sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Eu não quero falar nada

E quem é que impede um pivete bêbado, se mostrando pr'uma piveta, puta imbecil, de atropelar um desavisado qualquer? Acho que tem muita coisa proibida sem nenhum sentido e acho que as pessoas ainda não percebem que a estupidez não escolhe idade, nem droga, nem sexo, nem cor, nem religião, escolaridade, profissão...
Será que a gente não consegue se educar sem trauma?
Um dia desses eu descobri que o meu hábito de sempre dar passagem quando percebo que vou esbarrar com alguém na rua veio de minha ancestralidade escrava subserviente.(?!?!?!) Eu fiquei surpreso, mas confesso que continuo fazendo da mesma maneira por simples educação. É como dar "bom dia!".
A gente não pode viver tentando agradar a uns e outros: "não se pode agradar a dois deuses" já dizia a bíblia lá atrás. A gente só tem uma existência física, material, real, táctil, pelo menos a maioria de nós, então não deve custar muito compartilhar de momentos agradáveis.
Às vezes eu me pergunto por que eu tenho que me foder mais que todo mundo, ou ter mais paciência que todo mundo, ou seja lá o que for mais do que todo mundo???, mas eu sei que a vida não funciona assim. Eu tenho a certeza de que cada desgraça que a gente comete acompanha a gente, mesmo aqueles mais desgraçados sabem. Por outro lado cada coisa boa também nos acompanha e essa energia positiva gera, dentre outras coisas, amor e prosperidade.
É bem chato ser positivo o tempo todo, às vezes dá vontade de mandar alguém se foder, mas a gente não pode ser inteligente e hedonista. Não o tempo todo.
Pelo menos uma vez esse ano deixe de fazer uma estupidez com alguém só por que está puto consigo mesmo. 
- Mulheres, não deixem a tpm dominar vocês, criaturas tão formidáveis.
- Párem de brigar com o cobrador porque um de vocês dois não tem o dinheiro trocado.
É tão fácil manter o respeito, acredite! Olha outra figura! Pra que ficar olhando a mulher do brother quando ele tá te olhando? Pra que escancarar? Pra que impedir a passagem de alguém se você mesmo não pode passar? Pra que fazer uma pessoa perder um pouco seu precioso tempo ocioso sendo idiota?
Em pleno ano de 2010 algumas pessoas ainda precisam de dinheiro pra ter sexo, as relações naturais estão cada vez mais sem acordo e até as ninfómanas estão complicadas de se realizar. 
Que beleza de mundo maravilhoso esse que a gente vive!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? # 6 Feliz Aniversário, Thilindão!

Veio a quinta-feira, 19 de agosto, meu aniversário. Dormi pessimamente por causa do cochilo da tarde, por causa do frio que sempre encontrava um pedaço do corpo descoberto, e no pouco que dormi tive um sonho qual eu tinha apenas uma banda do tórax. Mesmo assim consegui acordar bem disposto e no horário previsto.
Minhas coisas já estavam quase todas prontas, eu só precisava mesmo comer e cair no mundo. Esperei Paulinha acordar pra me dar o único abraço “familiar” que eu teria no dia (Não que meus amigos em Campinas não fossem também uma parte de minha família, mas meu amor por ela é um tanto mais fraterno por diversas razões). Agradeci a Deus por mais um ano de vida e saí.
O dia estava esplêndido. O frio era suportável e em alguns momentos dava pra sentir o calor do sol. Saí do ap às 8:40 e só consegui chegar na Rodovia dos Bandeirantes às 10:10, porque eu improvisei uma rota que me jogou preso, como na minha chegada em São Paulo, na Marginal Tietê.
A cada metro avançado eu ia me lembrando do meu primeiro dia de 2010, quando me senti como num sonho maluco e maravilhoso, vislumbrando um futuro radiante e admirando a beleza da lua azul e o momento maravilhoso do reveillon; pensei em minha viagem louca para a Chapada e no sentimento de leveza da alma que eu senti depois de passar alguns dias no Vale do Capão. Ali eu estava me sentindo maravilhosamente só, mas com um pequeno problema: eu não tinha nada para elevar a minha alma.
Na minha primeira parada, quando eu ainda nutria dúvidas sobre o que eu estava fazendo ali, um amigo de curta data me ligou desejando feliz aniversário. Era o Lui, um brother de 17 anos que se tornou um grande amigo. Naquele momento eu podia compreender como a amizade era importante para uma felicidade plena. Eu não precisava ter meus amigos ali para sentir que eu era importante pra eles. Alguns eu tive a sorte de conseguir atender a ligação em algum pit-stop, outros eu encontrei no espaço quântico, e fui felicitado por eles, e os felicitei também, pois não havia como eu estar mais “de boa”. Só meu amigo-irmão, “Correeeente”, que não me ligou, mas isso nem era anormal.
Além da falta de um parceiro pra beber nas paradas, a falta de algo para me relaxar era um tanto frustante. Tudo o que eu tinha era uma garrafa de conhaque, mas eu não poderia bebê-la sozinho e me manter sobre a bike; cerveja em qualquer das paradas só zero-álcool (em São Paulo tiram onda de cumpridores de lei-seca) e eu também não ia beber uma merda dessas. Não tinha comigo mais nada, estava completamente “de cara”. Nem um chazinho pra curara azia eu pude usar durante toda a viagem. Eu só tinha a companhia de Deus, meu Pai, e tinha que ser o bastante.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O pivete amalucado

A gente às vezes não se dá conta de como nasce uma amizade; de como uma pessoa que você nunca viu antes de repente se torna um grande amigo e lhe proporciona momentos que jamais se pensaria acontecer, simplesmente porque não se tem noção de como essas coisas acontecem. Mas nossos amigos, aqueles que nos fazem sorrir das coisas mais estúpidas, sempre nos dão um sentido maior para as coisas de pouca importância.
Há uns dois anos eu conheci um "guri" chamado Lui. Ele morou toda sua infância a 100m de minha casa, mas nós nunca tínhamos nos encontrado até um belo dia de ressaca de junho quando fomos com amigos em comum fazer um passeio de trem até Paripe. Minha primeira impressão era de que aquele pivete era meio aviadado, mas fui vendo com o passar do tempo que na verdade era o seu jeito completamente diferente dos "guri" aqui do bairro ou fora dele. Na verdade depois de uma certa idade você não presta atenção nos meninos, só nas meninas dessa idade. Lui parecia um garoto louco, com pequenas nuances de um filhinho de papai enjoado. Até hoje essa foi a única vez que nos vimos, mas, por incrível que pareça, continuamos nos comunicando pela internet.
Acho que por eu ser mais velho aquele sacana sempre me pedia conselhos sobre as coisas mais malucas, mas  eu como um porra louca experiente sempre tentava dar as melhores soluções: "manda se fuder!", "manda tomar no cu!", "se foda!" e coisa do tipo. Sempre gostei de conversar com o pivete embora confesse que nunca tenha o procurado pra tomar uma.
Em agosto desse ano eu viajei para passar meu aniversário na imensidão de São Paulo e quando estava no meio do nada, pedalando, me sentindo sozinho, eis que o Lui me liga desejando feliz aniversário. O "pivete aviadado" havia respondido naquele momento a uma pergunta que emergia: "será que meus amigos sentiriam minha falta?"
Aquele guri hoje faz aniversário e por causa de minha vida maluca eu não consegui ir até lá lhe dar um abraço(ele não mora mais a 100m de minha casa), mas espero, do fundo de meu copo de conhaque, que ele tenha um puta dia foda do caralho e que em momento algum em sua vida tenha dúvidas que as amizades que conquistou sendo amalucado do jeito que é são verdadeiras e valem a pena.

- Lui, meu brother! Beba muito! Coma todas! Bote pra fuder! E o mais importante: Não faça nada que eu não faria!(hehehe) 
Te amo, pivete!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? # 5 Eu odeio centros de compras!

Na quarta-feira o meu programa consistia encontrar uma velha amiga de Salvador e fazer algumas compras no centro caótico, leia-se: “25 de Março”. Eu tinha uma vaga idéia do lado que ficava, consultei o mapa, mas para dirimir dúvidas reais eu não consultei ninguém. Paulinha havia saído cedo pra aula e eu fiquei dando um grau na bike: colocando ciclo-computador, testando... aguardava um telefonema, mas mesmo assim saí pra dar um rolé. Verifiquei se o velocímetro estava marcando direito e fui parar, advinha onde? No final da 25; uma área de aspecto bem caótico. Dei uma pequena volta nas redondezas e parti.
Subi a 25 de Março a fim de fazer as prometidas compras, mas a impossibilidade de deixar a bike num lugar próximo ou seguro foi tornando meu desejo por compras ainda mais distante de minha realidade habitual. O telefonema que eu esperava disse que fora convocada a trabalhar, então eu decidi dar um rolé maior pela cidade a fim de aprender a me locomover de bike, com segurança, sem me cansar muito, naquele ambiente de pré-caos. Visitei o Copan, Vd. Do Chá, Teatro Municipal, Mercado, Vd. Stª Efigênia... enfim, rodei uns 15km. Passei na loja de bike pra trocar  a peça e parei na famosa esquina de Caetano pra dar uma conferida no mapa.


