sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Da ideia alheia...

Digam o que quiserem os capitalistas, os sexistas e os egoístas: um dia sem amor é um dia perdido. É a única irremediável certeza da vida. Quando você está com quem ama nem o dinheiro, nem o sexo, nem o ego importa. Só importa estar feliz.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Cada dia mais morto

Tenho certeza que em minhas vidas passadas eu não vivi tanto, porque cada dia mais morto é como eu tenho acordado toda manhã nos últimos anos. Talvez seja a hora de me reinventar. Renascer. Será doloroso assim como nascer pela primeira vez. Nunca saberei quando será o último, mas que será um duro golpe, eu sei. Tem aqueles dias que eu acordo querendo estar em qualquer ponto da história da humanidade onde a expectativa de vida fosse menor, mas pra ser uma grande merda às vezes me parece que vou viver para sempre. E não há nada que eu queira criar. Ainda bem que existem almas que o simples encontro já salva um dia, digo, uma vida inteira. Não saudarei ninguém, mas agradeço a Jah todos os dias por essas fazerem parte de minha vida e me ajudarem a resistir nesse adverso mundo imundo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Sabe aquelas cervejas horríveis?

Domingo de carnaval. Concentração: vinho, cerveja, água, chá... de repente alguém avisa que tá rolando um tiroteio na urbis. Mais cerveja, chá e rua. Topic, suburbana, Comércio...
Esse ano eu deixei de ir ver o Sepultura sábado na Barra pra ir para a Pça Castro Alves no domingo de carnaval. Sinceramente, não sei como consegui ir, beber, me divertir e voltar. Quando terminei de subir a Conceição e dei de cara com o trio de Ivete Sangalo pensei que já estava morto, mas consegui atravessar a multidão e me aprochegar em frente ao Glauber Rocha e curtir o som da Baiana System, que meus amigos me convenceram a sair de casa pra ver.
E lá estava eu, mais um preto na praça do Poeta curtindo o carnaval numa boa. A cerveja era 2 reais, mas saía a 3 por 5 em qualquer isopor laranja. Tava ruim não. O som também não era de se jogar fora, afinal eu não deslocaria de minha suburbana pra ficar ouvindo ladainha. Onde eu moro tem músicos extraordinários e que merecem minha audiência mais do que qualquer musa pop. Subir a Carlos Gomes atrás do trio elétrico foi uma emoção.
Depois da emocionante avenida teve o rap de minhas áreas representado pelo grupo Nova Era em pleno Terreiro de Jesus. Saber descrever o quanto aquilo estava sendo esplêndido eu não sei. Estava entre amigos vendo amigos no meio da maior festa do mundo bebendo cerveja a 3 x 5 e sem me embriagar. "Salvador tá escaldado!"
Cabou o rap no Terreiro começou o reggae lá na Tereza Batista. Quem mandava no som era Sine Calmon, que parecia ainda mais jovem do que quando ele escaldava tudo lá no Novo Tempo. A noite de carnaval era incrivelmente perfeita entre amigos, curtindo um reggae na paz de Jah pra ir embora de boa. Boas lembranças vem a mente, melhores ainda são criadas.
De volta a Periperi ainda vimos o final do último show na praça da Revolução que teve mais cedo Igor Canário. Acabado o show um cordão da polícia veio sugerir que fôssemos para casa esperar pelo dia seguinte. Não fomos. Alguns minutos depois de os policiais irem embora um imbecil começa a gritar e brigar com uma mulher, lhe acerta murros com uma latinha ainda fechada em sua mão. A mulher, que segura um pedaço de ferro na mão, não consegue acertar um golpe. Todos, inclusive eu, olham e nada fazem até que algum amigo do sacana o tira daquela situação e o leva para um canto. A polícia retorna e passa direto pelo agressor, aborda um outro elemento e o outro aproveita e foge. A mulher, que era uma das vendedoras do isopor laranja, continua com seu comércio como se nada tivesse acontecido.
Francamente eu não sei como cheguei até aqui. Uma vida sem sentido e sem rumo, sem objetivo, sem princípio. Duvidoso de tudo que é feito acreditar até mesmo da ciência que comprova teorias absurdas até mesmo para um louco. E o que vem a ser loucura afinal? Quando eu era pequeno achava os adultos loucos por beberem cerveja, aquela coisa de gosto tão horrível. Aí eu cresci e não consigo parar de bebê-la. 
Mas tem aquelas marcas das quais não dá pra se encarar exceto naqueles dias que você só quer se embebedar e esquecer que todo o sentido existe. Tipo no carnaval que a gente experimenta novas experiências desagradáveis e ainda agradece a Deus por ela. Seja qual for o seu fraco pra beber não esqueça uns engov's antes de beber e uns litros de água antes de dormir mesmo que seja pra mijar na cama de sua amante.
Depois de tanto agradecer por ter chegado são e salvo de um domingo de carnaval na Castro Alves, volto pra casa com a sensação de que não há nada nesse mundo que possa curá-lo. Nada pode nos fazer feliz para sempre.

Se chegue

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