sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Salvador, 30 de novembro

Queria estar morto.

Ok Zaratustra!


Gandu, 26 de novembro

Sim, preciso da solidão para me sentir perfeito, Nietzsche.

Apenas a solidão me compreende bem, não faz mais sentido acreditar que existe mais alguém perfeito. Pelo menos alguém que seja humano.

Triunfo, coragem, necessidade, conforto...


Ilhéus, 25 de novembro

Triunfo, coragem, necessidade, conforto... é inacreditável que eu não tenha pensado em fazer nenhum rap, mas as palavras se reptem, repetem... e tudo se repete...
Estou aliviado. Tenho praticamente prontas 7 músicas e prometo lançá-las antes do fim do mundo. Eu nunca havia feito isso antes, mas gosto da sensação de estar fazendo um disco. Não é como o honkers onde tem sempre muitas boas ideias flutuando, é apenas solidão, mas eu sempre fui um cara solitário apesar de minha imensa rede amigos. Tenho muitas poesias e hoje fiquei até feliz por me lembrar de um macho: Mad, não o tatuador, o homoassexuado da Boca do Rio. Será que ele já foi comido lá pelos crocodilos? Lembrei dele me falando de alguma poesia do blog que “daria uma música massa!” Obrigado Medonho!
Acho que tenho umas 15 músicas na cabeça, talvez ainda faça mais. Hoje eu não consegui fazer nenhuma, mas posso ter começado oura sem querer...
Eu mal posso acreditar que estou chegando aos 40. Onde foram se parar 20 anos eu não faço ideia, mas cá estou eu me preparando pra fazer uma coisa que com 9 já seria bem fácil. Digo, a poesia, a harmonia, a música. “Graças aos céus!” sempre tive a música dentro de mim. Antes eu tinha medo de estar inconscientemente plagiando alguém, pois minha memória sabe como é, né? Mas a idade me serve ao menos pra me tranquilizar de que o que é próprio não se pode desvincilhar. É como cortar um membro ou dois, como uma castração, digamos assim.
Não faço a menor ideia de quantas músicas eu tenho feito desde minha pré-adolescência, mas tentarei não deixar nenhuma sem registro, ainda que caseiro, mas de qualidade e com o carinho que me é peculiar. Minha memória musical só precisa encontrar as letras o resto é com o violão.

“O que é perfeito não suporta testemunhas” FN


Ilhéus, 24 de novembro

O que é perfeito não suporta testemunhas” FN

Creio que estou pronto pra seguir meu destino, mas ainda não sei bem qual direção tomar. Seria perda de tempo esperar de alguém mais do que eu posso fazer por mim próprio.
Eu não sou aquele que prioriza a razão. Ela nada mais é do que a nossa vontade nos informando que devemos seguir de acordo com as regras, mas quais são as regras dofuturo que estamos caminhando? Não há futuro quando não se está disposto a criar. Não há novidade na natureza, assim como não haverá no universo a menos que se crie.

“Eu não sou ninguém, eu sou alguém, não sou ninguém” Os Cachaça


Ilhéus, 23 de novembro

Eu não sou ninguém, eu sou alguém, não sou ninguém” Os Cachaça

Preciso controlar melhor minha atividades. Preciso me concentrar mais em menos coisas. Preciso amar menos pessoas. Preciso diminuir a intensidade que sinto, que capto, que percebo, que toco. Preciso me acalmar, me contrair. Preciso aprender a ser só.
Chega de procurar algo nas pessoas que elas não tem, não querem ter. Chega de tentar mostrar as pessoas algo que elas não fazem questão de apreciar.
Hoje conheci uma garota que me fez ter a noção de como é a “sistemática xavequística” de Ilhéus e, confesso, cheguei à conclusão de que estou velho demais.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Não, gente!


Eu não tô apaixonado
Não mais
Não tô namorando
Ninguém
Não tô procurando
Amor
Não tô vendendo
Droga
Não tô doando
Órgãos
Não tô doente
Da cabeça
Não tô impaciente
Sou assim
Mesmo
sério.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Samba do desdém

De amor e de desdém
Eu entendo como ninguém
Não posso acreditar que possa alguém
Ter sido mais desdenhado
E amado mais além
Do que eu

De amor e de desdém
Eu sofro como ninguém
Não fujo e e nem finjo ir além
Do que pode imaginar alguém
Que não vê

