terça-feira, 28 de setembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? # 4 Matilha Cultural

Terça-feira eu acordei na doideira pra fazer alguma coisa mais útil então fui tratando de ir no mercado atrás de inspiração pra cozinhar. Era cedo demais pra sair e eu não tinha nada melhor pra fazer. Comprei uns legumes, umas folhas e outras coisinhas e fiquei me aplicando quase toda a manhã.
Terminada a cozinhança eu dei uma olhada na internet de algum lugar próximo pra eu comprar algumas peças pra bike. Achei uma loja bacana próximo ao centro caótico de compras de São Paulo, não sei por que a loja ficava no meio de um monte de lojas de motos o que acabou transformando essa busca um pouco mais complicada, mas nada de preocupante demais. Comprei um velocímetro, um pneu, câmera e uma mesa, mas ainda pretendia visitar outras lojas atrás de uma maior variedade de peças. Acabei nunca indo.
De noite fui a um lugar chamado de Matilha Cultural. Lugarzinhobacanadocaralho! É um centro cultural e de adoção de cães. Os caninos também podem visitar o local que tem o bar e galeria de arte no térreo, um pequeno cinema no 3º andar e uma arena multimídia no 2º. Foi lá que aconteceu a despedida de Maryana Campelo, mais uma amiga só que essa em conheci em Sampa mesmo. Ela decidiu morar em Buenos Aires, pra desespero de todos nós brasileiros apreciadores de belas mulheres. Tenho certeza que os argentinos não saberão dar valor a uma mulher dessas, mas ela se foi.
Rolou um bazar, tinha uma galera andando de skate, um dj que mandava bem nas pickups e havia até uns cães por lá. A noite foi realmente de uma agradabilidade formidável (ou será de formidabilidade agradável?).

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Por que ir ao SWU?

Pra começar eu acho uma sigla de péssima rima. Até eu entender que o "U" substitui um "Y" na sigla eu tive que mudar todo o meu conceito sobre masculinidade, senso de humor e safadeza oculta, porque eu não consigo parar de usar o "Y" para substituir o "U", ou "AU", ou "ALHO" etc. Eu quase dei um nó no meu cérebro já seqüelado. Na verdade quem estava trazendo o Rage Against The Machine não me importava nem um pouco. Podia ser até o Edir Macedo que eu estaria lá, mas aquela sigla...
SWU é a forma reduzida de "Começa Com Você" em inglês "Starts With U(You)". Basicamente é um movimento em prol da sustentabilidade. Bandeira que também passei a defender há algum tempo. Isso sem citar o fato de tocar no Honkers, que é uma banda de raiz sustentável, porque foi capaz de fazer uma turnê de proporções continentais praticamente apenas por comida, banho e dormida. Claro que nós poderíamos fazer muito mais pelo planeta naquela tour, mas o que espalhamos de alegria deve compensar uma falta aqui ou ali.
Não fosse pela minha inquietude e minha mania de não planejar futuros muito distantes eu já estaria com passagens e ingresso na mão para o show do Rage, mas dias antes do anúncio do da vinda deles eu programei meu aniversário longe de Salvador(só pra espairecer, não por não gostar), que se tudo desse certo coincidiria com assistir mais uma final de Libertadores e mais certo ainda seríamos campeões pela quarta vez, mas não foi nada disso que aconteceu e agora estou aqui ainda tentando não surtar, tomar uma atitude desesperada de estourar os cartões de crédito(que eu já abandonei), ou vender pertences, ou trabalhar indignamente. Essa relutância de entendimento difícil se dá pelo simples fato de eu não conseguir enxergar sentido em comprometer todo resto do ano dando mais dinheiro a multinacionais e ajudar a aumentar o consumo de produtos nocivos à saúde e ao meio-ambiente; viajar consumindo combustível fóssil, e não fazer nada de realmente útil nessa viagem. Apenas ir assistir a o show de uma banda do caralho.
Falo apenas no Rage Agains The Machine, mesmo gostando muito de outras bandas que irão se apresentar no SWY, porque dentre todas do planeta foi a primeira que me fez realmente ter uma preocupação maior com o tudo a minha volta e não apenas com o meu nicho. Em outras circunstâncias eu adoraria poder assistir aos shows do Pixies, Sublime, Regina Spector, Q.O.S.A., Cavaleras etc, mas tem o Rage, sacou? Há muito tempo era a única banda no mundo que eu queria ver tocar, depois podiam acabar com tudo.


