sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Adeus ano velho!

Aqui chegamos à última sexta-feira do ano
Na qual tá todo mundo se picando
E nós aqui ficando, e ficando, e ficando
Aqui chegando, vamo se ligando
Que o ano tá acabando
E nós aqui bestando, e bestando, e bestando

Sei que não foi um ano nada bom para este blog, pois ele teve muitos momentos de profundo desgosto e chateação, muitas reclamações, algumas ofensas, mas espero que nada que tenha agredido demais o polido e casto gosto literário de alguns. "O cão foi quem botou pra nós beber", e na falta da cachaça este acabou sendo meu boteco filosófico depressivo.
Espero que em 2013 todos possam, além de me ler neste desgracioso instrumento de explanação, escutar também desgraciosas canções em meu soudcloud e os mais esplêndidos vídeos no "tubio".
Desejo àqueles que me são queridos uma eterna e sólida felicidade e a todos os sacanas, escrotos, corruptos, corruptores, covardes em geral desejo que sumam da minha frente, pois ano que vem além de eu ser o mesmo ainda estarei comendo água, portanto, cuidado é bom.

domingo, 16 de dezembro de 2012

...E o São Paulo é Campeão

Eu estava lá no primeiro jogo com meu amigo Vinícius e a torcida Sampa SSA. Sou pé quente pra caramba! Dois a zero com direito a vídeo premonitório  do gol de Rogério, o Mito, e carona pra casa com Romário, o Corrente. Eu já sabia que dali em diante era só alegria na Bahia de meu coração boleiro e apaixonado por futebol bonito, bem jogado, como um esporte de cavalheiros sérios.
Aí veio a primeira "universidade" das 3 que o São paulo teria que enfrentar até chegar à final: LDU de Loja, e por incrível que pareça a teoricamente mais fraca das equipes foi a que deu mais trabalho. Jogar no Equador é sempre complicado e saímos de lá com um 1x1 com gosto de derrota, mas muito pior foi o 0x0 em casa ainda sem a presença de nosso goleador Mor.
Mas aí veio a La U (Universidade do Chile), o mais perigoso time, o atual campeão da Copa Sulamericana, o time a ser batido. E Wilian José, quem diria, no jogo de ida resolveu a partida e não fez ninguém lembrar do Fabuloso. 2x0, dois gols dele. Mas na volta, no Morumbi o Fabuloso tava em campo e o melhor futebol também. Foi uma senhora goleada pra deixar com medo todos os futuros adversários, afinal não se humilha um ex-campeão assim. Lucas, Tolói, Jadson(2) e Luis Fabiano (GOLAÇO!) fizeram os gols, mas a grande jogada da partida foi de Cortez que deu o passe para o quinto gol. Uma jogo brilhante!
A última das universidades sulamericanas veio e o futebol brilhante parece que só aparece contra times fortes, pois a Universidade Católica (também do Chile) já na casa deles casa pareciam um alvo fácil (como na libertadoes de 93), mas como eu ia dizendo o futebol sumiu e o São Paulo só conseguiu um empate, 1x1 novamente com gosto de derrota. E a partida de volta em casa não foi muito melhor, 0x0. Foram jogos promissores, que apenas um time jogou e não conseguiu fazer valer sua superioridade, mas quem se importava? Estávamos novamente na final.
Podia ter sido uma bela final entre Brasil e Argentina, de futebol brigado, mas leal, de disputas, mas de seriedade, porém, para a desgraça do futebol tudo o que o time do Tigres fez foi dar pancada, achando que assim iriam intimidar os jogadores brasileiros, que segundo eles: "não estão acostumados com esse futebol duro, brigado o tempo todo..." disse um dos jogadores deles após a primeira partida que eu acabei nem assistindo, pois estava tão ansioso que não dormi na véspera. Deitei pra "descansar no fim da tarde, mas só acordei às 2:30h da manhã pra xingar o Luis Fabiano e ficar uma semana inteira com a cabeça fervendo.
Assistir aos jogos do São Paulo foi a única coisa boa que me aconteceu durante o mês de dezembro. Quase perdi minha mãe, quase perdi a cabeça, quase perdi a vida, mas no fim das contas ainda saí no lucro.
O dia da finalíssima foi quase normal. Eu deveria ir assistir na sede da Sampa SSA, mas fui inventar de ligar pra uns amigos São Paulinos daqui das áreas pra ver qual era o plano (de repente ver em casa era um possibilidade) e me disseram que tinham acertado com o dono de um restaurante aqui da praça da Revolução pra ver o jogo lá e lá fui eu achando que era um grande negócio ver o jogo perto de casa (sem precisar pedalar 30 km), com os amigos das antigas mais chegados, além do mais Alex, o "Primo", tinha chegado da Bolívia no fim de semana e eu ainda não o tinha visto. Era dia de celebração.
Ver o jogo com a Sampa não me garante escutar a narração, ou saber o que o comentaristas então falando, mas garante uma cobertura completa do jogo, coisa que no restaurante não aconteceu. A merda da Globo ficou passando a bosta da novela até não poder mais e quando ela acabou (minha paciência já tinha ido há tempos) o jogo já estava rolando. Eu estava uma pilha, nem queria muito papo, só queria ver o São Paulo campeão novamente e o jogo estava como tinha que ser: briga daqui, puxa dali, chuta de cá, rouba bola aqui, deixa a vantagem pra lá e gol de Lucas; mais briga, mas catimba, os argentinos quase em prantos e gol e Osvaldo. Aí acaba o primeiro tempo e o jogo, pois os hermanos não queriam ser goleados pois na cabeça deles é humilhante ser goleado em uma final sulamericana. O que eles não sabem é que a segunda Libertadores o São Paulo também ganhou com uma goleada em casa numa partida em que não adiantava o adversário se mostrar valente e brigão, tinha que jogar futebol e isso não se ensina em nenhum país como se aprende aqui.
O timeco argentino argentino foi tão covarde e burro que deve ter passado mesmo na cabeça deles que viriam ao Brasil jogar num estádio com 70 mil pessoas (eles nunca viram tanta gente) e iam bater em todo mundo e ainda roubar a taça. Não acho que devo descriminá-los por sua ignorância quanto ao Brasil, mas eu não posso achar que a estupidez deles deva ser perdoada. Não cabe mais no esporte este tipo de comportamento animalesco. Se queriam lutar porque não foram fazer Jiujitsu? Se gostam tanto de ficar se atracando com macho porque não tentaram o MMA? Eu sei. Porque são fracos no físico e na mente, mas isso não são todos os argentinos, apenas alguns que tem no preconceito e na arrogância o sustentáculo de toda a sua pobre filosofia.
Antes dos caras descerem para o vestiário eu já imaginava que eles não teriam coragem de retornar, pois o que eu via era um time apavorado de tonar um chocolate e com vergonha de voltar pra casa com a sacola cheia. O jogo acabou no intervalo, mas ainda sinto uma certa frustração em não ter visto meu time golear mais uma vez uns palhaços que vem pra cá tirar onda de time grande.
No Brasil tem um time chamado de timão, mas não é chamado de timão por ser um time grande, isso eles nunca serão porque são uma vergonha para o futebol brasileiro assim como esses argentinos são para a sua pátria, é timão porque tem uma peça de navio chamada "timão" em seu escudo. Neste ponto corintianas e tigresas tem a mesma qualidade: a burrice. Poucos dias antes da final da Sulamericana o curíntians esperava fazer um jogo treino dos seus titulares com o time reserva do São Paulo (o titular estava descansando  para a final) antes de embarcarem pro mundial de clubes... advinha o que aconteceu? São Paulo 3x1 fora o baile.

MIL VEZES, SALVE!!!

Salve o tricolor paulista,
Amado clube brasileiro.
Tu és forte, tu és grande.
Dentre os grandes és o primeiro!
Tu és forte, tu és grande.
Dentre os grandes és o primeiro!
Ó tricolor,
Clube bem amado.
As tuas glórias
Vêm do passado!!!
São teus guias brasileiros
Que te amam ternamente.
De são paulo tens o nome,
Que ostentas dignamente!
De são paulo tens o nome,
Que ostentas dignamente!
Ó tricolor,
Clube bem amado.
As tuas glórias
Vêm do passado!!!
Tuas cores gloriosas
Despertam um amor febril
Pela terra bandeirantes
Honra e glória do brasil
Pela terra bandeirante
Honra e glória do brasil
Ó tricolor
Clube bem amado
As tuas glórias
Vêm do passado
Trazes glórias luminosas
Do paulista imortal
Da floresta também trazes
Um brilho tradicional
Da floresta também trazes
Um brilho tradicional
Ó tricolor
Clube bem amado
As tuas glórias
Vêm do passado

São paulo clube querido
Tu tens o nosso amor
Teu nome e as tuas glórias
Tem honra e resplendor
Teu nome e as tuas glórias
Tem honra e resplendor
Ó tricolor
Clube bem amado
As tuas glórias
Vêm do passado
Ó tricolor
Clube bem amado
As tuas glórias
Vêm do passado

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Viver morte

Me diga um outro verbo
Talvez um substantivo qualquer
Chame de "coisa alguma"
Um sentimento, ou mesmo um estado
 de "coisa alguma"
Como solto no ar
Como preso em qualquer lugar

