sábado, 6 de outubro de 2012

Blogger life 32

Montei minha bike essa semana, mas a frustração com a falta de peças, a minha irritação com as dificuldades e o tempo instável ainda não me deixaram ter o prazer de pedalar. Pra não deixar de ser ruim meu sono está todo "zuado" e entre noites acordadas e mal-dormidas o meu corpo não sabe mais a que deus seguir, por hora, durmo as 16h acordo às 2h. Com boa vontade dá pra levantar meia-noite e ir pro "régue", mas tá bom pra mim passear com Conhaque e esperar o dia chegar. (Que dia será esse?)
Queria todo dia encontrar alguém que me fizesse ficar feliz a garota que eu encontrei outro dia. Tinha vindo de uma noite péssima, acordara xingando e ainda pela manhã o telefone tocou avisando que um amigo havia sido morto. É desaconselhável parar pra pensar em quantos amigos eu perdi para a violência, venho perdendo desde a infância. Ainda que eu consiga fazer um novo amigo todo dia os que se foram não podem ser substituídos. Ninguém é substituível, nenhuma tristeza é transformada em alegria e algumas dores nunca cessarão, mas eu tenho que seguir em frente mesmo que não tenha nenhum motivo pra seguir. Uma daquelas garotas que você só precisa conversar uma vez para odiá-la ou amá-la pro resto de sua vida e eu ainda não me recordo de algum dia em que não a tenha amado ainda mais.
Quinta eu assisti uma parte do debate dos prefeituráveis, o único ponto interessante foi o Hamilton ter citado a morte de meu amigo no final, fazendo menção à sua vida ligada ao movimento sem teto, sem terra, à militância político-partidária etc. Joquielson foi morto a tiros em circunstâncias estranhas ainda não claras para mim. Perdi um amigo, o mundo perdeu um artista, os movimentos sociais perderam um grande companheiro. Me pergunto por que quando a gente perde alguém fica mais preocupado consigo mesmo? Não há nada que se possa fazer quanto a morte.

Poesia... http://joquielson.blogspot.com.br

Combustível da Vida

Estamos com fome,
Mas não vamos,
Comer bagaço de cana.
Estamos com sede,
Mas não vamos,
Beber óleo de mamona
E não venham empresários
Com eucaliptos aqui plantar
A prioridade de nosso povo
E agricultura orgânica e familiar.

Joquielson, Poeta Popular

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Quando alguém lhe disser: "eu quero ver você feliz!" tenha certeza de que você já se fudeu.

E depois de 2 meses, 8 dias, 9 horas e trinta e poucos minutos Marieta está finalmente de volta à minha tão ordinária vida. Economizei bastante dinheiro sem ela, seguramente andar de bike custa caro demais pra alguém que precisa se movimentar numa cidade como a nossa. É muuuuito mais barato andar de ônibus, sem dúvida. Troquei mais peças do que devia engabelado por alguém de confiança? Talvez, mas duvido... Coisas da vida. De minha vida apenas, talvez, mas ainda assim coisas que podem acontecer a qualquer animal.
Fiquei tão puto que perdi a vontade de pedalar essa noite e aproveitar a lua. "Se me animar, saio a pé!" Perdi o apetite enquanto Britany Marieta estava de "resguardo" e mais uma vez a desgraciosidade de tudo que me deixa tão enjoado que nem todo o conteúdo das latas do Solano Star seria capaz de me dar apetite depois de todas as sensações que eu experimentei. - Um mergulho na Purificação ia resolver meu problema. Não! Acho que um jatobá era mais fácil... seja como for agora eu entendo porque mesmo sem pedalar 2 meses meu peso não se alterou:  a energia que gastava pedalando gastei pra manter meu bom humor. Sem o pedal, algo que me daria prazer seria encher a cara todos os dias, mas eu ainda estava na abstinência. Ou fazendo outra coisa, que não necessariamente me dê algum prazer só pra me manter ocupado. É possível que eu me irrite com alguém, neste mundo imundo que não há como se evitar.
Pra eu não ter que pensar muito o telefone acabou me chamando para a Bicicletada em apoio a "Newton Júnior 50.400" (se eu votar, será nele). Saí então com minha bike, encontrei as pessoas, saí de perto delas, dei uma volta, voltei a procurar pela bicicletada que já tinha partido, encontrei outras pessoas e aí conversa vai, conversa vem acabou a noite. Percebi que o guidão de Marieta estava desalinhado, ou seja: mais trabalho para o dia seguinte. Aí vem a chuva e todas as coisas que podem transformar a promessa de um dia lindo em um inferno astral.
Por falta de atenção às nossas necessidades muitos de nós acabam sendo sufocados pelo sistema, pela matrix, por seja lá qual nome queira chamar. Eles estão dominando e vai chegar uma hora em que vamos achar normal. Eles irão. Eu, infelizmente, sou fruto de uma filosofia muito avessa a essa mentalidade. A mediocracia não faz parte dos meus planos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Blogger life 31 - Maldito hábito de ler

O fim de semana passado foi o mais aguardado por mim nos últimos 2 meses. Dia 22/09 era o dia em que eu retornaria à minha vida ciclística e social, visto que em julho desmontei Marieta e por azar (talvez) passei esse tempo quase todo com problemas de saúde. Nada grave, uma sinusite crônica e uma gripe de estação que me pegaram sucessivamente me deixando deprimido e desorientado. Não pude ver muitas pessoas que gostaria, não pude fazer muitas coisas que precisava e minha mente se perdeu em meio a milhões de divagações, neuras, teorias e incertezas. 
Mas aí chegou o grande dia, "Dia mundial sem carro". Não montei a bike por falta de saco... mentira. Não montei porque poucos dias antes da data marcada recebi a notícia de que meu mecânico havia morrido e isso afetou profundamente a minha vontade de montar novamente na bike, pois foi ele quem a havia desmontado e eu pretendia que o mesmo a montasse novamente, sua oficina era uma das mais próximas de minha casa, além de sua pessoa ser de uma simpatia contagiante. Felizmente era mentira. Ele teve apenas um piripaque, mas a sua oficina permanece fechada. Fiquei mais ainda deprimido às vésperas do grande dia e pensava em desaparecer da cidade por uns tempos, visto que minha permanência na metrópole enfraquece minha humanidade.
De todo jeito, não montei a bike e não fui pra canto algum, mas coisas boas sempre acontecem, mesmo quando a gente acha que não é importante, e acontecem em série. 