À tarde um outro telefonema me convidava para um passeio pelo Parque Ibirapuera no final de seu expediente, mas eu acabei tirando um cochilo e perdi a hora. Passei o resto da noite entre escrever e me preparar para a pedalada pra Campinas. Eu havia planejado isso há vários meses e incrivelmente eu não tive nenhuma lembrança desse plano até o dia seguinte.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O que gera tanta imbecilidade?

Às vezes eu acho que sou o maior asno bípede do planeta, pois algumas coisas vão muito além de minha compreensão. Não sei se foi porque eu fugi da escola algumas vezes, depois fugi também da faculdade e hoje acho que não há estudo que dê jeito em minha ignorância em certas situações.

Em Agosto eu fui em São Paulo pro meu aniversário e levei a bike no avião. Na saída de Salvador foi tudo lindo, não precisei desar mar a bike, só esvaziei os pneus e embarquei. Na volta, pela mesma empresa(GOL), eu tive, além de desmontara bike, enrolá-la numa porra de um plástico que ainda tive que pagar 50 paus por ele, mesmo depois de perguntar várias vezes qual era a diferença de um vôo pro outro, já que era a mesma empresa aérea, a mesma aeronave e os mesmo aeroportos. Alguém explicou?

Esse mês eu perdi meu celular e fui na TIM pra resgatar meu chip e comprar outro aparelho. A simpática atendente me pediu: 
- Preciso da sua identidade e do CPF.
- Meu CPF tá na habilitação, serve? Respondi a ela.
- Serve!
Então lhe entreguei os documentos e ela fez uma carinha de "ops!" e disse:
- Sua habilitação tá vencida. Não posso te vender.
- Mas por que, meu anjo? Você não quer só o número do cpf? Respondi a ela.
- É norma da empresa. É um procedimento operacional.
Eu achei que ela tava fiscalizando o copo de chopp que eu tinha na mão, pois estava num shopping com meu amigo Brust e sem chopp não dá. (profissionalismo em qualquer lugar)
Então eu disse:
- Mas, meu amor, eu não tô dirigindo. Você tem a minha identidade e o número do meu cpf.
Sabe o que ela me disse?
- É, mas são normas da empresa. É um procedimento operacional.
Pedi pra ela encher minha garrafinha de água, pois estávamos de bike, e fui na OI que ficava quase ao lado.
Cheguei lá perguntando:
- Quero comprar uma aparelho, mas meu cpf tá na habilitação vencida, pode ser?
- Pode sim!
Comprei um chip e o celular
No dia seguinte fui em outra loja da TIM resgatar meu chip, dessa vez com meu cpf em mãos, e perguntei ao brother por que a tim não aceita habilitação vencida mesmo se eu estiver com minha identidade e sabe o que ele respondeu?
- Se seu cartão estiver vencido o senhor faz compras?
Eu discuti com ele? Deus é mais! 
Paguei os 5 reais do chip e fui embora.

Ontem fui ao Santander, questionar uma cobrança indevida em minha conta.
- Você tem que ligar para o setor de cobrança, pois esse tipo de informação quem tem são eles. 
Me disse o "sei lá que porra" que me atendeu antes de eu chegar no gerente e anotou o número no meu extrato.
Perguntei a ele como é que o banco no qual eu tenho conta não tem como saber isso e ele me disse:
- Quando tá escrito assim no extrato é coisa de lá. (ou quase isso)
Então eu saí e liguei pro tal número. A atendente me disse que lá não constava nenhuma pendência. Expliquei a ela que tinha ido ao banco e que meu problema não era pendência e sim cobrança indevida e ela me mandou de volta ao banco.  Claro que minha educação não a mandou tomar onde o sol não bate.
Mais tarde liguei novamente para lá e a outra "lindinha" que me atendeu disse que eu tinha feito um acordo e que aquele valor era referente a ele. Eu lhe perguntei:
- Meu bem, eu stou com o contrato em minhas mãos e não tem nenhuma informação referente a isso, você não acha que deveria ter? Além do mais não era pra ser debitado em minha conta e sim pago via boleto, que inclusive eu já havia pago no mesmo dia do acordo e era muito menos do que me tiraram.
Ela insistiu na história sem noção e disse pra eu ir ao banco. Você foi?
Liguei pra ouvidoria e deixei uma reclamação que eles vão apurar e me retornar em até 5 dias, o que provavelmente vai me impedir de viajar.

O que será que me faz ter tanta "sorte"? Será que isso é o que chamam de karma?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sabe aquela agonia?

Ultimamente eu tenho me sentido meio inquieto, apesar de minha tolerância e paciência estarem bastante equilibradas. Não sei o que é. É como se eu esperasse algo que não se de onde nem pra que serve. Como se houvesse mesmo uma libertação no fim, ou seja lá o que for que venha transformar tudo.
Às vezes eu pareço um desesperado, outras vezes um ser inanimado.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Celulares

Meu primeiro aparelho foi adquirido, a muito contra-gosto, porque minha namorada queria ter um e eu, otário tinha que ter um também. Era Nokia  5120i. Uma beleza de aparelho. Durou uns 4 anos até a bendita gravação do "inferninho privê" da Pitty no Calypso, depois de muita vodka, quando ele desapareceu entre a multidão e nunca mais foi visto.
Depois disso veio um Motorola CE200. Eu já estava ficando bem amigo dele quando numa volta pra casa, cheio de birita (vodka novamente) deixei no banco do busu. Aí veio um empréstimo de um motorola cujo modelo eu nem lembro, mas ficou pouco tempo em minha mão porque eu devolvi quando comprei um Nokia 1100 na mão de um brother pra pagar em duas vezes, mas perdi 4 dias depois de pagar a primeira parcela num show de MV Bill na Concha.
Veio um Siemens de modelo ignorado, que depois de mais uma sessão de vodka com limão e gelo foi esquecido em um ponto de ônibus do Red River.(depois disso eu parei com a vodka)
Aí eu tive um outro Nokia, daqueles primeiros com lanterna, que foi perdido no Miss Modular, num desses Bailes esplêndidos de Luciano Mattos(antes do "hypes demais").
Veio o primeiro Sony Ericsson: K550i, que em mais uma noite de loucuras, dessa vez na Zauber, eu, já no comércio, larguei no banheiro do boteco.
Veio outro empréstimo, um motorola cujo modelo eu esqueci, mas não cheguei a perdê-lo. Devolvi quando arrumei o segundo Sony: W200, que eu também não perdi, mas tive que doar quando deixei o celular de Rubinho cair na privada.
Aí me deram outro Sony: W580, que eu espatifei na parede por ele não atender mais as expectativas de um telefone(não ouvia, não se falava, não tocava), mas eu não iria desistir da marca e comprei outro, um  W395, que eu mandei voltar para pegar o W760 que esta manhã eu deixei numa lan-house, ou caiu do meu bolso enquanto eu andava de bike, enfim...
Eu andava articulando ficar sem celular por uns tempos, mas não precisava ser assim.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Minha memória

Você me disse
20 minutos atrás
Não há mais futuro entre você e eu
Agora fudeu!
Não insista!
Não adianta mais

ô Baby, será que você endoideceu
Não entendeu que nessa história
Bêbado e desmemoriado era eu
Confiei a você, 
minha parca e tosca memória
E não adianta agora vir me cobrar
O que tá feito não se pode mudar
Você é...
Minha memória
Minha memória

Eu me lembro
E sinto sua falta no meu quarto vazio
Mas confesso que não sei se lhe prometi i i
Jamais deixar lhe faltar carinho
E não adianta eu tentar evitar
E mesmo que você venha me esnobar
Você é, e sempre será,...
Minha memória

https://soundcloud.com/thilindao/minha-memoria
https://soundcloud.com/thilindao/minha-mem-ria-demoii

