segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Por um dia menos ordinário

Logo às 8 da manhã, hora do café, uma notícia de morte. Estava em casa e pensei em dar uma volta com Conhaque para dar uma espairecida. É tanta gente querida que já morreu e vai continuar morrendo... aí o telefone me chamou para um pedal com os Jurássicos de Bike e eu saí para aproveitar o sol pensando na fragilidade da vida.
Mas nem achei os companheiros do pedal. Já tinham se saído quando cheguei no lugar marcado. Fiquei frustrado, mas aí resolvi dar uma volta sozinho mesmo e depois voltar pra casa.  Fui "salvo" em São Tomé por duas almas caridosas que me ofereceram uns minutos de relaxamento quântico, mas na volta o pneu da bike furou e eu não havia levado a bomba pra encher pneu, apesar de sempre carregar todo o kit de reparos além de uma câmera reserva. Eu não imaginava não encontrar nenhuma borracharia por quase 2 quilômetros na estrada da Base, mas a vida é assim.
Achei um posto de gasolina que também não tinha calibrador e fui beber uma cerveja, já que sou filho de deus. O garçom ficou me olhando desconfiado e quase que não me vende. Liguei pra um sacana me resgatar, mas logo quando ele tava saindo de casa tomou uma multa e só foi chegar mais de uma hora depois (dava pra eu ter ido a pé, mas amizade...). Ainda bem que tinha antártica e tinham outras pessoas para atender nesse bar de posto além do garçom desconfiado/escroto.
Enquanto esperava e bebia minha gelada troquei a câmera que só fui encher em casa. Meu amigo chegou e bebemos mais umas antes de ele me levar pra casa contando meio mundo de histórias além da multa outras fantasiosas e bizarras que me relaxaram um pouco mais até chegar quase bêbado em casa.
Enchi o pneu e voltei pra Paripe para encontrar os Jurássicos, com quem eu teria ido pedalar de manhã. Mais cerveja, um peixinho frito, muita risada e lá vamos nós de volta pra Periperi, só que com uma puta dor de cabeça que não me abandonou. até eu desmaiar em meu colchão acordando altas horas da noite. Sabe um desses dias pra esquecer?
Não me detive. Tomei banho, coloquei uma roupa e parti pra noite suburbana cheio de sede e ódio por ter tido um dia tão mal aproveitado. Cheguei na praça e o mesmo inferno de todo fim de semana com as "danadas" quebrando tudo no caos de carros com som alto e gente louca de todo lado  até que a polícia chegou botando ordem. Tomei umas latinha no isopor de meu amigo Xiquinho, conversamos um pouco sobre nosso time que havia perdido e ficamos ali observando a ordem ser estabelecida pelos hômi.
Voltei pra casa e fui buscar um pouco de alegria no passeio noturno com meu cão que sempre está disposto a me deixar mais alegre. Se eu tivesse saído com ele de manhã, talvez o dia não tivesse sido assim todo errado, mas quer saber? É maravilhoso poder contar com um amigo que não está nem aí pra horários e histórias bizarras de dias horríveis. Andamos pelas ruas semi-desertas de Periperi por umas duas horas, Conhaque procurando conversa com os cães da rua e eu conversando com Toinho, e depois voltamos para casa como se nosso dia tivesse sido esplêndido.

domingo, 8 de novembro de 2015

Sua fadiga é de quê?

Sabe aquele cansaço que você não imagina de onde vem?
Eu sei.
Sei só do cansaço
Nem imaginação eu quero
Pra o início nem paradeiro dele
Já sei que existe
Exílio?
Repouso?
Teremos muito disso após a morte
Será que haverá cansaço?
Se ele não vem daqui nem dali
Deve vir de lá
Pelo menos na imaginação
E imaginar também cansa
E eu sei que tô cansado pra caralho

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Andar de bike, man. Sem frescura! (II)