2 Gansos

O São Paulo acertou a contratação de Paulo Henrique Ganso, o Maestro do tetra (provavelmente), depois de uma novela chata como todas, mas ele é nosso, contundido, mas craque e tricolor.
No mesmo dia saí pra tentar resolver as pendências com a bike, era sexta e sábado eu tinha compromissos agendados há meses, além do "Dia Mundial Sem Carro", o "Dia Mundial Pelo Fim da Crueldade e Exploração Animal" e outros eventos ciclísticos convidativos, mas minha paciência não conseguiu entrar em acordo com minha pressa e eu decidi esperar mais um pouco pra montar a Marieta, também porque eu não estava a fim de comprar nada das peças que eu encontrei para o upgrade dela.
Chegando em casa recebo um recado do Ganso no facebook. Não o jogador, mas meu amigo louco que mora na Alemanha e está de férias.  Porto da Barra sábado de manhã, sem bike no dia sem carro, sem beber acompanhando um cachaceiro e seus amigos bebuns, sem companhia pra ganja. 
Acordei no sábado, peguei o Nietzsche ("além do bem e do mal", presente de uma amada amiga), e fui tomar meu busu no "dia sem carro". Na verdade eu nem queria pegar busu no dia sem carro, pra mim deveria sem o dia mundial sem motor, sem fumaça (de queima de petróleo) e sem preguiça, mas eu precisava ler e minha mania de ler no ônibus casava esplendidamente com uma ida e volta na Barra, o que me daria pelo menos 2 horas de uma leitura formidável. Engraçado como quando eu estou mais interessado em leraparecem as melhores distrações na viagem, mas eu estava decidido a me concentrar na leitura, afinal aquele alemão sacana do século XIX sabia como poucos abrir a mente das pessoas.
Já na praia, nem me animei pra dar um mergulho porque o sol tava naquela de ir e vir e eu ainda sentia o frio "diferente" do inverno que depois de um banho de mar ia ficar bem pior pra mim sem o astro rei. Não era só o frio, mas a sensação de frieza que me acaba. Ficamos na areia conversando, dentre outras coisas, sobre os meus celulares perdidos que e por causa disso nunca mais eu comprara ou desejara celulares ultra-modernos como o Iphone que meu amigo tirava até fotos debaixo d'água. "É, man! Pra mim basta ligar e ter um Mp3 pra ouvir na bike". O sol voltou a brilhar e eu fui dar um relaxante mergulho.

2 Vacilos

Aí saímos da praia e o plano era almoçar em São Joaquim. Andar de carona não é o mesmo que andar de carro, mas a idéia de entrar num veículo não me agradava, afinal era "o dia sem carro". Não disse nada a ninguém, mas fiquei meio assim... "se é pra ir, vamos nessa", pensei. Eram 3 carros para 9 pessoas, o que aumentava ainda mais meu sentimento de culpa por andar de carro no dia dedicado à sua ausência. 
No caminho, uma salva de palmas a uma beleza que estava parada em uma esquina, vestida com roupa de academia conversando com uma outra beldade não tão formidável e gostosa e quando o carro passou que eu olhei seu rosto era de uma garota que eu não via há uns 15 anos e aquilo me deixou tão alegre que até chegarmos em São Joaquim eu não conseguia parar de pensar nela.
Quando chegamos na feira, ao descer do veículo, procurei em vão pelo meu celular: olhei no banco, embaixo do banco, no chão do carro, sacudi a toalha na qual havia sentado a fim de não molhar o banco e foi nessa hora que eu tive um vislumbre do que deve ter acontecido. Enquanto estendia a toalha no banco, devo ter colocado o livro e o celular (que não estava no bolso porque meu short estava molhado) no teto do carro e saímos sem que eu me lembrasse de pegá-los para entrar. Ainda tentamos em vão ligar para o aparelho que deve ter se espatifado no asfalto. (Pior seria ficar sem o livro para ler na volta.)
Claro que eu fiquei muito puto, mas entrar num carro e perder um celular não poderia estragar um dia tão massa.
Depois do almoço  (moquecas variadas), um breve passeio pela feira, assistimos a uma luta de boxe, vimos a polícia chegar pra ver "colé de merma" da aglomeração e do ringue e caímos fora.

2 finos

Quando subi no busu pra voltar pra casa, fiquei ainda puto mais uma vez, por não ter nada para ler e além do mais estava sóbrio. Tinha 2 finos no bolso (os últimos do inverno), mas a melhor maconha que poderia existir naquele momento seria o Nietzsche, que tem a melhor lombra de todas, nesse meu tempo abstêmico. Quem não entende de fumaça acha que a maconha é uma droga que os criminosos usam antes de cometerem seus crimes, mas a verdade é: é a única droga que eu conheço capaz de levantar o astral de um cidadão em qualquer situação, mesmo em desilusão. O anseio pelo crime vem da personalidade de cada um, mas eu não posso acreditar na seriedade de alguém que fuma maconha e pensa em fazer besteira. Nem o álcool que te deixa vacilão, nem o ácido que te deixa retardado, seria tão bom pra me fazer relaxar depois de perder mais um celular (acho que é o vigésimo). A ignorância das pessoas caretas não é pior que á estupidez dos fumantes de tabaco, que gostam apenas da fumaça e não se importam com o "efeito da droga". Eu gosto de cannabis, gosto do poder que ela tem de me fazer pensar em coisas maravilhosas mesmo quando estou deprimido e Nietzsche age igualmente à droga, pois sua "filosofia do futuro" me faz ter uma imaginação e uma esperança que droga nenhuma é capaz de incutir.

Malditos carros!

Sempre a mesma chatice da vida sem celular: você precisa falar com alguém pra saber pr'onde vai ou alguém vai lhe procurar pra desprogramar qualquer prévia programação, e não vai rolar nada disso. Por sorte alguém te pega em casa. Parece até que nunca viveu-se sem celular. Pelo menos agora eu sei que preciso de um celular apenas com agenda e mp3 pra quando eu voltar a pedalar (como se eu já não soubesse disso antes). Imagina se eu perco um Iphone... outro dia um amigo trouxe um aqui que ele achou na rave, pelo menos foi perdido por alguém que estava "trilouco" e eu tava totalmente "de cara". A vida nem sempre é coerente e ás vezes é coerente até demais, desgraciosidade em sua plenitude.
Cheguei em Pericity e fui pra chácara de Praia Grande, pra ver "o Terreiro", encontrar com mais amigos para manter o astral lá, pairando. Perdi um pôr do sol, mas tive belas cores. Pra minha surpresa quem tocava era "a Planta" banda formada por integrantes do terreiro sem o vocalista,  que por problemas particulares não pôde se apresentar. O reggae rolou solto e minha mente relaxou.
Segunda-feira, fui cuidar das pequenas árvores. Fiz mais de trinta novas mudas e mudei quatro outras de 10 meses, apenas acerolas e murtas (que nascem aos montes aqui no jardim). Algumas de minhas plantinhas estarão florindo já no ano que vem, com fé em Jah. à noite um amigo ligou convidando pra um chá e perguntando se eu tinha perdido um pendrive. Estava em seu carro há vários dias e ele não sabia de quem era. Pelo menos uma boa notícia pra começar a semana...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Blogger life 30