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Eu queria não pensar

Queria que algum dia a moeda deixasse de existir e as pessoas não tivessem mais que  lutar por uma coisa que foi inventada apenas para que alguém tenha mais direito a ter desejos que o outro. A posse sobre coisa alguma além de seus próprios desejos não pode ser considerada uma coisa racional para mim.
Queria que um dia as pessoas passassem a se olhar como companheiros de jornada na luta pela sobrevivência, não da própria, mas da espécie humana. Queria que cada um fizesse o que fosse preciso para que todos pudessem prosperar e ter uma vida digna de seres superiores que alguns acreditam ser.
Queria poder ir além do que a sociedade me permite: ir, vir, usar, fazer, ficar... Sem precisar ter  dinheiro, documentos, requisitos, vistos... Queria poder explorar melhor o mundo que vivemos. Sentir, experimentar uma realidade diferente.
Queria que o sexo não fosse mais urgente que o amor e que o amor fosse tão fácil quanto o sexo.
Queria que a poesia fosse apenas uma maneira de falar e que pudéssemos versar sempre, como uma brincadeira que as crianças inventam quando estão viajando de férias.
Queria que a morte não fosse tão triste e assustadora. Queria não pensar na desesperança.
Queria que não houvesse diferença no que eu desejo para mim e para os outros e vice-versa e que tudo sempre estivesse caminhando para a harmonia .
Queria ter razão quando brindasse por nossas vidas.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pombos

Periperi sempre terá as melhores histórias sobre qualquer coisa...

Há alguns anos uma moto invadiu o bar do Mavic (hoje finado) e desgraçou com meio mundo de gente, inclusive um bom amigo, Fredy, que sequer estava bebendo cachaça, ele bebia uma coca-cola, mas como era um "pombo-sujo" não conseguia sair dos bares. Felizmente hoje ele não se tem mais sinal dos ferimentos, mas por muito tempo ficou andando de muletas e depois delas ainda ficou mancando por um bom tempo ganhando logicamente a alcunha de "pombo-sujo-capenga".
Um belo belo dia, nesse tempo da capenguez de Fredy, eu estava aqui na praça da Revolução com mais alguns amigos meus e de Fredy (pombos-sujos), ele não estava. De repente pousa próximo a nossa mesa um pombo com a pata quebrada incrivelmente sujo e aquela ave imunda fica ali, ciscando com uma perna só o asfalto ainda nem aquecido pelo sol da manhã. A imagem imediatamente me lembrou de Fredy e ao comentar  que podia ser a representação dele em nosso encontro todos lá ficamos rindo por vários minutos da desgraça alheia. (Somos muito maus em Pericity!)

Outra..
Um dia, aqui na praia, perto de onde uma vez eu vira um pardal que pensava ser beija-flor, chamei um pombo para um duelo. O desafio consistia em qual dos dois suportaria o maior tempo sob a chuva que começara repentinamente numa manhã tranquila de inverno. Na na verdade eu cria que o pombo não havia saído para se abrigar porque sabia que aquela chuva repentina não tardaria a parar e ,enquanto todos os outros pombos se recolhiam nos telhados vizinhos, este continuava pacientemente catando comida sobre a areia cada vez mais molhada. 
A chuva não era forte, é verdade, mas com o passar do tempo eu ia ficando encharcado e aquele pombo filho da puta não arredava o pé.
O resultado disso foi que eu tive que enfiar o celular na cueca e sair dali antes que eu desse uma pedrada naquele sacana.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Perda de tempo


Hoje é moda fazer as cosias de uma maneira mais demorada e burocrática do que elas realmente precisam ser, e isso não é porque as pessoas precisam de autorização de alguém para alguma coisa, é pura falta de sensibilidade, amor próprio, e, não menos vezes, pura falta do que fazer. Acho que é o medo do ócio que faz as pessoas gastarem tempo demais fazendo coisas que não gastariam tempo nenhum.
Qual é o verdadeiro tempo? O que a gente precisa mesmo saber pra estar de acordo com nosso tempo? O que podemos fazer pra não perder tanto tempo com coisas que não queremos nem precisamos de fato? Será que ter paciência não é perda de tempo?
Talvez essa falta de sentido seja mera carência afetiva, ou necessidade de atenção, o fato é que hoje não se pode mais simplesmente sair de casa e resolver seus problemas, no meio do caminho nos deparamos com uma série de outras “desnecessidades” que acabam simplesmente atrasando o nosso lado e não servem pra mais nenhuma outra coisa. Algumas pessoas nem se tocam disso. Elas acham que é realmente necessário tirar o dinheiro do banco pra pagar a conta na loteria, ou ainda esperar o sinal ficar vermelho e depois verde novamente pra atravessar a rua e não ser atropelado por algum animal, mas não entendem que isso não é realmente necessário e na verdade não tem nada de coerente.
Algumas vezes damos uma explicação de 20 minutos para um procedimento que demora 10 segundos. Isso vem também da nossa incapacidade de comunicação. Perdemos muito tempo porque não sabemos falar com as pessoas; não sabemos falar com as pessoas porque não sabemos como organizar nossas idéias; não sabemos organizar nossas idéias porque temos pressa; temos pressa porque perdemos tempo demais procurando a melhor maneira de não se ter tempo pra nada e nos mantermos ocupados para manter um quê de sucesso.
E o expediente? Qual é o trabalhador que produz 40 horas semanais? Poucos, e a maioria nem tem seu trabalho reconhecido. O sucesso está em manter uma imagem de que se produz muito e essa imagem se reflete no cidadão ocupado, mesmo que seja uma produção inútil. É como na arte: Não importa a qualidade do artista, importa que ele esteja produzindo e vendendo.
Perdemos muito tempo com uma idéia de que quanto mais informação, maior a chance de ser bem-sucedido, mas essa informação nunca é filtrada. Aprendemos coisas que não tem nenhuma utilidade em nossa vida prática e mesmo assim continuamos absorvendo informações que não nos servem.
Poucas pessoas têm tempo pra pensar na vida e as que o tem nem se dão conta de que há um sentido maior do que o stress. Eu até tento fazer minha parte avisando que não vale a pena se aborrecer, que uma hora tudo vai se ajeitar, mas isso também é uma perda de tempo sem tamanho.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? # 4 Matilha Cultural

Terça-feira eu acordei na doideira pra fazer alguma coisa mais útil então fui tratando de ir no mercado atrás de inspiração pra cozinhar. Era cedo demais pra sair e eu não tinha nada melhor pra fazer. Comprei uns legumes, umas folhas e outras coisinhas e fiquei me aplicando quase toda a manhã.
Terminada a cozinhança eu dei uma olhada na internet de algum lugar próximo pra eu comprar algumas peças pra bike. Achei uma loja bacana próximo ao centro caótico de compras de São Paulo, não sei por que a loja ficava no meio de um monte de lojas de motos o que acabou transformando essa busca um pouco mais complicada, mas nada de preocupante demais. Comprei um velocímetro, um pneu, câmera e uma mesa, mas ainda pretendia visitar outras lojas atrás de uma maior variedade de peças. Acabei nunca indo.
De noite fui a um lugar chamado de Matilha Cultural. Lugarzinhobacanadocaralho! É um centro cultural e de adoção de cães. Os caninos também podem visitar o local que tem o bar e galeria de arte no térreo, um pequeno cinema no 3º andar e uma arena multimídia no 2º. Foi lá que aconteceu a despedida de Maryana Campelo, mais uma amiga só que essa em conheci em Sampa mesmo. Ela decidiu morar em Buenos Aires, pra desespero de todos nós brasileiros apreciadores de belas mulheres. Tenho certeza que os argentinos não saberão dar valor a uma mulher dessas, mas ela se foi.
Rolou um bazar, tinha uma galera andando de skate, um dj que mandava bem nas pickups e havia até uns cães por lá. A noite foi realmente de uma agradabilidade formidável (ou será de formidabilidade agradável?).

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Por que ir ao SWU?

