mini-represa que fizeram no alto, mas a paisagem não deixou de ser fantástica. Mas não foi o único lugar que eu parei apenas para olhar. Segui o barco.
Numa descida muito longa a uns 50 km/h esqueci completamente o freio da bicicleta e quando pensei que poderia vir uma curva já era tarde, a curva era fechada demais e entre me esborrachar no chão ou voar rumo ao desconhecido optei pela liberdade. Voamos eu e Marieta sobre a vegetação marginal e naqueles 3 segundos de desespero eu não tive coragem nem mesmo de fechar os olhos. Ouvi barulho de bicicleta caindo na água e logo estava eu completamente a salvo e encharcado. A bagagem fez a bicicleta flutuar e tão rápido quanto caí foi a velocidade com que tirei Marieta da água e verifiquei tudo. A mancha de óleo na água era a única coisa que estava fora da ordem. Não me contundi e a bike não teve praticamente nada a não ser uma pequena peça do bagageiro que já estava condenada. Não podia olhar o violão, mas que opção eu tinha? Segui o bonde.
Algumas subidas eu não podia mais fazer pedalando pois a areia na corrente não deixava. Seguindo a estrada agora mais suavemente, algumas paradas só para contemplar a formidabilidade da paisagem e o pôr do sol lindíssimo de cima do morro. Pena eu não ter trazido câmera fotográfica dessa vez, mas acreditem em mim.
Cheguei em Ibicoara ainda estava claro. Fui penetrando a cidade e tentando encontrar alguma indicação de que caminho seguir agora. Perguntei a um jovem como fazia para chegar em minha localidade e ele me indicou a outra rua, andando pela outra rua perguntei a uma moça como chegar lá e ela me disse: “Tome esse caminho aqui direto! Não entre em nada, nem no posto, e logo um pouquinho depois do posto é essa sua quebrada.” E lá me fui em direção à saída de Ibicoara enquanto escurecia depressa demais.
Passei por uma placa que dava as boas vindas a cidade e fui saindo, nada de posto nada de localidade e noite entrando. Não estava mais seguro pedalar, era escuro e eu não tinha nenhuma iluminação além da faixa de segurança que cruza meu peito e costas. O telefone tocou, mas eu não conseguia atender, pois era arriscado demais e enquanto ia anoitecendo eu ia descobrindo a outra formidabilidade perdida: o céu.
A medida que eu me afastava, escurecia e o céu brilhava e me encantava de uma maneira que fiquei completamente enfeitiçado, possuído. Não importava a distância nem o decorrer do tempo. Estava agora empurrando a bicicleta na beira a estrada fria e aparentemente solitária, mas ia conversando com as estrelas e elas me entendiam. Algumas não queriam falar comigo e iam saindo de perto traçando riscos, outras brilhavam ainda mais esplêndidas e me perguntavam coisas para as quais eu tinha respostas prontas e seguras e seguimos assim por vários quilômetros noite afora até que a lua saiu de lá de trás do morro e passou a exigir seu lugar na conversa. Então montei novamente em Marieta e comecei a pedalar com segurança novamente. Não sentia frio, não sentia cansaço, não sentia nada. Talvez uma decepção por não ter encontrado os meus amigos, mas eu também precisava conversar com meus amigos celestiais e nessa mistura de encantamento e loucura estava de volta ao posto em Cascavel. Era meia-noite. Parei numa pousada e perdi o último tostão.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Salve Mucugê!