Por onde começar? Salvar o Rio Paraguari? Salvar a Mata do Cobre? salvar a Mata Atlântica? Salvar o planeta? Mas quem me salva? Quem pode salvar minha pele dos ataques da esperteza alheia? Shakespeare, Hamlet, questionamentos angustiantes à sombra da morte. Pra que criara algo novo? Pra que criar algo belo? Pra que salvar algo que vale a pena ser visto? Pra que salvar alguém que não terá vida no futuro vindouro?
Decidi invadir a localidade que na minha infância era conhecida como "Norato", ontem eu estava angustiado, no passado a gente tinha que atravessar riachos e trecho de mata fechada, moitas assustadoras. Agora é quase tudo asfalto desde a "Cocheira" (saindo de Periperi pela Rua da Glória) até a entrada de Vista Alegre. Pra mim foi uma subida triste, pois lembro que no passado era impossível ver a estrada velha de Periperi, agora a gente quase pode pular nela de qualquer lugar da antiga favela. Mas encontrei uma nascente no meio da Nova Constituinte (favela urbanizada), fica bem na beira de uma trilha que leva até um dos pontos mais bonitos do Rio Paraguari, isso me animou bastante. Resta pouco verde e pouca vida, mas tem muita gente feliz vivendo lá e não é por estar mais próximo à natureza ou ao outrora magnífico rio. Pra fuder com a animação o trecho a que eu me referia como o mais belo está tão poluído que a corredeira fazia uma espuma de mais de um metro de altura, queria estar com a câmera, mas sinceramente não é uma imagem agradável.
Quem vê o "Canal do Paraguari" acredita que não passa de um grande esgoto a céu aberto, mas é só o fim de uma desgraça ambiental absurda. O rio não é grande, não é navegável e não desperta interesse econômico, mesmo se observando ainda a presença de pescado e de peixes de aquário. Sim, havia trechos do rio onde se podia encontrar espadas, platis e lebistes quando eu era ainda um garoto e ia com meus amigos coletar peixes para os nossos aquários. Ainda creio existirem traíras, piabas e tilápias, mas jacarés, porcos do mato, preás, coelhos e outros animais silvestres certamente viraram lenda. Essa memória me martiriza e faz ver como eu sou pequeno e fraco.
E mais uma vez seremos obrigados a depositar nossa fé nas urnas, em homens que não conhecem a cidade, que não se importam com a vida e que não estão interessados em devolver ao planeta o seu equilíbrio. Tudo o que se pensa é no homem e sua economia formal ou informal, imoral.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A felicidade dos infecundos

Havia um tempo em que o homem não tinha valor, era rebanho; apenas alguns animais sobrevivendo na inóspita porção de terra que lhe era reservada. Mas esse tempo passou e as relações entre os homens se transformou em muitas épocas, mudanças estas que ainda persistem em algumas mentes “inevolutivas”, ou seja, a mente dos “infecundos”.

Alguns homens ainda tomam por loucura quando um descontrolado assassina algumas pessoas, seja com armas de fogo, bombas, automóveis, machados, mas isso não tem na verdade nada de louco é um prolongamento de sua ilusão espacial. Algumas pessoas não sabem mesmo onde vivem e como são seus concidadãos, isso é um mal que cresce e pode nunca ter controle nos tornando nossos próprios escravos cada dia mais explorados e mais desvalorizados. Alguns homens acham que ser cretino é uma regra em alguma sociedade ou religião secreta que privilegia o cretino, e posso até jurar que existiu um tempo em que isso podia ser real, mas os dias passam para o bem e para o mal.

Alguns homens vivem de roubar as ideias de alguém, ou de se aproveitar das fraquezas de alguém, ou de qualquer coisa de outrem que possa lhe ser explorada, esses são os infecundos de personalidade. Alguns homens vivem de atazanar o espírito de alguém, só estão realmente felizes quando alguém próximo está em desgraça, é o seu alimento. Não se pode realmente julgar a esses homens, eles são frutos de anos de uma escola doentia e excludente. O homem é o verdadeiro pai de toda moral e, consequentemente, de toda degradação moral existente. A formiga que devora o pássaro morto não é a mesma formiga que o pássaro comera viva antes. Mas os cegos de magnitude e benevolência jamais creem nas ironias. Escondem algo de maléfico e acreditam que ninguém vê.

Chegará um tempo em que os olhos se fixarão através da superfície e bastará piscá-los para que tudo se modifique. Talvez, mesmo nesse tempo, desperte uma criança e ela seja criada em uma outra fantasia, e cresça como os infectos infecundos de hoje. Não acredito que algo possa sobreviver em meio a tanto... não sei como não se pensar no novo, no que virá, no que vem... crer ou não crer, eis a questão.

Não é pra falar de santidade nem de religião, nem mesmo de moral nem de preconceitos, até mesmo os evangélicos tem seus demônios, imagina os ateus e todas as outras seitas quantos não tem. Isso não é uma loucura é um des-conhecimento propagado geração após geração entre os de nossa espécie.

Podem até dizer que eu estou por fora, ou que estou inventando moda, mas lá atrás alguém já dizia que o novo sempre vem e eu estou velho demais pra duvidar disso. Eu ainda prefiro a segurança de um mundo onde eu tenha bebidas, drogas e prostitutas, mas isso não é o bastante, nem é a realidade vigente.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Blogger Life 29

Eu queria saber pra que porra o homem gastou tanto conhecimento até chegar ao controle remoto, se as tvs, que são as grandes aproveitadoras da invenção, só tem programas inúteis. "- Que maçada!" Passei quase o mês de julho e agosto inteiros em casa gastando o controle remoto entre olimpíadas, futebol, filmes. Quando cansava, ia pro facebook, de lá cansava e ia escrever besteira em algum lugar, mas eu não gosto de escrever quando estou assim doente. Tudo acaba indo para o espaço em branco e se mistura com tudo o que eu quero transmitir. Aí acabo por transmitir só doença. Nem isso? Nada sai certo; enfim quando cansava de qualquer coisa pegava o controle remoto para mudar de mesmice. 
Podemos usar o conhecimento para algo melhor, mas tudo nos leva de volta ao que é básico. Uma porra de uma base que evolui numa velocidade...
A garganta me dói... várias coisas. Semana que vem tenho que colocar Marieta pra rodar... várias coisas semana que vem. 
Essa semana eu ainda tenho que mudar minhas plantas de vaso, mas eu já adiei tanto isso... o jardim nunca ficou pronto... preciso de flores. Várias coisas...
Semana passada fui no show da nova banda do baterista do Honkers: Dezo e os Dementes, Irish do Rio Vermelho que eu ainda não conhecia. Acho que é o melhor "Dubliners" que eu fui: maior, mais espaço pra sinuca. Ruim é ir a esse lugares sem beber, porque o ambiente é convidativo a um porre daqueles> No mais é aquela coisa de Rio vermelho e dos pub's: cervejas caras e banheiros ocupados. 
- Ah o show! 
Sim! Uma banda que vale a pena o sacrifício de sair de casa em mais uma noite chuvosa dessa cidade imunda. 
O Rio Vermelho é foda! Difícil não ir lá e encontrar alguém querido. Encontrar de surpresa e ainda em quantidade é melhor ainda, pena que o tempo não é mais nosso amigo e nos deixa agora com vontade de nos dividirmos a fim de poder estar com todos ao mesmo tempo. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Cem anos sem xingação

