segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tragédia de Oruro


Tão brincando que o menor soltou o sinalizador?
Alguém tem dúvida que isso é armação?
Não tenho dúvida que vão achar que eu tô falando isso porque não gosto de corintiano, mas isso também é mentira. Eu não tenho nada contra torcedor de time nenhum, mas de  gente que acha que é melhor que o outro por qualquer razão estúpida eu também não tenho nenhuma piedade.
Respeito só tem quem respeita!
Se você acha que teu time é melhor que o meu, tudo bem, eu não tenho time algum, sou apenas um torcedor fudido.
Agora se achar mais forte, mais bonito, mais homem que todo mundo porque anda com uma penca de macho pendurada no pescoço ameaçando os outros...
Futebol é algo alegre, mas infelizmente , em todo mundo, há pessoas que não tem o mesmo respeito e a mesma consideração pelas outras. É cada um por si, todos pela torcida e o time que faça sua parte mesmo que ninguém mereça ver o time vencer.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A pressa apreensiva do apocalítico apressado impassível

Um brother que me disse uma vez que "você tem que ter a referência de tudo". Foi o Oráculo, a gente falava de música e ele me explicava que pra tocar como um sertanejo, precisa ouvir música sertaneja, pra tocar rock, precisa ouvir rock, pra fazer uma canção "garageira" você precisa ouvir fulano de tal, ou cicrano de então..." aí começa a falar de um monte de bandas tão fudidas que a simples menção de seus nomes nesta conversa estragaria o apetite literário.

Mas voltando às referências... ás vezes me pego um tanto desesperado pelo tanto de coisas que eu deveria ter feito sem referência, porque as referências não foram muito boas, ou por não serem suficientes, ou por não ter absolutamente nenhuma utilidade. Porém o que na verdade não pode jamais ser esquecido é que as pessoas adoram a falta de surpresas, a pouca mudança em seus hábitos, em seus personagens, em seus cantores... os fãs do sepultura que o digam. O rock precisa ser mantido em seus alicerces.
O carnaval acabou e a música que ganhou não era nenhuma novidade, mas o axé não ter criatividade não é novidade, aliás nem o rock e nem música alguma que possam inventar. Bom era aquele que toca em bundas, mas são temas variadamente comuns... comuns demais. Guitarra baiana, frevo, música clássica...pagode... é penoso pensar em que tudo isso tem a ver, mas se a gente esquecer a porra da referência maléfica que a gente foi forçado a crer... Espera! Isso tá indo longe.
É bom, Velhinho, a gente ter uma base em tudo aquilo que a gente faz ou fala, mas o mais importante mesmo é saber fazer aquela mensagem pura e simples ser transmitida, feito isso, o resto, pra mim, sem preconceito, sem homofobia, sem prerrogativa, é pura viadagem. (termo viadagem não está aqui ligado ao homossexualismo e sim ao ato de complicar coisas simples, a frescura e a afetação)
E agora eu escrevo um novo parágrafo só pra não terminar um texto falando em "viadagem" e entre parênteses.
Se a gente pensar com mais carinho em qualquer coisa vamos descobrir sempre algo de mais especial, mais útil, mais preciso para falar e como eu estava falando sobre música lembrei que estou envolvido com ela ainda de maneira muito superficial, muito pouco colaborativa e isso era o que estava me detonando. Decidi fazer peno menos uma colaboração musical mensal em meu soundcloud, talvez reativasse o myspace a medida que a qualidade das músicas fosse subindo, mas ele morreu. O certo é que pelo menos em dezembro eu terei postado pelo menos 12 canções novas para esse belo mundo diverso de cultura repetida. Espero na verdade gravar alguns discos caseiros, mas o equipamento ainda pena e o espaço não é adequado, mas calma, vai rolar em alta.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Meu plano, que talvez pudesse ser incluído no cidade da bicicleta, se pensarem no subúrbio como um lugar onde há ciclistas e não um monte de favelados miseráveis que não se locomovem, consiste simplesmente em acabar com o passeio que divide a suburbana e fazer ali uma CICLOVIA separada da pista por muretas como a que separa as vias na BA 093 (que poderia ter sido a primeira a fazê-lo). Não sou arquiteto, mas acredito que isso não prejudicaria o trânsito de pedestres nem o escoamento da água da chuva se for pensado com cuidado.
Digo mais, da Calçada em diante o CICLISTA poderia se beneficiar das CICLOFAIXAS que o cidade da bicicleta já abrange. Poderia se fazer uma ciclovia tambem acompanhando os trilhos do trem já que o trajeto não possui ladeiras o que proporciona um melhor rendimento nas pedaladas. Eu sei que não é difícil, precisamos de alguém com boa vontade, alguém que não ache que o subúrbio são apenas bairros sujos de merda.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Agora é com os advogados...