Me diga um outro nome
Talvez um tempo qualquer
Chame de "sossego"
Um lugar, ou mesmo um esconderijo
De sossegados
Como preso ao chão
Como solto em qualquer lugar

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Babilônia sem Hamurabi


Como se não bastasse eu ter obrigação de achar graça dos novos comediantes que apelam para sua elevada cultura para fazer humor cada vez mais sem graça com os temas mais banais da novíssima sociedade humana.
Os clássicos da literatura, da filosofia e da música jamais foram tão agredidos e injustiçados como temos visto hoje. Acho que nem mesmo em sua época Freud foi tão popular e tão patético. As pessoas fingem compreender assuntos que não tem o menor interesse em compartilhar e se tornam "experts" sem nunca, nem por um segundo, se dedicar a investigar a fundo qualquer questão.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

once upon a long honker time ago

Às vezes me pego saudoso dos bons tempos de Honkers, quando a gente corria o mundo inteiro de carro, de busão, num falso glamour, mas que fazia a gente se sentir rokêro mermo. Conhecia lugares,  bandas,  gracinhas e tudo de mais formidável para nós, então jovens baianos aventureiros. Foram os melhores anos de minha vida jogados em muquifos fabulosos e grandes eventos inesquecíveis. E pensar que desde aquela época eu poderia ter pulado fora do barco e seguido minha vida sozinho como sempre fui, mesmo nas bandas.
16 anos se passaram desde que os Honkers se reuniram pela primeira vez. Não éramos amigos, conhecia apenas Rodrigo de vista de alguns shows e depois ele resolveu comer uma figura em meu bairro (eu deveria escrever namorar, mas estou com muita vontade de falar coisas sujas) e aí passamos a conversar. Brust e Clécio eram criaturas totalmente fora de meu círculo de amizades e conhecidos e PJ já era o Oráculo, pelo menos pra mim. Nosso baterista de hoje era um pivete de seus... (quantos anos Léo tem?) menos de 10 anos certamente, mas eu já o conhecia pois havia tocado no estúdio do pai dele há um tempo. Hoje eu não sei como seria a vida sem ter passado por cada perrengue e cada momento fabuloso com os Honkers, mas certamente eu deveria ter me drogado mais, me jogado mais, bebido mais, fudido mais, talvez devesse até ter morrido...
A megacriatividade de PJ pode ser que tenha me inibido de fazer canções de amor e de ódio para os Honkers, mas eu aprendi que o talento nunca nos abandona, nem mesmo a gente querendo muito. Rezava pra ter o dom muitas vezes, mas depois me tocava de que na hora certa tudo o que é preciso é escutar o coração e deixar a música fluir. Isso aprendi com o Oráculo. Claro que eu jamais deixei de fazer música pro Honkers, mas daqui que terminemos de gravar o que o Velhinho compôs...
O egocentrismo de Sputter jamais esteve tão em alta como neste momento em que  banda está em gravação/ociosidade. Talvez uma coisa seja consequência da outra, mas com isso todo dia de banda é um dia de desgaste psicológico. É pior que namorar uma virgem(e esperar o casamento). Houve momentos em que fazia bem à mente estar com a banda: ensaiar, tocar, comer água, comer o feijão de dona Val... hoje é só desgraciosidade, improdutividade e horas irritação, mas eu entendo Sputter... (entendo porra nenhuma! vá se fuder Sputter!)
Talvez algum dia alguém diga que o Honkers foi a maior banda de rock de todos os tempos de Salvador, mas eu sei que até hoje ainda não usamos 1/5 do nosso potencial. Talvez estejamos velhos, talvez seja só os anos de stress, talvez a magia que nos envolvia tenha ido pastar em outras bandas e volte quando descobrir que nós estamos aqui sadios, sujos, apaixonados e sedentos de rock'nroll.
Eu devia colocar aqui o link de alguma antiga história das antigas catada do fotolog, ou lá dos primórdios do blog, mas quem quiser que procure sua porra.
Boa noite!

Minhoca lá


Eu quero sempre dizer uma coisa e acabo dizendo uma coisa diferente...
às vezes é pra não causar impacto
às vezes é só pra não chamar atenção
às vezes é preguiça de ter chateação
Pra não ter que repetir
Pra não ter que estressar
Normalmente eu não quero irritar ninguém
Nessas horas eu calo
Mas eu sempre quero uma coisa diferente
Insatisfação, talvez
Aflição, não sei
Quero dizer tudo rápido
Aí sai tudo torto
Quero falar devagar
Aí sou atropelado pelo tempo curto
E acabo sempre dizendo uma coisa diferente
Ninguém pergunta nada mesmo
Quando pergunta errado...
Aí eu vou dizer o que?
Falar sério?
Melhor calar.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Sexo, caretice e coisas que não se deve falar...

Se um dia o sexo me subir à cabeça eu espero ter grana bastante pra pagar a uma bela puta de boca suja e juntos acabarmos com toda a caretice desse mundo hipócrita e cheio de gente débil e malvada. Sim eu farei isso com o maior dos prazeres. As pessoas estão se enganando e vivendo deliberadamente uma mentira fabulesca.
Enquanto esse dia não vem eu sigo aqui em busca da princesa minha que me transformará em príncipe, ou da rainha má que governará meu coração pelo próximo milênio de dez minutos.
Tem algumas mulheres que só se interessam por alguém cretino bastante para manipulá-las e fazê-las acreditar que são inferiores e não tem o direito à felicidade com outra(s) pessoa(s). É incrível! O pior é que esses canalhas ainda são capazes de usar toda sua sordidez apenas para corromper cada vez mais garotas tolas e apaixonadas por um mendaz ideal de conforto, luxo e beleza. Homem é uma desgraça a si mesmo e ao que toca. Azarado, eu, acabo me envolvendo em alguma situação ridícula, de camas nas quais eu jamais deitei, mas que os “super-espertalhões-insegurose-e-canalhas” acreditam que me deleitei deveras. Engraçado é que eu pensava que me cansaria de tanta chateação, mas ela é que não cansa de mim e me procura sedenta de maldade com os mais encantadores disfarces. Se eu pelo menos curtisse esse lance de contar vantagens...
Tenho umas regras:
1-não entro em divididas, se outro a quer(e eu souber), ela será dele.
2-não cobiço mulher do próximo nem se ela for perfeita.
3-não me interesso por gente filadaputa nem se for muito gostosa, não adianta.
Mas sou um homem normal que não consegue viver sem admirar, endeusar e tentar fazer feliz a uma mulher, ou mais. É o nosso fim, nosso destino, nosso cais. Um homem adulto normal simplesmente não consegue se imaginar sem uma fêmea.
Nunca fui obcecado por sexo, talvez devesse, mas certamente aparento ser. Esse negócio de se ter alguém a qualquer custo pra "largar o tarrar” eu considero uma violência contra meu pênis (que não merece contato com carne podre), mas eu não posso sair falando isso por aí porque vão dizer que eu sou um "fresco". A necessidade de se envolver com qualquer mulher ou coisa (vaca, traveco, viado... acredite, tenho uns amigos que se envolvem com qualquer coisa) só pra ter 2 minutos de um prazer que não vai deixar mais feliz de verdade, eu troco facilmente por uma boa bronha (pelo menos a mão não reclama de ter que estar pronta, basta estar limpa). Mas existem também algumas mulheres que são "máquinas de sexo" e para elas todas as outras questões relativas ao relacionamento homem X mulher são menores. As nifómanas não são boas amigas, mas são excelente amantes, pena que são cansativas, irritadas, amorais. Na verdade eu só conheci profundamente uma, mas tenho meus contatos. Outras mulheres são capazes de satisfazer a qualquer animal pelo dinheiro certo. Às vezes o arrependimento bate do mesmo jeito.
Um homem, se for capaz, deve acompanhar o ritmo da mulher, e incentivá-la, e estimulá-la. Não consigo acreditar que existem homens que hoje, em plena era da informação, ainda reprimem o desejo feminino, mas o que sou eu? devo ser uma aberração. Pagar por sexo pra mim é uma idiotice, pois sei que mesmo essas "máquinas de sexo" podem deixar a desejar, podem dar defeito (vai saber?). Não se trata de dinheiro, não se trata do corpo, o sexo será frustrante se um dos parceiros não está bem. Pode me chamar de caretão, mas eu não gosto de sexo sem compromisso. Por outro lado, adoro sexo sem preocupação. Se preocupar é o mesmo que broxar. Se comprometer é o mesmo que garantir um sexo "honesto" onde todos saem felizes. Se ligue! Eu não sou o guru do sexo nem tenho know-how pra isso, mas viver em paz na adversidade é uma coisa da qual eu entendo como poucos.
Eu preciso estar apaixonado? Não sei. Gosto de me apaixonar, eu gosto de descobrir na mulher um ser sublime, idílico, sensorial a medida que a vou conhecendo e penetrando(opa!) em sua alma. Se o sexo é só uma pica e uma buceta o universo é menos importante que intimidade, mas ficar falando de intimidades aqui não. Isso não é puteiro e eu vou acabar falando das relações de amizade homem x mulher que hoje eu tenho em sério questionamento sobre sua irrealidade.
É foda que nós homens sempre façamos de tudo para agradar a mulher, seja ela namorada ou amiga, sempre se preocupando com seu bem-estar primeiro e depois com qualquer coisa que possa nos acontecer e isso por si só é um risco, pois tem sempre alguém de olho em tudo que não deve: em você, em sua amiga, e, seja como for, o amor e a dedicação a uma outra pessoa desperta ciúmes e isso pode mesmo matar. Você pode ser morto pelo simples fato de abrir a porta para uma dama, ou mesmo beijar-lhe a mão. Estamos no melhor dos mundos para os "galanteadores", mas no pior para os "educados". Eu que sempre procurei ser educado estou cada dia mais querendo me tornar galanteador, mas não creio que tenha talento, assim como não tenho para ganhar dinheiro.
Certa vez, um amigo me contou uma história de uma garota que ele jamais tinha desejado (mentira, toda mulher bonita disponível interessa, não é verdade?) e um dia lhe perguntou com um criativo vocabulário se ele já havia pensado nela lhe fazendo um felatio. Disse claramente (segundo ele) que "ela faria" isso e aquilo, não falou neles 2 fazendo amor ou se amando em momento algum. Era uma fantasia dela própria, foi o que eu lhe disse, e foi aí que ele se deu conta de que realmente nunca a considerou uma fêmea, mas como uma "irmãzinha" mesmo e até como cunhada, pelo fato de ela ter sido por muito tempo namorada/esposa de um grande amigo seu. Mas isso parecia que a estava incomodando (isso dele não desejá-la). Depois desse dia o coitado nunca pensou nela do mesmo jeito, mas ainda guardava seus princípios, mesmo sendo muito azarado pro lado de mulher. Se aparece uma gracinha dando um mole desses pra mim eu só observo e aguardo. O tempo é um velho que nunca se cansa, porque é que eu vou me cansar?
Dias depois ela deve ter se arrependido, porque... o que ele fez? Foi atrás dela, porque não conseguia pensar em mais ninguém por semanas após a sua revelação. Se ainda fosse pagodeiro a teria convidado há mais tempo pra uma cerveja e punha um fim nessa sua espera, mas até nisso o coitado é infeliz, por ter um gosto diferente. Pelo menos colocaria a culpa no pagode, na cachaça e vivia feliz pra sempre esquecendo essa história. Mas preferiu me contar e pedir um conselho. O que é que eu vou dizer numa situação dessas? “ Man, as mulheres são loucas e apaixonadas, se elas querem elas querem, a nós resta esperar o favorecimento desse amor e rezar para que não venha um imbecil e corte a sua onda. Por outro lado, elas são volúveis e afoitas, mudam toda hora e querem tudo de imediato. Saiba controlar o desejo de uma mulher e conquiste o mundo, ou se perca em suas insanidades.”
Ele a procurou, tentou seduzi-la, mas ela não só o rejeitou, como fez se sentir culpado por ter cobiçado a ex-mulher de seu amigo a quem contou na esperança de neste despertar um ciúme de morte, ou talvez a velha paixão perdida. E acaba aí a história.
Por sorte a amizade dos 2 elementos era bastante sólida, mas eu já vi amigos se socarem por muito menos, por causa de garotas igualmente, não sei se escrotas, ou inocentes. Esse é o mundo como ele mesmo. Cada uma deve saber exatamente o que fazer em certas ocasiões, ou pode ser devorado aos poucos e até mesmo se perder irremediavelmente por causa de paixões e avassaladores amores eternos que duram apenas 10 minutos.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Salvador, 30 de novembro