Por mais que eu me esforce, não é possível não xingar a alguém ou proferir algum palavrão pela falta de outra expressão que venha a preencher o espaço que se abre frente alguma situação estúpida ou mesmo corriqueira de meu dia-a-dia. Não é o gosto pela palavra suja, é apenas um caminho mais curto para a paz, infelizmente nem sempre há paz.
O palavrão chega aqui como uma materialização verbal de algo indizível, é como um sentimento, embora não tão claro e direto, como um desabafo sem qualquer enfado. Mas é enfadonho deveras tentar não xingar, é cansativo e não traz recompensa alguma.
Fingir uma educação e polidez que os interlocutores também não tem e que mesmo que não seja deselegante, seja rude, selvagem pela simples palavra, algo repulsivo e intolerável.
Mais do que isso eu queria que ninguém se hostilizasse, mas sei que isso é muito mais complicado porque não sabemos como não nos iludir com a vitória, sucesso ou bem-aventurança sobre outro cidadão, ou animal, ou condição. Somos crentes na superioridade de nossa espécie, mas tentamos ser superiores entre nós mesmos. Não somos superiores em nada sem nossos instrumentos de persuasão, sem nossas máquinas de destruição e sem nosso infinito poder de criar coisas desagradáveis. Quanto maior for a fortuna nessas questões, também mais cruel, mais desarmônico será seu mantenedor. Queria muito parar de xingar, mas seria preciso criar um outro planeta, que não tenha tido origem no caos e sim na união harmônica de energias grandiosamente benevolentes, fenomenais, superlativas.
A gente consegue substituir as palavras, mas não tem como trocar o sentimento. Mesmo sem uma exposição desnecessária, mesmo sem o sentir, mesmo sem saber que ele lá está, está lá ele, o xingamento na sua forma mais primitiva.
É diferente quando se trata de pensar em coisas sujas, essas também estão inseridas em nós subconscientemente, mas nem sempre queremos a paz neste caso. É o gosto pelo que é imundo que nos faz ficar escravos de drogas, de sexo, de dinheiro, sobrevivência a todo custo. Tudo isso é agregado a um pensamento: o desejo à imundície; e o Xingamento, que nada tem de imundo em seu princípio, surge mais uma vez como o único e grande vilão na escravidão do pensamento vil.
Não é fácil. Se equilibrar não é fácil. Manter o equilíbrio, ter controle, manter o controle, suportar o impacto, rebater sem dano, permanecer aquém a tudo o mais que os maus já dominam e ser ainda mais controlado e equilibrado, não, não é fácil nem com a graça do divino espírito santo. Blasfêmia?! Talvez.
Poderia viver mais cem anos sem dar um palavrão, mas não consigo um segundo pensando em tudo o que eu não pude mudar, não quis aceitar, não consigo tranformar, nem a fome, nem os maus tratos, nem a mesquinhez, nem todo o rancor despejado diariamente em nossos olhos, em nossos ouvidos e às vezes em nossas almas. Calar, xingar, que diferença faz? Que diferença faria? Não estou falando de morte e sim de continuidade, porque além dela nada mais é real, pois todo fim é um novo início e tudo prossegue. Vamos em frente!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Blogger life 28

Engraçado é que ontem a noite eu tinha me decidido a ficar em casa, pois não esperava que nada fosse me fazer me sentir realmente bem. É esse período sem sair de casa, sem bike, sem trabalho, sem namorada, cheio de inspiração e sem nada pra inspirar; é uma péssima sensação, me sinto mais que um doente, um inútil, como seu eu fosse ainda mais desagradável do que realmente sou. Não acredito que alguém que se sinta assim possa realmente ter algum sucesso, mas meu otimismo é surpreendente, só não é mais surpreendente do que minha sorte. Talvez não seja sorte, enfim, mas quando eu não me sinto bem e faço um esforço para melhorar sempre acabo recompensado, sempre recomendo isso a meus amigos e tento lhes livrar do baixo-astral, mas quando assunto sou eu mesmo, um completo fracasso se revela, a simples incapacidade de enxergar além do que se vê.
Advinha? Se fosse nos bons tempos eu enchia a cara de cachaça e ficava tudo bem, mas aí eu provavelmente não ia dar de cara com alguém que só em pensar eu fico alegre, e depois  mais um monte de gente bacana, e poder trocar aquela ideia xeque com a barreira da balada, do rap, do ragga, Da Ganja tava lá, Paulo Emílio foi comigo, Fall, Alex, Gabi, Rosalba, Manu Maia que linda! Se eu tivesse ficado em casa não ia poder sorrir com essa gente toda.
Aí, sabe aquela garota que você sempre quer encontrar "soltinha por aí" e pensa em um monte de coisa pra falar pra ela sem parecer babaca, imbecil ou otário, fora o medo de gaguejar, babar ou cuspir, falar alto demais, estar com bafo, parecer maníaco. Quando encontramos garotas assim essas coisas todas passam pela nossa cabeça. Talvez somente pela minha, mas como é que eu vou saber? Sei que ainda me sentia péssimo, e parecer atraente/interessante nunca foi meu melhor truque. Mas sabe aquele negócio da sorte? Ela não só tava "soltinha", como também estava inacreditavelmente linda. O que é que eu ia falar pra ela?
Queria que o inverno acabasse logo, mas sei que até mesmo esse ódio pelo frio é mal de solidão. Fato. Com a mulher certa eu ia querer ficar de cama o dia inteiro, só no chazinho e no carinho, no friozinho...
Tem horas que eu mesmo acho que sem beber estou mais puta. Quando é que eu ia perder uma chance de falar com uma gracinha seja a merda que for? Perguntar se ela caiu do céu, se vai chover amanhã, se ela quer casar comigo? Bêbado eu sempre perguntava a coisa errada, mas não me aputava. (Parei de beber porque mesmo?) Pra eu ser mais covarde só faltava ela vir sambando e sorrindo em minha direção, e ela bem que veio, mas o som era outro e o sorriso não era pra mim, mas como ela estava linda dançando... deu vontade de fazer uma canção pra ela dançar só pra mim, mas eu sou tão egoísta... todas as canções de amor são idiotas. 
Salvador é realmente um lugar especial. Não existe cidade como essa.
Eu não posso acreditar num deus que não saiba dançar.

