terça-feira, 30 de abril de 2013

...e foi assim, debaixo de chuva, que ele pegou sua bike e partiu.

Apesar de tudo eu odeio.
De manhã até o momento que os motores não param mais é tudo quase bom. O clima, os pássaros cantarolando, o silêncio... mas aí vem o dia útil, a jornada de trabalho, a escola, a venda, o anúncio e o que era o início de uma vida passa a ser o fim de uma paz que ninguém sentiu. Não se pode ter descanso, pois um homem descansando é um homem morto. É preciso obedecer ao ritmo alucinante de um cotidiano insano. Quem vive pra isso? Quem faz disso sua vida? Quem quer ter dinheiro?
Ontem na praça houve tiros. Nada de novo: alguém bêbado com uma arma na mão faz disparos pra cima a fim de mostrar que é machão. O bar cheio de gente passando chuva e aí o corre-corre. Fico pensando: e se fosse uma guerra civil? Mas a gente não precisa usar a guerra como desculpa pra matar, não nas nossas cidades onde o dinheiro e o luxo é tudo o que importa, mesmo que para isso você tenha que estourar alguns miolos ou lesar alguns infelizardos. Triste vocação a de quem é honesto...
Brasileiro... jeitinho brasileiro... sei que todos tem suas desculpas para fazer alguma besteira, mas colocar essa culpa na cultura do país pra mim ultrapassa a mediocridade.
Vou pro mato. Me perderei no meio do nada e só retornarei quando me sentir forte o bastante pra encarar a civilização e seus demônios. Preciso do verde, preciso respirar, preciso de paisagens bucólicas e canções naturais, preciso de humanidade, de gente de verdade que não liga pro que tem no seu bolso ou pra sua falta de jeito, preciso de uma paz que mesmo trancado em meu quarto não consigo obter.
Preciso estar disposto a ajudar, mas antes disso preciso saber exatamente como. Sei que sozinhas as pessoas que eu amo jamais estarão, mas preciso estar mais forte para que eu possa ser preciso. Também tenho que me armar para a guerra, pois os inimigos da paz estão com muitos aliados muito espertos e incansáveis. Sei que quando voltar vai ser uma briga feia, mas perder não é um verbo que eu aprecie.
Vou ali. Vou descansar. Perdi o verão inteiro sem a bike, mas não vou perder mais um segundo de minha vida lamentando nada quando eu voltar.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Sigo de bike minha vida sem destino (continuação)