Queria estar morto.

Ok Zaratustra!


Gandu, 26 de novembro

Sim, preciso da solidão para me sentir perfeito, Nietzsche.

Apenas a solidão me compreende bem, não faz mais sentido acreditar que existe mais alguém perfeito. Pelo menos alguém que seja humano.

Triunfo, coragem, necessidade, conforto...


Ilhéus, 25 de novembro

Triunfo, coragem, necessidade, conforto... é inacreditável que eu não tenha pensado em fazer nenhum rap, mas as palavras se reptem, repetem... e tudo se repete...
Estou aliviado. Tenho praticamente prontas 7 músicas e prometo lançá-las antes do fim do mundo. Eu nunca havia feito isso antes, mas gosto da sensação de estar fazendo um disco. Não é como o honkers onde tem sempre muitas boas ideias flutuando, é apenas solidão, mas eu sempre fui um cara solitário apesar de minha imensa rede amigos. Tenho muitas poesias e hoje fiquei até feliz por me lembrar de um macho: Mad, não o tatuador, o homoassexuado da Boca do Rio. Será que ele já foi comido lá pelos crocodilos? Lembrei dele me falando de alguma poesia do blog que “daria uma música massa!” Obrigado Medonho!
Acho que tenho umas 15 músicas na cabeça, talvez ainda faça mais. Hoje eu não consegui fazer nenhuma, mas posso ter começado oura sem querer...
Eu mal posso acreditar que estou chegando aos 40. Onde foram se parar 20 anos eu não faço ideia, mas cá estou eu me preparando pra fazer uma coisa que com 9 já seria bem fácil. Digo, a poesia, a harmonia, a música. “Graças aos céus!” sempre tive a música dentro de mim. Antes eu tinha medo de estar inconscientemente plagiando alguém, pois minha memória sabe como é, né? Mas a idade me serve ao menos pra me tranquilizar de que o que é próprio não se pode desvincilhar. É como cortar um membro ou dois, como uma castração, digamos assim.
Não faço a menor ideia de quantas músicas eu tenho feito desde minha pré-adolescência, mas tentarei não deixar nenhuma sem registro, ainda que caseiro, mas de qualidade e com o carinho que me é peculiar. Minha memória musical só precisa encontrar as letras o resto é com o violão.

“O que é perfeito não suporta testemunhas” FN


Ilhéus, 24 de novembro

O que é perfeito não suporta testemunhas” FN

Creio que estou pronto pra seguir meu destino, mas ainda não sei bem qual direção tomar. Seria perda de tempo esperar de alguém mais do que eu posso fazer por mim próprio.
Eu não sou aquele que prioriza a razão. Ela nada mais é do que a nossa vontade nos informando que devemos seguir de acordo com as regras, mas quais são as regras dofuturo que estamos caminhando? Não há futuro quando não se está disposto a criar. Não há novidade na natureza, assim como não haverá no universo a menos que se crie.

“Eu não sou ninguém, eu sou alguém, não sou ninguém” Os Cachaça


Ilhéus, 23 de novembro

Eu não sou ninguém, eu sou alguém, não sou ninguém” Os Cachaça

Preciso controlar melhor minha atividades. Preciso me concentrar mais em menos coisas. Preciso amar menos pessoas. Preciso diminuir a intensidade que sinto, que capto, que percebo, que toco. Preciso me acalmar, me contrair. Preciso aprender a ser só.
Chega de procurar algo nas pessoas que elas não tem, não querem ter. Chega de tentar mostrar as pessoas algo que elas não fazem questão de apreciar.
Hoje conheci uma garota que me fez ter a noção de como é a “sistemática xavequística” de Ilhéus e, confesso, cheguei à conclusão de que estou velho demais.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Não, gente!


Eu não tô apaixonado
Não mais
Não tô namorando
Ninguém
Não tô procurando
Amor
Não tô vendendo
Droga
Não tô doando
Órgãos
Não tô doente
Da cabeça
Não tô impaciente
Sou assim
Mesmo
sério.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Samba do desdém

De amor e de desdém
Eu entendo como ninguém
Não posso acreditar que possa alguém
Ter sido mais desdenhado
E amado mais além
Do que eu

De amor e de desdém
Eu sofro como ninguém
Não fujo e e nem finjo ir além
Do que pode imaginar alguém
Que não vê

Eu canto em samba porque me devolve a alegria
E o encanto de todo dia
Que eu amei e fui amado por ninguém menos que a poesia
Eu canto pra você,
alguém,
que me despreza
Meu canto é minha reza
Pra ninguém

Sobras do lixo amoroso


Às vezes falta amor
a gente desperdiça
Às vezes sobra amor
a gente despreza
Às vezes o amor não existe
a gente inventa

Eu não vou desperdiçar o meu amor com quem tem desprezo pelo amor que existe e não foi inventado
Eu não vou inventar um amor que foi desprezado e desperdiçar o amor que existe
Eu não vou desprezar um amor ainda que seja inventado, seria um desperdício
Amor é bom sobrar
É melhor ter amor de sobra pra dar

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Seja racional.