Cheguei em Mucugê ainda era dia. Parei na primeira pousada que encontrei e fui dar uma volta pela cidade, mas de bicicleta não dava (por causa do chão de pedra) então andei um pouquinho só e entrei num mercadinho pra comprar um lanche pra viagem de amanhã. Voltei, tomei meu banho, preparei meu lanche e saí de novo atrás de uma comida de verdade.
A cidade se enfeitava para o São João montando as barracas todas em madeira maciça bem bonitas e firmes (dei uns tapinhas pra conferir), vi os caras ainda serrando outras toras pra montar as outras barracas. De repente veio de lá a Filarmônica de Mucugê fazendo o som em direção à igreja para a missa e o resgate do Santo que retornaria pro seu lugar de origem depois da trezena. Acompanhei um tanto, mas estava ainda muito devagar, era praticamente só a banda e uns poucos fiéis, ou foliões como eu, acompanhando.
Eu procurava um lugar pra bater o rango, mas só achei restaurantes à quilo com uns quilos caros da porra: 40, 50 reais. Eu procurava um PF decente de 10 contos, mas parece que a cidade é preparada para turistas os barões. (Deus me livre!) Como eu não ia desistir de comer logo achei um bom samaritano que me deu a dica dos quiosques próximos a minha pousada que eu não tinha observado. Encontrei uma barraca de uma anja chamada dona Dorinha, simpática mãe de uma filha ainda mais linda (“de menor”, viu?) que a ajudava no atendimento e serviam PF's de carne ensopada e de filé de frango. Pedi o frango e enquanto ela preparava fui ao outro lado da rua ao que parecia ser uma cachaçaria e era.
Uma senhora já idosa de nome Inês comandava o estabelecimento mais confortável que eu já estive, cercada de cachaças, conhaques e outras bebidas menos importantes. Perguntei se ela tinha erva-doce e ela tinha. Pedi uma dose, dei o primeiro pau e - Que coisa esplêndida! - fiquei apaixonado. Posso dizer que foi a melhor cachaça de erva-doce que eu já bebi em minha vida. Ela me disse que era feita de uma cachaça aqui da região e a erva também era das melhores: “É daquelas erva-doce miudinha.” disse ela. Linda! Matei a dose e deixei outra paga e fui pegar o rango.
Voltei pra barraca pra pegar meu frango. Também estava espetacular. Na volta pra cachaçaria dei de cara com um bate papo animado com uns moradores locais, uma degustação de pitanga preta oferecida por uma moça de nome Patrícia e - lá vem a filarmônica de volta! - Todos mataram suas cachaças e saíram acompanhando o cortejo foi quando a Dona Inês também encerrou seus trabalhos.
Acompanhei a procissão, que agora era numerosa, até um ponto onde fizeram a última reza e recolheram o santo. A banda ainda voltou tocando uns forrozinhos até sua sede e encerrou os trabalhos rapidamente, então voltei pro meu quarto e tentei escrever alguma coisa, mas a cachaça não deixou. Nem lembrava o nome das tias salvadoras da noite, depois o computador ainda travou, então eu dormi.
Já no dia seguinte, um cachorro latiu não sei de que dimensão me dizendo pra acordar. Abri os olhos, tudo escuro, um frio da porra, eu sem reloógio resolvi esperar o sol me chamar, mas ele acabou demorando muito e eu me levantei e fui cuidar de meus problemas. Antes de deixar a cidade ganhei de brinde um suco de cajá maravilhoso da delicatessen deguste, cujo dono acho que lembrava de mim de uma outra visita, mas minha memória...

P.S.: Só umas curiosidades: o termo “santo do pau oco” é do tempo do ouro quando os contrabandistas usavam imagens ocas de santo para contrabandear o minério; hoje em dia algumas imagens não podem ficar nas suas igrejas, pois os "colecionadores" que admiram artes confeccionadas com ouro e algumas pedras não permitem, então as imagens são recolhidas a algum lugar mais seguro retornando apenas em eventos festivos. Fica-se sabendo disso tomando cachaça em Mucugê.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Itaberaba

Um café da manhã fora da pousada num lugar chamado “Meu e Seu” atendido por uma gracinha de nome Carine, que depois de Val(Sr. Do Bomfim) e Késia(Jacobina) foi um dos sorrisos mais bonitos das últimas manhãs, perdendo pro de Lourdinha é claro, mas essa daí não conta. A parada lá era coma a vontade por 5 reais e foi show. Mesmo porque na noite anterior eu tinha comido um cuzcuz com ovo salgado pa porra por esse preço e como eu não me arriscaria comer lá de novo fui dar uma volta pela cidade encontrando esse mini-céu.
Chegar em Itaberaba foi meio tenso. Havia me separado dos Jurássicos em Jacobina e já na rodoviária começava a sentir a falta deles, da união do grupo e do cuidado com as bikes. O bagageiro do ônibus era pequeno e o cobrador abriu uma porta na qual mal cabia Marieta deitada e me disse que só tinha ali que era pra eu me virar pra acomodar, então retirei o violão do bagageiro, peguei o elastic e dei uma dobra e uma volta dele dobrado num ferro que havia na parte de cima passando no meio do quadro e prendendo nos ganchos deixando a bike meio inclinada com 3 pontosde apoio: rodas no chão; guidão na parede; quadro no elastic. O cobrador não ajudou em nada e só voltou pra perguntar se podia fechar. Como eu estava cansado e puto com ele apenas lhe disse que podia e subi no ônibus, mas antes de sairmos pedi pra descer e dar mais uma volta no elastic, mas o motorista ligou o motor e se mandou.

