domingo, 31 de julho de 2011

Futebol de merda

Fui ao parque da cidade hoje pra o show do círculo e para encontrar alguns amigos raros. Saí de casa com a bike já 11:15 e quando cheguei eram 12:35 e o Círculo quase que imediatamente encerrou o show, pelo menos encontrei meus brothers, mas a minha preocupação era voltar a tempo de ver o jogo do São Paulo, pois tinha certeza que hoje a gente ia brocar o vascuzinho. Deixei até de me aplicar na cachaça, pois isso ia atrasar muito meu rendimento na volta pra casa.
Só fui sair do parque já depois das 15h, vinha pela BR mas uma voz me disse para voltar pela suburbana, pois pelo caminho certamente haveria um bar passando o jogo. Perdi a pressa.
Aproveitei e quebrei pro Comércio a fim de comer alguma bobagem ainda na esperança de encontrar um lugar pra ver o jogo, mas tudo em vão. Comi um kibe ruim da porra,  um pão pizza medonho e um suco de goiaba razoável, mas nada de nenhum lugar pra assistir a partida que essa altura já devia estar começando.
Parti a mil em direção a Pericity olhando pra todo lado na intençaõ de encontrar uma maldita TV(esse demônio!) ligada num boteco qualquer, mas quem disse que era meu dia de sorte?
Cheguei em casa logo no começo do segundo tempo e assim que eu ligo a TV vejo a defesa que antes tinha Miranda e Alex Silva tomar um gol ridículo num contra-ataque rápido com o lesado do Éder Luis: São paulo 0x1 Vascu.
Resolvi colocar alguma coisa no fogo, pois ainda precisava almoçar. O jogo era feio, mas segundo o rádio, a TV, a internet o São Paulo foi melhor no primeiro tempo e seguia melhor até levar o gol. Adilson batista tentou mexer no time tirando Piris e colocando Lionel Marlos, mas assim como o Lionel argentino ele pouco fez. Fernandinho também entrou no lugar de Rivaldo, mas nada. Entre uma ida e outra na cozinha só irritação. No final felipe faz 2x0 e acaba com minha fé.
Ligo o som e escuto o cego Willie Johnson cantar "You're Gonna Need Somebody On Your Bond". O macarrão cozinhado durante o jogo ficou tão sem graça quanto a minha cara de idiota que não tinha nada melhor pra fazer numa tarde de domingo.


Quebrando a real

Até bem pouco tempo atrás eu cria que romper com o sistema era a única maneira de me manter saudável, mas isso é ilusão. O sistema está nas pessoas, ele não é real. Sendo assim passo a olhar para tudo diferente. O valor de cada gesto, cada ação, ganha outro significado.
Não é preciso romper nenhuma barreira externa para se libertar. A liberdade não existe fora da minha mente. É preciso que ela saia e fique aqui, afinal, não pode estar em nenhum lugar.

Inclassificáveis?

Somos o que pensamos ser
O que queremos ser
O que os outros acham
Somos fruto dos nossos atos
Um reflexo de nossos erros
O que nós somos?
Somos seres humanos
Somos pretos, brancos e vermelhos
Somos rosados, vermelhos e brancos
Pensamos, falamos, premeditamos
Agimos de forma estranha
O que nós somos?
Somos tudo
Somos a sabedoria
Somos a ignorância
Somos a maldade e a benevolência
Violência e paz
Somos a crueldade e o prazer
Somos isso e aquilo

sábado, 30 de julho de 2011

Que viagem é essa? (de São Paulo a Salvador com Britany Marieta)

Quando cheguei em Sampa, de volta de Campinas pedalando dessa vez pela Anhanguera, em 20 de agosto de 2010, minha missão era procurar um hotel barato pra passar as minhas duas últimas noites na cidade. Era sexta-feira e eu tinha muitos planos para a noite. O hotel que eu escolhi não podia ter sido pior... Não? Podia, sim! Mas depois do inferno que foi achar um hotel no centro que não fosse "matadouro", com todo mundo dizendo que não rolava pernoite, por causa da "rotatividade", eu não estava ligando muito para o aspecto imundo. No guarda-roupa despençado havia uma lata que fora usada certamente pra um pau na pedra, o banheiro de ralo e pia entupidos ao menos teve água depois que eu limpei o limo do chuveiro, na cama eu nem quis pensar muito, pois sabia que ia acabar não dormindo. O que importava era que eu estava hospedado.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A dança dos sonhos e dos desejos

