terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Sou um cara imundo

Acordo com pássaros
Todos presos
Reflito, medito sobre
O ontem, hoje e amanhã
Tudo mentira
Conversas jogadas
No mar de lama sem fim
Que me tornei
Sonhando com bosques sem fim
E passeando em parques sem fim
Levanto-me
E então eu quem estou preso
Na insegurança e incerteza
Mas eu sou livre, ora!
Como não ser feliz?
Para ir, passar, cantarolar...
A tristeza não me governa!
A infelicidade não me atrai!
A segurança não me insegura!
E o que eu faço?!
Escuto, observo e me calo...
Se falo, entono rudeza...
Talvez pelo cansaço...
Como vou saber?
“Às vezes escutar besteira demais acaba se tornando chato pra caralho”
Certa vez
Me acordei com homens me olhando
Me provocando um grande palavrão
Médicos? Amigos?
Homens como eu?
Eu, Não!
Nada
Apenas provocadores
Às vezes ataques de fúria são esperados
Às vezes pra minha surpresa
Às vezes pra meu desabafo
Talvez apenas cansaço
A lama em minha alma é densa
Não escorre pelo meu suor
Nem desce na minha cagada
É um material muito caro em mim
É um material muito raro pro mundo
Talvez um dia derreta-se e embale-se
Sei que até lá já fui e voltei
Talvez várias vezes
Só não sei ainda pra onde.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Sim, você pode. Comece!

Olhe para os lados
Olhe para trás
E siga um caminho diferente qualquer
Nada pode dar errado
Só esse seu pessimismo
Mas você também anima,
Fortalece e salva
Adéqua, ajuda e ritima
E ainda pode sorrir,
Cantar e dançar
Sim, você pode!
Comece olhando para os lados
Para trás
E siga um caminho diferente
Tudo pode dar errado
Mas você não vai fortalecer o pessimismo vigente
Seguir o ritmo adequado
Levará você a sorrir
Cantar e dançar ajuda sim!
Você pode.
Comece!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Hoje eu quase vi

Enquanto tava indo à praia passei por uma briga de bar que me deixou arrepiado até o bigode. O maluco saiu sabe-se lá de onde com uma peixeira que não tinha mais tamanho pro meio de um "aquieta-e-acomoda" em que um já quase idoso e completamente manguaçado é que seria o defuntado. Que cena horrorosa!, na moral! Fechei meus olhos e respirei fundo. Quado abri tinha um corpo no chão, o possível assassino estava contido e a peixeira fora de seu alcance. Levantaram o sujeito “graças a Deus!” sem ferimentos e eu passei batido com meu desejo de ver o sol se pôr.
O sol estava lá, mas a gente só podia ver um braseiro, as nuvens sobre a ilha e tudo do outro lado da baía. Que Bahia é essa?! Os contornos das montanhas, o barulho das ondas, os desenhos das nuvens e o brilho do sol. Parecia que tinha alguém ali fumando um baseado GRANDÃO, mas sua tragada era interminável diminuindo só o tamanho minuto a minuto.
Quando você pensa que já acabou, aí as nuvens começam seu show. As cores vão adquirindo tons inacreditáveis e os desenhos ora diabólicos, ora inocentes, ficam aguçando nossa curiosidade e criatividade causando um encanto que faz o tempo ficar parado por um tempo. O mesmo tempo em que também é possível ver os satélites flutuando sobre nossas cabeças em busca sabe-se lá de quê.
Só na minha suburbana!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Pra cima deles!