Tinha um monte de gente lá no bar de dona Jane. Tinha uns moleques lá com umas conversas de ladrões de carros e motos e drogas e um monte de pecado. Era até divertido ouvi-los conversar, mas depois de prontas as barracas a idéia era se chapar e eu não consigo me chapar ouvindo leotrias o tempo inteiro então apresentei um finório e entabulei conversa sobre os atrativos da localidade totalmente desconhecida para mim. Os caras falaram pra caramba e saíram roncando com suas motos de um jeito que eu temi por suas vidas, mas eu não soube de ninguém que tenha se acidentado nos dias que fiquei por lá.
Não fizemos trilhas de bike, apenas caminhamos por entre a floresta, mas nos deparamos com quadricilos e motocicletas cortando o barulho silencioso de uma bela paisagem de rio e mata. Eu não contava com isso, mas o lugar era perfeito para eu poder aliviar minha mente de um ano que acabaria de forma melancólica não fosse pela companhia de uma garota e um casal de amigos que apareceu na madrugada da mesma noite em que chegamos.
Nem tanto assim, porque minha "companheira" pegou um busú pra Salvador no dia seguinte a nossa chegada para poder passar a noite de ano novo com o filho enquanto eu fiquei de "vela" do casal e brindamos o ano novo em Imbassaí (de carro) ao som de uma banda horrenda em meio a alegres desconhecidos.
No dia seguinte eu deveria parar de beber, mas acordei e esqueci, quando lembrei decidi adiar para o dia 2 o início da abstinência e passei todo o espetacular domingo de sol me chapando em alta velocidade. O pessoal ainda convidou a gente pra um churrasquinho e aí já viu, né? Eu que tava na bronca com 2011 comecei 2012 "virado no cabrunco". O bom de estar em companhia da natureza exuberante é a ausência quase completa de ressaca no dia seguinte e quando saí da barraca me deparei com uma garrafa de 2 dedos de conhaque e não pensei duas vezes, tomei de um gole só. Quando me liguei já era tarde, mas decretei que este era o último gole de birita do ano de 2012, mas as coisas não se deram exatamente assim. Que importa? por mais de 360 dias eu pude cumprir minha promessa e agora sei que nem é tão difícil assim ficar sem beber, já ficar sem pedalar é uma outra coisa. Se algum dia eu fizer a promessa estúpida de não pedalar por um ano, alguém, por favor, me interne.
Voltamos de lá numa pedalada só e nos despedimos sem muita cerimônia. fiquei com um sentimento muito bom em meu coração inquieto, mas essa foi a primeira última vez que pedalei com aquela garota. Algo nela me atraía como uma dose numa noite excitante, mas a repulsa que tive a ela pouco tempo depois me fez ter a certeza de que devemos pensar primeiro no pinto e depois buscar o equilíbrio. É perigoso amar apenas sexualmente e traz bem pouco benefícios, mas não adianta esperar que todas as pessoas tenham a consciência sobre o momento, o valor e a necessidade de cada um de se ligar a outro para atingir alguma iluminação.
3 meses depois eu iria encarar a Volta do Recôncavo com os Jurássicos e essa esplêndida jornada ficaria para trás, sem tristeza, sem alegria, sem mágoas e sem nenhuma gratidão exceto pelas pessoas queridas que vi pela última vez nesses dias.