Passei a viagem inteira atento aos ruídos na mala que estava sob meus pés, mas aparentemente nada ocorreu até próximo a chegada em Itaberaba quando um barulho de pancada muito forte no ônibus me acordou e eu pensei ter sido Marieta. Foram aproximadamente 10 minutos até chegar a rodoviária nos quais eu me senti completamente fudido. Quando eu vi Marieta inteirinha exatamente como eu a havia prendido senti um alívio tão grande que parecia que eu havia dado uma cagada depois de uma semana de prisão de ventre. Desembarquei, pedi informações e parti pra pousada que era praticamente em frente a rodoviária.

domingo, 4 de junho de 2017

Debater sobre drogas?

Tudo bem!
...aí, no jornal da TV, arrumam uma série sobre violência em que culpam seu aumento no interior ao tráfico de drogas... os caras podem ter meia tonelada de cocaína entregue de helicóptero no quintal da casa no interior do Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais...
...todo dia morre um no busu, segundo minha amiga hoje morreram dois... de janeiro a maio em Salvador e Região Metropolitana 250 assaltantes de ônibus foram presos, isso segundo um jornal impresso local... acho que eles não traficam no busão... - Ah, mas roubam pra comprar drogas...
...outro dia, passava das 11:30 da noite, na chuva voltei andando pra casa uns 8km, depois do décimo motorista simplesmente não me ver no ponto... com medo de ser morto, no ônibus ou por ele, fiquei eu, por isso procurei andar... era um sinal... foi ótimo... ainda achei uma carona já perto de casa...
...essa a cidade é adorável quando deserta... queria ter vindo de mais longe, mas só a avenida Suburbana já me apaixona... os caras lá no busu com medo e o preto que se foda pra chegar em casa, né? ...por sorte os cachorros ainda falam comigo, uns até me fazem companhia um tempo... pena que eu não tinha um beck, mas aí ia aparecer a segurança pública pra cortar minha onda...
...a reportagem da tv dizia que a polícia também começou a matar mais de uns tempos pra cá ajudando os números da violência a crescerem... mata-se mais por refrigerante, cigarro, café, cachaça, cocaína, crack ou maconha? Já perguntaram isso pros "policiais assassinos"?
Morre-se violentamente muito por causa da droga do preconceito nesse país.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Mente inquieta

Penso
Penso em mim
Penso em você
Penso em você comigo
Penso em mim com você
Penso em outras
Penso em outras com outros
Penso nos outros
Penso que vão todos pro inferno
Mas penso que o inferno não existe
Penso na realidade
Fantasio
Penso na fantasia
Realizo
Penso...

terça-feira, 30 de maio de 2017

Carregado de bala

Achar que a vontade que você tem de ser quem acha que é, é capaz de se sobrepor a vontade que os outros têm de achar o que quiserem da imagem que você passa pra eles de você, não é loucura? Eu, na minha molesta opinião acho que é. Mas mesmo assim continuo pensando o que eu quero sobre o que quer que seja, inclusive sobre mim mesmo. É um problema meu, nosso, do mundo. Sou muito mais maluco quando estou pensando nos outros, mas o pensamento é apenas a munição. Não quero mais saber de balas perdidas.

terça-feira, 16 de maio de 2017

2014 poetizando e filosofando

Sinto saudade
Sinto que não amo ninguém
Sinto que preciso de mais atenção
Sinto você longe
Sinto uma vontade
Sinto todo amor dessa vida
Sinto que não preciso de mais nada
Sinto você perto

Caminhar, 
ficar atento, 
ser criativo, 
ficar ligado na respiração, 
fazer uma coisa de cada vez, 
deixar o telefone desligado de vez em quando,


ter novas experiências,
sair pro mundo não humano,
sentir o que parece que sente,
deixar a mente viajar...

