terça-feira, 29 de abril de 2008

Quando alguém te falar que cú de bêbado não tem dono, tenha cuidado com a boca também

Carnaval 2008, domingo, dia de Palco do Rock Piatã, dia de churrasco com os amigos do Zefirina Bomba. Churrasco, cerveja, rock'n'roll, o que mais um cara como eu poderia desejar? Pena que minha mulher tava trabalhando.
Chegamos em Piatã por volta de 19h. Bebemos ainda várias cervejas antes de tocar e subimos ao palco, eu e Brust de sunga e os demais com roupas normais. Foi um show divertido pra caralho, Brust anunciou que era nossa identidade secreta sendo revelada em pleno palco do rock: "Nós estávamos lá, no circuitão, éramos conhecidos como 'os sungas', mas a coisa foi apertando aí a gente veio pro rock..." - muita gente acreditou. O show foi massa, teve até briga no fundo do palco, enfim... Minha mulher chegou, encontrei vários amigos e saí de lá completamente bêbado e feliz.
Segunda-feira era dia de trabalho e eu como um bom trabalhador fui sem reclamar da vida. Não me lembro que porra eu fiz mais na segunda, mas lembro que terça eu acordei e fui trabalhar. Sem comer absolutamente nada, confiando que a galera iria fazer uma vaquinha pra pedir uma pizza. Não pedimos e eu fiquei de rango até a hora de ir embora. Claro que na terça-feira de carnaval eu não tinha a menor intenção de ir dormir, mesmo porque chegar em Periperi seria uma merda e eu ainda teria que encarar o carnaval do bairro. Fiz o que qualquer um em meu lugar faria: Liguei pra Brust.
- Seu Felipe, vamo comer água ali no Palco do Rock? Vai ter Pastel de Miolos.
- Bóra! Tá onde?
- Saí do trabalho agora.
- Me espere no posto!
Cheguei no posto e comi uma coxinha acompanhada de uma lata de Antártica bem gelada. O condenado nem demorou e ainda chegou com uns "latão" que tinham sobrado do churrasco de domingo. (Eu amo Brust, namoral!)
Chegamos lá, matamos os "latão" e seo Brust foi logo pegando duas garrafas de São Jorge, safra de 82. Bala! Bebemos no gargalo, cada um a sua, e uma altura dessa eu não lembrava nem fudendo que não tinha comido porra nenhuma o dia todo (exceto a coxinha), acabadas as garrafas, mais duas e mais duas... Encontramos Dimmy, nosso bateirista, mas ele nem acompanhou a gente, (bicho anti-social da porra!) se picou de lá nem sei que horas. Eu ainda lembro de ter pego um conhaque, acho que bebi cerveja também. Lembro de minha mulher ter chegado lá depois do trabalho dela a gente conversou viu o show dos Pastel de Miolos, de umas bandas lá que eu nem lembro, de uma banda cover de um monte de banda ruim pa porra. "- Deus me livre!"
Quarta-feira de cinzas acordo sem saber onde estou, abro os olhos com dificuldade e consigo identificar a casa de Jane. Vou ao banheiro dar a famosa mijada matinal. Me dói a cabeça, o estômago está embrulhado e há algo de estranho em meu rosto, olho no espelho e vejo que meu lábio superior está inchado.
Sabe aqueles momentos que sua mente embriagada quer buscar informações sobre os acontecimentos da noite anterior? Pois é. Depois de muito pensar cheguei a conclusão que tinha feito alguma merda muito grande. "Talvez eu tenha brigado", pensei, mas me conhecendo bem sei que isso não aconteceria, a menos que alguém tenha desrespeitado minha mulher, mas acho que isso também não aconteceria. Finalmente resolvi perguntar a ela:
- Jane, por que você me bateu?
Eu sempre digo que não há nada mais sensacional no mundo que mulher, mesmo que ela goste pra caralho de falar, reclame de tudo, tenha umas manias inexplicáveis, goste de lugares nada atraentes, comidas nada conveicionais, drinques requintados, cuidados com maquiagem, roupas, sapatos, filhos, aluguel, condomínio... cada mulher tem sua particularidade a ser explorada e é sempre de grande utilidade você conhecê-la bem. Tenha isso sempre em mente!
A minha, quando questionada, responde de forma clara, às vezes um pouco prolixa, mas sempre uma resposta coerente e bem articulada.
- Eu te bati o quê, seu cara-de-pau?! Blá, blá, blá... Você caiu... blá, blá, blá... Brust te carregou... blá, blá, blá... te deu comida... blá, blá, blá... blá, blá, blá... blá, blá, blá... blá, blá, blá... blá, blá, blá...
Já pensou, brother?!

Se as pessoas forem como eu e, além disso, tiverem um pouco de juízo, elas saberão sempre com quem beber.
É muito importante você saber com quem está bebendo se está bebendo demais!
Seria muto bom se a gente não tivesse que se preocupar com nossas pregas.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Apocalipse

Não sei o que acontece nem se acontece mesmo com todo mundo, mas sempre chega uma hora na vida de uma pessoa que ela tem que mudar. Dar uma grande virada em sua vida, balançar um pouco as coisas. Não faço idéia do por quê disso acontecer, mas acontece.
Talvez seja a falta de uma vida de verdade, um bom emprego, uma vocação, um ideal... sei lá! Às vezes tudo o que vejo ao meu redor é tristeza e enganação.
Não existe a quem pedir ajuda. Nesses momentos só Deus é por todos.
Uma prece é uma maneira de buscar o profundo conhecimento de coisas que estão além do nosso conhecimento. A fé é a ferramenta mais poderosa para se resguardar e não entrar num estágio de desespero irreversível.
Gostaria de ter fé em alguma coisa, mas a única coisa que eu creio é no fim da raça humana.
Somos os únicos seres que podem salvar o planeta, mas vivemos para destruí-lo.
E não adianta a fé em Deus se você vai pra casa assistir tv, vai usar seu celular, vai tomar seu banho quente com sabonetes pra lá de perfumados, vai fazer a barba, vai comer um enlatado, vai jogar video game, vai varrer o chão, jogar toda a sua vileza debaixo do tapete de lixo.
Não adianta ter fé quando se imagina que o final não irá mudar.
A única coisa que pode mudar é a platéia que não poderá nem irá querer aplaudir.

Se chegue

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