domingo, 21 de abril de 2013

Sigo de bike minha vida sem destino

Se tem um lugar que eu ainda pretendo visitar nesta vida é Humboldt, Califórnia. La Sierra Nevada. Terra das árvores gigantes,  das lendas do pé grande, do filme Humboldt County. Até já conheci alguém de lá: Gonzalo, um permacultor gringo mais baiano e gente boa que muitos conterrâneos meus. Mas por enquanto eu não posso ir tão longe e dou minhas voltas onde os pneus de Marieta me levam.
No fim de 2011 eu fui ajudar minha irmã em sua mudança de Irecê pra Poções. Marieta não foi dessa vez e eu dei minhas pedaladas lá com uma calói poty dela porque não havia levado minha parceira. Pegava a bike e ia dar um rolé a fim de conhecer a cidade e encontrar um lugar tranquilo para ler e tomar uma cerveja "de boa". Descobri um posto de gasolina na saída da cidade que servia cerveja grande, na mesa à sombra de uma rara amendoeira naquela região de clima hostil, mais próprio para algarobas. Esqueci o nome do posto, mas me lembro dele. Quando voltar por aquelas bandas, de bike ou não, passo lá pra uma ou duas geladas.
Outra coisa interessante em minha passagem por Irecê: cuecas. Calma! É que eu comprei 6 cuecas numa loja de lá, sem experimentar, quando vim vestii-las vi que estavam pequenas e um tanto apertadas. Isso foi no fim de 2010, mas ainda tenho essas cuecas e elas ainda me apertam as bolas. Acho que talvez seja a hora de me separar delas de uma vez por todas e deixar minhas bolas mais à vontade, mas eu ainda não tive ganas de comprar cuecas novamente. "Cadê a namorada nessas horas?"
Nem bem voltei de lá fui eu  cair na estrada de novo, de bike dessa vez, pela Linha Verde para o dia de ano novo, meu novo ano sem álcool. Praia do Forte, Imbassaí, Massarandupió, Siribinha, Conde, onde quer que eu fosse parar não tinha importância, meu plano era acampar onde desse e esperar o novo ano começar. Eu guardo alguma esperança para todo novo ciclo, mas sei que tudo pode ficar ruim de uma hora pra outra, mesmo que tudo seja favorável. Não se pode prever, mas é bom ter alguma segurança em alguma coisa, mesmo que seja em si mesmo.
O plano era perfeito, mas de última hora apareceu uma companheira que decidira que ia comigo. 
"Mas quem é essa, man?" Vocês podem estar perguntando. É uma amiga. As vezes acho até que é amiga imginária porque vive sumindo, mas isso é outra história. Não sei não... tem coisas que nenhuma namorada faz por você e vice-versa. Fosse como fosse, ela também decidiu que íamos, na quinta. 
Cheguei de Irecê na terça-feira e tinha dois dias pra sair de bike e mochila rumo ao litoral perdido.
A véspera da viagem foi ocupada em providências imprescindíveis para o final de ano. Sabe como é, né? Tem cachorro que precisa de comida, tem amigo que precisa de conselho, um salve aqui, outro acolá, provisões e tem que assegurar-me de que a minha mãe esteja amparada, e de que não me falte nada a mim mesmo. Foi ótimo porque no meio de toda a confusão que consigo fazer com o tempo curto pude ver Manuela ("Te amo Bubu!") , que não via desde que se mudara. À noite eu estava completamente exausto, hiperchapado e decidido a adiar um dia, mas não consegui avisar a minha "parceira", que segundo me contou depois, passou toda a noite, até às 4 da manhã, arrumando a bagagem e por isso não acordou cedo, mas eu consegui acordar bastante cedo, porém não o bastante para sair e chegar em Imbassaí num horário decente sem enfrentar o sol do meio-dia. Pra "melhorar", eu não conseguia falar com a "sacana" e estava com muita disposição de escrever, então fiquei escrevendo e tentando resposta dela num msn ausente. Inútil ambas coisas.
Lá pelas 8h ela acorda e atende o telefone com uma voz de quem está morrendo e me diz que tá tudo certo para eu dar meus pulos, mas ela meter a bike dela num "buzuzinho"até Guarajuba onde nos encontraríamos e seguiríamos juntos, mas eu não sou puta o bastante pra colocar minha bike num buzu pra ir prum pedal, posso até fazer isso na volta, mas cada caso é um caso e eu queria mesmo era pedalar, estar só novamente com minha verdadeira parceira e amiga Marieta e já que teria companhia mais à frente nada melhor que aproveitar a solidão do CIA.
Eu, com a minha cara de "santo-sacana", me saí daqui às 11:50h de um dia de maravilhoso sol de verão filadaputa. Desculpem-me o palavreado, mas é de fuder. Quando estou com sorte minha mãe organiza umas nuvens lá no céu pra proteger a mim do sol ladrão, mas a sorte nunca dura duas horas, não ininterruptamente, mas um dia eu chego lá. No momento que estava saindo de casa o que eu pensei após breve análise foi: Foda-se!

"Protetor solar, boné, tô pronto".