Você está no mundo governado por seres humanos
e os humanos são os únicos que podem raciocinar, racionalizar.
Você é humano, ou não é?
Não idealize. Realize!
Não sonhe. Faça real!
Você não está no mundo das idéias.
Ninguém sabe o que você viveu. Ainda que saibam vão ter sempre uma opinião diversa.
Não é racional acreditar em todo mundo.
Racional é acreditar que todos são iguais.
Racional é ser igual a todo mundo.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Amigo escroto, amiga

Eu nunca sei se você é você mesmo
às vezes parece que não quer me dizer
Finge não saber quem sou
Apenas pra ver se falo a verdade
Mas eu sou escroto
E sempre lhe digo

Eu nunca sei o seu novo telefone
às vezes não quer me dizer
Nem sei mesmo quem é você
Mesmo lhe conhecendo bem
Eu sou escroto
E sempre te ligo

Às vezes gosto tanto de você
E você, bravia, sempre começa
Dá um jeito de fazer um charminho
Pra que eu nunca me esqueça
Mas eu sou escroto
E sempre amigo

domingo, 25 de novembro de 2012

Farto


Hoje eu me sinto como o pó 
invisível 
que penetra no ambiente mais sofisticado 
e fica ali como se não fosse nada,
como que por falta de sorte.
Hoje eu vejo céu todo branco,
mas sei,
ele já foi azul.
Estou farto,
hoje é um fato,
de escutar.
A maior parte do tempo sons indecifráveis.
São as músicas,
são as conversas.
São os sinais da civilização contemporânea.
Estou farto dela.
(2010-2012)

sábado, 24 de novembro de 2012

“Dividirei com os pássaros esta vista solitária” Red Hot Chilli Peppers


Ilhéus, 22 de novembro

Retiro tudo o que eu disse ontem. Sei o que vim fazer e não estou decepcionado comigo. Como poderia? Odiar Ilhéus? Mas que ideia mais besta! Não tenho planos de deixar de amar a ninguém, nem odiar nenhum lugar. Tem alguém nessa cidade que eu não saberia viver sem. A vida perto dela faz todo o sentido, é leve, é melhor que ver meu time golear. Ela me inspira, me anima, me melhora.
Dei um longo passeio pela cidade esta tarde. Fui ao Alto de São Sebastião, percorri as ruas do centro histórico, li um tanto na praia, fiz mais uma música, me apaixonei por Ilhéus. Ficar sem amá-la mais um dia não está no roteiro, preciso acreditar nela, preciso que acredite em mim.

Éden, Jardins do Éden... Queria mostrar como é o paraíso.


Ilhéus, 21 de novembro

Sinceramente, ainda não sei o que estou fazendo em Ilhéus que ainda não estou produzindo como deveria. Fico perdendo horas no “Livro de Caras”(facebook), enquanto devia estar com a cara metida em meu livro. Numa horas dessas o dinheiro seria útil. Talvez eu gostasse mais de grana se alguém, sei lá, de Hollywood, me dissesse que tem um trocado a pagar por algum escrito meu. Provavelmente o livro estaria pronto em uma semana, ou duas, talvez mais de um, mas é sempre assim: primeiro você deve salvar o planeta da mediocridade e depois eles lhe pagam. Pena que a minha habilidade pra ganhar dinheiro é igual a habilidade em conquistar garotas.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O rock do Pedrinho

Pedrinho acorda cedo
E já quer brincadeira
Pega seus brinquedos
Espalha pela casa inteira

É o rock do Pedrinho
É o rock do Pedrinho
Enloquece a mãe e incomoda os vizinhos
É o rock do Pedrinho

Pedrinho pede socorro
Ele não quer tomar banho
Abre o berreiro
Com um bocão deste tamanho

É o rock do Pedrinho
É o rock do Pedrinho
Enloquece a mãe e incomoda os vizinhos
É o rock do Pedrinho

Pedrinho diz que não sabe
Mas sabe muito bem
Sabe fazer arte
E aprontar como ninguém

É o rock do Pedrinho
É o rock do Pedrinho
Enloquece a mãe e incomoda os vizinhos
É o rock do Pedrinho

Pedrinho gosta de farra
E até desobedece
Papai diz:
Não esquenta! Um dia essa criança cresce.

É o rock do Pedrinho
É o rock do Pedrinho
Enloquece a mãe e incomoda os vizinhos
É o rock do Pedrinho

Pedrinho tem bicicleta
Tem Carro e avião
Mas gosta de ouvir 
Um rock no violão

É o rock do Pedrinho
É o rock do Pedrinho
Enloquece a mãe e incomoda os vizinhos
É o rock do Pedrinho

Itacaré, 22-2-2012

Ontem fez um dia formidável de sol e fomos em Itacarezinho ver da colé. Conhecemos umas argentinas e um jogador maluco de frisbee de codinome "Irado".
Me apaixonei à primeira vista por uma deusa de de bikini furta-cor e estava indo bem no aprouch, comecei a tocar meu violão desejando que meus acordes a seduzissem e ela estava quase vindo pra mim até que a mãe, pelo menos eu acho que era a mãe da garota, a tirou de minha mira e a levou pra longe. Ainda trocamos uns olhares, mas eu estava frustrado demais pra ir atrás dela.
Na volta, a desagradável surpresa de que todas as cachoeiras que vimos no caminho eram pagas foi compensada pela aparição de duas gracinhas na hora do almoço. Não vimos cachoeiras, mas à noite teríamos 6 garotas pra encontrar. Troca justa.
Todo mundo (baiano) só falava do show de Edson Gomes durante esses dias e ele realmente fez um show bem honesto, desses que vale o quanto cobra. Pena haver algo errado no som e uma microfonia irritante demais pra mim cortou 1/3 da minha diversão. Mas já estava bom demais. Eu estava exausto.

Itacaré, 21-2-2012

Amanhã caio fora de Itacaré. Não houve dia que não chovese e hoje já amanheceu nublado além de ter chovido toda a madrugada. Meu nicho correspondia ao trecho entre a praia do Resende e a Ribeira e o que eu posso dizer é que
é bem difícil pra mim
imaginar
uma melhor sorte, por,
na primeira visita
a algum lugar,
conseguir estar tranquilo
e me deixar levar
pela poesia do ambiente.
Pra qualquer lado que se olhe o que se pode ver é apenas formidabilidade. Praias, floresta, rios, tirolesa, música, poetas, mulheres... num abrir e fechar de olhos.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Seja fudido, mas seja você

Ame sua raça, humano
Ame sua cultura, inútil
Ame a si prórpio, egoísta
Ame ao próximo, idiota

Todos podem amar
Todos devem saber
Todos podem mudar
Todos vamos morrer

Seja difícil, mas seja você
Seja melhor do que queria ser
Seja invencível, ou saiba perder
Seja fudido, mas seja você

Ame sua raça inútil
Ame sua cultura egoísta
Ame a si próprio idiota
Ame ao próximo humano

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Um Zumbi na terra do Amado?


Ilhéus, 20 de novembro

Amor, Amado, Zumbi, Putaria e Consciência

Acho que eu não sei não, Eu não queria dizer
Tô perdendo a razão, Quando a gente se vê” Marina Lima

Taí uma música que descreve bem o que eu sinto. Fico mais idiota quando estou apaixonado e estando apaixonado, já dizia Elvis, não se pode ajudar muito e aí vem a Marina de novo dizendo que “não vê a hora disso terminar e virar mais uma canção” no meu violão. Assim, quem sabe eu não fico rico e me caso com uma prostituta. Eu tô aqui na terra de um grande putanheiro pensando pensando em amor. Será que Jorge Amado...? deixa pra lá. O que é que eu vou falar de Jorge Amado? Tenho duas opções pra falar sobre ele:o putanheiro, ou o escritor.
Claro que eu prefiro falar do fanfarrão de brega, mas isso acabaria me levando ao bordel, aliás, por que não? Os puteiros são a mesma coisa há mais de cem anos, talvez há mais de mil, mas as ruas estão diferentes, hoje não é perigoso para um negro andar à toa. Seja como for minha inveja de Jorge Amado é que ele em 100 anos é celebrado em todo o mundo como um grande escritor, sendo um grande bregueiro.
Agora eu posso imaginar Zumbi, se tivesse vivido há cem anos, se ele entraria num brega, se ele teria participado de surubas e escrito livros sobre putas, ou se alguma vez pagou por sexo, se pagaria??? O que eu tenho certeza é de que ele seria discriminado e tratado como um animal inferior, como alguns ainda tratam os negros em pleno 2012. Invejo-o mais por nunca ter escrito um livro (que se saiba) e nunca tenha se sabido que ele tenha ido afogar suas mágoas num puteiro e ser lembrado por mais de 300 anos. Em 10 dias ninguém lembrará que eu existo. Queria que uma pessoa só se lembrasse de mim ao menos hoje.
Hoje é dia da consciência negra, dia de lembrar pessoas importantes que foram compradas e escravizadas para que cretinos plantadores de cacau e burgueses como Jorge Amado pudessem afogar suas mágoas nos puteiros. Tudo pelo desenvolvimento. 
Não é educado de minha parte falar mal de Jorge Amado em pleno centenário de seu nascimento, ainda mais estando em “suas áreas”, mas eu não tenho como evitar lembrar de certas coisas. Ele brindou o mundo com um universo novo, diferente, fez a história, contou histórias sobre putas maravilhosas, vagabundos lendários e todo tipo de subnormal de sua época, mas ele não é um bom tema pra mim, apesar de ser o fodão. Já o brega...
A última vez que fui em um puteiro foi por causa de uma puta, mas ela não trabalhava lá e eu acabei broxando. Ela não era uma puta de verdade, só foi uma puta comigo, mas isso não importa, gastei uma grana só pra ter certeza que eu sou o maior otário do mundo. Viva o amor!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O tempo é sempre real

Ilhéus, 18 de novembro

Só mesmo Nietzsche pra me fazer enxergar porque não se pode ser bom o bastante para ser verdadeiro e nem verdadeiro o bastante para ser bom. É uma coisa com a qual tenho convivido há 39 anos, ora pareço falso, ora pareço um ingênuo, mas eu não posso ser culpado pelos vícios da sociedade. Sei que muitos estão doentes e precisam de ajuda, mas não posso me colocar ao lado deles, não posso ser igual e nem todos querem algum tipo de ajuda, logo, nem sempre (quase nunca) adianta tentar. Eu próprio me sinto doente como o homem que depois de saber tudo o que era possível simplesmente morreu. E aí? Pra onde vai toda a sua ciência, seu conhecimento, seu amor? Será que depois de tanta busca se chega a lugar nenhum? Afinal, de que serve a certeza?
O sol não sai, mas ontem eu consegui ver ao menos a meia-lua no céu, o que me deixou muito esperançoso. Sou um animal que sonha.