domingo, 2 de setembro de 2012

A Culpa do Morto Inocente

A primeira vez que te vi
não tive culpa
O amor me cegou e me fez de tolo
Quando te vi sorrir pela primeira vez
não tive culpa
O amor me invadiu e me fez de bobo
Quando pela primeira vez senti o toque de suas mãos
não tive culpa
O amor me desfaleceu
Desde então eu tento explicar
Mas defuntos não podem falar
Tudo o que um morto pode fazer é ser lembrado
pelo amor que dedicou
pelos erros que cometeu
pela primeira vez que se viu
pela última vez que se ouviu
Morri sendo culpado
Vivi sem culpa de nada

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Blogger life 27


A vontade de encarar a cidade só existe porque a necessidade de se estar feliz existe .
A felicidade não está em casa, não está nas ruas. Mas como assim?
Estar em casa, estar fora, estar em paz, estar em conflito não cabem no mesmo verso, é vero. Mas cabem na mesma ideia e as idéias não cessam...
Talvez eu me lembre desse tempo perdido, parado, mais do que dos tempos sem descanso, quem sabe? O que eu sei é que minha mente nunca para, meus pensamentos não me abandonam ainda que os médicos digam que as drogas me fazem perder a memória, os neurônios, a vontade de viver... nem sempre eles são mentirosos, nem sempre sabem de tudo, nem sempre são incompetentes como é capaz todo ser que se diz ciente.
Vejo a neve em meus sonhos, em meus filmes, mas não há nada que me atraia no frio, no branco e no brilho ofuscante. Talvez no sol, nas cores do meu time de coração na pele que não tem cor nem credo. O frio não precisa dela, a neve, nem eu.
Quando o corpo está em frangalhos não tem como a mente se alinhar e tentar pode enfraquecer o que não é indestrutível. Se o equilíbrio voa longe, a paz não governa nem reina. Mas a paz não precisa de nada demais.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Blogger life 26

Eu sei que ninguém gosta de ficar doente, e sei que ninguém é obrigado a ficar aguentando o aborrecimento e o enfado que é, mesmo com uma conversa amena ou com uma música bacana tocando bem alta, agradar o enfermo, este trata de achar aborrecimento, em meio à qualquer beleza, em meio a qualquer situação esplêndida. Isso é um problema com a "reentrada no planeta": sempre que a energia corpórea (física) fica em baixa (doenças, cansaço, transtornos psicóticos), o espírito, alma, ou consciência, seja lá como queiram chamar, sofre um desgaste causando alguns curto-circuitos que se não controlados podem via a se tornar sérios, novos transtornos. Mas não é pra falar disso que eu estou escrevendo (ou será que era?).
Queria falar de Vinícius de Morais que fez a sua poesia ter seu lugar nos corações. Estava escutando mais deliciosamente "Samba em prelúdio" na versão de Esperanza "my Love" Spalding e mesmo naquele sotaque gringa suas palavras assumem toda a beleza colossal de sua poesia. Fora que ainda tem a delicadeza da execução do contrabaixo, as pausas o re-arranjo aparentemente inocente é fenomenal, benevolente, superlativo... um re-arranjo poético deveria ter: "saudade que vai, saudade que vem... sem você, não amor, sou eu meu ninguém" mas quem sou eu pra poetizar com Vinícius, ou mesmo pra baixarolar com Esperanza, eu só entendo um pouco de saudade.

"Senão é como amar uma mulher só linda
E daí?
Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão"

Falar que Vinícius era foda é como cagar arriba do tole... deixa, Vinícius devia ser uma puta como todos os cachaceiros que eu conheço.

Desde sei lá quando, sempre que eu saio vou pelo Rio Paraguari  para pensar numa forma de salvar o rio de seu trágico destino de ser coberto pelo concreto. E todos os peixes? E os patos e outras aves que faziam rotas migratórias no seu vale? Como ficarão os as famílias lambaris, traíras e tilápias que ainda nadam em suas águas? Essa semana eu pude ver que pelo menos as tilápias ainda existem e haviam várias tentando subir novamente o rio, a fim de escapar da água salgada da baía de todos os santos (ou talvez do esgoto), e o céu estava anunciando mais chuva para logo. Pena que o lugar em que elas estavam era a parte onde o rio está mais poluído bem meio do esgoto. Esse mesmo peixe poderia alimentar várias famílias, mas ninguém o pesca porque com tanto lixo que todos jogam no rio seria mortal comê-los.
Às vezes eu pareço aborrecido, mas é só a aparência, é porque eu sou feio, não gosto de falar, gosto menos ainda de repetir, não gosto de coooooonveeeeeersar no telefone, nem com Esperanza Spalding (se ela me ligasse), não gosto de não ter respostas, gosto de perguntas claras, não leio mentes, quando eu digo não eu quero dizer não e quando eu digo sim é um problema meu, quando eu digo que não gosto posso estar errado, mas quando eu digo que amo... talvez eu seja um pouco impaciente, afinal não sou alienígena e também tenho meus defeitos, mas nem por um minuto em minha vida eu vou desejar algum sofrimento a alguém que por disventura eu venha a odiar: que todos os meus desafetos tenham uma morte rápida, descanso e silêncio eterno.
A televisão está um lixo cada vez pior.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pela grandeza da igualdade!