Outro grande problema está no fato de eu ser um fudido e os raros trabalhos que me aparecem quase nunca dão nem pra cerveja. Mamãe que ia me salvar?
Pensei em ir de bike pro festival, mas eu tinha até domingo passado pra sair (segundo meus cálculos). Ainda por cima, ia ficar mais caro do que ir confortável e, nesse caso, isso é um agravante. Uma amiga tentou ver se uma empresa abraçava a idéia, mas não rolou. E eu nem sei se ter um patrocínio de alguém faria algum sentido. O fato é que no dia 9/10 eu tenho que estar naquela fazenda.
Que dia eu vou comprar o ingresso eu não sei, como eu irei tampouco. Já pensei em conseguir carona com algum caminhoneiro, mas avião, trator, carroça, busão, qualquer coisa que me leve até lá tá lindo (ainda queria ir de bike). Faltam duas semanas, mas eu ainda estou não planejando futuros tão distantes, neste caso, um futuro cada dia mais perto e incerto.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? #3 Hora de encarar a semana

Segunda-feira, semana de meu aniversário. Paulinha tinha que retomar sua rotina, eu tinha que ajeitar a bike, encontrar a Juliana, o Guga e à noite teria que estar na pizzarada na casa da Juliane. Saí a pé sem consultar nada nem ninguém pra me informar onde eu encontraria uma loja de bike. Fui em direção ao centro na esperança de me bater com alguma, mas andei, perguntei, me deram algumas dicas e eu não encontrei nenhuma loja. Apenas quando já estava de volta a Augusta um dos caras que trabalham na Cuca-Real, onde eu tinha tomado um café da manhã campeão há alguns anos com Brust e Joe(cerveja e calabresa cebolada), me disse que próximo dali havia um cara que consertava bikes e podia ter o que eu procurava. Paguei a cerveja e fui até lá.
O cara da oficina era um tipo bem cinematográfico. Chegou numa moto estilo Rambo I, tinha um cabelo do tipo Machete e falava meio Homem de Ferro, mas, tirando esses detalhes, era um cara bem simples, atencioso e eu saí de lá com um pneu balão slick usado e uma câmera nova. Voltei ao apartamento e, a muito custo, consegui trocar o pneu congelado por causa da garagem fria. Já era de tarde e eu tinha que encontrar minha amiga Juliana.
Dei meu primeiro rolé de bike por Sampa. O dia não estava tão frio quanto na véspera e o trânsito não estava uma coisa caótica como a gente se acostuma a ver na tv. Também, de bicicleta o centro de São Paulo nem é tão imenso assim. Encontrei a Ju na estação da Luz e fomos tomar uma em Sta. Cecília. Sabe aquelas pessoas que não importa a hora do dia estão de bem com a vida? Juliana é dessas e sua alegria é contagiante, o que torna cada momento a seu lado muito agradável. De lá ela pegou o metrô pra facul e eu fui encontrar o Guga, novamente na estação da Luz.
Já beirava 19h quando encontrei com o Guga. A gente se conheceu em Salvador quando ele desavisadamente deu em cima de uma amiga, que não era uma amiga qualquer e isso acabou por nos tornar amigos. Estranho, né? Mais estranho foi ver que ele não estava mais com a careca reluzente de antes e agora tinha uma camada fina de cabelos grisalhos sobre a cabeça. Como de costume ele “salvou” o dia.
Coloquei a bike em seu carro e seguimos. Paramos para a larica em uma padoca e depois na 23 de maio para mais umas cervas. Conversamos e rimos um monte com as duas cervejas que pudemos beber, porque ele tinha que estar em Campinas às 22h para pegar sua amada no trampo. Ficamos de nos encontrar de novo na quinta-feira, quando eu iria até Campinas encontrar os companheiros de rock da Venus Volts.
O dia terminou com pizza no ap de Juliane, a adorável colega de trabalho de Paulinha.