lembrar que às vezes nada é sério
ter noção de que corpo e mente não tem as mesmas necessidades.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Abraços mil e beijos infinitos

Vou cantar pra você
Pode ser uma canção de amor ou seja lá o que
Pra te ver feliz ou pra te enlouquecer
Com todo o carinho que puder oferecer
Um brinde, um salve e um eparrê
Vou escrever pra você
Pode ser uma carta de amor ou,
Sei lá, um namastê
Pra te fazer sorrir ou talvez debater
A beleza e a graça de um amanhecer
Em Periperi, Iowa ou Saint-Tropez
E se meu vocabulário não enriquecer
Vou continuar a te escrever
Vou pensar sempre em você
Na alegria que é a gente beber
Uma cervejinha, tequila e o que mais aparecer
Nossa onda de amor jamais vai se perder

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Mal de Alzheimer

Em breve eu devo procurar uma receita pra maconha medicinal, porque agora (depois do acidente, talvez?) tenho ataques de epilepsia e uso uma droga farmacêutica para controlá-los. Poderia usá-la, a maconha, minha mãe poderia usá-la, mas vá convencer uma moça prendada dos anos '930 a fumar um, mesmo com o filho. Sofre de Alzheimer. Aliás eu também tenho e lido com o meu sem remédio e sem maconha desde os meus 9 anos, que foi quando me dei conta de que não dava pra lembrar o nome de todas as pessoas que eu conhecia somente no caminho de casa para a escola que era aqui mesmo no bairro. Deus do céu! Isso era aterrorizante. Pra lembrar o nome dos colegas era fácil porque existia a chamada pra te lembrar todo dia. Mas eu ainda não sabia que quando eu crescesse ia ser um cara tão popular. Na verdade eu nem queria crescer, mas olha só... Em uma certa idade meu lema favorito era: "Se o diabo te convidar p'ruma festa, diga que não tem roupa nova e não vá." Mas eu era o próprio capeta em roupa de gala na maioria das putarias alcólicas que existissem nesse mundo. Ual! Aquilo sim eram bons tempos! Mas eu já sabia que me esqueceria daquilo tudo logo, não pelo Alzheimer que nem tinha esse nome, mas pela cachaça mesmo que às vezes não me deixava lembrar nem os nomes das gracinhas da noite. Agora, me pergunte se o álcool é coisa de "Deux" nenhum. Acho que nem dos "demônios". Mas vê se vão proibir de novo em lugar nenhum? Aonde?! "Essas porra nem sabe!" que depois de um baseado o cara expande sua mente em direções que ele nem sabia que existiam e conseguiria resolver melhor várias atormentações; se ele tiver bons sentimentos, estiver num momento muito feliz, vai poder mesmo estar entre os deuses. Agora se ele for aquele cara do mal, cheio de "otarice", malignidade e idiotice na cabeça, mesmo assim sua mente vai se expandir pro bem, pois o conhecimento só leva para o mal quem tem merda na cabeça. É sem querer, acredite! O esquecimento é que é o maior problema das pessoas, mas a gente bebe pra esquecer e mesmo assim nem se envergonha disso.
Ninguém me pediu conselho, aliás ninguém nunca me escuta mesmo, imagina ler um conselho, mas aqui vai: Todas as medicinas só se deveriam fazer uso quando houvesse a necessidade e drogas que alteram a percepção pra um sujeito fazer uso antes de poder ter noção de todas as coisas perceptíveis pode ser algo perigoso, pois logo algumas dessas coisas já não serão mais perceptíveis e então entra o Alzheimer resolvendo aqueles problemas que você já não consegue mais.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Troque sua cabeça quente por um palito de fósforo queimado

Um fósforo queima a sua cabeça com um determinado fim, depois vira cinza, adubo, um monte de coisa reciclável. Um homem de cabeça quente não serve pra absolutamente nada.

domingo, 16 de abril de 2017

Tourette

- Aí eu tento conversar com ela, mas ela não escuta, apenas fala, e fala, e fala.... e quando eu tento me aprofundar no papo, muda de assunto. 