Eu canto em samba porque me devolve a alegria
E o encanto de todo dia
Que eu amei e fui amado por ninguém menos que a poesia
Eu canto pra você,
alguém,
que me despreza
Meu canto é minha reza
Pra ninguém

Sobras do lixo amoroso


Às vezes falta amor
a gente desperdiça
Às vezes sobra amor
a gente despreza
Às vezes o amor não existe
a gente inventa

Eu não vou desperdiçar o meu amor com quem tem desprezo pelo amor que existe e não foi inventado
Eu não vou inventar um amor que foi desprezado e desperdiçar o amor que existe
Eu não vou desprezar um amor ainda que seja inventado, seria um desperdício
Amor é bom sobrar
É melhor ter amor de sobra pra dar

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Seja racional.

Você está no mundo governado por seres humanos
e os humanos são os únicos que podem raciocinar, racionalizar.
Você é humano, ou não é?
Não idealize. Realize!
Não sonhe. Faça real!
Você não está no mundo das idéias.
Ninguém sabe o que você viveu. Ainda que saibam vão ter sempre uma opinião diversa.
Não é racional acreditar em todo mundo.
Racional é acreditar que todos são iguais.
Racional é ser igual a todo mundo.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Amigo escroto, amiga

Eu nunca sei se você é você mesmo
às vezes parece que não quer me dizer
Finge não saber quem sou
Apenas pra ver se falo a verdade
Mas eu sou escroto
E sempre lhe digo

Eu nunca sei o seu novo telefone
às vezes não quer me dizer
Nem sei mesmo quem é você
Mesmo lhe conhecendo bem
Eu sou escroto
E sempre te ligo

Às vezes gosto tanto de você
E você, bravia, sempre começa
Dá um jeito de fazer um charminho
Pra que eu nunca me esqueça
Mas eu sou escroto
E sempre amigo

domingo, 25 de novembro de 2012

Farto


Hoje eu me sinto como o pó 
invisível 
que penetra no ambiente mais sofisticado 
e fica ali como se não fosse nada,
como que por falta de sorte.
Hoje eu vejo céu todo branco,
mas sei,
ele já foi azul.
Estou farto,
hoje é um fato,
de escutar.
A maior parte do tempo sons indecifráveis.
São as músicas,
são as conversas.
São os sinais da civilização contemporânea.
Estou farto dela.
(2010-2012)

sábado, 24 de novembro de 2012

“Dividirei com os pássaros esta vista solitária” Red Hot Chilli Peppers


Ilhéus, 22 de novembro

Retiro tudo o que eu disse ontem. Sei o que vim fazer e não estou decepcionado comigo. Como poderia? Odiar Ilhéus? Mas que ideia mais besta! Não tenho planos de deixar de amar a ninguém, nem odiar nenhum lugar. Tem alguém nessa cidade que eu não saberia viver sem. A vida perto dela faz todo o sentido, é leve, é melhor que ver meu time golear. Ela me inspira, me anima, me melhora.
Dei um longo passeio pela cidade esta tarde. Fui ao Alto de São Sebastião, percorri as ruas do centro histórico, li um tanto na praia, fiz mais uma música, me apaixonei por Ilhéus. Ficar sem amá-la mais um dia não está no roteiro, preciso acreditar nela, preciso que acredite em mim.

Éden, Jardins do Éden... Queria mostrar como é o paraíso.


Ilhéus, 21 de novembro

Sinceramente, ainda não sei o que estou fazendo em Ilhéus que ainda não estou produzindo como deveria. Fico perdendo horas no “Livro de Caras”(facebook), enquanto devia estar com a cara metida em meu livro. Numa horas dessas o dinheiro seria útil. Talvez eu gostasse mais de grana se alguém, sei lá, de Hollywood, me dissesse que tem um trocado a pagar por algum escrito meu. Provavelmente o livro estaria pronto em uma semana, ou duas, talvez mais de um, mas é sempre assim: primeiro você deve salvar o planeta da mediocridade e depois eles lhe pagam. Pena que a minha habilidade pra ganhar dinheiro é igual a habilidade em conquistar garotas.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O rock do Pedrinho

Pedrinho acorda cedo
E já quer brincadeira
Pega seus brinquedos
Espalha pela casa inteira

É o rock do Pedrinho
É o rock do Pedrinho
Enloquece a mãe e incomoda os vizinhos
É o rock do Pedrinho

Pedrinho pede socorro
Ele não quer tomar banho
Abre o berreiro
Com um bocão deste tamanho

É o rock do Pedrinho
É o rock do Pedrinho
Enloquece a mãe e incomoda os vizinhos
É o rock do Pedrinho

Pedrinho diz que não sabe
Mas sabe muito bem
Sabe fazer arte
E aprontar como ninguém

É o rock do Pedrinho
É o rock do Pedrinho
Enloquece a mãe e incomoda os vizinhos
É o rock do Pedrinho

Pedrinho gosta de farra
E até desobedece
Papai diz:
Não esquenta! Um dia essa criança cresce.