Ilhéus, 19 de novembro

O tempo é sempre real

“que o teatro não se torne senhor das artes; que ao ator não se torne sedutor dos autênticos; que a música não se torne uma arte de mentira.” Nietzsche

Estou certo de que minha música é real, mas não consigo ainda vê-la nesse mundo. Isso é idiota, eu sei, mas a culpa de tudo é do Nietzsche que me faz ver cada vez mais luz onde existia apenas obscuridade. Meus olhos ainda não se acostumaram com tanta claridade, clarividência, sei lá.
Incrível ver o azul do céu de Ilhéus. Hoje o sol saiu e fez um dia esplêndido, aliás, desde que cheguei foi o primeiro dia que eu vi o sol e também o primeiro dia que não chorei durante o pedal ou à noite. Tive um belo dia, quando saí tinha de agradecer e muito. Há ainda muita tristeza em mim, mas a alegria também me habita. Não importa que o que é triste seja mais valorizado, a mim só interessa o que for verdadeiro ainda que pareça obscuro, mal compreendido. Há muitas diferenças entre o que é real e bom e o que é falso e alegre. O passar do tempo, as condições do tempo... E o meu destino será guiado por aquilo que me parecer mais alegre? Isso pode parecer fácil, mas o certo é que uma alegria falsa é muito pior que nenhuma alegria.
Se a realidade parecer triste, saiba que há sempre alegria em estar respirando, estar vivo e poder fazer alguém sorrir.

domingo, 18 de novembro de 2012

Para que não seja eterno / A teoria da involução da espécie

Ilhéus, 16 de novembro

Para que não seja eterno

Acordei a 1:30 da manhã e não consegui mais dormir. Me senti péssimo por não ter ido ao aniversário de uma linda guria, mas nada comparado com a angústia que não me abandona. Preciso escrever, preciso compor, preciso amar novamente, não estou falando de sexo, falo de amor ao próximo que está ficando cada vez mais difícil, talvez isso me dê rumo. Sem amor eu já não sou mais o mesmo. 

Ilhéus 17 de novembro

A Teoria da involução do Homo Sapiens

Deve ter sido lá pela meia-noite que me acordei e cá estou eu na praia a procurar onde o sol se nasce. Nunca me senti tão triste, tão lúcido. Talvez nunca tenha sido tão lúcido antes em toda vida. O dia nem nasceu e já está cinzento e triste. Sei que não há nada mais a se buscar pois não existe nada além do que se vê ali.

Imagino-me como Darwin e o seu trabalho árduo de analisar e observar cada espécie até chegar à sua grande teoria. A minha seria simplesmente de que apenas animais estúpidos como os seres humanos seriam capazes de tornar o estudo uma coisa institucional e pior de tudo ainda ser o homem capaz de tirar proveito de outro homem por este ter menos conhecimento. Talvez isso seja critério usado de evolução como querem acreditar alguns, mas o que me salta aos olhos é a total falta de desenvolvimento do “homem sabido” desde a era Darwin.

sábado, 17 de novembro de 2012

Pra nunca ser perfeito


Salvador 14, de novembro de 2012

Eu acho que perdi minha câmera digital, pensei ter deixado na varanda de casa, mas minha mãe disse por telefone que olhou e não encontrou, olhou na sala, na cozinha, na varanda... eu fico impressionado como eu consigo perder tudo, ou mesmo quebrar tudo, pareço uma criança. Do ano passado pra cá foram 3 celulares, uma câmera, bonés, óculos, um afinador eletrônico que comprei há pouco tempo e semana passada descobri que minha bateria (do notebook) está com problemas e tem que ser substituída, ou seja, daqui a pouco eu não poderei ter mais nada, estou farto de perder, mas nunca farto o bastante para desistir.

Enquanto esperava o ônibus sair, já dentro dele há uns 15 minutos, uma moça sentada na janela oposta me ofereceu um refrigerante que o calor nãoo me deixou recusar e quase me imediato, após beber, eu me lembrei que havia cortado relações com os refris. Me sentia péssimo e começava a temer a assertiva dessa viagem de deixar tudo pra trás começo a temer pela minha segurança num mundo cheio de espertalhões e aproveitadores, homens e mulheres que são capazes de matar por coisas que elas não precisam.
Sou muito desligado, tento ser mais atento, ficar mais esperto no lance, mas sou esquecido o bastante para deixar escapar vário detalhes importantes. Contudo tenho melhorado bastante em minhas observações. A falta do álcool me ajuda bastante nisso, compensa quase tudo em que ela prejudica.

O busu saiu às 12:05 e Louis Prima desejava “Buona sera” no fone de ouvido, minha esperança era melhorar a mim mesmo e conseguir encontrar algum sentido nisso tudo.

16:30h a bateria do celular descarregou e eu achava que teria mais 3 horas de viagem entediante, mas foi muito mais por causa da porqueira do relógio do busu 2 horas adiantado. Eram 14:30h quando deu-se a merda e eu fui descobrir isso quando paramos em Cruz das Almas e eu desci para comer um bolo e tomar um café, porque além de tudo eu tinha saído de casa sem almoço e nem me lembro de ter tomado café da manhã. Não sentia fome há dias e só me alimentava porque não estava a fim de morrer, mas não sentia nenhuma vontade de consumir alimento porque estava deprimido.

Quando estava retornando ao ônibus uma garota de cabelo, olhos e sorriso iguais ao de uma velha amiga me fez ter calafrios. A garota era ligeiramente mais baixa e menos branca, mas era igualzinha com o cabelo maior. A ponta do iceberg.

Não havia muita promessa de ser uma viagem de sonho, até porque eu me decidi por viajar de última hora, por me sentir sufocado e por não aguentar mais o meu crescente desamor por algumas pessoas bem próximas. Isso me está matando e ainda não sei como me recuperar de certos golpes. Me sinto cansado.

Talvez algumas pessoas achem que são as desilusões amorosas que podem me tornar um cara amargo, vingativo, ou só idiota, mas eu nem tenho tido tanta sorte (de me iludir e desiludir) esses últimos anos, a última garota por quem me apaixonei cegamente já faz tempo, mas ela só soube disso há poucos dias (porque eu não sabia como encontrá-la). Minha banda me fez perder o amor pela música há anos e minha mãe tentou me fazer perder o amor pela literatura ainda na infância, mas nada disso foi capaz de me tornar algo que nunca serei. Cada um pode pensar no que quiser.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Mande um Êa pra meus brothers

Toda vez agora é assim: o verão vai se aproximando e a vontade irresistível de estar na estrada com minha bike me arrebata como se fosse o próprio criador às suas belas almas. Eu sei que vou estar com a família Brust em dezembro e que agora mesmo em 15/11 tem um pedal dos Jurássícos pra Aracaju, mas eu já pedalei com muitas pessoas, com poucas pessoas e sozinho, dessa vez eu vou fazer uma viagem para fora de mim, não posso estar com ninguém e não creio que alguém além de mim suportaria as condições que me imponho em qualquer viagem, estando sobre a bike entre 8 a 16 horas, em pleno verão tropical... mas eu sou guerreiro, além do mais, sempre tive que me virar muito com pouco, tempo, dinheiro de modo que dispor ou não deles não passa de uma opção. Tenho seguido muito pouco o que manda meu coração, muita gente anda pensando que eu tô pirado, mas na realidade eu sinto uma fadiga crescente cada segundo que eu respiro o ar da cidade de Salvador (pior em 2013 com o novo prefeito). Mesmo estando em casa, em Periperi, onde todos me são caros, onde tenho minha inestimável mãe e meu adoravelmente louco Conhaque, onde tenho minha família, meus mais remotos amigos, minhas mais antigas paixões, sinto-me sufocado e temo cada vez mais pela minha saúde mental, física. 
Isso não tem nada a ver com estar farto das pessoas, seria estúpido, além do mais eu amo estar com elas. Tudo aqui é muito aparente e a realidade é sempre pior que a aparência, mas eu não gosto disso. Não consigo me ver novamente ligado a esse modo de vida frívolo e esse jogo inútil. Tudo o que eu gosto eu posso ter em qualquer lugar, então porque eu vou criar raízes em qualquer parte a que eu não pertença, ou que não pertença a mim? Mas se eu nem mesmo sei o que quer dizer "pertencer"?
O mundo é um lugar fantástico, de pessoas de personalidades diversas e incríveis, de paisagens, de seres, de cheiros, de gostos e de contra-gostos, mas eu prefiro, e vou preferir sempre, ver a beleza que existe em cada sutil detalhe invisível aos olhos. Claro que sei que o perigo existe, mas eu não preciso criá-lo em minha mente e nem devo procurar por ele onde quer que eu vá, apenas mantenho-me atento. A atenção a tudo que nos cerca é a única coisa que garante a nossa sobrevivência, tudo que me(nos) disseram desde criança é mentira. Deus,  pátria,  família é invenção de algum espertalhão convencido o bastante pra achar que esse tipo de baboseira pode ser mesmo o controle comportamental de seres dotados de inteligência. Se a inteligência fosse um ser vivo já teria superado a era dos dogmas, mas parece que ainda não temos inteligência o bastante.
Ainda não sei quem eu sou nem mesmo o que vou fazer de minha vida, mas tenho certeza de que não quero participar de nada que me escravize, não quero produzir nada que não me inclua, não quero fazer parte de nada que não tenha meu amor, pois sei que isso é confiável e não me causará dano.
Vou sair por aí de bicicleta. Dou um beijo em meu sobrinho e em minha irmã na passagem e vou atrás de quem me esqueça, de quem me ame, mas jamais de quem me estresse ou me queira mal (também não gosto de onde não sou "gostado.").
Eu sou livre.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Blogger Life 38