Eu acho que o momento de fumar um é uma hora sagrada. A gente deveria apenas fumar com pessoas que nos são relevantes, trocar idéias, olhar nos olhos uns dos outros e depois cada um fosse viver sua vida como bem entendesse, mas pelo menos respeitasse aqueles 20 minutos. Poder ouvir um pouco talvez os próprios silêncios ou pensamentos na falta de uma música ou conversa muito boas...
Sim, tenho algo engasgado, acho que é recíproco, mas a minha consciência está tranquila quanto ao modo que eu vivo e à maneira como me relaciono com a maioria das pessoas, inclusive as chatas. Sei lá! Há alguma coisa em mim incomodando a muita gente e a hora é agora: Ô Cambada, me deixa, apenas, em paz e eu curtirei os sons em meus ouvidos e pensamentos em paz, tá bom?!
Tô mesmo de saco cheio, se doer me desculpe!
Serei ainda deselegante com alguma espécie gente, mas não é muita, nem é por falta de respeito, mas é por falta de paciência com a cretinagem (Eu curto muito me relacionar com pessoas, mas só as humanas.).

- Ela quer saber se é desrespeitoso narrar em voz alta a linha do tempo de sua rede social a uma platéia que não pediu?

terça-feira, 11 de abril de 2017

A confusão não só reina como governa

O texto em homenagem ao dia da mulher eu nem postei. Acho que foi Jah me protegendo porque ia acabar com a minha boa reputação. Um bocado de gente de todos os sexos iriam se emputecer de verdade comigo, mas era só um desabafo infanto-juvenil... porque eu ando de saco cheio de idiotias e sarcasmos estúpidos em nome de uma relação que, segundo os mais sabidos, não serve pra coisa alguma.
Talvez eu esteja escrevendo apenas pra não gritar, mas eu posso também estar inventando histórias pra não perder a cabeça e relaxar.
Sempre presto (ou tento prestar) atenção ao que eu escrevo e propagar qualquer tipo de violência contra qualquer ser de qualquer raça ou espécie, se passou despercebido aqui por mim foi mole meu, descuido, "disculpaí!"... Eu até odeio muita coisa, mas sempre evito esses assuntos inúteis de propagação de ódio. Tudo bem que nem sempre dá pra salvar o mundo, mas estragá-lo ainda mais ainda não é muito a minha.
Eu gosto de me perder nas palavras porque elas sempre me encontram, às vezes ainda mais perdido, mas elas estão lá dando essa força e lucidez que só estando vivo mesmo pra se saber. Sei que erramos muitas vezes, mas aprender nunca é tarde demais. Isso é sério mesmo.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

das pequenas coisas

Um dia desses
saindo pro rock
a murta
em minha janela
tinha me dado uma baforada retada.
Era como se a noite
estivesse dizendo:
- Boa noite, meu preto! Divirta-se!
E eu tava a fim
de me refestelar
e escutar ao mesmo tempo
uma música animada e decente

domingo, 9 de abril de 2017

Ausências


Perdi meus telefones,

Meus óculos
E sei lá mais o que.

No alcoolismo,
Na promiscuidade,
Sei lá mais onde.

Não tenho nome,
Não tenho endereço,
Não tenho nada.

Tenho vagas lembranças,
Uma pequena incerteza,
E uma grande angústia:

Seu nome e seu riso
Seu beijo e sua voz
Ausências

(24/08/2005)

domingo, 2 de abril de 2017

NoCoo

Eu quero que você vá tomar no cu Eu quero que você vá tomar bem no meio do seu cu Hoje o que eu quero mais É te ver indo se fuder por trás Eu quero mais é que você vá Vá tomar em seu cu! Eu quero que você vá tomar no cu Eu quero que você vá tomar no meio, bem no meio sujo do seu CU Hoje tudo que eu quero ver É bem de longe você se fuder Eu quero mais é que você vá... vá tomar no cu!

segunda-feira, 27 de março de 2017

O poder da formidabilidade

Ela salvou
O dia ia se acabar de qualquer jeito
Mas ela salvou
Acho que ela nem mesmo se ligou
Ela clareou
O que ia se apagar cedo ou tarde
Mas ela clareou
Acho que nem se ligou
Mas todas as luzes se acenderam e brilhou
E como sempre iluminou meu coração
E fez o dia mais bonito
Deu a alegria de um domingo de verão
Em pleno outono
E ainda que fosse inverno eu trocaria minha dose de wisky
Por aquele par de sorrisos de olho em minha direção
Adorável!