Sabe quando nada lhe ajuda? Pois é! Parece que no dia que eu resolvo viajar, todos precisam de mim e esse vai-daqui-vai-dali acabou por me fazer esquecer coisas bem importantes como saco de dormir, sandália e corda, mas eu não podia esquecer o Dostoiévski, porque eu não sabia quanto tempo ia ficar viajando. Tinha só 100 reais no bolso, mas ainda tinha "cielo" e isso era um conforto. Além do mais eu sempre consigo gastar menos quando já não tenho nada. Quando estou de bicicleta eu acredito que posso chegar em qualquer lugar e sei que serei bem chegado. Que nem um mastercard, só que com uma bandeira um pouco maior e mais simpática.
Saí quase meio-dia e só cheguei em Guarajuba 17h. Pretendia dormir em imbassaí, mas mais uma vez diante de minha pouca fé em prosseguir com o plano, a mocinha me convenceu a tomar um banho de mar e relaxar, pois a viagem estava apenas começando.
Depois do banho de mar era a hora de almoçar. Tinha me decidido comer apenas quando nos encontrássemos, isso me pouparia o tempo de uma parada, mas que rolou foi que depois do mergulho, depois de secos pegamos nossas bikes e partimos. No caminho é que me lembrei que estava "na larica", então teríamos que fazer essa parada em Praia do Forte. Problema seria achar um lugar pra se pagar um preço honesto lá. Mas verme é verme e "comeu morreu" tem em todo lugar. 
Enquanto rodávamos encontramos Maritza e Lucca, pessoas que alegram meu coração em qualquer momento. Pena eu estar tão exausto e com tanta urgência em seguir, mas aqueles 2 minutos fizeram as 7 horas de sol na cabeça começarem a ter algum sentido. 
Porém, adiante, pudemos ter a pior experiência gastronômica de todas as "gororobas 'true'" em acampamentos e trips lisérgicas e cachaçadas que eu ou qualquer de nós já teve o prazer de experimentar: um pirão de leite digno de nota zeroinfinito, que pra aliviar o desgosto veio acompanhando uma carne de sol quase no ponto certo. Depois disso partimos, agora sem ter nenhuma certeza se chegaríamos vivos, pois temíamos aquilo começar a embrulhar no estômago que antes reclamava por estar vazio.
Apesar de tudo conseguimos chegar em Imbassaí, armamos a rede e a barraca e fomos tomar uma pois ninguém é de ferro, sujos mesmo porque estávamos felizes demais por termos chegado e depois do banho o cansaço ia nos mandar dormir. Confesso que se eu estivesse sozinho provavelmente nem chegaria em praia do forte, mas essa cerveja em Imbassaí, depois de toda a semana maluca que eu tive, foi a melhor cerveja do ano de 2011 inteiro, uma das últimas.
No outro dia ainda tivemos tempo pra ver Stellinha, que também estava visitando a Bahia depois de ir morar em São Paulo. (Ah! Essas meninas!) E continuamos nossa jornada rumo agora a Sapiranga, e, advinha? Chegamos lá de noite. 

(continua...)

sábado, 20 de abril de 2013

Find the devil

Encontre a si mesmo no caos e se ponha em posição de ataque. Procure o "Mal - Movimento Atrasa-Lado" - Identifique seus demônios internos e decrete o fim deles. Dê-lhes uma trágica e cruel experiência de morte para que até num eventual cataclisma o "MAL" tenha a menor possibilidade de voltar a existir.
É preciso transformar-se novamente em terra, em pedra, planta, água e luz, em seguida devemos enxergar o silêncio e sentir o som. Transformar-se em calor e em metal; vapor, carvão. Identificar as forças naturais e fortalecê-las em todos os lugares e em todas as pessoas, pois com a união de forças e o equilíbrio de todas pode-se facilmente transformar o  planeta.
Não tema. O universo que existe dentro de você é o mesmo que existe ao seu redor. A alegria, a confiança, a sorte, o amor, a piedade, a coragem que está à sua volta está viva dentro de você. Você pode usá-la. Não custa nada identificar-se para fazer calar o "mal". O Movimento Atrasa-Lado não merece nenhuma comiseração.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A chuva, os índios, o futebol e a ditadura