Um mês e 6 dias depois e nada do que eu fiz até agora serviu pra coisa alguma relacionada ao meu acidente. Pelo menos no Detran, que é o lugar que deve resolver a questão, só me fizeram perder meu tempo e me pedir pra retornar no dia seguinte: "porque o atendimento começa às 6 da manhã e é em ordem de chegada";  à tarde: "porque a gente só atende até 8 pessoas"; dia de são nunca: "porque agora a gente atende apenas quem tá chorando" e por aí vão os absurdos e maus tratos que o cidadão tem que passar para poder ter um serviço que ele jamais queria ter que precisar. Maldita hora em que fui atropelado! Perdi trabalho, perdi passeio, perdi o verão e perdi a bike. Eu sei que a vida é construída de situações de perdas e ganhos, alegrias e tristezas, altos e baixos, mas tem horas que parece que tá tudo girando no negativo.
Foi no dia 9 de janeiro que eu acordei cedo, levei a bicicleta até Ney pra fazer uma regulagem básica, afinal há algum tempo Marieta precisava de um óleo e uns apertos. Só fui buscá-la depois do almoço e de lá mesmo segui caminho para a Barra, onde eu iria ter uma reunião de trabalho. 
Ainda em plataforma eu parei para ajustar a posição do guidão, que poderia ficar mais pra frente um pouco. Dia agradável, o trânsito estava razoavelmente amigável e apenas um ônibus me pareceu um pouco mais imprudente jogando seu corpão todo pra cima de mim, mas eu estava ligado e me saí dele e segui sem nenhum problema até sair da Av. Lafayete Coutinho, passar em frente ao ICBA e BUUUUM!!!.
Saí de Periperi por volta das 14:30, minha reunião estava marcada para 16h. O dia estava ótimo pra pedalar, pra sair de casa, era um dia claro, arejado, sem nuvens no céu e de bicicleta você se sente ainda mais livre com o vento do deslocamento lhe lambendo quase todo tempo, perdendo às vezes só pra fumaça dos carros, mas metrópole é isso aí. Depois de subir a Contorno eu queria acelerar e comecei a passar as marchas lentamente para as catracas menores, com cuidado, uma a uma, ligado se vinha carro atrás, se haviam carros à frente, tudo livre e as trocas estavam rolando tranquilamente, mas aí... BUUUUUUM!
Vejo alguma coisa, escuto alguma coisa, começo a entender que bati num carro (DE ONDE SAIU ESSA DESGRAÇA?! pensei). Sinto minha cara torta e tento fazê-la voltar pro lugar. Meu corpo está todo adormecido e eu pergunto à assassina, que parou com o impacto, (com o barulho, com o remorso, sei lá) se minha cara estava normal e que porra que ela fez e . Eu não queria nada dela, apenas saber o que aconteceu, mas a criminosa rapidamente entrou em seu carro e subiu pro seu prédio. Ainda tive a ação de olhar a placa e pegar o celular que estava no bolso da bermuda pra fazer uma foto, nem me lembrei da câmera na pochete, mas tudo bem, eu já sabia a placa e tinha a foto.
Fiquei ali sentado com minha cara de babaca sem saber o que fazer. Tentei ligar pra um de meus meus irmãos ir me buscar, mas não tinha o número de um desde que perdi outro celular em 22 de setembro quando deixei em cima do carro do Kuén ou de algum dos amigos de Ganso. Liguei pro mais velho que estava trabalhando, liguei então para seu Vanderlei, para ele ligar para meu outro irmão e avisar o que acontecera. 
Um brother do rock das antigas (Leandro) e que hoje é um sem-teto apareceu logo em seguida e veio curioso sobre o que tinha havido,  lhe contei de alguma maneira ainda meio incréduulo e ele me disse para "ter fé e botar pra fuder". Depois que ele seguiu seu caminho pra Gamboa, um cara que disse que trabalha em frente ao local do acidente veio falar comigo. Disse que tinha visto tudo, que ela fora imprudente, que eu deveria subir e tentar falar com ela, mas eu não sabia o que lhe dizer. Àquela altura eu não sabia ao certo quem eu era, não lembrava da agradável sensação de estar indo ver um trabalho novamente, um que eu posso fazer antes ou depois de andar de bicicleta, que eu posso carregar na mochila, que eu posso, se for preciso, fazer no celular, não lembrava do quanto me sentia bem por não estar sentindo falta da birita mesmo agora que voltei a campo, não me lembrava que apesar de todo o amor dispensado no final de 2012 eu estava super satisfeito com minha "sorte amorosa". Eu sempre amei mais do que o necessário, mas sempre fui mais frio que o preciso quando foi preciso, mas eu não pensava em nada disso. Não me dei conta naquele momento que toda a minha vida, minha felicidade e meus melhores momentos estavam intimamente ligados à bicicleta e ao ato de sair pelo mundo numa magrela.
Quando eu me dei conta mesmo do que aconteceu eu não conseguia pensar em nada mais além de agradecer a Deus, a Oxalá, a Gaia, a Shiva, a Iemanjá, ao vento, à terra, ao sol... tudo o que eu racionalizava era que eu tivera muita sorte. 
Liguei para a polícia (190) que me mandou ligar para a SAMU (192), que ao chegar(pouco tempo depois), a princípio não queria vir até mim mesmo eu tendo lhe feito sinal do outro lado da rua. Depois a enfermeira veio me dizer que eles tinham ido atender uma colisão e a estavam procurando. Eu ainda lhe expliquei que isso era uma colisão de uma bike e um automóvel, dois veículos. A polícia nunca apareceu, em vez disso, Rodrigo Chagas, o lendário vocalista de minha hoje antiga banda lendária veio correndo não sei de onde ao me ver ali sentado na calçada sendo atendido. Ficou indignado ao saber que a polícia fora solicitada mas nunca apareceu, então foi ele mesmo a pé até o posto policial no Campo grande, mas os caras lhe disseram que não podiam ir e ele voltou, depois ele saiu de novo e retornou numa viatura, mas os policiais disseram que nada podiam fazer pois não podia entrar no prédio, nem chamar ninguém, nem coisa nenhuma por causa de um preto fudido que tinha sido atropelado e deveria ter morrido para lhe poupar o trabalho de ser imprestável. Felipe (meu irmão) chegou e levou a bike pra casa. Eu ia ficar com a SAMU.
Próximo ao local da tentativa de assassinato tinha um desses tampões de metal da embasa meio solto e um pouco abaixo do nível do asfalto e cada moto ou mobilete que passava, ao cair na depressão, derrapavam e seus pilotos se desequilibravam e alguns só não caíram por destreza. Enquanto era atendido e esperava também passou uma llinda ferrari vermelha fazendo barulho no mesmo retorno que a assassina, mas este não fez a contra-mão pra subir no prédio. Alguns carros subiram, alguns moradores até perguntaram o que tinha acontecido, mas pergunta se alguém quis se meter?
Fui na ambulância até o hospital Ernesto Simôes e pensei que estávamos em guerra visto o tanto de macas no corredor e a falta de organização na qual ninguém sabia onde tinha um médico. Fiquei lá de 19h até quase 23h e tomei apenas uma dipirona na veia o que aliviou as dores no pé e no joelho e fez o punho esquerdo começar a doer o que até então eu não tinha sentido. Fiz um rx da coluna mas não foi observada lesão e o médico me liberou após verificar que eu não poderia fazer uma ultrassonografia porque não havia quem o fizesse. Jane foi me resgatar.
Agora, depois de um mês, que eu já agradeci bastante (mentira! nunca será bastante!), me aborreci bastante, descansei bastante e me recuperei mais ou menos, posso dizer que estou pronto pra outra, digo, pronto pra pedalar novamente e encarar essa cidade hostil e cheia de veículos desgovernados, ou mal governados por motoristas mal-educados para o trânsito, pessoas sem nenhuma noção de respeito à vida e ao próximo.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Nuances de uma tarde sequelada