Me lembro uma vez em 1987, indo pro colégio de trem, vi uma criança pequena brincando de atirar flechas no monstro de metal com seu arco de brinquedo. Estudava no Luis Tarquínio, pegava o trem até a Calçada e ia a pé o resto do caminho. Podia até pegar o busu direto, mas sabe quando se faz amizade nos transportes? (Nos horários certos tem aquela galera) A barca em Plataforma era uma opção e pegar outro busu na calçada também, visto que era mais vazio e me deixava na porta da escola, mas eu gostava de andar e pegando apenas o trem me sobrava dinheiro pra ir ao cinema, que era então me melhor passatempo depois de conhecer a cidade e as pessoas.
Anos seguidos e muitas escolas sucedidas eu sempre dizia que era de Periperi e os "bullyneiros" ficavam sempre pentelhando chamando de  "terra de índio" e blá blá blá, até professores brincavam com seus alunos que moravam em locais tão afastados ou tão pobres quanto o subúrbio e não lembro uma vez se quer de alguém ter sido ameaçado com armas, faça, agressões, ou se tem notícia de alguma chacina como em Columbine. Faltou pouco? Vocês precisavam ver como alguns professores ensinavam em alguns colégios, o que eles diziam para as meninas negras de cabelo "ruim", para os ralados que moravam longe e chegavam com os pés sujos de lama, etc. Isso pode ter mais de 20 anos, mas alguns desses continuam ensinando e fazem até greve por melhores condições. Aliás foi um dos meus maiores problemas com o vestibular, eu não queria ter um diploma e me tornar um imbecil.
"Pela grandeza da igualdade!" eu estive sempre ao largo dessa conversa porque conheço bem onde vivo, conheço os habitantes do meu pequeno mundo. Mesmo nos lugares onde eu não aconselho ninguém ir vou e volto sem nada me ferir. Sei que nem todas as pessoas estão dispostas a encarar certas dificuldades, mas quem nunca foi cego sabe o valor de tudo o que vê e por isso eu prefiro as viagens demoradas. Talvez seja a saudade de meus tempos de colégio. Naquele tempo eu adorava andar de ônibus, porque adorava olhar a cidade, às vezes, quando aparecia uma linha nova, fazia uma viagem completa só pra conhecer. Isso era bem útil pois no meio das conversas no intervalo sempre se descobria alguma coisa na nova rota, ou passava próximo a casa de alguém. 
Hoje tudo é muito mais fácil, temos o "google street view", wikipédia, GPS, celulares inteligentes... quando encontro alguém de há muito tempo que me pergunta se ainda moro em Periperi e respondo que sim com um sorriso, e me perguntame eu casei e respondo que não com uma risada, e perguntam se eu tenho filhos e mais uma vez minha resposta é não, pensam que estou morto. Aí voltam a falar de Periperi e suas histórias macabras que nunca existiram, mas só aconteciam aqui. É sério que em 2012 ainda tem gente que pensa que existem índios na suburbana?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Poesia Invernal

Inverno...
Ah! inverno...
Doce inverno
Se fosse amargo?

Inferno...
Ah! inferno...
Quente inferno
Se fosse frio?

Tristeza...
Se fosse doce...
Se fosse quente...

e essas formigas aladas que não param de aparecer?





(Composta e publicada no facebook)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Blogger life 25

Praticamente todo o mês de agosto eu estive adoentado, ora sinusite, agora gripe, depois o que será?  O mês já se vai. Eu fico me perguntando se comigo as coisas acontecem diferente das outras pessoas, se quando estão doentes (físicamente) a porta de entrada para os problemas psicológicos se escancara e aí vem o medo, a depressão, o desejo de morte, essas coisas que normalmente desprezo, será que é assim com todo mundo?
Meus planos para o inverno estão indo pro inferno. Não gravei disco algum (ainda), não escrevi 1/3 das linhas que gostaria de ter escrito, não descansei nem me alimentei de forma mais adequada a fim de recuperar o peso do tempo antes da vida ciclística. Aliás a partir deste ano não existe mais para mim pedais de inverno, porque com as chuvas as vias ficam extremamente perigosas para os ciclistas que ao tentar desviar dos inúmeros buracos que surgem no período podem ser atropelados, ou atropelar alguém, ou cair. Não é seguro pra mim que tenho que pedalar pelo menos 30 km nessas vias horrendas se quiser estar no centro.
Pelo menos rolou um sonzinho esse mês, foi na quarta passada no estúdio 2 tone na despedida de Rodrigo Gagliano. ia ser no Rio Vermelho, mas com a chuva acabou sendo no estúdio. Cheguei na hora que Léo (Honkers) se arrumava pra ir embora porque dizia que não havia condições de tocar no estúdio quente e apertado. (Otário!) O som rolou em altas doses de ska e rock'n'roll depois que a Charlie Chaplin colocou o vizinho pra se estressar. Eu, Brust, Rodrigo Doidinho e Morotó Slim, sim o velho Morotó, servimos de banda base para Sputter e quem mais quisesse entoar clássicos do rock e do folk no microfone, depois foi a vez do outro doidinho assumir a guitarra de Morotó e o ska passou a imperar. Tivemos a participação de Fabão no baixo e de Trippa na bateria nessa que foi a noite de rock mais esplêndida deste inverno infernal. Pena que foi para poucos corajosos que se aventuraram a enfrentar a tempestade. Pior para mim que estava ainda me recuperando da sinusite e tive a infelicidade de deixar minha câmera cair no chão pra nunca mais funcionar. Ainda vou levá-la á assistência, mas pelo visto vou me lascar, pois é lá em Sampa. Essas coisas me fazem crer que sou azarado.
Dia desses fui baculejado por pivetes armados, felizmente alguém me reconheceu por andar na CDP e me liberaram. Dias depois encontraram o corpo de uma jovem na fazendinha e na semana passada uma outra jovem foi morta a pedradas na entrada da favela. Os cretinos de plantão acham que o tráfico de drogas é o único culpado pela violência urbana e ao invés de combaterem os criminosos ficam perseguindo os maconheiros, mas eu não vou falar sobre isso hoje.
Ontem fui visitar um amigo e enquanto admirávamos o enorme Pé de Manga de sua propriedade uma fruta caiu, fui recolher e enquanto pegava ouvi o barulho de mais uma manga caindo, saí correndo pra não cair em minha cabeça e não é que a danada caiu exatamente no mesmo lugar da outra. isso é sorte, não é? Acho que já é hora.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Entenda o pensam de você

Sabe o que é enfadonho? É explicar as pessoas que o que elas pensam de você é o que elas pensam e não o que você é. As pessoas tiram conclusões de coisas que ouvem a seu respeito e daí criam um personagem que é como seu alter-ego. É bem difícil convencer a algumas pessoas que você não é o que elas pensam e muitas vezes é a maior perda de tempo, pois elas não estão interessadas em saber quem é o verdadeiro você, querem poder te criticar, te zoar e ter a certeza de que você não é a melhor pessoa do mundo.

Blogger life 24 - Viadagem e preconceito


Esse papo de viadagem não é minha especialidade, mas gosto das questões abrangentes. A gente pode falar de mulher, pode falar putaria, mas a viadagem é uma porra...(tsc) É tanta merda em cada cabeça, que tudo acaba, o mundo acaba, “Fróide”, “Níti”, jovem, pica, boca, cu, buceta, flores... a única coisa que jamais se acabará é a estupidez. “A estupidez fode tudo.”

Ah! sim, blogger life 24...