E ontem choveu, né? Edson Santana bem que previu na véspera, não foi pombo sujo? Eu ia ficar falando aqui de futebol, mas o assunto anda meio chato. Prefiro falar da chuva e da situação dos Guarani-Kaiowa e de todas as comunidades indígenas que continuam sendo massacradas pela merda do capital e seus capitalistas.
Por que é que temos que destruir tudo de bom no planeta? Não é possível que em nosso governo não haja um filho de Deus que compreenda que nossa história está sendo apagada a cada dia enquanto não nos voltarmos seriamente para essa questão. A cidade está cheia de crack, eu poderia ficar falando isso aqui também. É uma coisa que é muito mais presente na vida de qualquer "facebooker" e de qualquer animal que tenha uma vida urbana, mas se a gente ainda não aprendeu a lidar com índios, que estão aqui há mais tempo, como poderemos encarar os "neo-demônios" criados pelo mesmo capital e seus capitalistas?
Ainda ontem mesmo, Paulo Almeida me perguntou, como sempre faz, porque a gente tá sempre muito tempo sem se ver e enfim:
- O que é que você anda fazendo, hein Miséra???
- Eu tô buscando inspiração, man. Não tô usando crack, nem virei homossexual, nem comunista, nem religioso, nem maluco.
Aí me vem na cabeça que as pessoas estão sempre tendo suas próprias idéias sobre várias coisas, mas é tudo superficial, como o respeito no trânsito, como o amor ao próximo. E eu não consigo ficar assim achando normal as pessoas mudando sempre, mesmo tendo convicção de que mudei e que sou uma pessoa completamente diferente, mas isso não me tornou um criminoso, não mudou meu caráter, meu tesão, nem mesmo meu time de coração eu mudei, ou mudarei, ou deixarei de amar minha família, meus amigos, as pessoas que vou conhecendo diariamente. Já passei da idade de "encher o saco da vida" e me consumir com coisas como fofocas, falcatruas ou tristeza, coisas que não  me interessam. Sou muito feliz, mas derramo minhas lágrimas como todo mundo. A felicidade de encontrar amigos queridos às vezes é estragada pela ciência da perda de uma só alma conhecida e eu entro na questão dos índios e pergunto: de quantas almas mortas estamos precisando?
Fui me encontrar com Jane Fernandes para assistir "O dia que durou 21 anos" e encontrei Felipe Brust e Jane Figuerêdo. O plano depois era começar a comer água pra ver o jogo, mas ninguém dessa galera tava comendo mais água. 
Vendo o filme me vem à cabeça o espírito covarde do brasileiro que aceitou resignado aos 21 anos de uma ditadura vergonhosa até mesmo para seus ditadores. Eu nasci nela e no filme pude relembrar algumas histórias que ouvi talvez ainda na infância e acho que nenhum brasileiro queria se lembrar. Melhor lembrar que a ditadura acabou na minha primeira adolescência e com 21 anos já tinha visto meu time de coração ser campeão de tudo.
Assisti a jogos de futebol inesquecíveis pela televisão. Não sei como outra pessoa pode ter essa sensação de felicidade apenas por torcer para um time, mas meu time é o melhor do mundo. Sei que para cada torcedor o seu time é sempre o melhor e o adversário é sempre "o comédia". Mas eu conheço apenas o meu time e ontem eu sabia que ele ia me dar uma justificativa, sobretudo eu tinha toda a confiança e quando a felicidade reina coisas boas acontecem em série. Eu sei disso desde muito jovem e às vezes é duro demais encarar a realidade contrária, pois ela também é real neste mundo de pessoas sem alma e sem amor. Só que aí me aparece Romário Jr., Corrreeeeente! O novo papai da galera e vem aquela pergunta:
- E você, Thilindão vai fazer o seu não?
- Porra man! Na moral... amo crianças, amo fazer sexo, amo milhares de mulheres com quem me casaria e teria uma renca de pivetes, mas não é disso que o mundo precisa. Já temos muitas mães solteiras, crianças abandonadas precisando de pais e mães e atenção e cuidado... Sorte tem aqueles que encontram no momento certo, a pessoa certa, mas a qualquer momento isso pode acontecer. Quem é que controla? (Minha querida atual amada não tava a fim.)
E aí que, voltando a Romário e a torcida SampaSSA o São Paulo baixou a bola de um time que todos diziam ser o melhor do Brasil na atualidade. Mas são paulino não vive de atualidade, vive de espírito e foi o espírito do time, esse que ama e respeita a camisa que veste e a história que representa que venceu o jogo de ontem exatamente como eu previra. Pena que faltaram os 2 gols de Luis Fabiano, mas iremos no encontrar mais pra frente. Choveu, mas o que importa é que a chuva só foi pegar a gente quando paramos no posto pra tomar uma heineken, que não tinha, mas ainda tinha um bocado de outras cervejas lindamente geladas.

Somos todos Guarani-Kaiowa!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

"puta merda!" Galinha é tudo igual...

