sexta-feira, 27 de maio de 2011

By this grace

Viver a vida é tudo o que devemos e podemos fazer diante de tanta coisa sem nenhuma explicação racional que acontece à nossa volta. Por mais que nos sintamos injustiçados com essa ou aquela situação, não podemos usar esse tipo de sentimento para passarmos a levar uma vida injusta, ingrata ou inútil. Todas as pessoas têm o direito à sua vida e individualidade, mesmo que ela siga sendo perseguida por acontecimentos desagradáveis. Algumas pessoas acreditam que somente levando algum tipo de vantagem elas podem ser feliz ajudando alguém. Outros, ainda que muito bem  intencionados, crêem que deve-se viver de acordo com o que a sociedade lhe impõe e não se dão ao direito de vislumbrar nenhum tipo de melhoria, que não seja também vinda de um reconhecimento social muitas vezes às custas de muito sofrimento e humilhação. A consciência não pode ser enganada quando se trata de vida: ou a gente vive ou está morto.
Infelizmente a maioria das pessoas nem se dá conta do que é estar vivo e do quão fantástico isso pode ser se simplesmente passássemos todos a dar mais valor às coisas mais simples como uma boa alimentação, uma boa relação com a natureza e o respeito aos nossos semelhantes. Não falo daquele respeito formal que devemos dispensar a nossos pais, ou aos cidadãos mais velhos, ou do respeito às convenções da etiqueta, é do respeito ao direito que todos temos de viver da melhor maneira possível.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Nunca antes, nem depois, nem agora

Tive uma noite péssima. A chuva sempre me deixa de baixo astral, sem poder sair de casa, sem saco pra fazer nem um serviço caseiro. Por causa do fim de semana que apesar de ter sido muito bom acabou causando uma mudança em meus planos. Nada pra aliviar a impossibilidade de sair, nenhum motivo para escrever sobre coisa alguma, apesar de ter muito a dizer sobre um monte de coisa: código florestal, sustentabilidade, bonsai, rock rocket, homofobia... mesmo com tanto assunto eu não conseguia achar nada agradável.
Assisti a um filme na TV que eu já tinha assistido só pra ver se o tempo passava e o sono vinha, mas nada. Jô Soares cada dia mais sem graça e desinteressante, o telejornal é aquela coisa de sempre: misérias, mortes e enganação. Mudar de canal não mudou a perspectiva. Nenhum dos quase 1000 filmes baixados me seduzia, mesmo assim peguei um: "Fanding of cries", péssimo. Neveguei mais algumas horas e quando terminou o telecurso eu finalmente desisti e desliguei tudo pra tentar dormir, mas só porque a chuva ainda caía.
Acordei 20 minutos depois com o despertador do celular: 6 da manhã. Volto a dormir e às 9h minha mãe me chama para qualquer coisa. Vou ao banheiro para uma barrigada matinal (sim, eu podia poupar isso) e um banho revigorante, mas a campainha me interrompeu. Era Wilson para a gente terminar o Informativo do Instituto Pau Brasil atrasado 2 anos. Às 11:30h ele se foi e eu voltei ao banheiro para tentar mais uma vez tomar um banho, mas a campainha novamente me interrompe. Atendo ao rapaz que veio recolher uma doação, quando fecho o portão alguém me grita da rua, era um colega do basquete pedindo uma grana emprestado, que eu logicamente neguei (eu jamais dou dinheiro, sou um fudido). Entro e olho pro jardim inacabado. Preciso de sálvia.
Desisti do banho(tem dias que a gente não consegue nem cagar em paz), tinha que colocar o feijão no fogo e fui separar os temperos, bacon, calabresa... aí passo pela varanda e vejo a corda de roupa caída. Pego furadeira, extensão... volto à cozinha, corto os temperos e os complementos. Encontro o espinafre que eu comprei na sexta-feira e ainda estava no saco, aproveito e lavo todo para guardar, pois não pretendia comê-lo agora. Tudo o que sobra dos temperos e do espinafre vai para o jardim e lá se vai o meio-dia, e eu ativo ainda sem café da manhã. 
Nada do feijão cozinhar mesmo depois de ter ficado a noite inteira se amolecendo na água. Consertei o varal, dei uma olhada nos bonsais, conversei rapidamente com minha mãe que reclamou por eu não tê-la atendido antes de tudo, mas ela já não queria mais nada, provavelmente nem queria antes, era a saudade. Engraçado como isso parece estranho, mas não moramos na mesma casa. (Aliás, tudo em minha vida é estranho até as relações familiares, mas isso eu não vou explicar em blog.)
13:30h fiz o meu desjejum. Estava exausto mentalmente, mas fisicamente disposto. O tempo estava mais animador, mas eu segui sem nenhuma inspiração. Tempos atrás eu tratava de me apaixonar e buscar inspiração numa garota que ainda que nada tivesse de perfeita servia a meus propósitos, mas agora, apaixonado por todas as mulheres do planeta, isso não tem me ajudado muito.
Tentei sair pra comprar os parafusos da estante do quarto que eu estava tentando fazer, rezando pra chuva não inventar de cair novamente quando eu estivesse saindo saindo. Saí. Cheguei.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O ritmo é lento