Brilho eterno

O fim de semana foi de muita movimentação. Sexta teve Móveis Coloniais e O Terreiro, sábado teve ragga e domingo fui parar num pagodão na praia. Melhor de tudo foi encontrar velhos amigos nos 3 dias.
- Sabe quando você se sente realmente poderoso? Quando parece que tudo está exatamente onde você quis colocar?
Deixei a bike em casa esse fim de semana e agora sem nenhum outro tempo disponível para ler não me restou nenhuma leitura para o ônibus. (Se é que alguém entende essa...)
Pelo menos o busu foi rápido e mesmo eu tendo saído tarde pra cacete ainda dei a sorte de abrirem a bilheteria com ingressos a preços honestos e não tive que pegar nem fila para isso.

O show do Móveis foi exatamente o que eu achava que seria: Espetacular! Eles abriram com a música que eu fiquei martelando o dia inteiro na cabeça. 
Mais tarde o rumo foi o Rio Vermelho, mais exatamente no antigo Havana onde a banda Terreiro tocou. Arrastei um pessoal do rock pra assistir (Diego, Daniel, Nina, Marinex e Letícia) e elas se amarraram. De lá a idéia era ir pro mercadão, e nós até fomos, mas nos informaram que a partir de 4 horas os bares entram em regime de encerramento e não podem aceitar novos clientes. Um absurdo! Eu vou escrever para o prefeito!

Sábado duas gracinhas me convenceram a ir pro ragga no Tarrafa. A parada é bacana! Encontrei um brotherzaço das antiga: Luciano. Quando eu estava na porta tentando entrar invade uma porrada de mulheres lindas loiras e bronzeadas, daquelas que parecem saídas de Malibu.Eu não sei o que pensei na hora, porque já entraria na festa de qualquer jeito por minhas amigas, mas 2 amigos meus ainda ficaram pensando se entrariam. Às vezes eu acho que sou o único heterossexual no planeta.
Em ambos os dias eu cheguei em casa de manhã.
Domingo eu acordei umas 14h. Não comi. Fui visitar os Brothers do Terreiro e acabamos indo à praia parando num pagodão bombadaço.(não é assim que diz?)
Senti falta de minha companhia de pista do sábado. Ela ia curtir deveras. Eu tava jogando cerveja pra dentro da ressaca só fui parar perto da meia-noite. Dormi que nem um anjo.
Nem tive ressaca nenhuma na segunda-feira e ainda estou aqui bebendo conhaque e escrevendo bobagens madrugada afora.
- Ah! se o tempo parasse por algumas horas!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? #2 O frio faz um bêbado adormecer "facinho"