Pra começar eu acho uma sigla de péssima rima. Até eu entender que o "U" substitui um "Y" na sigla eu tive que mudar todo o meu conceito sobre masculinidade, senso de humor e safadeza oculta, porque eu não consigo parar de usar o "Y" para substituir o "U", ou "AU", ou "ALHO" etc. Eu quase dei um nó no meu cérebro já seqüelado. Na verdade quem estava trazendo o Rage Against The Machine não me importava nem um pouco. Podia ser até o Edir Macedo que eu estaria lá, mas aquela sigla...
SWU é a forma reduzida de "Começa Com Você" em inglês "Starts With U(You)". Basicamente é um movimento em prol da sustentabilidade. Bandeira que também passei a defender há algum tempo. Isso sem citar o fato de tocar no Honkers, que é uma banda de raiz sustentável, porque foi capaz de fazer uma turnê de proporções continentais praticamente apenas por comida, banho e dormida. Claro que nós poderíamos fazer muito mais pelo planeta naquela tour, mas o que espalhamos de alegria deve compensar uma falta aqui ou ali.
Não fosse pela minha inquietude e minha mania de não planejar futuros muito distantes eu já estaria com passagens e ingresso na mão para o show do Rage, mas dias antes do anúncio do da vinda deles eu programei meu aniversário longe de Salvador(só pra espairecer, não por não gostar), que se tudo desse certo coincidiria com assistir mais uma final de Libertadores e mais certo ainda seríamos campeões pela quarta vez, mas não foi nada disso que aconteceu e agora estou aqui ainda tentando não surtar, tomar uma atitude desesperada de estourar os cartões de crédito(que eu já abandonei), ou vender pertences, ou trabalhar indignamente. Essa relutância de entendimento difícil se dá pelo simples fato de eu não conseguir enxergar sentido em comprometer todo resto do ano dando mais dinheiro a multinacionais e ajudar a aumentar o consumo de produtos nocivos à saúde e ao meio-ambiente; viajar consumindo combustível fóssil, e não fazer nada de realmente útil nessa viagem. Apenas ir assistir a o show de uma banda do caralho.
Falo apenas no Rage Agains The Machine, mesmo gostando muito de outras bandas que irão se apresentar no SWY, porque dentre todas do planeta foi a primeira que me fez realmente ter uma preocupação maior com o tudo a minha volta e não apenas com o meu nicho. Em outras circunstâncias eu adoraria poder assistir aos shows do Pixies, Sublime, Regina Spector, Q.O.S.A., Cavaleras etc, mas tem o Rage, sacou? Há muito tempo era a única banda no mundo que eu queria ver tocar, depois podiam acabar com tudo.


Outro grande problema está no fato de eu ser um fudido e os raros trabalhos que me aparecem quase nunca dão nem pra cerveja. Mamãe que ia me salvar?
Pensei em ir de bike pro festival, mas eu tinha até domingo passado pra sair (segundo meus cálculos). Ainda por cima, ia ficar mais caro do que ir confortável e, nesse caso, isso é um agravante. Uma amiga tentou ver se uma empresa abraçava a idéia, mas não rolou. E eu nem sei se ter um patrocínio de alguém faria algum sentido. O fato é que no dia 9/10 eu tenho que estar naquela fazenda.
Que dia eu vou comprar o ingresso eu não sei, como eu irei tampouco. Já pensei em conseguir carona com algum caminhoneiro, mas avião, trator, carroça, busão, qualquer coisa que me leve até lá tá lindo (ainda queria ir de bike). Faltam duas semanas, mas eu ainda estou não planejando futuros tão distantes, neste caso, um futuro cada dia mais perto e incerto.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? #3 Hora de encarar a semana

Segunda-feira, semana de meu aniversário. Paulinha tinha que retomar sua rotina, eu tinha que ajeitar a bike, encontrar a Juliana, o Guga e à noite teria que estar na pizzarada na casa da Juliane. Saí a pé sem consultar nada nem ninguém pra me informar onde eu encontraria uma loja de bike. Fui em direção ao centro na esperança de me bater com alguma, mas andei, perguntei, me deram algumas dicas e eu não encontrei nenhuma loja. Apenas quando já estava de volta a Augusta um dos caras que trabalham na Cuca-Real, onde eu tinha tomado um café da manhã campeão há alguns anos com Brust e Joe(cerveja e calabresa cebolada), me disse que próximo dali havia um cara que consertava bikes e podia ter o que eu procurava. Paguei a cerveja e fui até lá.
O cara da oficina era um tipo bem cinematográfico. Chegou numa moto estilo Rambo I, tinha um cabelo do tipo Machete e falava meio Homem de Ferro, mas, tirando esses detalhes, era um cara bem simples, atencioso e eu saí de lá com um pneu balão slick usado e uma câmera nova. Voltei ao apartamento e, a muito custo, consegui trocar o pneu congelado por causa da garagem fria. Já era de tarde e eu tinha que encontrar minha amiga Juliana.
Dei meu primeiro rolé de bike por Sampa. O dia não estava tão frio quanto na véspera e o trânsito não estava uma coisa caótica como a gente se acostuma a ver na tv. Também, de bicicleta o centro de São Paulo nem é tão imenso assim. Encontrei a Ju na estação da Luz e fomos tomar uma em Sta. Cecília. Sabe aquelas pessoas que não importa a hora do dia estão de bem com a vida? Juliana é dessas e sua alegria é contagiante, o que torna cada momento a seu lado muito agradável. De lá ela pegou o metrô pra facul e eu fui encontrar o Guga, novamente na estação da Luz.
Já beirava 19h quando encontrei com o Guga. A gente se conheceu em Salvador quando ele desavisadamente deu em cima de uma amiga, que não era uma amiga qualquer e isso acabou por nos tornar amigos. Estranho, né? Mais estranho foi ver que ele não estava mais com a careca reluzente de antes e agora tinha uma camada fina de cabelos grisalhos sobre a cabeça. Como de costume ele “salvou” o dia.
Coloquei a bike em seu carro e seguimos. Paramos para a larica em uma padoca e depois na 23 de maio para mais umas cervas. Conversamos e rimos um monte com as duas cervejas que pudemos beber, porque ele tinha que estar em Campinas às 22h para pegar sua amada no trampo. Ficamos de nos encontrar de novo na quinta-feira, quando eu iria até Campinas encontrar os companheiros de rock da Venus Volts.
O dia terminou com pizza no ap de Juliane, a adorável colega de trabalho de Paulinha.

Brilho eterno

O fim de semana foi de muita movimentação. Sexta teve Móveis Coloniais e O Terreiro, sábado teve ragga e domingo fui parar num pagodão na praia. Melhor de tudo foi encontrar velhos amigos nos 3 dias.
- Sabe quando você se sente realmente poderoso? Quando parece que tudo está exatamente onde você quis colocar?
Deixei a bike em casa esse fim de semana e agora sem nenhum outro tempo disponível para ler não me restou nenhuma leitura para o ônibus. (Se é que alguém entende essa...)
Pelo menos o busu foi rápido e mesmo eu tendo saído tarde pra cacete ainda dei a sorte de abrirem a bilheteria com ingressos a preços honestos e não tive que pegar nem fila para isso.

O show do Móveis foi exatamente o que eu achava que seria: Espetacular! Eles abriram com a música que eu fiquei martelando o dia inteiro na cabeça. 
Mais tarde o rumo foi o Rio Vermelho, mais exatamente no antigo Havana onde a banda Terreiro tocou. Arrastei um pessoal do rock pra assistir (Diego, Daniel, Nina, Marinex e Letícia) e elas se amarraram. De lá a idéia era ir pro mercadão, e nós até fomos, mas nos informaram que a partir de 4 horas os bares entram em regime de encerramento e não podem aceitar novos clientes. Um absurdo! Eu vou escrever para o prefeito!

Sábado duas gracinhas me convenceram a ir pro ragga no Tarrafa. A parada é bacana! Encontrei um brotherzaço das antiga: Luciano. Quando eu estava na porta tentando entrar invade uma porrada de mulheres lindas loiras e bronzeadas, daquelas que parecem saídas de Malibu.Eu não sei o que pensei na hora, porque já entraria na festa de qualquer jeito por minhas amigas, mas 2 amigos meus ainda ficaram pensando se entrariam. Às vezes eu acho que sou o único heterossexual no planeta.
Em ambos os dias eu cheguei em casa de manhã.
Domingo eu acordei umas 14h. Não comi. Fui visitar os Brothers do Terreiro e acabamos indo à praia parando num pagodão bombadaço.(não é assim que diz?)
Senti falta de minha companhia de pista do sábado. Ela ia curtir deveras. Eu tava jogando cerveja pra dentro da ressaca só fui parar perto da meia-noite. Dormi que nem um anjo.
Nem tive ressaca nenhuma na segunda-feira e ainda estou aqui bebendo conhaque e escrevendo bobagens madrugada afora.
- Ah! se o tempo parasse por algumas horas!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? #2 O frio faz um bêbado adormecer "facinho"