E daí?
Acredito que este ano o galo não vai mais fazer gol no São Paulo, seja na libertadores, seja no brasileiro. Galo, galinha... se vai ser frita, ensopada, desfiada, pouco importa. Pode se servir um vasto banquete mesmo com um prato bem simples acompanhado ali do arroz com feijão.
Eu adorava quando minha mãe fazia um feijão sem nenhum tipo de carne e a única gordura era do pouco óleo que dourava o alho. O tempero é tudo.
Temos muitas ervas aromáticas que preenchem nossas papilas gustativas de tantos sabores que podemos até esquecer o que estamos comendo. É preciso saber rechear a galinha, o frango, e também fazer um bom arroz.
Lembrei da galinha caipira lá de Conceição dos Gatos.... Delícias da Chapada Diamantina...
Os caras não entendem de futebol vão entender de culinária? 
de arte? 
de amor? 
de felicidade?
de alma?
Eu poderia vá vá v´a rias coisa, se eu fosse um... ou mesmo ter estado nas conversas de Telê com... como é mesmo o nome do presidente...? Do Brasil não, porra... "Puta que o pariu! Disse o presidente da associassão beneficente..." já meteu (lá nele!) o cearense Falcão a long a long time ago, before the winds, before the storm.. mas eu nunca vi um time que não confia no seu coletivo e isso, meu cumpadi, num tem tempêro que ajeite, aliás, certo como Luís Fabiano e gol é quase como Morumbi lotado de de uma só alma feliz. Eu sou TRI, TRI, Tricolor desde muito antes de saber o que representavam as três cores, ou da sua história, ou da minha própria história, ou a história dos palavrões e palavrórios e xingamentos e... 
Pra não dizer que eu tô sacaneando ou acabar sendo impoliticamente correto... 
Porra! CAralho! PUTA QUE O PARIU!  Pra que é que eu fui assistir "O dia que durou 21 dias" não... é...." antes de saber o que era o sistema político da ditadura eu já era tricolor, mas era apenas a minha pele e meu osso e meu sangue, era meu espírito muito tricolor, gostava até mesmo da bandeira do Brasil penta colorida, mas é aquela coisa, tipo... tem gente que acredita que uma andorinha precisa só de uma outra andorinha pra fazer verão, mas existe todo um ecossistema... Tem gente que até hoje me enche o saco por ser da Bahia e ser São Paulino, tem gente que acha que o "paulino" é diminutivo, mas é coletivo, mas essas viadagens eu deixo pra discutir com meu amigo gay, culto, ciclista como eu (lá ele, né man?) Lucas Jerzy, mas enfim, seja como for eu estou ainda bêbado e não devia estar escrevendo, mas também estou... como eu vou dizer?... não é muito doido não... hehehe o problema de toda a gente é pensar besteiras demais. O que eu queria dizer era feliz. Feliz demais! 
Eu sou daqueles caras que prefere ouvir uma notícia triste quando está feliz e torcer pro São Paulo lhe dá essa segurança. Mas eu não devia meter essas questões em conversas sobre o futebol, porque o futebol é um esporte de putas e as putas vão onde tem o dinheiro e eu já odiava o dinheiro antes de saber o que era a ditadura e tudo o que significava não ter direito a ter direitos. Talvez eu já o odiasse antes de ser São Paulino, mas eu ficaria puto se meu time tivesse sido campeão em qualquer de seus títulos de uma maneira vergonhosa, como as galinhas paulistas que comemoram um campeonato vergonhoso em 2005, como o Flamengo que fui um time de puta em 87 quando não quis enfrentar o Guarani e o Sport. Não. Essa não é nossa história. Há 20 anos na Libertadores a TV ainda não podia cobrir alguns jogos e me lembro de Telê Santana, espírito de grupo, confiança no conjunto... como posso pensar no pesadelo de ter um Lúcio na zaga? Mas eu confio no meu time antes de tudo, antes mesmo de entender que o coletivo fazia parte do todo e não é só o craque decide o jogo. O "espírito" de torcer para este ou aquele time não tem nada a ver com o lugar que você mora, pois nada determina realmente o que a pessoa pode ser, mas de novo eu vou falar demais sobre uma coisa tão profunda e séria num texto sobre futebol. Imagina se eu vou ficar pensando merda quando eu posso pensar em ser feliz?
Pior é que a sorte também tem três cores, mas você acha que bêbado e chapado e feliz desse jeito eu vou explanar sobre uma porra dessa? Se foda! Desculpe, mas eu tenho que xingar muito quando estou feliz.
Aí eu fui um dia numa festa mei gay e minha brother disse pra eu usar o banheiro feminino porque o masculino era meio "pesado". Porra! Imagina uma menina falando isso prum cara de 2 metros, negão? Pois é. Tipo assim: meus verdadeiros amigos sabem que eu sempre espero o melhor e encontrar homem se chupando no banheiro não é uma coisa que eu aprecie. Nada contra a viadagem, mas é melhor correr o risco de encontrar duas mulheres, né não? Como odiar?