É o rock do Pedrinho
É o rock do Pedrinho
Enloquece a mãe e incomoda os vizinhos
É o rock do Pedrinho

Pedrinho tem bicicleta
Tem Carro e avião
Mas gosta de ouvir 
Um rock no violão

É o rock do Pedrinho
É o rock do Pedrinho
Enloquece a mãe e incomoda os vizinhos
É o rock do Pedrinho

Itacaré, 22-2-2012

Ontem fez um dia formidável de sol e fomos em Itacarezinho ver da colé. Conhecemos umas argentinas e um jogador maluco de frisbee de codinome "Irado".
Me apaixonei à primeira vista por uma deusa de de bikini furta-cor e estava indo bem no aprouch, comecei a tocar meu violão desejando que meus acordes a seduzissem e ela estava quase vindo pra mim até que a mãe, pelo menos eu acho que era a mãe da garota, a tirou de minha mira e a levou pra longe. Ainda trocamos uns olhares, mas eu estava frustrado demais pra ir atrás dela.
Na volta, a desagradável surpresa de que todas as cachoeiras que vimos no caminho eram pagas foi compensada pela aparição de duas gracinhas na hora do almoço. Não vimos cachoeiras, mas à noite teríamos 6 garotas pra encontrar. Troca justa.
Todo mundo (baiano) só falava do show de Edson Gomes durante esses dias e ele realmente fez um show bem honesto, desses que vale o quanto cobra. Pena haver algo errado no som e uma microfonia irritante demais pra mim cortou 1/3 da minha diversão. Mas já estava bom demais. Eu estava exausto.

Itacaré, 21-2-2012

Amanhã caio fora de Itacaré. Não houve dia que não chovese e hoje já amanheceu nublado além de ter chovido toda a madrugada. Meu nicho correspondia ao trecho entre a praia do Resende e a Ribeira e o que eu posso dizer é que
é bem difícil pra mim
imaginar
uma melhor sorte, por,
na primeira visita
a algum lugar,
conseguir estar tranquilo
e me deixar levar
pela poesia do ambiente.
Pra qualquer lado que se olhe o que se pode ver é apenas formidabilidade. Praias, floresta, rios, tirolesa, música, poetas, mulheres... num abrir e fechar de olhos.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Seja fudido, mas seja você

Ame sua raça, humano
Ame sua cultura, inútil
Ame a si prórpio, egoísta
Ame ao próximo, idiota

Todos podem amar
Todos devem saber
Todos podem mudar
Todos vamos morrer

Seja difícil, mas seja você
Seja melhor do que queria ser
Seja invencível, ou saiba perder
Seja fudido, mas seja você

Ame sua raça inútil
Ame sua cultura egoísta
Ame a si próprio idiota
Ame ao próximo humano

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Um Zumbi na terra do Amado?


Ilhéus, 20 de novembro

Amor, Amado, Zumbi, Putaria e Consciência

Acho que eu não sei não, Eu não queria dizer
Tô perdendo a razão, Quando a gente se vê” Marina Lima