Mr.Bob Lester
Eu me sentia ótimo por estar em São Paulo, mesmo com o frio escroto. Tudo o que eu ainda conseguia me lembrar era de precisar comprar um casaco no dia seguinte sem falta, ou acabaria congelando. Era tranqüilo ficar dentro do bar enchendo a cara, mas andar na rua qualquer hora do dia sem agasalho era pra caras de muita fé. Não lembrava nome do prédio, beleza. Pelo menos sabia chegar nele, mas sem o número do apartamento ia ficar bem difícil, então lá vou eu ligar pra Paulinha, que tinha prometido escutar o telefone se fosse preciso, e escutou. Subi, tinha uma cama me esperando. Tudo o que eu tinha que fazer era jogar meu corpo bêbado e exausto.
Não lembro direito quanto tempo demorei pra dormir. Provavelmente foi de imediato. De manhã tive a impressão de levantado, saído do apartamento, mijado na escada e voltado a dormir, mas fiquei com medo de levantar suspeitas indo olhar a escada e sem jeito de contar a Paulinha uma merda dessa. Mesmo assim lhe disse que tinha uma certa dúvida se tinha sonhado, ou realmente saído do ap na madrugada.
Acordei com uma ressaca razoavelmente leve. Era domingo e fomos até o Bexiga para algumas compras. No caminho eu comprei uns mapas, um livro de Dostoévisky (O eterno marido), mas não achava um casaco a gosto e a preço. Demos uma volta pela feira e uma vendedora simpática e voluntariosa, que depois de muita prova e muitas perguntas conseguiu me convencer a levar uma capa azul “catiguria”.
Agora aquecido e elegante, merecia uma cerveja. Fazia 10º, mas eu não tava nem aí. Paulinha também botou pilha e lá fomos nós pro (como é o nome da porra do bar?) lugar de onde saía um som de chorinho bem ali na praça.
– Tem Serra Malte? Traga uma aí! Bem gelada!
Cervejas em balde são uma visão maravilhosa. O garçom trouxe logo 5 esplendidamente geladas, que mesmo numa tarde fria pra cacete nenhuma delas iria voltar pra dentro do bar.
O pessoal do chorinho convidou um coroa pra cantar com eles e esse tio seria Bob Lester, lendário dançarino e controverso integrante do Bando da Lua. Ele cantou alguns clássicos da música mundial como “La Bamba” e “Don’t be cruel” e dançou com o pessoal que levantou de suas mesas.  No fim da apresentação ele nos mostrou seu álbum de fotos com celebridades dos seus tempos áureos de sapateado e de música. Acho que por causa do meu casaco elegante ele ficou me chamando de Obama o tempo todo. Uma figura seu Bob.
Depois da mini-farra na manhã que já ia tarde a gente precisava pegar um rango. Paulinha me levou num restaurante bacana na Augusta. Eu disse a ela que não entendia o que leva uma pessoa faminta a ficar do lado de fora de qualquer estabelecimento esperando vagar uma mesa, mas ela achou que isso era uma censura ao lugar escolhido e ficou brava. Desisti de tentar entender. Pedi um chopp e depois de poucos minutos já estávamos nos deliciando com nossos pedidos.
De volta ao AP não tinha mais nenhuma vontade de sair, talvez à noite, mas eu ainda precisava ajeitar a bike que estava sem pneu traseiro. Resolvi escrever, descansar um pouco e arrumar a mini-bagunça. Aproveitei pra dar uma olhada no mapa, mas este não tinha as rotas dentro da cidade, apenas as rodovias federais e estaduais do Brasil. Útil, mas não pr’aquela semana. Ainda tentei encontrar mais umas pessoas nesse domingo, mas fazia tanto frio que pouca gente fez planos de sair de casa e eu acabei dormindo mais cedo. Antes de adormecer recebi uma mensagem de Guga(amigo de Campinas) avisando que iria a São Paulo no dia seguinte. Então meu programa de segunda-feira seria consertar a bike, encontrar Juliana à tarde e o Guga no final da tarde. À noite a amiga de Paulinha tinha me convidado para comer pizza então o dia seria bem cheio.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? - Praticamente um Highlander


Saída de Cumbica (y)
Tudo começou quando o São Paulo enfrentou o Flamengo, lá pelos idos de 1981. Meus 2 irmãos, mais velhos eram flamenguistas doentes e eu, caçula, como não podia deixar de ser, tive que torcer contra, e nesse dia o adversário era o São Paulo. Fiquei impressionado com a beleza do uniforme e a raça dos jogadores, que foram atrás de um placar de 4x1 e encostaram, mas infelizmente o jogo acabou antes do empate, no entanto nascia ali um São Paulino dos melhores. E minha viagem começou justamente por causa dessa paixão.
Numa bela noite de sábado de julho, a GOL resolveu fazer uma daquelas promoções e eu recebo a notícia no exato momento que me sento no computador incerto sobre meu aniversário que se aproximava. Queria estar viajando, mas meu sonho mesmo era estar comemorando mais uma Libertadores com o São Paulo e a final seria no dia 17/8, dois dias antes de meu aniversário. Pensando rapidamente juntei tudo o que eu queria e comprei as passagens na intenção de passar uma semana andando de bike e comendo água, mas as coisas não saíram exatamente dessa maneira. A começar pelo SWU Festival que anunciou, alguns dias depois de eu ter comprado as passagens, o show do Rage Against the Machine (a banda que eu mais me amarro nesse planeta) em outubro, em seguida pelo São Paulo que perdeu na semifinal duas semanas depois me deixando uma semana completamente à toa na maior cidade dessa faixa de terra.
Entre a data da compra da passagem e o dia da viagem eu pensei várias vezes em remarcar o vôo e desistir de passar o aniversário longe, mas eu acho que não suportaria não estar viajando. Aliás, a cada dia que passa eu suporto menos não estar viajando, mas isso é uma outra história.
Na véspera da viagem teve show dos Honkers e é claro que eu comi água como gente grande em mais uma apresentação insana, debaixo de chuva, no Largo de Santana. Cheguei no aeroporto na hora certa de embarcar a bike que só precisou esvaziar os pneus. Uma maravilha!
Chegando em Guarulhos era hora de “ver da colé” de minha atitude de pedalar até Sampa City. Não tinha mapa, nem GPS, nem boa memória, mas tinha muita fé em meus instintos primitivos de que eu não ia me perder numa cidade bem sinalizada como São Paulo. Além do mais eu conhecia razoavelmente bem a área onde Paulinha, minha cicerone, mora e não teria maiores dificuldades de chegar lá, mas tive.
Demorei quase uma hora pra poder pegar a bike, depois ainda tive que encher os pneus. Umas 15 horas eu tava na rua. Lembro de antes de embarcar ter tido o cuidado de ver a previsão do tempo pra São Paulo na semana que eu estaria lá. Ela dizia: “sábado: possibilidade de chuva durante todo dia; domingo: não chove; seg: não chove...”. Pensei comigo: “Sábado se chover que se foda! Eu vou estar pedalando e não vou sentir frio.” - Ó que otário! Graças a Deus não choveu, mas tava fazendo um sol de 10º e eu não tinha levado nenhum agasalho.
Peguei a Dutra e me apliquei em pedalar. A sensação era das melhores, pois parecia uma manhã ressaquiada de domingo, pedalando no “sol frio” do inverno. Meio Londres, sabe como é? (eu não sei, enfim.). Pedalar por ali era agradável até certo ponto, pois em alguns momentos a pista, em constante reforma, fica sem acostamento e, como sempre, não possui ciclovia.
Quando cheguei na Marginal Tietê o dia ainda estava alto. Teria bastante tempo pra me perder antes de dar um telefonema, ou parar pra pedir alguma informação, e só fui fazer isso quando vi que eram 18:30 e eu ainda estava na maldita Marginal da morte sem saber como sair de dentro da trilha que acompanha o rio, que foi onde eu fui parar para evitar o incessante e irritante trânsito de São Paulo, mesmo num sábado à tarde. Uma coisa horrenda pra quem anda de bicicleta.
Quase duas horas depois, exausto, mas feliz de ter deixado a Marginal o pneu traseiro faz o som característico de bola de soprar vazando. Era o fim da minha pedalada. Era noite, era sábado, eu não tinha câmera reserva, nem pneu, nem ânimo. Chamei um táxi, desmontei parcialmente a bike, coloquei na mala e parti pra casa de Paulinha, que já estava ficando doida (ela não admite) de preocupação comigo perdido de bicicleta por São Paulo.
Paulinha é uma amiga das mais adoráveis por ser uma pessoa de uma incrível capacidade de se fazer adorável. Além de ter um sorriso matador. Depois de um merecido e revigorante banho eu não sentia mais cansaço, ou frio, ou qualquer tipo de incômodo. Ela fez um jantar esplêndido, serviu um vinho supimpa e ainda me apresentou uma amiga bacana. Eu estava costumado a ser bem recebido, mas eu nem sabia se merecia tanto. Com o avançar do papo e da noite eu nem lembrava mais que queria era ir pra Augusta encher a caveira e sentir a noite paulista fervilhando naquele frio. Mas a amiga de Paulinha tinha que ir embora e sua prima nos esperava no bar.