Eu podia começar do início ir falando da primeira música do disco e a sequência de sensações que vão se seguindo a cada música, mas eu não sou alguém que parte de nenhum início. (Minto. Tá bom!) Eu pra falar sobre o “Pra cima deles” ia ter que contar um MONTE DE história... #LápisApontado #AçãoPunk
Importante mesmo é ser rebelde apesar de toda opressão e violência, apesar de toda injustiça e preconceito, apesar de toda insensibilidade vigente. Ouvir punk rock no fone de ouvido andando de bicicleta numa suburbana travada por causa de um assassinato que acabou de acontecer na porta de um bar. Se fosse há 25 anos era até capaz de eu ir olhar o corpo esticado no chão, na curiosidade de, talvez, ser alguém conhecido, mas eu não estava a fim de desligar meu mp3. #USA
Eu ouço esse disco e volto à minha adolescência “pré-punk” e aos idos 80's quando eu era um menino, ainda mais menino do que sou hoje, e minhas idéias estavam se formando a respeito do próprio respeito, da liberdade e da justiça. Eu era um pequeno “afro-punk-suburbano” da Salvador de Luis Caldas e Chiclete com banana. A bebida ou marca da cerveja ainda nem era algo importante nos momentos de se ouvir música. Hoje eu bebo uma “Ráiniki” e me sinto quase feliz em qualquer barulho. #Cadeados #Libertários #PsicopatasJuvenis
Antigamente também havia a esperança de que algo fosse mudar: primeiro as regras, pois em muitos bares nem mesmo sentar a gente podia por sermos “dimenor”; depois as nossas condições porque éramos duros; depois a sociedade. Sentávamos em qualquer lugar pra beber um vinho vagabundo com alguma cachaça depois que a gente de encontrasse alguém “adulto” que comprasse pra a gente. A gente bebia e trocava idéia, porque, naquela época, aqui na suburbana era raro alguém ter algum aparelho sonoro que pudesse servir a todos os ouvidos ao mesmo tempo e ninguém sabia tocar nada.  #UmaMatilhaChamadaGoverno #Revolução 
Agora já me sinto quase um velho. Aquela vontade de me rebelar contra tudo e todos foi dando lugar às milhares de mudanças em mim e no mundo. A suburbana não é mais a mesma. Não se vêem mais os garotos “afro-punks” por aqui nem pelo centro da cidade, só pichadores e, mesmo assim, boa parte deles só quer mesmo fama e nem sabem o que é revolução. O barulho que se queria fazer está em algum lugar suprimido pelo barulho insuportável da vida cotidiana atual. #SãoPaulo
Os bares, cada um com sua música mecânica de péssima poesia, não atraem mais os jovens que buscam por mudanças. Mas eu passo pela frente deles com minha magrelinha e meu fone de ouvido ouvindo #PraCimaDeles agradecendo por ainda poder ouvir alguma MúsicaPunkBrasileira. Podia hoje estar eu jogado num presídio buscando uma outra revolução. Podia nem estar mais aqui, mas enquanto estiver vivo minha alma continuará perdidamente punk. #CadillacsPunkRock

Ação Punk (Cadillacs)

Autonomia na vida, autogestão na opinião
Um “A” no peito, revolução em nossas mãos
É hora de agir, não se deixe sucumbir
Liberdade conquistar para conscientizar

Racismo e preconceito arrancaremos do peito
Cantamos com coração, punk rock e ação
Agir sem medo, consciência e respeito
Vamos nos livrar da violência e do desrespeito

É hora da Ação Punk!
É hora da Ação Punk!
É hora da Ação Punk!
É hora da Ação Punk!
É hora da Ação Punk!
Ação Punk!
Ação Punk!
Ação Punk!

Cadillacs - Pra cima deles - Álbum completo: https://www.youtube.com/playlist?list=PLvwCLl6DFpZchGvH-BYYTdXLvhL2Q-6e9

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Tu vais à posse do Trump?

A gente tá tão acostumado a reclamar da internet lenta demais que quando ela acelera demais parece que fica tirando onda com a nossa cara. Mas eu sou chato e não desisto nunca. Fico tentando ter a mesma velocidade para escrever texto, conversar por escrito, ouvir e tirar a música a ainda saber o que estava fazendo com a inspiração que recebeu do passeio matinal.
O princípio da desgraciosidade ainda é "Salva primeiro e corrige depois!" Mas sabe aquele texto inspirado que você não salva? Ele fica ainda mais inspirado quando o computador trava e você fica pirado. Tá pirado e inspirado. Aparecem novas palavras cheias de amor pelo ódio que sentiu pelo que esqueceu de salvar.
Eu que sou um cavalo velho que não aprende nem mesmo truques de cavalos velhos decidi que é melhor brincar de criar mágicas novas!
Mas se procurar relaxar aparecem mais coisas pra lhe deixar mais ainda inspirado e agora pirado pra poder salvar. Só que é bom tentar não mudar tanto de janelinha pra não dar sorte ao Malazar. Sabe como é, né? De Pedro Malazartes até esses Malazareiro... - Janela demais pode machucar o "cutuvelo" - já dizia dona Cosinha lá no alto da sua fé. Os truques são puros enganos. Mágicas são pura magia.
Mas eu vou fazer minha pergunta mesmo assim, porque eu não vivo da vontade da anatel ou de Bill Gates ou qualquer bilhardário; muito menos a cultura brasileira vai ficar refém de qualquer defeito eletrônico ou invasão "memética" de rede social. É mangue, é?
Mas a inspiração do texto era outra. Ia fazer uma pergunta crucial para o desenvolvimento cultural da música brasileira. Uma pergunta que poderia causar uma guerra entre fações, entre partidos políticos, sociólogos, filósofos e todo esse povo metido a besta. Mas aí o que aconteceu? O computador travou, a internet caiu e a porra do texto que ia envolver a pergunta que não tava salvo foi pra casa do cara'. (- se tivesse escrito no blogger? Foi escrever no facebook...) Ninguém pode me dizer se Gil ou Caetano tivessem nascidos brancos eles seriam artistas. Tudo bem! Eu entendo a probabilidade estranha dessa questão e a improbabilidade de sua resposta. Entretanto existe uma parceria tão forte e de dúvida igualmente cruel: "Você prefere a música de Roberto ou a de Erasmo?"