Que eu já não sei quem sou é quase um fato, mas o que tá acabando com minha credibilidade para comigo o fato de ter a memória sequelada e confusa. Quando isso acaba com minha boa imagem com alguém eu fico meio puto, pois é sempre penoso e nem sempre garantido conseguir desenrolar o mal-entendido, mas quando eu não tenho tempo de corrigir as cosias "sempre" acaba ficando ainda pior, aí eu penso que vou chegar mesmo à loucura.
De tarde, muito cedo, minha mãe havia me comentado que precisava de pão: "você nunca mais fez nada pra mim" ela disse. "mas eu tô sempre disponível" pensei, mas não ia falar. Depois do pôr do sol lembrei do pão, lembrei de minha mãe, fui à padaria e encontrei aquela menina prima/irmã de minha ex-amiga/irmã, que não vejo há tanto tempo que quase nem lembrava mais seu nome, o da prima/irmã eu já esqueci, mas o que eu não podia ter esquecido era de cumprimentá-la, pior é que eu só fui me tocar de que realmente a conhecia pessoalmente muitos minutos depois de ficar totalmente alheio a sua deslumbrante presença. Quando o insight finalmente bateu, cadê a coragem? Mas eu ia falar com ela, bastava ela virar e deparar comigo lhe encarando diligente ás suas feições e reações, mas aí entra na padaria uma semi-deusa de um reino encantado alienígena e vai justamente falar com a prima/irmã de minha ex-amiga. Agora se eu fosse lhe falar temia que ela imaginasse que fosse por causa daquela gracinha... aí minha timidez aparece e trava tudo, e, parece que só pra me torturar, pois já sabia que eu estava constrangido por não ter falado com ela, porque as mulheres sabem como somos otários nesses lances, ela se vira, pega seu pão, fica alguns segundos com aquela formidabilidade toda parada em minha frente e sai sem me dirigir olhar ou palavra.
Sei que quando falo que sou tímido muita gente dá risada e diz que eu sou mentiroso, mas quem me conhece de verdade sabe o quanto é complicado pra mim me dirigir diretamente a uma pessoa desconhecida qualquer, ainda mais a uma mulher bonita. O que me falta muito é malícia, mas acho que nem toda a malícia do mundo poderia me corrigir. As pessoas são livres pra pensar como quiserem, por que é que tenho que ser preso aos seus pensamentos? Me prendo aos meus, permaneço frio e me calo. Às vezes a timidez também é só uma manha, mas não é meu caso. Às vezes acho que minhas trapalhadas e meu azar são uma artimanha da vida pra me manter ligado, mesmo que puto. Não sei como posso esquecer que conheço uma gracinha, mas o que posso fazer? Amanhã vou na padaria no mesmo horário.