Chegamos no bar perto de meia-noite e logo de cara vejo Stella, uma amiga de Salvador que está morando em Sampa há alguns anos. Nandy também a conhecia e elas estavam com mais alguns amigos decidindo por abrir a noite “pesada” com uma garrafa da excelente cachaça de banana servida no bar de tio Wilson.
Claro que a noite foi insana, ou não seria Augusta. Nandy primeiro, seguida de Paulinha e mais alguns dos amigos das garotas só agüentaram até a terceira garrafa de cachaça e foram embora. A princípio eu teria que ir também, pois estava de hóspede e não queria, logo na primeira noite, causar algum mal-estar chegando travado no meio da madrugada, mas Paulinha foi tão convincente em me despreocupar que eu só podia pedir mais uma garrafa de cachaça.
O grupo que chegou a 11 beberões estava agora reduzido a cinco highlanders. Nós, além de sermos expulsos do bar por tio Wilson que queria dormir, subimos a Augusta bebericando um pouco em cada boteco até nos separarmos em Dona Antônia pouco depois das 4 da manhã.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Paciência

Às vezes a gente se emputece com os outros por não nos deixarem falar, por não se calarem nunca, por falarem em voz mais alta que o necessário, ou por falar baixo demais e a gente ter que perguntar várias vezes o que foi dito. A mania de ser chato não é uma coisa que a gente tenha como evitar. É assim mesmo. Às vezes a gente se emputece porque não está a fim de escutar as mesmas bobagens.
É chato estar sempre se calando, mas é muito mais desagradável ficar puto com isso. É perda de tempo e um gasto inútil de energia.

domingo, 15 de agosto de 2010

Sampa 2010

Eu juro que tentei ter uma noite tranqüila antes de viajar, principalmente porque meu vôo seria num sábado pela manhã, mas nem sempre a gente pode fazer as coisas da maneira que imagina. Arrumaram um show para os Honkers justamente na véspera da viagem e é muito complicado manter a sanidade em noites de show. Como se apenas isso não fosse suficiente pra eu não ter uma noite tranqüila, o show acabou não acontecendo no lugar marcado, porque a casa havia marcado dois eventos para o mesmo dia e horário, sendo assim a gente decidiu armar o som na rua mesmo, ao lado do acarajé de Regina. Foi insano

Graças a Jah, a Brust e a Jane consegui chegar no aeroporto a tempo e embarcar a bicicleta foi bem mais simples do que eu imaginei. Não foi preciso desmontá-la, apenas esvaziar os pneus (recomendado devido à variação da pressão atmosférica que poderia causar algum estrago). Já o desembarque... fiquei uns bons minutos esperando sozinho minha bike, que não poderia sair pela esteira e depois tive que encher novamente os pneus pra partir de Guarulhos rumo a Sampa.

Há um tempo eu venho desenvolvendo uma técnica de “não stress” e a melhor maneira de se conseguir isso é mantendo a calma mesmo que isso mate lentamente, afinal eu creio que não faz sentido algum ter pressa pra morrer, a menos que você seja um suicida, mas isso é uma outra viagem. Na minha jornada rumo ao centro eu tinha em mente apenas a memória fotografada do Google maps, mas na legenda de minha memória não tinha nenhuma dica pra alguém que anda de bike pela marginal Tietê, que mesmo num sábado tem um trânsito irritantemente incessante. Pra me poupar do stress eu tive a brilhante idéia de ir beirando o rio, numa estrada de terra que acompanha quase toda sua extensão, mas nessa trilha não havia como se atravessar o rio e eu tive que pedalar de volta alguns quilômetros e esperar algumas horas para conseguir atravessar a pista num frio de rachar. Só consegui sair da Marginal às 19h, sendo que eu estava na estrada desde as 15h. A única coisa de bom nisso foi as duas famílias de capivaras que eu encontrei vagueando pela trilha.

Pra ficar ainda mais formidável, quando eu já me sentia feliz por ter saído do caos da Marginal o pneu da bike estourou. Por sorte avistei um posto de gasolina no qual eu pude ver bem o estrago no pneu e, por não ter como repará-lo, decidi tomar um TX. Paulinha me esperava aflita com minha maluquice de ir de bike de Guarulhos até o Centro de São Paulo sem conhecer bem a cidade e minha demora não foi pouca.

Apesar de todos os contratempos eu me sentia bem disposto pra emendar uma farra, mas era muito cedo pra curtir uma balada e o frio não era convidativo pra uma cerveja na esquina. Então “almoçamos”, colocamos o papo em dia e bebemos um vinho com uma colega de trabalho de Paula que foi visitá-la.

Depois do vinho fomos pra Augusta encontrar Nandy que estava acompanhada de uma garota que foi morar em Sampa há alguns anos e eu não a via desde então, Stella, e mais alguns amigos delas super divertidos. O bar tinha uma cachaça de banana esplêndida a qual a gente consumiu alguns litros que fizeram vítimas logo cedo, mas como eu não sou covarde resisti bravamente até o bar colocar a gente na rua gelada.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Dicionário da Mitologia Grega

Uma vez em 1987 eu descobri que, na mitologia romana, "Puta" era uma deusa que presidia ao corte das árvores. Eu não tinha nenhuma educação ecológica na época e isso a mim não queria dizer porra nenhuma. Eu gostava é de explicar isso pras meninas e ver a cara delas de "o que, menino?", mas ao mesmo tempo eu descobri que "Dionísio"(ou Baco) era o deus grego do vinho e do delírio, e isso era uma referência importante, pois o vinho era a base da minha dieta líquida, que detestava cerveja até 1990. Grande parte culpa de uma cerveja chamada "malt 90", mas foi bem ali no comecinho da década de 90 (quando ela não era mais vendida) que eu comecei a virar mestre cerevejeiro e também ali a minha fonte de informações divinas, o "Dicionário da Mitologia Grega", foi emprestado a um amigo que, como eu adora cerveja.
É confuso até mesmo pra mim imaginar o quanto minha maneira de ver as coisas mudou desde esse tempo, afinal, 20 anos não são 20 dias e assim como as ruas mudam, as pessoas se transformam. Antes eu cria na mitologia, no Olimpo, depois veio uma sucessão de evangelismos insanos até me tornar no que sou hoje, mesmo que eu ainda não saiba muito bem definir o que é, o fato é que minha saudação a Dionísio nunca deixou de ser feita, mesmo na ausência do dicionário que voltou pra casa apenas hoje, ou na falta de alguma fé. Hoje eu tenho fé, não sei dizer, mas sei explicar a que, e essa fé é infalível, pois nos diz que devemos  manter a calma e seguir em frente, e ter resignação.
Fico puto às vezes quando me lembro a quantidade de calangos, sapos e outros animais de pequeno porte que eram vítimas de minhas badogadas. Além das árvores riscadas e açoitadas que as deusas "Putas" não  apareciam para me impedir. Hoje eu tenho uma outra educação ecológica e sei que cometi alguns pequenos crimes ambientais, mas tento me redimir todos os dias.
Esse brother que estava com o léxico ficou entre a vida e a morte. Perdeu 60% de massa encefálica. Olhar as marcas em sua cabeça não é uma visão de toda agradável, mas olhá-lo falando, andando, se comunicando e sendo aquele mesmo brother de minha memória de 20 anos atrás transmite felicidade, é praticamente ter a prova da existência de coisas que estão além da racionalidade.
Hoje eu vou tomar um vinho em homenagem ao retorno do meu dicionário, em homenagem à minha nova visão, em despedida de Pericity com idade velha, pois meus próximos pôr do sol até meus 37 serão longe daqui, em homenagem à saúde dos meus amigos e, claro, a Dionísio, nosso brother da segunda geração dos Olímpicos. 
Sei lá! 
De repente vou só comer água. 

P.S.: Um SJ Safra de 82 ia ser superlativo.

Ainda seremos macacos outra vez


Eu sei que isso pode parecer tolice, mas é ótimo se sentir parte da natureza.