Aí volto eu pro jogo, mas agora já estou escrevendo de tarde, depois da ressaca, depois da chuva. 
Pensei várias vezes em falar pro juiz de várias partidas do meu time - Pega tua porra do teu apito e enfia no cu, Vossa filadaputessência! Parece que os caras escolhem sempre o São Paulo como "o comédia", da comissão de arbitragem, mas não existem contos de fadas e quando o espírito do guerreiro se levanta, nem todo o dinheiro do mundo é capaz de sobrepujar. o time jogou com garra e venceu, Ponto final. Os caras vão continuar como sempre fizeram, tentando desestabilizar o que não pode ser abalado, mas eles não entendem, ninguém entende, talvez só outro torcedor fanático como eu.
Eu sei que Denilson e Welington são dos maiores marcadores e ladrões de bola que existem, mas além deles, ontem até mesmo Paulo Henrique Ganso estava "chato" na marcação e não descansou um só minuto sendo um guerreiro como todo brasileiro, São paulino ou não, deve ser. Talvez alguns caras não tenham feito uma excelente partida como esses 3, mas não tenho como não lhes agradecer pela bela noite de futebol. Agradecer a Romário, meu amigo, irmão, quase-meu-filho, quase-meu-pai, por ter ido comigo assistir mais uma vitória do nosso time e por podermos nos atualizar sobre amigos que não vemos há tanto tempo e outros há não tanto assim, mas que sofrem e se comprazem, e fazem sofrer, e fazem feliz...
Muitas pessoas veem graça na desgraça e acreditam que desgraciosidade tem alguma coisa a ver com qualquer sentimento ruim, mas não é nada disso que se trata. Temos que voltar no tempo em que não era apenas de dinheiro que se vivia em busca, nem de salvação, nem de paz. a paz está dentro de cada um e quando você a encontra nenhuma verdade é pesada demais para suportar. Mas nós choramos.
Eu tenho assistido pouca tv porque só tem desgraça e nenhuma desgraciosidade real. É tudo fake e maldade e eu não estou interessado, obrigado. Eu devia ter dado um fim nela quando tive chance, mas de vez em quando a gente precisa do futebol, como precisa dos filmes e clipes e documentários que nos fazem ser e enxergar quem realmente somos. Muitas vezes não queremos encarar e vivemos na ilusão de que somos diferentes, mas esta humanidade que vivemos já cometeu mais atrocidades que meu receptor agüenta e eu não tenho tempo apesar de estar sempre "livre". Ficar ligado em desgraça não é liberdade, mas as pessoas viajam... olha os programas que eles empurram no horário do almoço? Duvido que alguém tenha um bom dia depois de comer vendo desgraças. No mínimo elas vão ter uma úlcera, mas eu não sou doutor pra afirmar.
Eu sei que meu time ganhou, choveu e amanhã é sexta-feira. Semana que vem vou bater meu pedal pra Guanambi, queria poder levar Conhaque, mas não tenho um carrinho nem vou procurar, pois falta pouco tempo e tenho muito trabalho. É eu também tenho trabalho às vezes, não vivo só de cachaça, amor, poesia e música. Não vivo, infelizmente, da minha arte, do meu amor, nem do meu caráter, que são as únicas coisas que jamais me abandonaram nesta vida e são cada vez mais o que devo estar mais atento. Mas eu sobrevivo.
Eu amo bem pouca coisa nessa vida, mas cada vez queria amar menos, pois a felicidade nem sempre se faz representar pelas coisas que você mais ama. Creia em mim!
Antes do Ba-Vi eu havia dito que o Bahia, em condições normais de jogo, ou seja: sem o "apito amigo", jamais ganharia do Vitória, mas eu não estava me declarando torcer pro vice, estava apenas refletindo sobre o futebol e as pequenas sutilezas de uma partida como a que iria inaugurar a nova Fonte Nova. Normalmente eu olho e reflito.
Lembro que em 2010 eu passei pelo que eles diziam que ia ser o "estádio das barbies" também conhecido como Itaquerão. lembroq ue no ano passado muito se falou sobre a abertura da copa ser realizada lá e que as barbies iriam conquistar o mundo, e até o conquistaram, mas contra a história nada se pode fazer. Em 2005 eu fui no Morumbi ver meu time ser campeão e sabia qual seria o placar do jogo. Não tenho mais esse poder, mas continuo gostando de futebol. Ano passado a gente ia sapecar um chocolate nos argentinos na final da Sulamericana, mas eles se aputaram e quiseram manchar nossa superioridade no futebol tenatando sair na mão, mas eles perderiam também no braço, por que aqui é tricolor e quem tem pena é galinha.
quando a gente meteu 5x1 lá no campeonato que eles foram campeões lembro de algum sacana falando que o time tirou o pé porque ficou com medo de os caras acabarem com a cidade. 
Eu só digo uma coisa: cada um com seus problemas! O estádio do meu time segue sólido, soberano, seguro e confiável. Se a copa do mundo vai começar lá pouco me importa, o que eu sei é que serei campeão ainda muitas vezes nessa vida.