""MESMO QUE SEJA EU, QUE TUDO VÁ PRO INFERNO!""
Pra tocar você, pra sua mulher, pro seu macho, na estrada, em casa, pra brincar, pra dormir, pra acender o baseado das 16:20 do dia da posse do presidente americano...???
Sei que é uma pergunta simples, mas só esses 2 caras já devem ter separado mais casamentos que todos os adultérios do subúrbio. É como se em um dado momento o inimigo público número 1 do mundo te convidasse pra um jantar. (Diga que não tem roupa nova e não vá! Vá por mim!)

domingo, 15 de janeiro de 2017

Uma nação drogada e burra?

Nos últimos 20 anos aprendemos apenas a consumir mais drogas: Televisão, internet e celular. Quero que alguém me responda o que um país drogado vai se tornar com os 20 anos de atraso em educação que nossos deputados, senadores e "presidentes" estão dispostos a nos dar? Isso é pra se criar uma indisposição a liberar outras drogas??? Eu acho que não devia nem falar em política. Não me é divertido. Mesmo assim ainda temos que encarar essa realidade. Algum dia as pessoas nesse país precisarão, e espero que vão, crescer. Mas haverá um déficit gigantesco em comparação a outras pátrias, principalmente em tecnologia, mas nem sei porque é que vim falar disso se ninguém me escuta ou lê, ou presta atenção ao que falo ou escrevo. Uma educação deficiente num país com o potencial criativo do nosso Brasil, além de uma violência, é uma idiotice incompreensível para minha pessoa. Ok. Talvez eu também pratique a auto-sabotagem, no entanto não estou levando minha nação à desgraça. Sou apenas eu sendo idiota comigo mesmo. Cachaça pode matar em menos de 20 minutos, e daí? Álcool, café ou clonazepan? O quê terá sido mais importante para o desenvolvimento da humanidade? São umas drogas legais, bem legais em certos momentos. Uma campanha mal-intencionada na tv além de matar pode causar danos ao cérebro pro resto da vida; uma campanha de internet pode destruir diversas carreiras em segundos e a gente(usuários) vai seguindo na nossa fingindo que nada é conosco até que o bicho pega e a gente acaba, sendo otimista, se irritando. Mas tudo isso é legal. Fazer papel de escroto, de apolítico, ser machista, tudo isso é natural. Não passa(ou pode não passar) de uma encenação, um momento de desatenção. Quem se importa? Só se vive uma vez, mas pode-se mentir quantas quiser na vida. Se você quer se enganar enquanto viver ninguém poderá te condenar por isso, mas é uma prática extremamente perigosa. Pelo menos eu acho. Talvez por não saber mentir(muito), talvez por assistir televisão demais, ou perder tempo demais no facebook. Não sei quantos erros pode haver, mas estou certo que serão criados novos que também podem ser simulados. Mas eu quero nem saber. Quero apenas me sentir mais limpo e tranquilo do que ontem e bastante animado para amanhã acabar com tudo e recomeçar outra vez. Mas não desse jeito.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Onde houver dúvida que haja uma certa verdade

Em uma segunda-feira chuvosa numa manhã de verão insonsa, numa padaria de Salvador dois amigos conversam sobre a vida:

- Mas você precisa fazer alguma coisa, cara...
- Mas eu não sei, não consigo. De tudo eu já tentei, mas nada.
- Conversou com ela?
- Sim. Mas ela nem sempre é dialogável... às vezes eu não consigo nem dizer que gosto dela.
- Então o caso é mesmo sério. Mas você vai deixar ela?
- Eu não sei, cara. Ela é tudo o que eu tenho e sem ela eu sei ainda menos o que fazer.
- Talvez isso já seja alguma coisa. Um alicerce.
- Talvez.
- "Me veja 10 pães de cacetinho! Obrigado!"
- "Eu quero 4 de sal pequeno e 3 de milho."
- Vou indo nessa, Alfredo!
- Bom dia, Justo! Converse com ela numa boa que vocês vão chegar a um acordo. Um amor igual o de vocês não pode acabar assim não.
- É, vou tentar sentar pra conversar mais uma vez, mas tá complicado.
- Complicado é não ter em quem se inspirar, cara. Se ela te faz feliz tudo o que você tem a fazer é retribuir.
- É verdade! Valeu! Bom dia!
- Vá lá!

