quarta-feira, 12 de junho de 2013

A Conquista dos Honkers

Apesar do frio, as Heinekens de conquista são melhores do que as de qualquer outro lugar.
Às vezes eu tento explicar às pessoas mais chegadas que a vida nos oferece muito mais que algum reconhecimento por tudo que fazemos. Na maioria das vezes não há mesmo reconhecimento algum e pouco adiantaria esperar que alguém venha do outro mundo lhe dar uma medalha pelos seus bons atos, se em sua cabeça não estiver consciente que o que você faz não é por nenhuma causa maior e sim pelo amor à vida e aos melhores momentos possíveis. Esta é a verdadeira causa que me move e que talvez faça dos Honkers a banda mais injustiçada, desvalorizada e sacaneada do rock mundial. Pode nos faltar algum aprimoramento técnico, mas nossa dedicação em fazer rock cada vez mais verdadeiro faz de cada apresentação um prazer, ora aos ouvidos, ora à alma. Mesmo que mal remunerado, mesmo que a caixa de guitarra ou baixo esteja ruim, mesmo que as guitarras não se afinem, mesmo que a platéia seja reduzida pelo adiantar das horas (já tocamos para 4 pessoas às 6 da manhã) ainda que eu estivesse bêbado demais pra me lembrar como foi. 
Eu já toquei em todo tipo de evento gratuito: festival de algodão doce, quermesse, aniversários, despedidas, mas o que gratifica mesmo, mais que qualquer compensação, é a diversão, é saber que aquelas pessoas que saíram de suas casas pra me ver ou minha banda tocar se divertiram, é ver o sorriso no rosto das garotas descabeladas e suadas. Depois a gente pode sair e encher a cara, ou mesmo dormir tranquilamente com a alma em sagrada paz.
Em Vitória da Conquista nós tivemos uma dessas noites de puro prazer e rock'n'roll, que mesmo depois de recebermos o nosso quinhão (que seria irrisório ainda que fosse um milhão de dólares, pois shows como esse não há valor financeiro que possa mensurar) da bilheteria nossos espíritos estavam realmente em festa. Apesar de toda a chuva que caiu durante todo o dia, apesar da apreensão de ver as pessoas começarem a chegar apenas depois do fim do jogo da seleção, apesar de estarmos com um guitarrista novo, apesar de toda falta de assistência nós tivemos a assistência do público, de nossos amigos e mais uma vez com a ajuda daquelas pessoas conseguimos um show pra ser lembrado por mim, por vários anos. Isso é o Honkers.
Fizemos novos amigos, estreitamos outras amizades antigas, nos perdemos, nos encontramos e no fim das contas, na volta pra casa, apenas a amizade que nos mantém juntos como banda fez prevalecer todo o esforço que é manter o tesão do rock. Não quero ser contra as bandas que se amenizam com o passar do tempo e passam a fazer uma música mais comercial, mas o nosso negócio é rock, sujo, barulhento, melódico e cheio de amor.
Agradecemos ao pessoal da Fora do Eixo pelo convite/oportunidade. Eu sei como é difícil manter um espaço aberto para o rock. Agradecemos às pessoas que nos saudaram, visitaram e nos acompanharam em nossa curta estada, à dona Nalvinha pela simpatia, pelos licores e pelas suas filhas encantadoras. Agradeço a Paulo Emílio pelos resgates e pela chatice, a galera do castelo(soube que rolou um perrengue, mas peço a Jah que esteja tudo bem!), a Monique pela formidável presença e pelo "salve", a Roni pela camaradagem e a Gilmar, Felipe e Amanda  por tudo.


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E na volta um engarrafamento causado pelo tombo de um caminhão de camarão quase nos fez perder a fé, mas desespero mesmo foi quando fomos parados pela PRF para assistirmos a um vídeo educativo de meia hora enquanto conferiam os documentos dos carros e dos motoristas. Já completamente bêbado de conhaque, do icebergue que nós não fizemos, peguei as baganas e coloquei num copo debaixo do que eu estava segurando ainda cheio e joguei no lixo da polícia só pra ser estúpido. E se eles tivessem visto? E se quisessem revistar o carro? Iam atrasar ainda mais nossa volta pra casa? Não iam achar mais nada no carro, mas ia ser chato pa porra.

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