sábado, 13 de abril de 2013

(precisa de um nome)

Procuro uma relação
Entre o amor e o coração
E não encontro uma razão

Tento achar explicação
- será que amar é maldição?
Por que é que o amor acaba então?

Não sei responder essa questão
Amor também é atração
Pode ficar declarado
Como o amor pelo Brasil
Um complicado amor civil

O amor pode ser sublime
Amar até pode ser crime
mas o amor não se reprime

O amor pode ser até banal
Como galinhas num quintal
O amor pode ser mortal

Não sei pra quê tanta explanação
Amor pode ser profissão
Há bordéis pela cidade
Há mulheres nas esquinas
Amar até pode ser sina

terça-feira, 2 de abril de 2013

A redundância ambígua de uma mente pervertida

"Man, relaxe que o mundo é maior do que nossa mente consegue, ainda, conceber! Estamos atrasados e alguns estão se colocando ainda mais à mercê da inútil moda de culto ao inútil do que ao mero prazer de observar o óbvio pensando com isso estarem acompanhando a evolução da espécie sem perceber que está se colocando na própria situação do fracassado, derrotado pelo tempo, pela moda e pelos estúpidos costumes sociais."
Não se  furtar às desnecessidades é uma opção, mas para alguns é assinar um atestado de pobreza, uma rebelião, loucura, frescura... o que eu sei?
Sei que não gosto do barulho de motores...
Sei que a televisão não é uma companheira...
Sei que na cidade que vivo mais de 50% da população é racista e isso inclui negros e indígenas...
Sei que a "pseudo-intelectualidade" não conhece nada sobre a cidade, exceto os excentrismos históricos e suas mentiras criminosas...
Sei que apesar de tudo isso eu continuo vivo e sem ódio demais no coração...
Sei que apesar de todo o amor que carrego comigo pra toda parte ainda encontro pessoas que me julgam, me tomam, me discriminam como a um animal asqueroso...
Sei que nada do que eu diga, faça, ou pense vai mudar a mentalidade desse povo, mas eu não fico calado, nem parado e minha imaginação jamais há de me manter na ignorância da maldade...
Não sei de mais nada.
Não sei se quero saber.

Se chegue

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