Isso mesmo..., a viadagem persegue o homem, pois somente o homem pode se metamorfosear em viado porque gosta. Embora eu conheça também algumas "viadas", estas são um caso à parte, a desgraça do homem tem um jeito de ser viado que nada no mundo animal é similar, creio eu.
...e eu pensando que sem beber estaria livre dos bares cheios de afetação dessa cidade imunda. Mas “quem tem amigo não se governa” já dizia Doutor Barrigão  lá nos velhos tempos de que quem busca a felicidade tem que ir à luta, às vezes para em lugares estranhos, ás vezes tem que disputar com mulheres a delicada flor, o que é desleal, creio eu. Não há como um homem vencer a graça, delicadeza e a beleza feminina, ainda mais um cara tosco e bruto como eu... enfim.
: entro no bar e um cara quer saber quanto eu calço, outro quer sentar em meu colo, outro me beija a face, parece que não há como escapar, mas eu consigo, sou paciente e sempre sincero, às vezes demais, sou imprevisível, bipolar talvez, neurótico quem sabe. Sou apenas eu contra um mundo de viadagem e preconceito. Creio eu! Homem é chato. Bêbados, que falam pegando em você, gritando em seu ouvido, lhe cuspindo e sendo inconveniente... isso é uma desnecessária exibição de idiotia... 
Já as garotas... 
as mulheres são formidáveis mesmo quando se fazem de idiotas, vagabundas, ou interesseiras, são lindas. E bêbadas então? Não sei como indivíduos que se dizem masculinos são capazes de fazer mal a criaturas tão fenomenais. Não lhes ter cuidado, zelo, carinho, pode, e vai, trazer apenas a desgraça ao infeliz, isso é fato. Mas também entendo que tem gente bem desgraciosa independente do sexo, orientação sexual, viadagem.
Existem mulheres bem desgraciosas, essas a gente pode simplesmente deixar de lado. Você perder o tesão por uma mulher também acontece entre os não viados, não importa o quão seja “gostosa”. Tem gente que curte sexo a qualquer preço, mas, desculpe a “desgraceza” e ordinariedade: “eu não achei meu pau na rua”. Tenho a obrigação, mas acho que elas também tem que fazer por merecer, porque “eu não achei meu pau na rua” não existe homem como eu de bobeira por aí. Não um tão estúpido. 
Temos que nos contentar com o que a vida nos oferece, né? Tá bom, eu sei, mas para por aí. As mulheres reclamam do domínio masculino na sociedade, mas esperam sempre que façam tudo e um pouco mais, sendo elas apenas o prêmio. Dirija, pague a conta, abra a porta, seja engraçado, seja carinhoso, seja vigoroso, tire a roupa (de ambos), chupe, beije, bata... enquanto todas as pressões do mundo estão sobre nós. Azar de quem deixa o tesão passar... mais azar ainda daqueles que deixam o tesão subir pra cabeça.
Não vejo absurdo na homossexualidade, principalmente a feminina, sem preconceito. Cada um tem o direito de ser como é e nada nem ninguém pode reprimir isso. Freud, Jung, Nietzsche passariam o inverno discutindo... O tempo é que é o senhor do universo, e do tempo, e do jegue de Luiz Gonzaga, que Deus o tenha.
Falando em preconceito... 
um dia desse serei uma aberração, né? Daqui a pouco todo mundo terá pelo menos duas opções sexuais e já me chamaram de retrógrado por não gostar de algumas coisas bem estranhas... também estive em lugares onde minha masculinidade não era bem-vinda ainda que lá ninguém tivesse interesse sexual ninguém. O mundo é doentio. Me tomam por machista, por sexista, por cretino por gostar só de mulher, mas eu ainda não conheço, nem mesmo entre os meus amigos homossexuais, viados e trangêneres alguém que não sinta algum prazer em criticar uma vida sexual dita normal. Eu achava que era pessoal, mas as pessoas acham que isso importa e fingem se importar.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Por uma vida menos doentia...

Eu não quero um mundo livre de drogas. Quero um mundo sem "terroristas", "erroristas", sem essas pessoas que tem no medo a arma para subjugar às outras. Quero o mundo onde as pessoas se preocupam com o bem estar do próximo, se ele tem o suficiente para sobreviver e se manter produtivo. Quero um mundo livre! O mundo livre é lindo!
Desde quando neste país se considera a necessidade de uma minoria?
As mulheres continuam morrendo nos abortos clandestinos;
As mulheres também continuam sendo espancadas todos os dias, e violentadas e vilimpendiadas;
Ninguém acha nada estranho na "machesa" da sociedade, falando em atenção de mídia em campanhas mundiais;
O jeitinho brasileiro ainda é a lei e ninguém considera que a corrupção é uma doença;
Os jovens continuam sendo massacrados por uma necessidade irreal de se sentir aceito, incluso no mundo do consumo, e muitos não sabem sequer se vivem, o que podem fazer de realmente bom e útil, e de se tornarem pessoas melhores, talvez, e deppressa, com certeza, e ninguém vê perigo nenhum nisso;
O álcool, o tabaco, o açúcar, continuam matando indistintamente e não vejo nenhum debate sobre isso. Eles matam mais que o tráfico de de qualquer droga.
A não ser nas mãos da polícia e de outras causas alheias ao "vício", a maconha não mata ninguém. A falta dela é que deveria constituir crime, pois está sendo velada a possibilidade de uma qualidade melhor de vida, mais digna, digamos assim. Os governos devem fornecer aos seus cidadãos condições decentes de sobrevivência e uma  planta, animal, ou invenção capaz de tornar a vida do sujeito mais "fácil" ou suportável, mais produtiva, não pode ser um produto ilegal ou inacessível, isso constitui-se uma violação aos direitos humanos.
Porque é que nós usamos o algodão se a fibra da maconha é mais resistente, mais manipulável e, sendo liberado o seu plantio para fins industriais, seria também mais barato comparado ao próprio algodão?
Eu estou cansado de fingir que não penso que um cara que é contra a legalização da maconha é um assassino, um irracional. Não sei se é ausência de amor ao próximo, mas com certeza não é humanidade. É como se de repente todos os maconheiros fosse sair pelas ruas baforando seus barrunfos na cara dos transeuntes. Como podem preferir que os usuários, jovens ou não, fiquem reféns de bocas-de-fumo e de pseudo-criminosos do tráfico? Qual a vantagem moral nisso? Qual a desculpa sanitária pra isso? É só pra não ver alguém "de boa"?
Então os alcoólatras não se tornam imbecis depois de algumas doses? Então os alcoólatras não tem que esperar final do expediente para encher a cara? Então nas bulas dos inofensivos remédios farmacêuticos não há alertas sobre danos causado pelo uso excessivo ou incorreto? Então uma pessoa que fez radioterapia, quimioterapia não poderia ter tido um melhor restabelecimento com maconha? Então o  cérebro humano não possui "neuroreceptores de canabinóides"? Então por que a pessoa que fuma é doente ou criminoso? Para, porra!