Mr.Bob Lester
Eu me sentia ótimo por estar em São Paulo, mesmo com o frio escroto. Tudo o que eu ainda conseguia me lembrar era de precisar comprar um casaco no dia seguinte sem falta, ou acabaria congelando. Era tranqüilo ficar dentro do bar enchendo a cara, mas andar na rua qualquer hora do dia sem agasalho era pra caras de muita fé. Não lembrava nome do prédio, beleza. Pelo menos sabia chegar nele, mas sem o número do apartamento ia ficar bem difícil, então lá vou eu ligar pra Paulinha, que tinha prometido escutar o telefone se fosse preciso, e escutou. Subi, tinha uma cama me esperando. Tudo o que eu tinha que fazer era jogar meu corpo bêbado e exausto.
Não lembro direito quanto tempo demorei pra dormir. Provavelmente foi de imediato. De manhã tive a impressão de levantado, saído do apartamento, mijado na escada e voltado a dormir, mas fiquei com medo de levantar suspeitas indo olhar a escada e sem jeito de contar a Paulinha uma merda dessa. Mesmo assim lhe disse que tinha uma certa dúvida se tinha sonhado, ou realmente saído do ap na madrugada.
Acordei com uma ressaca razoavelmente leve. Era domingo e fomos até o Bexiga para algumas compras. No caminho eu comprei uns mapas, um livro de Dostoévisky (O eterno marido), mas não achava um casaco a gosto e a preço. Demos uma volta pela feira e uma vendedora simpática e voluntariosa, que depois de muita prova e muitas perguntas conseguiu me convencer a levar uma capa azul “catiguria”.
Agora aquecido e elegante, merecia uma cerveja. Fazia 10º, mas eu não tava nem aí. Paulinha também botou pilha e lá fomos nós pro (como é o nome da porra do bar?) lugar de onde saía um som de chorinho bem ali na praça.
– Tem Serra Malte? Traga uma aí! Bem gelada!
Cervejas em balde são uma visão maravilhosa. O garçom trouxe logo 5 esplendidamente geladas, que mesmo numa tarde fria pra cacete nenhuma delas iria voltar pra dentro do bar.
O pessoal do chorinho convidou um coroa pra cantar com eles e esse tio seria Bob Lester, lendário dançarino e controverso integrante do Bando da Lua. Ele cantou alguns clássicos da música mundial como “La Bamba” e “Don’t be cruel” e dançou com o pessoal que levantou de suas mesas.  No fim da apresentação ele nos mostrou seu álbum de fotos com celebridades dos seus tempos áureos de sapateado e de música. Acho que por causa do meu casaco elegante ele ficou me chamando de Obama o tempo todo. Uma figura seu Bob.
Depois da mini-farra na manhã que já ia tarde a gente precisava pegar um rango. Paulinha me levou num restaurante bacana na Augusta. Eu disse a ela que não entendia o que leva uma pessoa faminta a ficar do lado de fora de qualquer estabelecimento esperando vagar uma mesa, mas ela achou que isso era uma censura ao lugar escolhido e ficou brava. Desisti de tentar entender. Pedi um chopp e depois de poucos minutos já estávamos nos deliciando com nossos pedidos.
De volta ao AP não tinha mais nenhuma vontade de sair, talvez à noite, mas eu ainda precisava ajeitar a bike que estava sem pneu traseiro. Resolvi escrever, descansar um pouco e arrumar a mini-bagunça. Aproveitei pra dar uma olhada no mapa, mas este não tinha as rotas dentro da cidade, apenas as rodovias federais e estaduais do Brasil. Útil, mas não pr’aquela semana. Ainda tentei encontrar mais umas pessoas nesse domingo, mas fazia tanto frio que pouca gente fez planos de sair de casa e eu acabei dormindo mais cedo. Antes de adormecer recebi uma mensagem de Guga(amigo de Campinas) avisando que iria a São Paulo no dia seguinte. Então meu programa de segunda-feira seria consertar a bike, encontrar Juliana à tarde e o Guga no final da tarde. À noite a amiga de Paulinha tinha me convidado para comer pizza então o dia seria bem cheio.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? - Praticamente um Highlander