Quando o homem acha que não tem chance de alcançar alguma graça ele recorre à fé. Ela é a única coisa capaz de manter o homem na sua sanidade. Mesmo que pareça insano. Fico pensando no que seria do humanidade se não fosse a fé. Pra muitos ela é apenas um negócio, mas no geral ela nos faz bem, ou pelo menos mais bem do que mal. Infelizmente tem aqueles que exploram e tem os explorados, eu sei, mas em pleno ano de 2011 da era cristã eu não posso acreditar que "tem que ser assim". Isso seria matar a esperança.
Outro dia um amigo me disse que falando o que eu falo algumas pessoas podem achar que eu não sou confiável, por dizer na cara delas que ninguém nesse mundo está nem aí para o próximo, que o que as pessoas acreditam mesmo é no dinheiro e na aparência, que ninguém "considera" ninguém etc. É... vendo por esse prisma é racional não confiar em alguém assim, mas foda-se! Eu não posso não enxergar os defeitos da nossa coletividade. Não faço côro a esse comportamento. Tudo é permitido, mas ninguém tem que ser permissivo a tudo. Acho que algumas coisas precisam começar ser vistas com outros olhos, com olhos menos dementes. Imagina se um negão precisa abrir a boca pra ser mal visto pelas pessoas? Nesses meus 37 anos nunca foi preciso, aliás ninguém te pergunta como você quer ser tratado a não ser em sites de compras.
Em algum momento, entre o agora e o fim de tudo, eu, você, todos vamos ter uma opinião diferente sobre algo que críamos com muita convicção. Nossa mente nem sempre consegue ter pleno domínio sobre nosso corpo, ou parte dele, e o que é que domina quem domina? Quem certifica o certificador? Algumas pessoas tem atitudes não toleráveis por ignorância, por maldade... Imagina se isso nunca mudar? Nós seguimos modelos ultrapassados em todos os momentos de nossas vidas, na escola, no trabalho, às vezes em família. Será que nossa vida toda se resume a isso: Perseguir modelos ultrapassados de felicidade? Esperançoso, eu não acredito! 
É muito cansativo manter a fé, mas de alguma forma tenho que mantê-la, porque é ela que me mantém vivo, lúcido e bem disposto. Ter esperança que um dia parem de se odiar e se matar é muito importante, pois não me deixa odiar nem matar ninguém, mesmo aqueles que em algum momento não mereçam nem apanhar de tão asquerosamente nocivos.
Enquanto nós continuarmos aceitando desculpas para todo tipo de atrocidades elas irão continuar. É bem mais fácil banir o pensamento no que é fudido. É ridiculamente fácil fazer isso, mas a nossa inteligência é tanta que dificulta. Tudo é racionalizável, até mesmo o absurdo. Um dia eu tentei parar de xingar. Não consegui, mas foi fácil estar ciente de que eu não devia fazer aquilo. Só não consegui me manter consciente todo o tempo, mas a vida é assim, o mesmo serve para todas as coisas. A gente só precisa se manter alerta.
Se depender de minha vontade para o mundo se tornar um lugar melhor então ele se tornará, pois não há desesperança bastante em meu coração para me fazer deixar de desejar isso. 

segunda-feira, 18 de julho de 2011

ora martelo, ora bigorna

às vezes sinto falta de mim... me sinto ausente em minha própria vida. Como eu posso não estar ausente na vida de alguém?
às vezes quero coisas impossíveis... me sinto incapaz de realizar. Como é que alguém vai fazer por mim?
às vezes sou tão ingênuo.