São Tomé, 11/08/2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O pardal

Era mais uma manhã sombria de inverno. Na praia, apenas algumas poucas pessoas que necessitavam de espaço fora da vida barulhenta do bairro, como os três amigos que se sentaram apenas para admirar o vai e vem da maré e a paisagem cinza bucólica, e a menina que passeia sozinha dividindo pensamentos com os pombos que mariscam na vazante. Olhando mais ao longe pode-se ver vários cães vadios atrás de uma única cadela descontrolada. Os pensamentos iam e vianham e a mente flutuava leve sob o céu plúmbeo. Nada no ar, na terra, ou no céu poderia causar mais espanto do que aquele pássaro ordinário rodeando as flores, atrás de algum inseto obviamente, como um verdadeiro beija-flor pairando no ar e observando a vítima.
Nunca tinha observado um pardal pairando. Havia tanta beleza, ainda que com pouca graça, e uma leveza desajeitada que fez com que meu espírito também quisesse compartilhar aquele desvio de personalidade, ser outro ser por uns momentos apenas para não compartilhar da podridão da minha própria espécie vil.
Era um danado aquele pardal. Muito esperto. Assim como as pessoas na praia, ele também buscava um momento de liberdade. Assim como muitos em vários lugares fingindo ser o que não são, ora para impressionar alguém, ora para não encarar a si mesmo, mas com toda a certeza insatisfeito com o rumo natural das coisas, pois assim como na lei de Murphy, a sorte tende a falhar quando não se está atento a percebê-la. 
Eu tive a sorte de admirar aquele vôo curto, talvez voltando lá todos os dias jamais consiga observar aquilo novamente. Talvez já tenha visto antes e nem tenha dado importância. Agora eu consigo perceber várias coisas que passavam batidas. Agradeço àquele pardal.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Lixão

Eu estive no lixão e vi um futebol horrendo, com pequenos momentos de magia.
Quase valeu pelo ingresso.
Meu time perdeu.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Chuva e rock'n'roll

Apesar de toda minha ojeriza ao sol, a chuva ainda consegue me irritar mais. É foda quando você quer sair, precisa sair, ou está só na rua de bobeira e começa a chover. Quando eu era guri nem me importava com chuva, na verdade eu gostava bastante de andar sob ela. Adorava estar molhado. Não saía com carteira, celular, nada. Era apenas eu e mais uns pedaços de tecido me cobrindo, alguma companhia, ou nenhuma e a alegria de estar sendo encharcado pela água do céu. Agora velho eu fico muito pra baixo quando chove. Só penso em encher a cara de conhaque, e ouvir, e tocar alguma música doentia, preferencialmente rock'nroll.
Acho que o inverno deixa as pessoas mais emotivas e por isso o lado melancólico dos solitários fica à flor da pele.
Tenho quase certeza que grande parte das melhores canções do rock ou blues foram feitas sob um tempoal deprimente de inverno enquanto um poeta solitário, ou acompanhado de infelizes, deixa pairar no ar alguma idéia que o inquieta o espírito. Essas idéias ficam eternizadas nas mentes de várias pessoas em momentos de sol, sereno, chuva etc. Mas é só quando chove que as palavras encharcadas adquirem o seu real peso.
Por aqui a chuva só me estressa: não inspira-me nenhuma grande frase, não me sopra nenhuma grande idéia, não me anima a fazer mais nada além de comer água e tentar arrumar uma boa companhia. Infelizmente até as boas companhias odeiam sair nos dias chuva.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A vida é curta e pode ser ruim

Algumas pessoas conseguem basear suas alegrias na quantidade de desgraçados que conseguem colocar na pior. Entre os prazeres provenientes da mesquinhez que habitam o espírito humano essas pessoas escolhem o dolo como seu favorito. Se é que uma coisa nociva à dignidade humana pode ser considerada um prazer. E o que é dignidade num mundo com esse tipo de gente? É inocência pensar que as pessoas não sintam prazer em fazer o mal. Melhor é provocar, admirar, pesar, ou lamentar a desgraça alheia do que a própria desgraça, porque é tudo do que entendem.
Por que será que algumas pessoas preferem esse tipo de vida a uma onde se pode confiar uns nos outros? Por que as pessoas não conseguem se respeitar mutuamente?
Por que é tão difícil ser cordial?

sábado, 3 de julho de 2010

Bem que minha mãe dizia

Ontem eu tive uma grande decepção com a seleção canarinho. Incrivelmente uma partida que não se esperava nenhuma surpresa se transformou numa nova lição de vida para muitos brasileiros incluindo este que vos escreve.
Passei a semana toda tentando articular um lugar legal para assistir a partida entre Brasil e Holanda certo de que seria um grande jogo e mais uma vez o Brasil ia espancar, mas os dias foram passando e apenas na véspera foi que eu tive alguma luz de algum lugar para assistir. O palno era ir de bike, dormir na casa de alguém e no dia seguinte me dirigir ao "bar do jogo". O lance é que São Pedro não estava querendo cooperar com minha rotina ciclística e mandou chuva pra valer. Acabei saindo com a bike no rack na esperança de que pros lados de lá pudesse andar mais tranquilamente pelas ruas molhadas, porém não alagadas como as da suburbana. Eu tinha tudo o que precisava e o mais importante, a caminha 10, suja, estava guardada em minha pochete só esperando a hora  de se mostrar e dar a mesma sorte que deu na última partida.
Eu dei um rolezinho na night com meu brother Maluquinho e mais um brother que viera de Sampa curtir a SalCity. Tomamos todas e eu fui pra casa de uma amiga passar a noite e aguardar o 2 de Julho, aniversário de independência do Brasil, mas que nós brasileiros insistimos em dizer "Independência da Baiha", como se a Bahia fosse independente de alguma porra. Chegando lá bebi mais um pouco de conhaque, amarula e cachaça, porque vocês sabem que eu sou um profissional que jamais diz não a uma bebidinha no fim de noite.
Acordei com a enxaqueca, velha parceira, latejando seu mau humor, como para me avisar que eu deveria ter ficado na cama, mas eu estava ansioso demais pra dar atenção a ela e fui cuidando de olhar o tempo, ligar pros camaradas e me preparar pra cair no mundo, mas um mundo de água caía em cima da cidade e meus planos de ir de bike assistir ao jogo foram indo por água abaixo.
A manhã avançou, chegou a hora do jogo e nós decidimos assistir em casa mesmo. A tv nem queria exibir as imagens, tudo parecendo querer me fazer desistir de assistir, mas eu sou brasileiro, né? Demos um jeito na antena e nem quando eu vi o Brasil de azul e lembrei de pegar minha camisa amarela que estava dobrada pelo avesso, dentro de um saco, dentro da pochete. Assisti ao jogo muito confiante na seleção, nem mesmo a virada dos holandeses abalou minha fé, mas o apito final me mostrou que nem só de fé vive o homem e foi aí que eu me toquei de que não estava com meu amuleto de sorte, e o que é pior, esqueci das sábias palavras de minha mãe quando eu ainda estava aprendendo a cuidar de minha própria roupa: "Não guarde roupa pelo avesso que dá azar."

terça-feira, 29 de junho de 2010

Uma copa para a história

Acho que o mundo todo sabe da importância da América do Sul para o futebol mundial, mas nessa copa teremos a chance de deixar o velho continente de fora das semi-finais. Será uma pena não ter a Espanha na final com o Brasil, pois na minha opinião é a seleção que tem mais talentos individuais e que joga o futebol mais agradável aos olhos, por outro lado seria ainda mais fácil do que eu já esperava (Seria tão bom se nosso continente se destacasse em outras áreas).

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Luis Fabiano é maior que Maradona