Saída de Cumbica (y)
Tudo começou quando o São Paulo enfrentou o Flamengo, lá pelos idos de 1981. Meus 2 irmãos, mais velhos eram flamenguistas doentes e eu, caçula, como não podia deixar de ser, tive que torcer contra, e nesse dia o adversário era o São Paulo. Fiquei impressionado com a beleza do uniforme e a raça dos jogadores, que foram atrás de um placar de 4x1 e encostaram, mas infelizmente o jogo acabou antes do empate, no entanto nascia ali um São Paulino dos melhores. E minha viagem começou justamente por causa dessa paixão.
Numa bela noite de sábado de julho, a GOL resolveu fazer uma daquelas promoções e eu recebo a notícia no exato momento que me sento no computador incerto sobre meu aniversário que se aproximava. Queria estar viajando, mas meu sonho mesmo era estar comemorando mais uma Libertadores com o São Paulo e a final seria no dia 17/8, dois dias antes de meu aniversário. Pensando rapidamente juntei tudo o que eu queria e comprei as passagens na intenção de passar uma semana andando de bike e comendo água, mas as coisas não saíram exatamente dessa maneira. A começar pelo SWU Festival que anunciou, alguns dias depois de eu ter comprado as passagens, o show do Rage Against the Machine (a banda que eu mais me amarro nesse planeta) em outubro, em seguida pelo São Paulo que perdeu na semifinal duas semanas depois me deixando uma semana completamente à toa na maior cidade dessa faixa de terra.
Entre a data da compra da passagem e o dia da viagem eu pensei várias vezes em remarcar o vôo e desistir de passar o aniversário longe, mas eu acho que não suportaria não estar viajando. Aliás, a cada dia que passa eu suporto menos não estar viajando, mas isso é uma outra história.
Na véspera da viagem teve show dos Honkers e é claro que eu comi água como gente grande em mais uma apresentação insana, debaixo de chuva, no Largo de Santana. Cheguei no aeroporto na hora certa de embarcar a bike que só precisou esvaziar os pneus. Uma maravilha!
Chegando em Guarulhos era hora de “ver da colé” de minha atitude de pedalar até Sampa City. Não tinha mapa, nem GPS, nem boa memória, mas tinha muita fé em meus instintos primitivos de que eu não ia me perder numa cidade bem sinalizada como São Paulo. Além do mais eu conhecia razoavelmente bem a área onde Paulinha, minha cicerone, mora e não teria maiores dificuldades de chegar lá, mas tive.
Demorei quase uma hora pra poder pegar a bike, depois ainda tive que encher os pneus. Umas 15 horas eu tava na rua. Lembro de antes de embarcar ter tido o cuidado de ver a previsão do tempo pra São Paulo na semana que eu estaria lá. Ela dizia: “sábado: possibilidade de chuva durante todo dia; domingo: não chove; seg: não chove...”. Pensei comigo: “Sábado se chover que se foda! Eu vou estar pedalando e não vou sentir frio.” - Ó que otário! Graças a Deus não choveu, mas tava fazendo um sol de 10º e eu não tinha levado nenhum agasalho.
Peguei a Dutra e me apliquei em pedalar. A sensação era das melhores, pois parecia uma manhã ressaquiada de domingo, pedalando no “sol frio” do inverno. Meio Londres, sabe como é? (eu não sei, enfim.). Pedalar por ali era agradável até certo ponto, pois em alguns momentos a pista, em constante reforma, fica sem acostamento e, como sempre, não possui ciclovia.
Quando cheguei na Marginal Tietê o dia ainda estava alto. Teria bastante tempo pra me perder antes de dar um telefonema, ou parar pra pedir alguma informação, e só fui fazer isso quando vi que eram 18:30 e eu ainda estava na maldita Marginal da morte sem saber como sair de dentro da trilha que acompanha o rio, que foi onde eu fui parar para evitar o incessante e irritante trânsito de São Paulo, mesmo num sábado à tarde. Uma coisa horrenda pra quem anda de bicicleta.
Quase duas horas depois, exausto, mas feliz de ter deixado a Marginal o pneu traseiro faz o som característico de bola de soprar vazando. Era o fim da minha pedalada. Era noite, era sábado, eu não tinha câmera reserva, nem pneu, nem ânimo. Chamei um táxi, desmontei parcialmente a bike, coloquei na mala e parti pra casa de Paulinha, que já estava ficando doida (ela não admite) de preocupação comigo perdido de bicicleta por São Paulo.
Paulinha é uma amiga das mais adoráveis por ser uma pessoa de uma incrível capacidade de se fazer adorável. Além de ter um sorriso matador. Depois de um merecido e revigorante banho eu não sentia mais cansaço, ou frio, ou qualquer tipo de incômodo. Ela fez um jantar esplêndido, serviu um vinho supimpa e ainda me apresentou uma amiga bacana. Eu estava costumado a ser bem recebido, mas eu nem sabia se merecia tanto. Com o avançar do papo e da noite eu nem lembrava mais que queria era ir pra Augusta encher a caveira e sentir a noite paulista fervilhando naquele frio. Mas a amiga de Paulinha tinha que ir embora e sua prima nos esperava no bar.

Chegamos no bar perto de meia-noite e logo de cara vejo Stella, uma amiga de Salvador que está morando em Sampa há alguns anos. Nandy também a conhecia e elas estavam com mais alguns amigos decidindo por abrir a noite “pesada” com uma garrafa da excelente cachaça de banana servida no bar de tio Wilson.
Claro que a noite foi insana, ou não seria Augusta. Nandy primeiro, seguida de Paulinha e mais alguns dos amigos das garotas só agüentaram até a terceira garrafa de cachaça e foram embora. A princípio eu teria que ir também, pois estava de hóspede e não queria, logo na primeira noite, causar algum mal-estar chegando travado no meio da madrugada, mas Paulinha foi tão convincente em me despreocupar que eu só podia pedir mais uma garrafa de cachaça.
O grupo que chegou a 11 beberões estava agora reduzido a cinco highlanders. Nós, além de sermos expulsos do bar por tio Wilson que queria dormir, subimos a Augusta bebericando um pouco em cada boteco até nos separarmos em Dona Antônia pouco depois das 4 da manhã.

Se chegue

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