O fim de semana, onde as noites não tardam, não demora. A preguiça reina incólume, como reinará, e seguirá até o próximo inverno, quando também assumirá o governo.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Eu sei que às vezes as coisas acontecem de maneira surpreendente, rápida demais e aparentemente descontroladas, mas eu não posso negar que essa loucura é fascinante. A vida errante nem sempre nos permite estar com nossos amigos, isso é ruim, mas torna cada breve encontro um momento especial.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Segue a carruagem ensandecida sua jornada fabulosa em busca de mágicos momentos musicais

O ano de 2011 tem sido dos mais estranhos para nós Honkers. A banda não repetiu a formação em nenhum show esse ano, parece até um time de futebol. Mas temos uma boa desculpa: fizemos poucos shows; e eu tenho muita culpa nisso, porque desde o ano passado, quando tive que retornar do Capão para tocar num “Palco do Rock”, eu havia prometido a mim mesmo que nunca mais abriria mão de meu descanso para vir pra essa cidade medonha e barulhenta por nenhum motivo. O que reforçou a minha decisão foi o fato de a ACCR ter decidido que a banda The Honkers não era digna de um cachê decente, mesmo tendo feito memoráveis apresentações no festival todos os anos que participou. (Por isso também decidimos ficar de fora esse ano até que a banda adquira novamente reconhecimento após esses quase 13 anos) A coisa estava ficando bem feia para a banda continuar em ação.
No fim de semana retrasado, Brust me ligou falando de um show em Conquista na quinta-feira seguinte, dessa vez Bruno Pizza e Leo Marinho não poderiam tocar, mas os Honkers não poderiam não tocar em Vitória da Conquista, cidade que sempre foi palco de bons shows, até mesmo os que não rolaram. Quem tem amigos não se emputece, então chamamos mais uma vez os irmãos mais loucos da cidade e os parceiros musicais mais constantes da história do rock Honker, os gêmeos Rogério(g) e Rodrigo(b), ou simplesmente "os doidinho". Com apenas um ensaio, e mesmo este desfalcado de guitarrista, estávamos prontos para mais uma odisséia insana do rock.
Ainda tínhamos um problema: arranjar um veículo, pois Rebeca, nossa carruagem, fora recolhida pelo DETRAN por representar uma ameaça à saúde pública, devido a uma meia de Rodrigo Sputter que ficou esquecida no porta malas há vários anos e está prestes a ser leiloada. Isso tinha que ser resolvido em menos de 12 horas e depois de inúmeros telefonemas, e-mails, cartas, apelos e mentiras conseguimos uma nova carruagem, cedida quase gentilmente por dona Merão.
Saímos as 11 da manhã da quinta-feira e chegamos em Conquista na hora do show 20h. Ainda deu tempo de tomar uma chuveirada, horrenda por sinal, e comer uma pizza, que com a larica em que estávamos não podia não ser boa. Nosso cicerone de todas as estadas em Conquista, Gilmar, nos acompanhou na pizza e nos conduziu até o Viela Café-Bar, local do show.
A banda Garboso abriria a noite e estava no palco ajeitando o som. Não pude deixar de notar a garota que tocava bateria me lembrando muito Lily e me fazendo sentir saudades. Pena que pouco depois de começarem o show eu fui acompanhar meu brother de Pericity, que agora mora lá, Paulo Emílio numa lanchonete próxima para que ele pudesse laricar e nós pudéssemos trocar idéias. Na volta já era hora de fazer o rock rolar.
O espaço estava adoravelmente repleto de gente louca e o show não poderia ter sido melhor, aliás, foi o melhor show dos Honkers esse ano(pelo menos comigo). A galera cantando as músicas e se divertindo a valer era tudo o que nós precisávamos pra acabar com nossas dúvidas sobre o despropósito dos Honkers nas viagens inanas e nos perrengues aos quais todos somos submetidos diariamente pelo simples fato de tentar fazer um rock honesto e espiritual. Todo o cansaço, aporrinhação e incertezas que nos levaram até aquele momento estavam sendo eliminados a cada acorde, a cada grito de Sputter, a cada queda de um dos dançarinos do salão, a cada gole de água(coisa bem anormal), nos fazendo parecer uma grande banda de rock'n'roll bem entrosada e segura. Fomos os verdadeiros Honkers fechando o bar uma hora mais tarde.
No fim da noite uma cervejinha na praça, a conversa com Antônio, um bate-papo com umas meninas que foram ao show e o descanso merecido no “Chapada Diamantina”, hotel que só pelo nome traria boas energias.
Acordamos naquele esquema Honkers: comer pra burro no café da manhã e pegar a estrada sem pressa, sem stress, sem almoço, apreciando a paisagem, lembrando da noite anterior, os amigos, as conversas, o rock. Voltamos para casa felizes, com a sensação de dever cumprido, ouvindo um skazinho, porque ninguém é de ferro. Esqueci-me de tirar mais fotos da volta, do belo Vale do Jiquiriça, mas nada disso tem muita importância mesmo.









