Ilhéus,
20 de novembro
Amor, Amado, Zumbi, Putaria e Consciência
“Acho
que eu não sei não, Eu não queria dizer
Tô
perdendo a razão, Quando a gente se vê” Marina Lima
Taí
uma música que descreve bem o que eu sinto. Fico mais idiota quando
estou apaixonado e estando apaixonado, já dizia Elvis, não se pode
ajudar muito e aí vem a Marina de novo dizendo que “não vê a
hora disso terminar e virar mais uma canção” no meu violão.
Assim, quem sabe eu não fico rico e me caso com uma prostituta. Eu
tô aqui na terra de um grande putanheiro pensando pensando em amor.
Será que Jorge Amado...? deixa pra lá. O que é que eu vou falar de
Jorge Amado? Tenho duas opções pra falar sobre ele:o putanheiro, ou
o escritor.
Claro
que eu prefiro falar do fanfarrão de brega, mas isso acabaria me
levando ao bordel, aliás, por que não? Os puteiros são a mesma
coisa há mais de cem anos, talvez há mais de mil, mas as ruas estão
diferentes, hoje não é perigoso para um negro andar à toa. Seja como for minha inveja de Jorge Amado é que ele em
100 anos é celebrado em todo o mundo como um grande escritor, sendo
um grande bregueiro.
Agora
eu posso imaginar Zumbi, se tivesse vivido há cem anos, se ele
entraria num brega, se
ele teria participado de surubas e escrito livros sobre putas, ou se
alguma vez pagou por sexo, se pagaria??? O
que eu tenho certeza é de que ele seria discriminado e tratado como
um animal inferior, como alguns ainda tratam os negros em pleno 2012.
Invejo-o mais por nunca ter escrito um livro (que se saiba) e nunca
tenha se sabido que ele tenha ido afogar suas mágoas num puteiro e
ser lembrado por mais de 300 anos. Em 10 dias ninguém lembrará que
eu existo. Queria que uma pessoa só se lembrasse de mim ao menos hoje.
Hoje
é dia da consciência negra, dia de lembrar pessoas importantes que
foram compradas e escravizadas para que cretinos plantadores de cacau
e burgueses como Jorge Amado pudessem afogar suas mágoas nos
puteiros. Tudo pelo desenvolvimento.
Não
é educado de minha parte falar mal de Jorge Amado em pleno
centenário de seu nascimento, ainda mais estando em “suas áreas”,
mas eu não tenho como evitar lembrar de certas coisas. Ele brindou o
mundo com um universo novo, diferente, fez a história, contou
histórias sobre putas maravilhosas, vagabundos lendários e todo
tipo de subnormal de sua época, mas ele não é um bom tema pra mim, apesar
de ser o fodão. Já o brega...
A última vez que fui em um puteiro foi por causa de uma puta, mas ela não trabalhava lá e eu acabei broxando. Ela não era uma puta de verdade, só foi uma puta comigo, mas isso não importa, gastei uma grana só pra ter certeza que eu sou o maior otário do mundo. Viva o amor!
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