Taí uma música que descreve bem o que eu sinto. Fico mais idiota quando estou apaixonado e estando apaixonado, já dizia Elvis, não se pode ajudar muito e aí vem a Marina de novo dizendo que “não vê a hora disso terminar e virar mais uma canção” no meu violão. Assim, quem sabe eu não fico rico e me caso com uma prostituta. Eu tô aqui na terra de um grande putanheiro pensando pensando em amor. Será que Jorge Amado...? deixa pra lá. O que é que eu vou falar de Jorge Amado? Tenho duas opções pra falar sobre ele:o putanheiro, ou o escritor.
Claro que eu prefiro falar do fanfarrão de brega, mas isso acabaria me levando ao bordel, aliás, por que não? Os puteiros são a mesma coisa há mais de cem anos, talvez há mais de mil, mas as ruas estão diferentes, hoje não é perigoso para um negro andar à toa. Seja como for minha inveja de Jorge Amado é que ele em 100 anos é celebrado em todo o mundo como um grande escritor, sendo um grande bregueiro.
Agora eu posso imaginar Zumbi, se tivesse vivido há cem anos, se ele entraria num brega, se ele teria participado de surubas e escrito livros sobre putas, ou se alguma vez pagou por sexo, se pagaria??? O que eu tenho certeza é de que ele seria discriminado e tratado como um animal inferior, como alguns ainda tratam os negros em pleno 2012. Invejo-o mais por nunca ter escrito um livro (que se saiba) e nunca tenha se sabido que ele tenha ido afogar suas mágoas num puteiro e ser lembrado por mais de 300 anos. Em 10 dias ninguém lembrará que eu existo. Queria que uma pessoa só se lembrasse de mim ao menos hoje.
Hoje é dia da consciência negra, dia de lembrar pessoas importantes que foram compradas e escravizadas para que cretinos plantadores de cacau e burgueses como Jorge Amado pudessem afogar suas mágoas nos puteiros. Tudo pelo desenvolvimento. 
Não é educado de minha parte falar mal de Jorge Amado em pleno centenário de seu nascimento, ainda mais estando em “suas áreas”, mas eu não tenho como evitar lembrar de certas coisas. Ele brindou o mundo com um universo novo, diferente, fez a história, contou histórias sobre putas maravilhosas, vagabundos lendários e todo tipo de subnormal de sua época, mas ele não é um bom tema pra mim, apesar de ser o fodão. Já o brega...
A última vez que fui em um puteiro foi por causa de uma puta, mas ela não trabalhava lá e eu acabei broxando. Ela não era uma puta de verdade, só foi uma puta comigo, mas isso não importa, gastei uma grana só pra ter certeza que eu sou o maior otário do mundo. Viva o amor!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O tempo é sempre real

Ilhéus, 18 de novembro

Só mesmo Nietzsche pra me fazer enxergar porque não se pode ser bom o bastante para ser verdadeiro e nem verdadeiro o bastante para ser bom. É uma coisa com a qual tenho convivido há 39 anos, ora pareço falso, ora pareço um ingênuo, mas eu não posso ser culpado pelos vícios da sociedade. Sei que muitos estão doentes e precisam de ajuda, mas não posso me colocar ao lado deles, não posso ser igual e nem todos querem algum tipo de ajuda, logo, nem sempre (quase nunca) adianta tentar. Eu próprio me sinto doente como o homem que depois de saber tudo o que era possível simplesmente morreu. E aí? Pra onde vai toda a sua ciência, seu conhecimento, seu amor? Será que depois de tanta busca se chega a lugar nenhum? Afinal, de que serve a certeza?
O sol não sai, mas ontem eu consegui ver ao menos a meia-lua no céu, o que me deixou muito esperançoso. Sou um animal que sonha.

Ilhéus, 19 de novembro

O tempo é sempre real

“que o teatro não se torne senhor das artes; que ao ator não se torne sedutor dos autênticos; que a música não se torne uma arte de mentira.” Nietzsche

Estou certo de que minha música é real, mas não consigo ainda vê-la nesse mundo. Isso é idiota, eu sei, mas a culpa de tudo é do Nietzsche que me faz ver cada vez mais luz onde existia apenas obscuridade. Meus olhos ainda não se acostumaram com tanta claridade, clarividência, sei lá.
Incrível ver o azul do céu de Ilhéus. Hoje o sol saiu e fez um dia esplêndido, aliás, desde que cheguei foi o primeiro dia que eu vi o sol e também o primeiro dia que não chorei durante o pedal ou à noite. Tive um belo dia, quando saí tinha de agradecer e muito. Há ainda muita tristeza em mim, mas a alegria também me habita. Não importa que o que é triste seja mais valorizado, a mim só interessa o que for verdadeiro ainda que pareça obscuro, mal compreendido. Há muitas diferenças entre o que é real e bom e o que é falso e alegre. O passar do tempo, as condições do tempo... E o meu destino será guiado por aquilo que me parecer mais alegre? Isso pode parecer fácil, mas o certo é que uma alegria falsa é muito pior que nenhuma alegria.
Se a realidade parecer triste, saiba que há sempre alegria em estar respirando, estar vivo e poder fazer alguém sorrir.

domingo, 18 de novembro de 2012

Para que não seja eterno / A teoria da involução da espécie

Ilhéus, 16 de novembro

Para que não seja eterno

Acordei a 1:30 da manhã e não consegui mais dormir. Me senti péssimo por não ter ido ao aniversário de uma linda guria, mas nada comparado com a angústia que não me abandona. Preciso escrever, preciso compor, preciso amar novamente, não estou falando de sexo, falo de amor ao próximo que está ficando cada vez mais difícil, talvez isso me dê rumo. Sem amor eu já não sou mais o mesmo. 