Minha câmera voltou da assistência faz uns dias já e, como presente, ganhei uma bateria novinha. (tá vendo que acontece alguma coisa boa?) De julho pra cá eu fiquei de cama quase 2 meses, só fui a um show, no big bands, de bike na sexta, de busu no domingo, participei de uma bicicletada, fui em Gerônimo de bike numa terça e me apaixonei por uma garota mais uma vez, a garota mais linda que já pisou aquela escadaria, mas nem fui lhe falar, pois rolou um stress. Menos mal que na volta peguei uma carona de moto com um brother pra subir a ladeira de Plataforma e quando cheguei em Pericity ainda pudemos degustar um "charro" imenso. Toquei e cantei no ensaio do Terreiro com Flávio e Tuz e pude finalmente ter o gosto do rock nas mãos novamente já que a Honkers não sai do porão.
Minha paciência está no fim. tenho medo de pirar.Cansei de não saber o que fazer, mas pior que isso é que eu cansei de ter que fazer alguma coisa sem nenhuma razão plausível. Nada faz sentido o bastante, nada é tão importante, nada é urgente. Isso pode ser reflexo da velhice prematura batendo e a ranzinzice chegando, mas é fato que eu cansei já faz tempo. Nem consigo mais escrever como antes sobre as coisas belas e sujas da vida ordinária. Me falta amor ao escrever, me falta sentido para criar, falta tudo. Mas eu nunca preciso de nada.
Esse é o penúltimo texto dessa série que eu nm mesmo sei se estou terminando com o fim que pretendia. Queria fazer tipo um diário de 39 anos com todas as questões que me tocassem em 39 postagens escritas numa sentada. Escrever numa sentada já não deu certo, deixei rascunhos de vários textos pra terminar num momento oportuno, mas o que é a minha vida senão um monte de imprevistos? Queria pelo menos terminar com uma boa hsitória, uma boa notícia, algo novo e fascinante, mas não tenho nada e esses 38 textos foram sobre esse nada. Todavia, eu acho que esse exercício me serviu muito para manter a mente ligada em escrever e escrever e escrever.... tenho muito a escrever ainda, muitas histórias mal-contadas aqui no blog, muitas história pra se contar quando nossos filhos estiverem sem sono.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Percebendo o mundo como um lugar cheio de vida e de morte

A semana pra ser boa tem que começar bem e pra não dar mole pro azar catei Marieta logo cedo e parti rumo ao desconhecido. Na verdade eu até queria ter um lugar desconhecido pra explorar, mas conheço  uns bons lugares não tão longe de casa, então lá fui eu visitar de novo a mata do Cobre. Antes uma média na padaria com pão com queijo e um bolo, afinal não se pode começar um dia como um saco vazio. "Quando a intenção é boa tudo conspira a favor." Por esquecimento, ou talvez por compaixão, meu pão com queijo veio também com uma generosa fatia de presunto. Se eu estivesse pensando em me "vegetarianizar" até ia reclamar e pedir pra trocar, mas o dono da padaria estava por lá e eu não ia constranger o brother que sempre trabalhou certo. Eu não sei como explicar esse sentimento de quando coisas boas acontecem, quando não existe prejuízo a ninguém, é fato que eu me sinto um tanto invencível depois de coisas como essa. É quase como encontrar dinheiro, mas não posso precisar. Sabe quando do nada uma criança olha pra você e sorri? É tipo isso.
Subi a estrada velha com a velha alegria de um menino que descobre o amor. É bonita pela manhã a vista da Baía de Todos os Santos, mas uma noite dessas observando Periperi e o Vale do Paraguary quase todo invadido pela especulação sem-teto e destruidores de vida selvagem de toda espécie descobri que é lindo toda hora. De repente alguém buzina, é meu irmão indo pegar no batente: "Alguém nessa família tem que trabalhar." É o que ele deve ter pensado logo após passar por mim com o ronco quase silencioso de seu poluente móvel. (Que Jah te abençoe, meu irmão! Espero que seu dia possa ter um pouco da alegria que nessas poucas horas de manhã eu já pude sentir!) Subi sem parar para admirar a paisagem do vale, estava um tanto ansioso, mas não sabia ainda ao certo onde eu iria ou o que eu iria fazer depois, de repente eu já estava pensando em tomar um banho de mar, mas o mar que eu queria me banhar fica longe da suburbana e isso poderia comprometer meu dia inteiro.
Chegando no hospital do Subúrbio resolvi dar uma corujada no "esquema dos homi" que tinha se montado na via lateral, onde na sexta pela manhã eu pude ver bem uns cem "macaco" todos de preto prontos para o mal. Ao que parece fizeram uma base de operações de alguma companhia aí, melhor pra mim que posso entrar na mata sem medo de porra nenhuma.
Eu prefiro andar 100km dentro do mato com minha bike do que 1km no asfalto, no meio dos carros, na cara da descaração. Muita gente não se respeita nesse mundo e faz suas incivilidades atrás do volante como se o carro é que fosse o culpado pelos contra-tempos (atropelamentos, encontrôes, colisões, falhas de toda sorte etc). Chega a ser deprimente observar o movimento da cidade em alguns momentos. No mato é que me sinto bem. Ali, com o som só dos pássaros(mp3 desligado), eu posso organizar meus pensamentos, planejar meu dia e esquecer que estou num mundo cheio de preconceito e maldade.
O mundo natural é diferente, as pessoas naturais são diferentes. 

Encontrei uns nativos levando seus papa-capins pra passear. Por algum motivo eles creem que os pássaros curtem esta tortura de ver toda a liberdade em volta de si, e mesmo os que não estão engaiolados, são torturados com essa imagem. É um mundo muito louco o que a gente encontra quando temos a chance de percebê-lo. Normalmente as pessoas tem pressa e nela não conseguem ter um contato mais íntimo com o mundo à sua volta. Uma pena! Talvez se as pessoas dessem mais atenção ao que está próximo...


Bob Marleu já dizia: " O amor é um dia abençoado". 

Depois do rolé no mato, saí por Colinas II, desci a ladeira de Mirantes, dei uma volta pelas minhas áreas ficando impressionado com tantas garotas bonitas nesse meu bairro imundo. Há muito tempo a melhor hora do dia era quando ficávamos esperando as meninas saírem da escola pra xavecá-las. Hoje eu nem sei o que falar pra uma adolescente de mente prejudicada pela mídia nem sempre amigável. As meninas estão num nível muito mais avançado de depravação e luxúria do que minha idade permite (ah meus 16 anos!). Percebo que estou velho e agora pensando bem vejo que amigos e amigas minhas estão passando pelo mesmo conflito de não saber até que ponto estamos sendo ultrapassados pelos novos tempos ou se estamos envelhecendo cedo demais. Tenho amigos que estudaram comigo na infância e adolescência que hoje já são avós, tenho "sobrinhas" que se vacilar estão mais velhas que eu, são mães, são donas de casa, são senhoras e eu, velho, ainda pensando em encontrar a mulher perfeita . Decididamente eu não estava preparado pra isso de envelhecer e quando me sinto velho fico triste, mas aí eu penso em tanta coisa que eu conheci nessa vida que não poderia se tivesse vivido menos... penso nos sorrisos que já fiz nascer, na alegria quando encontro alguém de quem gosto e em todas as coisas que me fazem acreditar numa vida menos ordinária.
Depois de rodar quase o bairro inteiro entro na Cidade de Plástico pra me atualizar de tudo o que rolou no fim de semana e começar a planejar as ações do Instituto Pau Brasil para a semana que inicia. Temos que terminar pelo menos o jornalzinho ainda esse ano. As histórias e a conversa animada que rolou no barraco de Wilson deixaram meu astral ainda mais positivo (Eu gosto disso). Na volta pra casa uma parada em ValBikes, que ainda levantava as portas,  pra ajeitar a marcha e o freio que estão meia-boca desde a semana passada (depois eu vou deixar Marieta lá pra ajeitar o pneu traseiro que tá com folga e ligeiramente empenado). Enquanto o filho de Val mexia na marcha um outro cliente se queixava da vida e dizia que vingaria a morte do irmão que foi queimado vivo por uma mulher ciumenta. Tento lhe dar um bom conselho, mas ele está determinado, pois vira o corpo do seu irmão completamente deformado, irreconhecível e não quer que esse crime fique por isso mesmo e então acordo no mundo que não é ótimo nem alegre.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Salvador... chame do que quiser.