"Esperamos todo tempo
pelo que acontece fora de hora
Todo tempo é pouco
e toda espera é agora"

(fragmento de 1992)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Chateado até o caroço

Eu não sou um cara pessimista cotidianamente, mas sou realista o bastante para parecer. Estamos vivendo num mundo de escrotos. Quem pensa em ajudar o próximo é um tolo e quem não tira proveito é um demente. Esta é a triste verdade das pessoas com quem a gente se esbarra casualmente. Até mesmo amigos e familiares hoje não conseguem mais compreender quando não nos aproveitamos de alguma situação em que não há testemunhas. A omissão é um recurso quase obrigatório quando se presencia algo trágico ou alguma covardia com alguém que não conhecemos. Ninguém quer se envolver: "não é um problema seu." Entende?
Você tem que parecer aceitável: corte o cabelo, faça a barba, use roupas novas, limpas e passadas, escute com atenção, mesmo que não escutem você fale pausadamente, tenha paciência, dê a preferência a quem está mais bem vestido que você, seja subserviente, baixe os olhos, não fale gírias, não fale alto. Seguindo isso aí você, cidadão aceitável comum, mesmo sem fortuna no banco, desconhecido da mídia, pode ser aceito em qualquer lugar e as pessoas passarão a te respeitar como uma pessoa não indigente.
Nós não temos o direito de questionar, não temos direito a ser nós mesmos, não podemos demonstrar compaixão, pois isso é fraqueza e os fracos devem penar até a morte de inanição. Se não aceitamos a sociedade que vivemos somos subversivos, revoltados, marginais; Se ninguém consegue enxergar além acabamos por crer que nada além há. Mas isso não é real. Não pode ser verdade que somos apenas egoístas e insensíveis.

Se chegue

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