O mundo inteiro fala de Maradona, como se ele fosse o maior de todos os tempos depois da popularização das transmissões esportivas na TV, mas se for pra falar de futebol qualquer pessoa no planeta pode ver que ele é apenas um jogador argentino acima da média. Diferentemente de vários jogadores brasileiros, que podem não ser os maiores jogadores num nível nacional, mas se pegar uma ruma de argentino e comparar não vai dar nem pra meio Zico, Dener, Raí, Denílson, Ronaldinho...
O Dieguito jogou quatro copas do mundo e conquistou uma com o único destaque para o jogo contra a Inglaterra, no qual ele fez dois gols, sendo um deles com a ajuda da “mano de dios”. Romário, jogou apenas uma copa e foi decisivos em vários jogos, só por isso Maradona nem poderia amarrar sua chuteira, mas a mídia faz essas merdas com a mente do pobre telespectador influenciável. Infelizmente nem todos foram campeões: Zico, Careca, Sócrates, só pra citar mais alguns, jamais foram campeões do mundo, mas o que fizeram nas copas que disputaram fariam, se fossem argentinos, o mundo falar que Pelé nem existiu.
Saindo do mundo da fantasia e falando de futebol puro e simples no dia 20/06/2010 nós vimos do que um verdadeiro atacante BRASILEIRO é capaz de fazer. Sem firula, sem frescura e sem tirar onda com a cara de ninguém. Luis Fabiano, em seu segundo jogo na sua primeira copa do mundo foi simplesmente FABULOSO. Ele fez o que sabe, fez o que ele foi convocado a fazer, fez exatamente  o que um grande jogador deve fazer: gol. Maradona colocou a mão na bola em um lance de copa do mundo? Beleza! Nosso craque colocou a mão na bola duas vezes na mesma jogada (uma a mais que o argentino), deu dois chapéus (igual a Pelé) e fez dois golaços num jogo difícil, tudo bem que era Costa do Marfim e não uma Inglaterra, mas se for contemporizar esse nosso adversário era muito melhor que aquele adversário dos argentinos(falando em futebol, não em tradição, camisa, essas merdas).
Claro que o Fabuloso ainda não ganhou uma copa, não ganhou nem um Brasileirão, mas observar a arrogância e o salto alto dos argentinos me faz quase ter pena deles numa eventual final, aliás eles não tem nem time pra ir pra copa de 2014 ainda, apenas o Messi, o melhor jogador do mundo em 2009, 2010, que não conseguiu superar um Lúcio na Champios League 2009, nem nos embates da era Dunga. Espero que a seleção hermana cresça e se torne uma grande seleção, como na década de 80. A gente só tem um Luis, que deitou e rolou em Rosário e foi sacrificado na África, com um meio de campo capenga(Kaká) e limitado(Felipe Melo, Elano e Gilberto Silva). É uma pena que a seleção não se faz de apenas um jogador, senão a gente já teria umas 3 estrelas a mais na camisa pelo menos.
Eu sei que um monte de gente vai me chamar de maluco (alguns já chamam), mas os números não mentem. Se Maradona teve uma "mãozinha de Deus" pra se tornar o maior jogador argentino de todos os tempos, o Luis Fabiano teve as duas mãos, mas ainda não é o maior jogador brasileiro de todos os tempos. Se ele fosse argentino seria maior que Pelé, mas, como um bom brasileiro, ser maior que Maradona já basta.

domingo, 20 de junho de 2010

Engraçado
Algumas vezes jogamos o lixo no cesto e ele acaba no chão
Tem gente que joga o lixo direto no chão e ele fica lá

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Copa do mundo é isso aí

A gente tenta acordar cedo pra assistir ao primeiro jogo, mas às vezes o trabalho não deixa. 11 da manhã já tá tudo mais ou menos, mas às vezes o jogo não ajuda. 15:30 a disponibilidade de tempo às vezes nos deixa mais pra lá que pra cá e não dá pra ver jogo nenhum.
Pena que a copa não é um campeonato de pontos corridos com todos jogando contra todos, mas dá pra a gente ter esperança  de grandes jogos depois da primeira fase. Pode rolar Basil x Espanha nas oitavas, isso seria esplêndido, mas só Jah pode saber o que essa jabulani vai aprontar ainda com as seleções em campo.
Enquanto isso eu vou ali secar a Alemanha.

ÊA!

sábado, 12 de junho de 2010

Dia dos namorados macabro

Por mais que a gente saiba que coisas boas e ruins acontecem o tempo todo e que às vezes a gente não tem como evitar ou fazer com que aconteça, nossa reação a alguns acontecimentos é sempre imprevisível.
Hoje eu perdi um amigo, quase um irmão, já que ele era praticamente um irmão de meu irmão e desde pequeno estou acostumado a tratá-lo como tal. Sua morte foi uma estupidez. Mais uma das inúmeras mortes causadas pela violência, pela ignorância, pela falta de respeito e de amor ao próximo.
O bispo Valentin, em desobediência às ordens da Igreja, celebrava casamentos em tempos de guerra, pois achava que o amor era mais importante que o Estado. A guerra, o Estado e a Igreja de hoje são bem diferentes, mas a importância do amor na vida das pessoas está cada dia mais próximo de ser banido. Uma discussão de bar, uma briga no trânsito, o ciúme, a maldade, o dolo, tudo isso são inimigos do querer bem e não há nada sendo feito para que essa lista pare de crescer.
Perde-se um amigo, despedaçam-se esperanças.
Não há como não ficar triste ao saber que num bar, onde normalmente reina a alegria e o companheirismo, um idiota qualquer pode começar uma briga e acabar morto, ou matando alguém, ou ferindo alguém, ou conquistando um inimigo.
Eu não quero ter medo, não quero perder a fé, não quero viver triste.
É um dia infeliz, mas eu ainda sonho com a felicidade.
Feliz dia dos namorados!

terça-feira, 1 de junho de 2010

...por uma vida menos ordinária...


Vá de bike, na moral!

Se você quiser fazer um passeio, vá de bike!
Se vai pro trabalho, vá de bike!
Se vai namorar, vá de bike!
Se vai assistir um filme, vá de bike!
Se vai à praia...
Meu brorher, minha tia, meu amor e o resto do mundo, não esqueça o protetor solar, beba bastante água, não vá se meter no meio dos carros,  nem dos ônibus. 
O passeio foi feito pro pedestre.
Siga as regras!
Se beber, não vá pra muito longe de casa!
Não deixe de se alimentar! Frutas e alimentos leves antes e durante a pedalada .
Tome uma atitude saudável!
Deixe uma bike fazer seus dias mais alegres!
Sinta a liberdade, escute o silêncio, respire mais fundo apenas por estar fazendo a sua parte não poluindo.
Desestresse numa pedalada relaxante, na beira mar, pelas ruas do bairro, no meio do mato...
Adote uma bike!
Amar uma bike é como reconhecer o amor a si próprio.
Enfim, pelo seu bem-estar, vá de bike!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Eu odeio ser repetitivo (ou) O fim do mundo

Eu sou um cara apocalítico, mas sou bastante otimista, porque acredito não haver sentido algum em ser diferente, afinal, viver achando que tudo vai piorar não é uma maneira muito inteligente de se viver. Mas eu não consigo parar de pensar que esse mundo que a gente vive na verdade já chegou ao fim há algum tempo.
A ONU estima que em 2050 a população da terra será de mais 9 bilhões de pessoas, mas isso, como tudo em relação ao ser humano, pode não se confirmar.
Segundo os institutos que acompanham o "estado da terra", seus índices de crescimento e essas merdas, no ano passado o consumo da humanidade ultrapassou em 40% a capacidade de suporte e regeneração do sistema-Terra. Quer dizer, estamos consumindo uma terra e mais 40%, mas ninguém sabe de onde vem esses 40%. Deve ser das especulações, mas eu não sou economista nem pesquisador. E não sei o quanto é prudente se preocupar com essas coisas. Isso serve para nos tornar pessoas ainda mais negativas e desesperançosas.
O que me intriga mais que o planeta que não mais existe é a capacidade que as pessoas tem de arranjar desculpa para seus crimes, suas faltas e seus defeitos. Se o cara paga 10 reais pra se livrar de uma multa, é porque ele é um cara batalhador e não pode tirar o leite dos meninos, além do mais o guarda ganha mal e esses 10 reais já ajuda na cervejinha; Se alguém assassina um ciclista no acostamento é porque o ciclista não devia estar ali; se o cara espanca a esposa é porque ela era uma puta e por aí vai. 
Eu sei o quanto isso é demente, mas o que me irrita de verdade é que se você não tentar dar um "jeitinho" em alguma situação clara de irresponsabilidade sua a qual teria conseqüências já previstas como multas, ou algum outro prejuízo financeiro ou não, será chamado, na mais simpática hipótese, de otário, vacilão ou qualquer coisa que o valha. Ninguém pensa em simplesmente reconhecer seus erros e aceitar a pena. É lamentável ver que as pessoas se esforçam cada vez mais para se tornarem piores. Se o profeta Maomé estivesse aqui ele começaria a mudar o conceito de Jihad: "a busca de cada sr humano para se tornar uma pessoa melhor e ajudar sua família e comunidade" para algo do tipo: "a busca de cada ser humano em ser mais 'sabido' que o outro".
Outra coisa muito ruim da humanidade é a mania de querer "se dar bem" sem se importar com as conseqüências. Levar sempre vantagem é como o ópio, e como tal provoca uma euforia hipinótica e irracional. Ninguém gosta do que é justo.
Com essa "humanidade" que temos hoje não dá pra ter esperanças de um mundo melhor, mas não ter esperança é uma tolice.
É uma pena que além de termos que viver num mundo que já está destruído ainda tornamos nossa convivência cada dia mais insuportável.

Se chegue

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