Só me resta agradecer: Obrigado!

Pedal magnificente

Certo domingo acordei sem saber bem como tinha chegado em casa. Estava inteiro e nem tinha ressaca, incrível! Eu sabia que a casa não tinha nem mesmo uma rosquinha pro café da manhã, mas eu ainda tinha uma merreca escondida de mim mesmo em algum lugar. Não sentia absolutamente nada a não ser uma vontade absurda de sair e não tinha um destino, não tinha nem mesmo vontade de ver ninguém, não estava a fim de pensar se estava bem ou mal, não queria saber de histórias nem de leotrias só queria me sentir parte do planeta como qualquer outro animal livre.
Mas como eu poderia estar tão louco para sair e pedalar de novo se ontem eu já tinha feito um passeio esplêndido subindo a estrada velha até o Hospital do Subúrbio e invadindo a mata por ali e fazendo uma trilha muito tranquila até sair em Mirantes de Periperi. Depois foi só cachaça e por isso eu não conseguia me lembrar como chegara em casa, mas se eu estava bem e tudo estava em ordem, algum amigo, provavelmente, me trouxera(que Jah o abençoe!).
Quando dei uma panorâmica pelo quarto vi que o estrago não tivera sido muito grande e pra minha surpresa ser ainda mais surpreendente havia ganhado um isqueiro e tinha uma brenfa que daria pro baseado da manhã e tornaria o pedal ainda mais significativo, mas eu ainda não fazia idéia de como tudo aquilo tinha se passado. Tomei um banho e vestido de short, camiseta surrada, sandália e boné fui ter com minha bike que ainda carregava a lama do pedal de ontem pela mata do cobre, então saí
Em minha cabeça, se eu estou em qualquer lugar entre Paripe e a Cidade Baixa sou um local então não ligo mesmo muito para a minha aparência quando estou a fim de dar uma volta "por aqui”. Mas isso é porque eu sou mesmo um sem-noção, pois um negro de meu tamanho mal-vestido e barrunfado vai ser notado e provavelmente mal-visto em qualquer lugar que chegar, mas eu não ligo, porque também sei que nesse perímetro alguém me conhece ou eu conheço alguém que me faz ser bem chegado e livre de todo o mal. E por aí fui com minha bike procurar um lugar pra degustar meu fino e pensar em minha vida fracassada e sem destino.
Domingo às 6 da manhã é a minha hora favorita. Já fiz até música pra sacramentar. Caminhada, malhação, corrida, ciclismo, sexo é muito mais gratificante, vá por mim! Se você puder fazer uma meditação ou qualquer atividade que exija uma força espiritual muito grande, pode acreditar que a força dessa hora vai lhe ajudar. Lá fui eu com minha Marieta pela ciclovia desgraçada de ACM Neto em direção a Paripe. Queria meditar com o que me deixaram, e sequer sabia quem tinha sido, em um lugar sossegado e a estrada da Base Naval possui um dos pontos mais incríveis pra se sentir esquecido do mundo no topo de um dos morros que a rodeia. Eu deixo a bicicleta parada lá embaixo na beira da estrada e subo, fico lá de cima em contato com a natureza, purificando meu ouvido de tanto barulho com o canto dos pássaros livres, degustando, contemplando e registrando o movimento de atletas e veículos. De vez em quando alguém curioso em ver a bicicleta ali sozinha, mas de lá de cima eu não erraria uma pedrada. Nem mesmo a polícia me assusta ou se assusta mais quando passa, pois eles sabem que não estou devendo nada, ou não daria uma bandeira enorme daquela.
Depois, com a cabeça lindamente feita e o espírito altamente purificado desço do morro e pego a Marieta pra a gente, aí sim, começar o dia. Eu ainda ia tomar o café da manhã, mas aonde eu iria? Ainda tinha o pedal de volta pra Periperi e ainda tinha tanta gente que eu poderia ir ver antes de voltar, mas era cedo pra caramba pra incomodar alguém e nem mesmo o celular estava comigo pra eu fazer a consulta. A única coisa que eu tinha certeza que não ia me decepcionar era a Feijoada de Gil e Josineide na rua das Virgens que já faz é tempo que salvava as minhas manhãs de domingo.
Não há nada melhor que uma mente tranquila e apesar de ainda não lembrar como chegara em casa e não ter nenhum rumo em minha vida aquele era o momento em que o mundo podia mesmo acabar, pois estava tudo bem demais. Pra encerrar a manhã perfeita eu só precisava descer a estrada velha de Periperi que também possui um dos visuais mais incríveis desse lado pobre do mundo. Pena que em breve esse visual deve sofrer drásticas mudanças, mas enquanto elas não vem lá fui eu descendo com Marieta e me sentindo cada vez mais lindo. Quando parei na feijoada eu estava num estado de espírito tão elevado, que um dos clientes me olhou disse para ir com cuidado pois chegara muito emocionado pra comer esse feijão. (Pode?) Eu estava visivelmente sedento e faminto, creio que foi isso que ele quis dizer. Não tinha comido nada nem bebido água desde que acordei.