Universal by this grace

Todos os dias temos a  responsabilidade de manter o equilíbrio entre o universo ao nosso redor e o nosso microcosmo. Algumas pessoas não se dão conta do quanto esse equilíbrio entre os mundos é importante, pois elas não enxergam além do mundo material, mas devo alertar que este controle determina tudo na sua vida e no seu dia-a-dia.
É preciso estar em sintonia. Nada do que acontece a sua volta se dá a esmo, as coisas são o reflexo do que as coisas são em nossa mente. Todo o universo é criado em nossa mente e depois expelido para o infinito. Todas as coisas boas e más são reflexos de nossas próprias vontades que afeta e é afetada mutuamente pela vontade externada das outras pessoas, mesmo aquelas que não se dão conta de como esse processo se dá.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

13 de julho - Dia Mundia do rock

Acho que a falta de cabelos brancos tira a minha credibilidade

É muito engraçado ver pessoas que me conheceram ontem e sabem mais ao meu respeito e de minha vida cotidiana do que eu mesmo. Todo mundo sabe meu perfil psicológico só de olhar minha unha. É impressionante! É como se nesses meus quase 40 anos eu só estivesse vivo naquele momento que alguém está me criando em sua mente, com suas palavras. Isso me assusta, mas me faz rir. Parece que eu não passei pela infância nem pela adolescência. Algumas pessoas esquecem momentaneamente que eu sou negro e eu até consigo encarar isso. Mas não dá pra eu mesmo esquecer disso, pois nessas quase 4 décadas não houve um dia em que isso não fosse berrado em minha cara; outras pessoas pensam ainda que por eu ter tido uma vida difícil (já que eu nasci negro) eu sou uma pessoa amargurada.
Talvez por sorte, talvez por esperteza eu aprendi a separar os racistas dos ignorantes ainda bem pequeno. Isso não me fez ter uma vida mais fácil em canto nenhum, mas me deixou bastante tranquilo com relação ao que eu penso sobre mim mesmo ouvindo  as coisas que eu ouvia o tempo inteiro na década de 80. Mantive meu pensamento em evolução. Cheguei nos anos 90 nem aí pra nada, pois já tinha uma idéia do que era a "sociedade adulta" que me esperava. Nenhuma decepção, nenhuma surpresa. Mas já  não podia ser compreendido plenamente, pois em nenhum momento eu quis ser nada além de eu mesmo. 
O ano 2000 chegou e já se passaram 11 anos e ainda tem gente acreditando que o pensamento medieval faz sentido. As mulheres estão mais machistas que os homens, o racismo ganhou o apoio da homofobia e a consciência foi perdendo espaço para o achismo. Eu, por exemplo, acho todo mundo muito imbecil, mas é só quando se fala de ambições, ou principalmente nesse ponto. Enquanto eu penso que já vivi muito mais do que mereço, as pessoas pensam em juntar dinheiro pra comprar uma vida boa.
Quando o assunto é dinheiro então fica tudo muito pior. As pessoas se agarram ao dinheiro como se ele fosse a única coisa capaz de lhes salvar. Parece que nossa evolução agora é apenas social. Não é possível para a grande maioria desejar nada que não seja comprável. Infelizmente, para essa mesma turma, eu também não posso desejar nada que não me dê um status, pois como todos sabem "foi com isso que eu sonhei toda a minha vida". (Tonteria)
Talvez eu esteja menos velho do que imagino. Vejo pessoas bem mais velhas muito mais tolerantes e felizes com o que vêem ao redor, mas o cansaço que sinto é de alguém que já viu demais, que já foi discriminado demais, que já perdeu amigos demais, que já perdeu a paciência demais, já foi mal interpretado e incompreendido demais... Não invejo ninguém, nem desejo mal, não meto a mão no que não me pertence, não cobiço a mulher do próximo nem sou o taradão que as pessoas imaginam. Só não posso fingir que sou como acham.
As pessoas gostam mesmo é de tirar uma onda, seja com dinheiro, seja com status, ou seja com mentiras. Conhecimento que é bom ninguém busca, só se for pra ganhar mais dinheiro pra tirar mais onda. É uma doença. Por isso eu digo que "odeio o dinheiro!" Mas aquelas pessoas que me conhecem melhor do que eu acham que eu digo isso da boca pra fora e elas tem até uma certa razão: Eu não odeio o dinheiro, só odeio a idéia de que ele que ele possa ser necessário pra algo que eu deseje. Mas ninguém aceita isso.
Mas o que me incomoda mesmo é que nas relações pessoais as pessoas não estão mais pensando. É só um jogo. Nada é mais importante do que estar por cima da carne seca. O cara tem que ser "o pegador" a mulher tem que ser "a gata da moda" e eu tenho que ser um cara que corre atrás dessas "qualidades", pois eu preciso estar antenado. É loucura!
Eu dou importância a muito pouca coisa nesse mundo, é verdade, mas o que é importante mesmo?

Se chegue

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