Eu já nem sei mais

Foram tantas noites na merda, vomitando, perdendo a memória, dando várias bolas fora, fazendo cada coisa que eu nem acreditava ser possível, que hoje eu nem sei mais pelo que eu não passei. Todo dia que alguém vem me contar alguma história de cachaça ou de orgia parece um repeteco. Não que eu tenha sido um menino mal e promíscuo a vida toda, mas a sucessão dos acontecimentos quando se está num estado alterado da mente nem sempre é controlável ou mesmo previsível e a gente acaba sendo governado pelas forças ocultas que circundam os bêbados, drogados e criancinhas.
Um dia desses uma amiga me contava uma história na qual ela foi parar em um estabelecimento de hospedagem diferenciado com um namorado e alguns casais de amigos e lá aconteceu de tudo um pouco. Engraçado é que a medida em que ela falava as imagens iam se formando em minha cabeça com muita clareza e sua descrição, e falta de discrição, foram se torrnando cada vez mais desnecessárias, mas eu não disse uma palavra e escutei com muita atenção. Apesar de ser uma história muito empolgante era repetitiva, pois além de ter vivido muito intensamente minha adolescência e juventude, eu sempre fui o confessionário de minhas amigas e a tábua de gabolice dos meus amigos.
O mais incrível é que escutando histórias ou lembrando de algum momento do passado eu percebo que tudo o que importa para a maioria das pessoas é a putaria e disso não se consegue abrir mão fácil. Então gostaria de deixar um salve a todas aquelas pessoas que tem na libertinagem a tábua de salvação (ou perdição) de suas almas. Vivam a putaria!
Viva a putaria!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Noite Fora do Eixo com The Honkers + Garboso

Coletivo Suíça Bahiana: Noite Fora do Eixo com The Honkers + Garboso:

 Depois do sucesso das Noites Fora do Eixo de Abril e de recordes de público no Viela Sebo-Café, o Coletivo Suíça Bahiana continua sua programação nas noites de quinta-feira e traz para Vitória da Conquista bandas que são pedidos do público. Para começar, teremos a banda soteropolitana The Honkers e a conquistense Garboso. O show acontece dia 5, a partir das 19h, no Viela Sebo-Café.
   The Honkers é um grupo de rock formado em Salvador, Bahia, Brasil, no final da década de 90. É conhecido por suas performances e turnês extravagantes e pela sofisticação de suas composições. Sua música é muito influenciada pelo rock sessentista, ainda que reverbere muita contemporaneidade. E embora seja bastante melódica, também é capaz de conter material mais pesado. Essa dualidade é clara também nas músicas, ora ingênuas, ora carregadas de lirismo. 
Brust, Léo, Bruno e T612 encerram o honkabilly bop, um balanço melódico e barulhento.
   Já a Garboso surge da necessidade de exprimir sentimentos até então cristalizados no peito, um grito de agonia que, brevemente, fornecesse alívio às grandes decepções pela qual se passa durante a jornada. Por mais que seus integrantes são meio que forçados a buscar a racionalidade, na maioria das expressões sonoras apresentadas, o que a Garboso propõe pode ser traduzido como boas lembranças e a ansiedade por grandes mudanças, instabilidade, vontade, desabafo ou até mesmo um sopro de contenção à angústia.
   E é com essa mistura que pretendemos abrir o mês de maio de forma a continuar o sucesso que tivemos no mês anterior. Contamos com a presença de todos!

SERVIÇO:
Noite Fora do Eixo com The Honkers (SSA) + Garboso (VCA)
Horário: 19h
Local:Viela Sebo-Café
Ingresso: R$5,00
Mais Informações: www.coletivosuicabahiana.com.br

terça-feira, 3 de maio de 2011

Eu não queria falar sobre essas coisas
É como se me faltasse inspiração
Mas falta muito
Mas
Falta coragem
Falta esperança
É sempre a mesma coisa
Pessoas fazendo maldade
Mostrando sua hipocrisia
Seu egoísmo
Sua Vaidade

É tudo lixo
Pessoas são lixo
E são maltratadas como o lixo
É como se não soubessem fazer outra coisa
Ninguém faz nada
Nem mesmo eu

Não há mais nada de puro
Não há mais nada de belo
Não há mais nada de lúdico
E de espiritual

O problema do mundo é o homem
O problema é o homem no mundo

(1994 - Boy Subterrâneo)

Se chegue

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