Ilhéus 17 de novembro

A Teoria da involução do Homo Sapiens

Deve ter sido lá pela meia-noite que me acordei e cá estou eu na praia a procurar onde o sol se nasce. Nunca me senti tão triste, tão lúcido. Talvez nunca tenha sido tão lúcido antes em toda vida. O dia nem nasceu e já está cinzento e triste. Sei que não há nada mais a se buscar pois não existe nada além do que se vê ali.

Imagino-me como Darwin e o seu trabalho árduo de analisar e observar cada espécie até chegar à sua grande teoria. A minha seria simplesmente de que apenas animais estúpidos como os seres humanos seriam capazes de tornar o estudo uma coisa institucional e pior de tudo ainda ser o homem capaz de tirar proveito de outro homem por este ter menos conhecimento. Talvez isso seja critério usado de evolução como querem acreditar alguns, mas o que me salta aos olhos é a total falta de desenvolvimento do “homem sabido” desde a era Darwin.

sábado, 17 de novembro de 2012

Pra nunca ser perfeito


Salvador 14, de novembro de 2012

Eu acho que perdi minha câmera digital, pensei ter deixado na varanda de casa, mas minha mãe disse por telefone que olhou e não encontrou, olhou na sala, na cozinha, na varanda... eu fico impressionado como eu consigo perder tudo, ou mesmo quebrar tudo, pareço uma criança. Do ano passado pra cá foram 3 celulares, uma câmera, bonés, óculos, um afinador eletrônico que comprei há pouco tempo e semana passada descobri que minha bateria (do notebook) está com problemas e tem que ser substituída, ou seja, daqui a pouco eu não poderei ter mais nada, estou farto de perder, mas nunca farto o bastante para desistir.

Enquanto esperava o ônibus sair, já dentro dele há uns 15 minutos, uma moça sentada na janela oposta me ofereceu um refrigerante que o calor nãoo me deixou recusar e quase me imediato, após beber, eu me lembrei que havia cortado relações com os refris. Me sentia péssimo e começava a temer a assertiva dessa viagem de deixar tudo pra trás começo a temer pela minha segurança num mundo cheio de espertalhões e aproveitadores, homens e mulheres que são capazes de matar por coisas que elas não precisam.
Sou muito desligado, tento ser mais atento, ficar mais esperto no lance, mas sou esquecido o bastante para deixar escapar vário detalhes importantes. Contudo tenho melhorado bastante em minhas observações. A falta do álcool me ajuda bastante nisso, compensa quase tudo em que ela prejudica.

O busu saiu às 12:05 e Louis Prima desejava “Buona sera” no fone de ouvido, minha esperança era melhorar a mim mesmo e conseguir encontrar algum sentido nisso tudo.

16:30h a bateria do celular descarregou e eu achava que teria mais 3 horas de viagem entediante, mas foi muito mais por causa da porqueira do relógio do busu 2 horas adiantado. Eram 14:30h quando deu-se a merda e eu fui descobrir isso quando paramos em Cruz das Almas e eu desci para comer um bolo e tomar um café, porque além de tudo eu tinha saído de casa sem almoço e nem me lembro de ter tomado café da manhã. Não sentia fome há dias e só me alimentava porque não estava a fim de morrer, mas não sentia nenhuma vontade de consumir alimento porque estava deprimido.

Quando estava retornando ao ônibus uma garota de cabelo, olhos e sorriso iguais ao de uma velha amiga me fez ter calafrios. A garota era ligeiramente mais baixa e menos branca, mas era igualzinha com o cabelo maior. A ponta do iceberg.

Não havia muita promessa de ser uma viagem de sonho, até porque eu me decidi por viajar de última hora, por me sentir sufocado e por não aguentar mais o meu crescente desamor por algumas pessoas bem próximas. Isso me está matando e ainda não sei como me recuperar de certos golpes. Me sinto cansado.