Um imbecil de um ex-secretário de transportes, um infeliz milionário, fez a bobagem de construir uma rua sobre os trilhos que levavam as locomotivas do "desenvolvimento" centro da nossa cidade (Salvador) até o resto do mundo. Assim, hoje se eu pego um term em Periperi, só vou até Plataforma(porque a ponte está interditada), ou até Paripe(que está isolado).
Aí os caras inventam uma merda como a cidade da bicicleta, mas não colocam nenhum plano pro subúrbio(até onde eu vi, li, ouvi). Ciclovia, ciclofaixa, cicloways, alça cicloviária, teletransporte... Eu sei que acba sendo perda de tempo falar, mas eu falo. 
Tem uma passarela de metrô que passa sobre a BR 324, que está lá já há uns 10 anos e deveria até estar funcionando, mas nem plano pra isso existe pelo menos até 2014. É triste ver se acabar pelo tempo, mas essa é minha cidade. As pessoas aqui se acostumam com qualquer absurdo. Não sei como ainda conseguem manter a fé.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

No que você está pensando(facebook)?


Pensa que preciso ter mais paciência.
Pensa que preciso ter mais amor-próprio
Pensa que preciso ter mais fé nas pessoas
Pensa que preciso estudar mais
Pensa que preciso de um novo emprego
Pensa que preciso de um casa, um carro, uma família
Pensa que preciso de uma mulher
Pensa que preciso de dinheiro
Pensa que preciso ver mais tv
Pensa que preciso ler mais a bíblia
Pensa que sou muito inteligente
Pensa que sou um idiota completo
Pensa que eu não sei de nada
Penso que não precisa pensar em ninguém
Penso que não precisa amar a mim

Tristeza não começo

...E então se deu conta de que jamais estivera tão triste e jamais sorriria novamente. Pode parecer dramático olhando de certa distância, mas a história é bastante conhecida e vivida por milhões todos os anos. Deixamos para trás um grande amor, uma grande oportunidade, nossa última chance de sermos plenamente felizes todos os dias e estamos acostumados com tal destino porque na história de nossa sociedade foi assim que se convencionou, e nossa "razão", escrava de nosso "status", nos convence de que isto é o certo a se fazer, mesmo que lhe custe seu último sorriso.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Bom dia, cidade imunda!


O eleitorado de Salvador é de uma idiotia Nietzschiana inacreditável. O PT de militância agora é um PFL do falso proletariado. Infelizmente nossa cidade perdeu uma grande oportunidade de ter uma oportunidade e passaremos pelo menos mais quatro anos tendo uma péssima gestão. O partido do Lula é a nova vergonha nacional, pois levaram muito à risca o nossa mentalidade de brasileiro: “Quando estiver no poder, roube, pois todos roubam. O rico rouba mas faz e o que entra lá pobre só rouba.” Gostaria de estar falando a maior das bobagens em meio a tantas besteiras que já declarei neste blog, desejo com todo o meu coração que o Neto de lá ele faça uma excelente administração e faça com que eu pelo menos consiga me mover e bicicleta em segurança daqui de Periperi até o centro da cidade e lá permaneça em segurança com vias para se trafegar de bike sem temer pela própria vida o tempo todo. Isso não é pedir muito. Assim eu poderia poupá-lo de ter a mim como um perseguidor, mas sei que jamais vou deixar de ter repúdio a ele, a toda sua família e a todos ligados a seu partido e sua origem.
Salvador não é uma cidade grande. Apesar de eu morar bem na periferia o lugar mais longe dentro da cidade não fica a mais de 30 km de minha casa, ou seja, se dedicarem pelo menos 30km de atenção aos ciclistas do subúrbio com ciclovias, ciclofaixas, “cicloways”, resolve-se um imenso problema. Pelo menos uma ciclovia ligando a suburbana à Fonte Nova já que lá vem a copa, ou até o aeroporto aproveitando a via portuária, mas eu ainda não vi nenhum projeto que eu possa levar a sério. A “Cidade da Bicicleta” é um sonho apenas para quem é de outra parte da cidade, talvez a mesma parte que tirou o doce da boca de Pelegrino.
Acho que nunca vi uma campanha com tanta gente discaradamente recebendo dinheiro pra votar em candidato A ou B mas fingir fazer boca de urna. Nunca vi tanto adesivo sujando tanto tudo como neste ano, aliás a cidade jamais esteve tão imunda, principalmente esse lado de cá. Depois que a eleição acaba ninguém é obrigado a limpar o que for alusivo à campanha. Essa é a parte onde a gente demonstra nossa maior “incivilidade”. Fingimos ser educados, mas somos seres bárbaros. O baiano é um bárbaro fanfarrão, talvez o maior entre todos os brasileiros. Adoramos ridicularizar o outro e o Neto ganhou a eleição a partir do momento que sua campanha passou a não fazer campanha e sim ridicularizar a campanha do PT. O baiano sabe apreciar um gozador, amamos os palhaços e o DEM mostrou que o riso aristocracia ainda é capaz de enganar pobres idiotas como nós.
Parabéns ao DEM e "À volta do Coronelismo de Merda" Neto.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Blogger life 37

São 10:04 do dia 26 de outubro de 2012, faltam poucos dias para o fim do mundo como os Maias conheceram e há de se iniciar uma nova era entre nós, seres habitantes da terra. Quem acha que os recentes apagões energéticos tem a ver com com ondas eletromagnéticas exteriores levante a mão (0/). Talvez a de ontem tenha a ver com o windows 8 (quem é que vai saber?), talvez seja espionagem, talvez sabotagem... o que eu sei é que eu estive apagado como um bebê durante toda a maravilhosa noite de blecaute. Coloquei a data e hora no início do texto, porque às vezes eu só vou terminar de escrever dias depois, ou porque o pc desliga, ou porque eu saio sem terminar de escrever, aliás, já faz 5 minutos que ninguém me chama em canto algum e isso é incrível, pois ultimamente eu nem tenho conseguido tempo pra escrever nada durante o dia, ainda inventei de estudar eletrônica, mas o ritmo vai muito lento, preciso acelerar, pois quero acabar com isso ainda esse ano.
Agora eu vou fazer um exercício de memória e de paciência e vou contar minunciosamente como foi meu dia até aqui, pois é disso que se trata a série "Blogger life".

Vida de merda

Me sentia bem disposto, mas ainda estava escuro demais pra sair. Procurei ver as horas, mas não sabia onde estava o celular e o computador, assim como a tv, estava desligado, não uso relógio já faz é tempo e sem a luz do sol podia ser qualquer hora entre 23h e 5h. Fui cagar, no caminho catei o controle remoto e liguei a tv: 03:55h. Hora excelente pra passear com o 'Conhacão'. Só que hoje, não sei porque, eu não estava muito a fim de ir pra rua tão cedo então peguei meus estudos de eletrônica e comecei a me aplicar. O bom de começar o dia cedo é isso: às 8h eu já tinha estudado, batido meu café, consertado o carro de Pedrinho, tomado banho, me atualizado sobre o apagão, encontrado meu celular e ainda resolvido um problema com a tim, que quando eu fui saber minha mãe já tinha resolvido na verdade desde ontem, que eu tinha pedido para a menina me ligar hoje pela manhã para eu verificar. Ligou um cara, eu ainda não sabia, pedi pra ligar amanhã; quando subi pra falar com minha mãe sobre, ela me disse (nem me consultou se era procedente) que tinha pago uma conta minha ontem mesmo.
Então eu peguei Marieta e liguei pra alguns companheiros de pedal pra saber se alguém se habilitava a dar um rolé breve, mas ninguém estava disponível.
Peguei a velha Estrada Velha e fui sozinho curtir a bela manhã de primavera no meu subúrbio esquecido. Na saída percebo que nem estamos tão esquecidos, pois em plena semana de eleição eles vieram re-inaugurar o posto médico de Pericity, agora UPA 24h. Passei por dentro da Urbis pra não me engarrafar em meio ao infinito de carros, curiosos, "pirús", militantes e outros bichos. Já na estrada velha vejo um caminhão de 3 eixos e uns 10 trabalhadores recolhendo o lixo de um dos muitos pontos de despejo de imundícies ao longo da via. Logo abaixo, neste mesmo local, corre o Rio Paraguari, neste ponto um veio fétido de esgoto.
Na rótula do hospital do Subúrbio dois soldados faziam o policiamento à sombra da Cajazeira, os cumprimentei e dei contra-mão bem frente a eles. Antes de entrar na mata um cara aparentando seus 40's me perguntou se "pra ir pro makro só retornando?" e eu lhe respondi que sim. Se ele retornasse antes de eu sair da estrada lhe diria que pode-se chegar lá pela mata, só que não de carro, mas ele perdeu essa informação preciosa. Entrei no mato e saí no fundo do hospital, era pra achar a trilha que me levaria por baixo até o cajueiro, mas a perdi e dei de cara com o pessoal de uma obra de rede de esgoto/drenagem em volta do hospital do subúrbio. De repente já não sentia a manhã de primavera tão formidável, mas tinha a mata pra me energizar e me trazer a tranquilidade que sei que não terei nem mesmo por um minuto durante todo resto do dia.
Desci o morro por uma trilha a fim de encontrar um local isolado e tranquilo para a meditação e talvez alguns alongamentos. Deixei a bike dentro de um córrego de concreto onde ela não poderia ser vista de cima ou por baixo do morro e adentrei a mata com as minhas havaianas. A poucos metros comecei a ouvir vozes, pensei que pudesse ter vindo da estrada, mas as vozes foram ficando mais altas então voltei para o ponto onde termina o córrego, onde estava Marieta, e me sentei a fim de que os "mateiros" seguissem seu rumo. Pareciam vozes de uma criança e um adulto.
Fiquei esperando o caminho que eles tomariam, mas para a minha surpresa creio que aquela era a hora daquela barrigada matinal deles e encontraram um lugar bem no meu panorama para largarem seus barros. Estava longe e a vegetação certamente não os ajudava a me enxergar estando eu vestido de verde e cinza. Eles se acocoraram antes de eu poder os avisar que estava ali, sinceramente não era uma cena que eu desejasse ver. Um pássaro preto no topo da árvore ainda se esgoelava pra fazer a manhã parecer mais agradável, mas a minha havia sido literalmente cagada e estragada irremediavelmente.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Blogger life 36