Olhe por onde anda! e Veja bem! É preciso estar em dia com a visão, pois um "tropeço" o levará a morte certa. A bicicleta não te dá uma armadura. Ela é frágil e também precisa ser protegida contra choques, e encontrões, e apertões e demais tipos de colisões involuntárias ou não. Entenda que o trânsito urbano numa bicicleta é como um passeio a pé com sua amada num grande centro de beleza, moda,  acessórios femininos (claro que não todas as mulheres, sem machismo!, mas me deixe só cá.). A qualquer momento você pode ser parado porque olhou para o lado, ou porque alguém estava olhando pra vitrine e não lhe viu, ou porque tem gente demais em espaço de menos, ou porque simplesmente alguém reconhece a gostosa ao seu lado e tenta "empurrar" alguma coisa em vocês dois. O trânsito de bike pela cidade assim como no shopping center é traiçoeiro. A atenção e o cuidado na maioria das vezes pode salvar a sua pele, mas em outras, nem adianta.
Não espero que se esconda do tráfego de veículos. Você, ciclista, faz parte dele e precisa ser NOTADO para que possa também ser REPEITADO e o seu espaço. O motorista de modo geral não espera por não motorizados indecisos. Na cabeça de grande parte dos transeuntes um carro em movimento não deve ser importunado, mas apesar de não ser verdade isso exige uma certa lei da sobrevivência ignorada que diz que: o maior protege o menor; o mais forte protege o mais fraco; respeito à vida; respeito às leis de trânsito e essas coisas que não existem a maior parte do tempo. Bom senso é algo incomum então tente preservar o seu.
Dia desses estava pedalando aqui pela suburbana e um motoqueiro buzinou lá do outro lado com muita insistência. Pensei que podia ser para falar comigo, mas eu estava em alta velocidade, numa descendente, sendo seguido por vários outros veículos mais pesados que eu; precisava olhar à minha frente; ao meu lado; para baixo... não ia olhar para longe de meu futuro imediato e ainda tentar reconhecer um rosto provavelmente sob um capacete e esboçar um aceno, uma resposta... foda-se! Não olhei e desci minha serra chegando em casa inteirinho. Na rua o cara tem que estar focado apenas em fluir, entrar no "flow", fazer o vento circundar o corpo e então chegar. É claro que dá tempo pra uma cerveja ou uma paquera, mas é melhor fora do trânsito.
Existe uma infinidade de circunstâncias onde andar de bike e biritar tem tudo a ver, mas no centro da cidade, dessa cidade que eu vivo, ou aqui no bairro mesmo, que´é muito populoso (demais), não é seguro para ninguém um ciclista pedalando embriagado. Seus reflexos, mais do que suas paqueras de estrada, podem lhe matar muito velozmente ou ainda causar estragos os quais você ia preferir estar morto. Não beba e saia pedalando ou se beber volte a pé. No máximo venha devagar pra não se causar muito estrago ou à propriedade alheia, mas evite, na moral! se você for pro trânsito de bicicleta: NÃO BEBA COMO EU!*



a dose recomendada para o consumo de bebida alcoólica, no caso cerveja, e a atividade ciclística é de um litro para cada 20km, sendo que o ciclista também deve ingerir meio litro de suco de fruta, isotônico ou água.(no mínimo um litro se não for beber cerveja)

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Da hora de verão

Os dias já estão curtos ...
Você não precisa adiantar
Nem a si,
nem os relógios
Os dias estão mais curtos
do que nunca.

Você é o mesmo;
O sol não muda;
A idade, beleza, muda.
Os dias ainda tem
as mesmas 24 horas.

Você ainda tem
os mesmos problemas
E os novos problemas
de cada dia novo

Mas se tem que resolver
Por você
O dia não vai se alongar
Talvez à noite
Faça-se maior

Você não precisa de mais sol
De Pessoas de bem
Produzindo o bem
Não sei pra quem

Perde-se um fato importante
Mas versa-se versos inanes

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Deixa disso, essa menina!

Eu nem sei o que eu digo
Se eu sou ex-amor
ou se sou ex-amigo
É melhor talvez pensar
Que agora você vai casar
O cara é um amigo nosso

Será que vou o chamar de sócio?
E você,  sai do meu pé?
Eu só sei que não consigo
Me largar de uma mulher
E como é que vou fazer?
Você só quer me foder

Mas amizade é coisa fina
Deixa disso essa menina
Que essa boca contamina
De mais coisa que imagina
Vê se aquieta essa vagina
E essa cabeça ninfomina

domingo, 1 de novembro de 2015

O rabo da raposa

Hoje eu vi uma raposa, gato do mato, não sei. Só sei que era um bicho do mato que correu ao me ver e eu só pude ver sua cauda. "Eu queria ver ele correr se Conhaque estivesse comigo." Pensei cá com meus pedais. Escapar como escapou foi uma coisa tão frustrante que queria ver até mesmo ele morto na boca de um cão. (Nossa! Quanta saudade de meu amigo!) Fosse como fosse, era um belo animal selvagem. E tão perto de casa era formidável.
Era mais um pedal matinal ordinário pela  Mata do Cobre com, minha agora única parceira, Marieta em pleno dia de São João. Pedalando, meditando, respirando e tendo idéias loucas de planos inanimáveis. E então me deparo com uma vida desconhecida, ignorada por mim até aquele momento. E completamente dispensável para a maioria dos urbanos. A redescoberta da vida selvagem na mata, mudou meu estado de espírito e melhorou meu ânimo. O rabo da raposa era aquele baseado sem gosto de sangue nem conservantes, magnífico, que me deixou quase em transe num dia qualquer.

Se chegue

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