Talvez algumas pessoas achem que são as desilusões amorosas que podem me tornar um cara amargo, vingativo, ou só idiota, mas eu nem tenho tido tanta sorte (de me iludir e desiludir) esses últimos anos, a última garota por quem me apaixonei cegamente já faz tempo, mas ela só soube disso há poucos dias (porque eu não sabia como encontrá-la). Minha banda me fez perder o amor pela música há anos e minha mãe tentou me fazer perder o amor pela literatura ainda na infância, mas nada disso foi capaz de me tornar algo que nunca serei. Cada um pode pensar no que quiser.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Mande um Êa pra meus brothers

Toda vez agora é assim: o verão vai se aproximando e a vontade irresistível de estar na estrada com minha bike me arrebata como se fosse o próprio criador às suas belas almas. Eu sei que vou estar com a família Brust em dezembro e que agora mesmo em 15/11 tem um pedal dos Jurássícos pra Aracaju, mas eu já pedalei com muitas pessoas, com poucas pessoas e sozinho, dessa vez eu vou fazer uma viagem para fora de mim, não posso estar com ninguém e não creio que alguém além de mim suportaria as condições que me imponho em qualquer viagem, estando sobre a bike entre 8 a 16 horas, em pleno verão tropical... mas eu sou guerreiro, além do mais, sempre tive que me virar muito com pouco, tempo, dinheiro de modo que dispor ou não deles não passa de uma opção. Tenho seguido muito pouco o que manda meu coração, muita gente anda pensando que eu tô pirado, mas na realidade eu sinto uma fadiga crescente cada segundo que eu respiro o ar da cidade de Salvador (pior em 2013 com o novo prefeito). Mesmo estando em casa, em Periperi, onde todos me são caros, onde tenho minha inestimável mãe e meu adoravelmente louco Conhaque, onde tenho minha família, meus mais remotos amigos, minhas mais antigas paixões, sinto-me sufocado e temo cada vez mais pela minha saúde mental, física. 
Isso não tem nada a ver com estar farto das pessoas, seria estúpido, além do mais eu amo estar com elas. Tudo aqui é muito aparente e a realidade é sempre pior que a aparência, mas eu não gosto disso. Não consigo me ver novamente ligado a esse modo de vida frívolo e esse jogo inútil. Tudo o que eu gosto eu posso ter em qualquer lugar, então porque eu vou criar raízes em qualquer parte a que eu não pertença, ou que não pertença a mim? Mas se eu nem mesmo sei o que quer dizer "pertencer"?
O mundo é um lugar fantástico, de pessoas de personalidades diversas e incríveis, de paisagens, de seres, de cheiros, de gostos e de contra-gostos, mas eu prefiro, e vou preferir sempre, ver a beleza que existe em cada sutil detalhe invisível aos olhos. Claro que sei que o perigo existe, mas eu não preciso criá-lo em minha mente e nem devo procurar por ele onde quer que eu vá, apenas mantenho-me atento. A atenção a tudo que nos cerca é a única coisa que garante a nossa sobrevivência, tudo que me(nos) disseram desde criança é mentira. Deus,  pátria,  família é invenção de algum espertalhão convencido o bastante pra achar que esse tipo de baboseira pode ser mesmo o controle comportamental de seres dotados de inteligência. Se a inteligência fosse um ser vivo já teria superado a era dos dogmas, mas parece que ainda não temos inteligência o bastante.
Ainda não sei quem eu sou nem mesmo o que vou fazer de minha vida, mas tenho certeza de que não quero participar de nada que me escravize, não quero produzir nada que não me inclua, não quero fazer parte de nada que não tenha meu amor, pois sei que isso é confiável e não me causará dano.
Vou sair por aí de bicicleta. Dou um beijo em meu sobrinho e em minha irmã na passagem e vou atrás de quem me esqueça, de quem me ame, mas jamais de quem me estresse ou me queira mal (também não gosto de onde não sou "gostado.").
Eu sou livre.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Blogger Life 38