De segunda em segunda vou  sonhando em viver num mundo perfeito: semana passada uma amiga linda que eu amo, essa semana um brother que me salva já na terça, semana que vem eu queria o que? Hum... queria  nunca mais ouvir falar em mulher sendo espancada, ou corpos sendo encontrados no mato, isso já estava de bom tamanho, mas isso é comercial de TV. Querer é querer e o mundo é assim mesmo.
Ontem teve comício de Pelegrino em Paripe e eu tive que passar por lá para visitar a fábrica. Pense num clima de guerra! Bandeiras verdes de um lado e vermelhas de outro da suburbana, polícias de todas as cores, tudo porque o Lula estaria presente. A chegada em Paripe 11h da manhã naquele clima é algo que eu vou demorar pra apagar da memória. Se não fosse tão estúpido eu poderia dizer que era bonito. Era como se a população estivesse mesmo engajada na política, mas o que todos querem é só os 30 contos no fim do dia.
Precisava de um mergulho e uma caída do velho "T" de Tubarão, apesar de ser privilégio de poucos, é fundamental. Dá pra cair de muito alto, mas de qualquer altura que se jogue a sensação de ter o mar como um imenso colchão d'água é indescritível. Na saída fomos surpreendidos por duas viaturas da Rondesp "vigiando" a velha fábrica abandonada. Ninguém nos disse coisa alguma. As Ruas de Paripe permaneciam cheias de gente e hoje eu soube que teve confusão entre os militantes do DEM e do PT destruindo tudo que eu tinha poetizado: "A beleza guerra."

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Olhos doentes, mentes descuidadas, corpos desanimados


Apesar de não parecer, nada do que existe a sua volta existiria se você não estivesse aí. Ótica, perspectiva, tudo não depende apenas de onde você está, ou depende, mas se você não está também nada lá existe, mas não é vazio como pode parecer. Pense que enquanto abre os olhos tudo começa a ser criado e com eles fechados tudo continua lá menos você. Então procure criar mais, não importa se vai desaparecer depois que você se for, tente enquanto está ali, porque você também não sabe como vai criar a morte, ou se alguém irá criá-la pra você, certo é que ela estará lá na hora exata, mas até ela chegar...
Abra os olhos. Alguns animais conseguem enxergar de mais longe com mais precisão que algumas pessoas com óculos ou binóculos, então porque se preocupar em ver o que lhe é desagradável? “O que os olhos não veem o coração não sente.” serve pra muitas coisas, mas a maioria das pessoas só pensa em trair e ser traído. Quando eu peço para abrir os olhos, quero que entenda que sua visão não depende apenas de ter os olhos abertos, porque também é preciso entender o que se vê e não se entende com os olhos.
“Bom dia” e um sorriso; “me desculpe” e “com licença”; “eu amo você!”. Essas palavras ditas na hora certa podem nos fazer acreditar em um mundo melhor, mais humano, mais digno de nossa apreciação. Nossa mansa mania de depreciar tudo o que é direito nos faz mais ordinários. Mas você sabe que cada dor serve para nos deixar mais fortes para suportar ainda mais dor é por isso causa mais sofrimento?
Estamos na verdade esperando o dia do juízo final para acertarmos a conta, mas já pagamos o sofrimento de nossos inimigos e, por tanto, achamos que Deus lá do alto de sua misericórdia há de nos perdoar pelos nossos males, porque foram causados a causadores de males. Criamos as mais belas das leis: “devolva com uma pedrada!”; “olho por olho e dente por dente”; “ou você explora o próximo ou o próximo será você”. Vivemo-las e mais do que isso, às vezes isso é tudo o que precisamos para continuar seguindo sem olhar para trás.
Lhe dá ódio ver que mesmo depois de ter feito tudo certo, ter feito todo o possível você ainda está longe de ser perfeito, mas olha à sua volta e se regozija em ver que existem pessoas ainda piores, sente mais ódio ao vê-las sorrindo, mas de acordo com sua lei: “eles não perdem por esperar.” Feche os olhos, sem morrer, e abra depois que entender que tudo de ruim no mundo existe porque você está aqui, mas se você puder pelo menos dizer: “Eu amo você!” a alguém e não se arrepender disso você saberá o motivo de tanta luta pra se viver só mais um dia num mundo tão desgracioso.

domingo, 21 de outubro de 2012

Blogger life 35

Em tempos tão complicados ainda me atrevo a ter algo parecido com um diário. Eu nunca tenho nada de extraordinário pra contar neste blog, mas conto um monte de bobagens como se fossem realmente grandes aventuras. "São tolices, que penso sobre você..." dizia Nasi. Ainda acredito em tolices.
Lá vem o 2º turno das eleições e mais uma vez não há candidatos que sejam úteis para a população. respeito Nelson Pelegrino, pois ao longo de minha carreira escolar pude acompanhar sua jornada política e sinceramente eu não vejo como dentro do PT pudesse ter tido melhor sucesso. Vejo-o como um coelho dentro de um buraco de paca.
Ontem acordei mais tarde do que de costume, aliás tô me acostumando a isso, Conhaque é que deve estar fulo, mas ninguém disse que o céu era certo, certo? Meu vizinho ainda faz campanha, agora pra ACMzinho. Quando ponho o pé fora de meu sagrado e imaculado lar, piso num desses adesivos metálicos do próprio capetinha neto. Tento ficar alheio a toda essa sujeira eleitoral, mas chegando na avenida suburbana, enquanto espero o sinal abrir não consigo ver se os carros que se aproximam vão parar pra mim, pois eles não conseguem me ver devido aos cavaletes de campanha. "Vou passar aqui de noite e arrancar tudo pra fazer uma barraca", penso. Na volta pra casa, advinha? Piso em mais um adesivo do lixo eleitoral e da irritante imundície urbana. "QUERO IR EMBORA PRO MATO!"
E pensar que eu iria usar aparelho com 40 anos... o desprezo pela estética não me faz livre. "não há nada de errado em ser diferente" Dizem. Eu só queria não ter que pensar nesse tipo de coisa tão antinatural, tão antipática, tão em moda entre os "coroas".

Hoje do nada recebi uma sms me lembrando que era a hora de fazer o que eu já estava fazendo. Sincronicidade? 
Ver as pessoas que gostaria... 
Receber telefonemas na hora certa...
Estar certo no lugar exato. 
Essa é uma lei que está em vigência desde o início dos tempos por toda a eternidade. Não há coincidência, melhor, há coincidência, mas concordo com Jung: "nada é coincidência!" Sei que isso pode ser uma repetição cansativa, mas é a lei, faça o que quiseres.
É preciso bem pouco esforço pra se mudar de idéia, mas é um exercício bem cansativo esse de ficar se policiando para não parecer cair em contradição. Eu caio em contradição direto, porque tenho conceitos bem duros sobre as questões mais diversas e comuns, mas a culpa dessa contradição é da falta de "polícia elementar".
O engraçado é que eu nem gosto de falar de mim porque me acho um lixo e um péssimo exemplo a ser seguido, não como ser humano, mas como exemplo de sucesso. Não sou do tipo de gente que essa sociedade tolera muito, mas nunca fui muito de andar escondido com medo do julgo maligno dos ignorantes. Imagina se eu precisava de algo além de minha cor pra não ser bem aceito, ou ser olhado de canto, ou ser baculejado no busu, ou ter o carro parado na blitz, ou levar fora daquela "galeguinha"... acho graça porque parece que depois de tantos anos as pessoas simplesmente se esqueceram que eu carrego o peso de ser eu mesmo desde que nasci. Imagina se piada de mau gosto eu já não ouvi? hehehe
Lembrei quando eu caí de bicicleta uma vez, em frente a delegacia e o policial veio perguntar se eu tinha caído. Sei que eles são uns sacanas, mas vai ter sangue de barata assim no inferno! Eu também não gosto de falar da vida alheia, principalmente porque alguém vai chegar e dizer que eu sou um cretino e um mentiroso e aí vai descarregar toda a sua ira contra mim e toda a minha raça. Já sei com é. Deixo a vida emocionante dos outros pra lá por enquanto. Escreverei ficção.

Se chegue

Nome

E-mail *

Mensagem *