Não é a solidão que faz a perfeição, mas a harmonia entre os seres e o ambiente e nessa manhã eu realmente pude me sentir em harmonia com o mundo, como se o próprio Deus Todo Poderoso estivesse no comando de minhas ações. (Obrigado Senhor, por me fazer capaz de reconhecer!) Enquanto saboreava o feijão fiquei sabendo como cheguei em casa no dia anterior e com a clareza tudo ficou ainda mais perfeito.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Eu me desrespeito respeitando demais

Eu sou esse cara aqui: preto, suburbano, louco e desempregado. Olhando por outros lados possuo meus talentos e executo trabalhos às vezes bem menosprezados financeira e intelectualmente, mas sou esse aqui mesmo e não o que você pensa. Esse que tá na sua cabeça é um fantasma. Eu não nutro pensamentos fracos nem tento me alimentar deles. Chegue pra lá com sua "simpatia"!
Eu sou um cara que vive uma realidade diferente da que você imagina e por mais que você queira a minha vida não é a que você quer ou queria que fosse. Eu não sou seu personagem!, sou um animal pensante vivo e todas as desqualificações que você me der não serão eu . Esqueça! Tente viver sem a imagem de mim! Sem a imagem ruim de mim que você cria pra se achar mais bonito. Esqueça! Se não puder morrer, tente pelo menos se manter esquecido. Vá se fuder para lá!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Problemas?

Os problemas não existem
O problema é você
O problema é que você não se enxerga
O problema é que você não se toca
O problema é que você não está pronto
O problema é que você precisa sair agora
O problema não é que você não tem pra onde ir,
O problema não é que não tem como ir,
O problema não é que está perdido
O problema não é que você está sempre errado
O único problema é que você não se ama sempre
Aí todos os problemas acertam você no primeiro vacilo

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Outra alegria?

Amigos chegando, 
Amigos casando, 
Amigos parindo, 
Amigos partindo...
Quer dividir uma alegria?
Quer dividir o peso?
Pra sorrir contigo ou comigo
Pra chorar comigo ou contigo
Nem dá pé se não for bom amigo 
Estão em nossa vida de estórias
Estão em nossa história de memórias
Estão em nossa essência de vida
Às vezes nem se agradece 
Às vezes nem se pede desculpa
Mas não deixa de ser 
Quase aquele amor proibido
Que se queria tanto morder
Mas amigos não mordem
Nem sacanagêiam
Apenas se amam
Que nunca falte amor!
Que nunca falte força!
Que mesmo com todas as igrejas fechadas
A fé que faltar 
Ele vai buscar 
Nem que seja 
No próximo bar

Um brinde!

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Os Princípios da Felicidade Plena

  • Para se ter uma plena felicidade é preciso, em primeiro lugar, sentir-se bem e "se você não se sente bem onde está, procure andar!" Esse é o princípio básico.
  • Se suas relações não cabem num canto, as troque de canto. Porém não deixe NADA pelo caminho

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Até mais!

Queria ter algo de positivo a dizer, mas estou quase triste. 
Meu amor, meu carinho e o meu respeito não vão se abalar. 
Tudo o que vivemos e sentimos foi incrivelmente esplêndido, 
mas infelizmente passou, acabou e você está morta. 
Talvez eu siga outro caminho, talvez você tenha outra vida, 
o que importa é que foi incrível nosso aprendizado juntos 
e crescemos e nos amamos demais.

Se chegue

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