Minha câmera voltou da assistência faz uns dias já e, como presente, ganhei uma bateria novinha. (tá vendo que acontece alguma coisa boa?) De julho pra cá eu fiquei de cama quase 2 meses, só fui a um show, no big bands, de bike na sexta, de busu no domingo, participei de uma bicicletada, fui em Gerônimo de bike numa terça e me apaixonei por uma garota mais uma vez, a garota mais linda que já pisou aquela escadaria, mas nem fui lhe falar, pois rolou um stress. Menos mal que na volta peguei uma carona de moto com um brother pra subir a ladeira de Plataforma e quando cheguei em Pericity ainda pudemos degustar um "charro" imenso. Toquei e cantei no ensaio do Terreiro com Flávio e Tuz e pude finalmente ter o gosto do rock nas mãos novamente já que a Honkers não sai do porão.
Minha paciência está no fim. tenho medo de pirar.Cansei de não saber o que fazer, mas pior que isso é que eu cansei de ter que fazer alguma coisa sem nenhuma razão plausível. Nada faz sentido o bastante, nada é tão importante, nada é urgente. Isso pode ser reflexo da velhice prematura batendo e a ranzinzice chegando, mas é fato que eu cansei já faz tempo. Nem consigo mais escrever como antes sobre as coisas belas e sujas da vida ordinária. Me falta amor ao escrever, me falta sentido para criar, falta tudo. Mas eu nunca preciso de nada.
Esse é o penúltimo texto dessa série que eu nm mesmo sei se estou terminando com o fim que pretendia. Queria fazer tipo um diário de 39 anos com todas as questões que me tocassem em 39 postagens escritas numa sentada. Escrever numa sentada já não deu certo, deixei rascunhos de vários textos pra terminar num momento oportuno, mas o que é a minha vida senão um monte de imprevistos? Queria pelo menos terminar com uma boa hsitória, uma boa notícia, algo novo e fascinante, mas não tenho nada e esses 38 textos foram sobre esse nada. Todavia, eu acho que esse exercício me serviu muito para manter a mente ligada em escrever e escrever e escrever.... tenho muito a escrever ainda, muitas histórias mal-contadas aqui no blog, muitas história pra se contar quando nossos filhos estiverem sem sono.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Percebendo o mundo como um lugar cheio de vida e de morte

A semana pra ser boa tem que começar bem e pra não dar mole pro azar catei Marieta logo cedo e parti rumo ao desconhecido. Na verdade eu até queria ter um lugar desconhecido pra explorar, mas conheço  uns bons lugares não tão longe de casa, então lá fui eu visitar de novo a mata do Cobre. Antes uma média na padaria com pão com queijo e um bolo, afinal não se pode começar um dia como um saco vazio. "Quando a intenção é boa tudo conspira a favor." Por esquecimento, ou talvez por compaixão, meu pão com queijo veio também com uma generosa fatia de presunto. Se eu estivesse pensando em me "vegetarianizar" até ia reclamar e pedir pra trocar, mas o dono da padaria estava por lá e eu não ia constranger o brother que sempre trabalhou certo. Eu não sei como explicar esse sentimento de quando coisas boas acontecem, quando não existe prejuízo a ninguém, é fato que eu me sinto um tanto invencível depois de coisas como essa. É quase como encontrar dinheiro, mas não posso precisar. Sabe quando do nada uma criança olha pra você e sorri? É tipo isso.
Subi a estrada velha com a velha alegria de um menino que descobre o amor. É bonita pela manhã a vista da Baía de Todos os Santos, mas uma noite dessas observando Periperi e o Vale do Paraguary quase todo invadido pela especulação sem-teto e destruidores de vida selvagem de toda espécie descobri que é lindo toda hora. De repente alguém buzina, é meu irmão indo pegar no batente: "Alguém nessa família tem que trabalhar." É o que ele deve ter pensado logo após passar por mim com o ronco quase silencioso de seu poluente móvel. (Que Jah te abençoe, meu irmão! Espero que seu dia possa ter um pouco da alegria que nessas poucas horas de manhã eu já pude sentir!) Subi sem parar para admirar a paisagem do vale, estava um tanto ansioso, mas não sabia ainda ao certo onde eu iria ou o que eu iria fazer depois, de repente eu já estava pensando em tomar um banho de mar, mas o mar que eu queria me banhar fica longe da suburbana e isso poderia comprometer meu dia inteiro.
Chegando no hospital do Subúrbio resolvi dar uma corujada no "esquema dos homi" que tinha se montado na via lateral, onde na sexta pela manhã eu pude ver bem uns cem "macaco" todos de preto prontos para o mal. Ao que parece fizeram uma base de operações de alguma companhia aí, melhor pra mim que posso entrar na mata sem medo de porra nenhuma.
Eu prefiro andar 100km dentro do mato com minha bike do que 1km no asfalto, no meio dos carros, na cara da descaração. Muita gente não se respeita nesse mundo e faz suas incivilidades atrás do volante como se o carro é que fosse o culpado pelos contra-tempos (atropelamentos, encontrôes, colisões, falhas de toda sorte etc). Chega a ser deprimente observar o movimento da cidade em alguns momentos. No mato é que me sinto bem. Ali, com o som só dos pássaros(mp3 desligado), eu posso organizar meus pensamentos, planejar meu dia e esquecer que estou num mundo cheio de preconceito e maldade.
O mundo natural é diferente, as pessoas naturais são diferentes. 