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Desnecessariedade da vida #3

Em algum lugar escrevia
pensamentos em um papel
Ora eram alegrias
ora eram desabafos
ora era apenas fazendo hora
Mas o pensamento não perdia
uma boa hora de poesia
---
---
2007

Até que eu possa entender
Vou falar de amor com você
O que faço pra merecer
Um gole do seu vinho seco
Metade de um travesseiro
ou talvez só um alô???
Falar de amor até compensar
O quanto falar por falar
Falar, e falar, e amar
Quero falar de amor com você
Até perceber
o que sinto por aí
ser puro e verdadeiro
um tesão ligeiro
algo pra esquecer
falar até valer lembrar.
---
---
Não preciso de nada pra gastar
Eu penso pra caralho
Gasto por aqui mesmo
Papel, caneta
E não faço nada
(2007)
---
Relaxe, homem!
Tudo o que pode fazer é esperar.
Daqui a pouco algo te fará sorrir.
Malditos sejam os celulares com mp3 na mão de pessoas estúpidas.
(15/06/07)
---
00:30
Não há nada mais estúpido que o esquecimento.
01:43
A gente nunca acredita na nossa sorte.
(16/06/007)
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Eu tenho todo o direito de não querer fazer alguém feliz.
O que eu não posso é prometer fazer e fazer merda.
(Mas é claro que eu posso fazer alguma merda)
- Há um tempo errado para todas as coisas.
(17/06/07)
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O homem pode
às vezes
Não recomendo
Tem que ter
muita razão
o homem pode
dizer não
(05/07/07)
---

O Amor amara amar a Ma

Amar, o mar,
A maresia,
O marasmo
As Mari...
A Ma...
Sim, a Ma
Eu amo
Sim
A Ma amável docemente má...
A má que ama amar
AmaLucca
A mais que amada
No futuro ou na passada
Jamais
Des-amá-la hei
Nem por um breve instante
Onde quer que siga
(Eu ou minha amiga)
Mesmo que distante
Mesmo nas intrigas
Mesmo sendo a má
Odiaria-a.
Ah! eu amo!
Sim
Eu amo amar a Ma.

(Minha brother, meu amor, minha amiga, saudade grande)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Rock pra quem é de rock

Se eu tivesse escutado minha mãe e estudado talvez hoje eu tivesse um emprego decente, ou quem sabe tocasse em alguma banda do mainstream do axé que fosse, que me ajudasse a pagar contas ao invés de gerar mais, mas eu preferi seguir minha sina de roqueiro... deixa pra lá! Também me diverti. Às vezes a gente se desespera pensando que não há o menor sentido em tocar pra meia dúzia de malucos em lugares horríveis por amor à causa e diversão, entretanto quando o som do baixo, da guitarra e da bateria batem no juízo e todo mundo está a fim de se divertir não tem pra onde correr. É rock ou morte.
O primeiro show do ano do Honkers teve de tudo, mas principalmente rock. Sabe quando o som tá rolando e seu corpo sozinho vai te conduzindo até a pista de dança? É isso aí. Quando eu cheguei os Antiporcos estavam mandando ver e eu já senti que a energia era das melhores. Estava todo mundo se jogando e ninguém parecia querer parar. Dei minhas pogadas e fiquei de boa na expectativa. Fui ali pegar um jatobá e quando voltei já estava na hora de se aprontar para aprontar.
Foi surreal tocar no Porão: lugar bem apertado, amigos bem chegados, som bem alto e muita loucura. Apesar de termos tido poucos momentos juntos esse ano esse encontro foi uma oportunidade pra sabermos se valeria a pena continuar com isso. O rock não é mais o mesmo e os espaços tem públicos diferentes, mas quem tem sangue nas veias nunca desanima e nós(os Honkers) somos animais de sangue muito quente. Foi um show curto e insano.


Se chegue

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