Encontrei uns nativos levando seus papa-capins pra passear. Por algum motivo eles creem que os pássaros curtem esta tortura de ver toda a liberdade em volta de si, e mesmo os que não estão engaiolados, são torturados com essa imagem. É um mundo muito louco o que a gente encontra quando temos a chance de percebê-lo. Normalmente as pessoas tem pressa e nela não conseguem ter um contato mais íntimo com o mundo à sua volta. Uma pena! Talvez se as pessoas dessem mais atenção ao que está próximo...


Bob Marleu já dizia: " O amor é um dia abençoado". 

Depois do rolé no mato, saí por Colinas II, desci a ladeira de Mirantes, dei uma volta pelas minhas áreas ficando impressionado com tantas garotas bonitas nesse meu bairro imundo. Há muito tempo a melhor hora do dia era quando ficávamos esperando as meninas saírem da escola pra xavecá-las. Hoje eu nem sei o que falar pra uma adolescente de mente prejudicada pela mídia nem sempre amigável. As meninas estão num nível muito mais avançado de depravação e luxúria do que minha idade permite (ah meus 16 anos!). Percebo que estou velho e agora pensando bem vejo que amigos e amigas minhas estão passando pelo mesmo conflito de não saber até que ponto estamos sendo ultrapassados pelos novos tempos ou se estamos envelhecendo cedo demais. Tenho amigos que estudaram comigo na infância e adolescência que hoje já são avós, tenho "sobrinhas" que se vacilar estão mais velhas que eu, são mães, são donas de casa, são senhoras e eu, velho, ainda pensando em encontrar a mulher perfeita . Decididamente eu não estava preparado pra isso de envelhecer e quando me sinto velho fico triste, mas aí eu penso em tanta coisa que eu conheci nessa vida que não poderia se tivesse vivido menos... penso nos sorrisos que já fiz nascer, na alegria quando encontro alguém de quem gosto e em todas as coisas que me fazem acreditar numa vida menos ordinária.
Depois de rodar quase o bairro inteiro entro na Cidade de Plástico pra me atualizar de tudo o que rolou no fim de semana e começar a planejar as ações do Instituto Pau Brasil para a semana que inicia. Temos que terminar pelo menos o jornalzinho ainda esse ano. As histórias e a conversa animada que rolou no barraco de Wilson deixaram meu astral ainda mais positivo (Eu gosto disso). Na volta pra casa uma parada em ValBikes, que ainda levantava as portas,  pra ajeitar a marcha e o freio que estão meia-boca desde a semana passada (depois eu vou deixar Marieta lá pra ajeitar o pneu traseiro que tá com folga e ligeiramente empenado). Enquanto o filho de Val mexia na marcha um outro cliente se queixava da vida e dizia que vingaria a morte do irmão que foi queimado vivo por uma mulher ciumenta. Tento lhe dar um bom conselho, mas ele está determinado, pois vira o corpo do seu irmão completamente deformado, irreconhecível e não quer que esse crime fique por isso mesmo e então acordo no mundo que não é ótimo nem alegre.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Salvador... chame do que quiser.


Um imbecil de um ex-secretário de transportes, um infeliz milionário, fez a bobagem de construir uma rua sobre os trilhos que levavam as locomotivas do "desenvolvimento" centro da nossa cidade (Salvador) até o resto do mundo. Assim, hoje se eu pego um term em Periperi, só vou até Plataforma(porque a ponte está interditada), ou até Paripe(que está isolado).
Aí os caras inventam uma merda como a cidade da bicicleta, mas não colocam nenhum plano pro subúrbio(até onde eu vi, li, ouvi). Ciclovia, ciclofaixa, cicloways, alça cicloviária, teletransporte... Eu sei que acba sendo perda de tempo falar, mas eu falo. 
Tem uma passarela de metrô que passa sobre a BR 324, que está lá já há uns 10 anos e deveria até estar funcionando, mas nem plano pra isso existe pelo menos até 2014. É triste ver se acabar pelo tempo, mas essa é minha cidade. As pessoas aqui se acostumam com qualquer absurdo. Não sei como ainda conseguem manter a fé.

Se chegue

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