NINGUÉM MORRE POR CONSUMIR MACONHA!
NINGUÉM SAI SEM CONDIÇÕES DE DIRIGIR DEPOIS DE FUMAR  MACONHA!
NINGUÉM FUMA MACONHA NA INTENÇÃO DE ESPANCAR A ESPOSA, OU OS FILHOS, OU O VIZINHO, OU O CACHORRO...
NINGUÉM FUMA MACONHA E VIRA ESTUPRADOR
NINGUÉM FUMA MACONHA E FICA RETARDADO

...Mas a elite apavorada, os puristas, os moralistas e os canalhas preferem que seus filhos virem traficantes de uma planta que só é proibida no Brasil (e em boa parte do mundo) porque o bem-intencionado Governo Americano resolveu declarar guerra, para que suas safras de algodão, de uísque, de transgênicos continuassem supervalorizadas. Eles também preferem o imposto pago pelas indústrias de birita e cigarro (se o cara planta em casa ele não paga imposto). Será que o bem da população entrou em debate? Sabe o que é bom lá? Todo mundo pode ter armas, mas fumar maconha não. O slogan deles é: "Não fume Cannabis! relaxe atirando em alguém!"
A maconha pode substituir vários produtos, mas não se pode pedir que se deixe de investir em pesquisa e desenvolvimento de novos materiais tão baratos e economicamente viáveis para o nosso país e para a humanidade. Isso seria lesar a pátria. Uma grande lesão já é não aproveitar as ótimas condições climáticas para o cultivo de cannabis da região NE, mas, ao invés disso, os governos esperam que esse povo infeliz desapareça de uma vez. Isso é absurdo, é doentio.

Tem gente dando depoimento na tv dizendo que a liberação iria fazer os jovens consumirem mais, mas em Portugal não aconteceu isso e na Argentina, que eu saiba, também não, então só no Brasil é que isso vai ser verdade? Eu sei que o nível da nossa educação é  inferior ao desses países, mas o nosso povo é único e o mundo todo sabe disso. Ninguém se respeita e se tolera tanto quanto o brasileiro, mesmo num território tão imenso como o nosso, somos solidários.

O ser humano é capaz de lidar com as drogas sem nenhum tipo de censura, mas a sociedade precisa dos degenerados, dos criminosos, como precisa do dinheiro, do luxo e enquanto essa mentalidade persistir seguiremos rumo ao fracasso como civilização.
Assim como álcool e o tabaco, a maconha também tem suas regras. Ninguém vai trabalhar doidão, ou fumar no trabalho, assim como não se pode beber ou fumar tabaco em certos lugares hoje em dia.
Crianças não podem fumar o cânhamo assim como não podem beber, ou usar outras drogas, porque o seu corpo em formação pode sofrer danos e alguns "danos" podem existir causado pelo consumo excessivo até de água.
É ridículo o cidadão não poder, em sua casa, relaxar fumando um fininho, assim como pode tomar seu uísque, apenas para poder dormir mais leve depois de um dia cansativo.
É ridículo chamar um cidadão produtivo, responsável, pagador de seus impostos, pai, mãe, avô, avó de alguém de marginal, encaminhando a uma delegacia, ou lhe dando um sermão, por fazer uso de uma planta que não é um veneno, nem causa dependência, nem traz nenhum malefício. Acho que é hora de parar com essas mentiras.
Se temos 1,3 milhão de usuários declarados precisaríamos de 1,3 milhão de pés de maconha por mês. Cada um planta a sua e ninguém vira estatística de uma guerra urbana IRRACIONAL. Quem não puder plantar se junta com alguém, faz uma cooperativa, mobiliza o bairro, mobiliza o município. Só não dá mais pra ficar nas mãos da polícia e dos criminosos, pois esses não são amigos de ninguém querem apenas ver a coisa toda pegar fogo para que eles possam brincar de tiro.
A guerra contra as drogas não é uma guerra anti-degradação moral. Se eles estivessem preocupados com isso não deixariam milhões morrerem de fome enquanto safras são jogadas no lixo por falta de competitividade de mercado.
Se os governos estivessem realmente preocupados com a qualidade de vida das pessoas não as imporia metas irreais de produção. Estamos nos desenvolvendo rápido em tecnologia, mas a filosofia e os assuntos ligados à mente e ao comportamento humano ficaram estagnados no meio do século passado. Talvez por causa das guerras, talvez por causa do próprio crescimento demográfico acelerado parou-se de pensar.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Blogger Life 23

Apenas para constar: é um saco escrever sem inspiração. É como um concerto para uma platéia de surdos. Posso me fazer entender e posso parecer bem grave em meu tom, mas não há como obter resposta. Não se pode beber o conteúdo. Eu não consigo poetizar.

Estava me sentindo desprezado, desbundado, sem nem uma banda, mas agora parece que eu tenho uma bunda, pois tenho duas bandas produzindo algo novo para este mundo doentio. A inspiração que me falta em alguns lugares me encontra em outros sempre de boa vontade. É uma forma do universo me manter animado, vai trocando a energia criativa de lugar para que nada fique ocioso... enquanto ia para uma gravação recebi um sms que me fez pensar que o amor vale a pena. É ótimo quando é alguém lembra de você com amor, te ajuda a  manter a fé na humanidade.

Depois de uma semana fudido com sinusite eu começo a me animar a ir a rua, mas nada de me esbaldar: Gerônimo, um sambinha fundo de quintal, um rockzinho com os camaradas... hoje tem Honkers na despedida de Rodrigo (doidinho) Gagliano, ao que parece vai ser no estúdio 2Tone, na graça, do lado do boteco da graça.
Dia 24/08 vai rolar um som também na oficina de investigação musical de Bira Reis (Kizumba) no Pelourinho (fica ao lado do Hotel Pelourinho) vai rolar som percussivo e eu vou meter meu baixo lá no meio pra tumultuar.
E dia 19 ainda pode rolar um reggae, mas eu não posso garantir nem mesmo a minha vida até mais tarde, que dirá até domingo.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Enterrem meu coração na curva do rio Xingu

Há mais de cem anos os Estados Unidos exterminaram toda sua cultura nativa, indígena, em troca, em nome, do progresso que viria junto com a estrada de ferro. Hoje nós sabemos bem o que aconteceu, mesmo depois de o cinema nos dar como bandidos e inimigos os nativos americanos e elevando o moral do homem branco para um patamar de herói, eram assassinos, mas o cinema nos fez amá-los.
Estamos agora em 2012 e vemos o "homem branco", tentar alavancar o progresso na região Amazônica e em nome desse progresso eles pretendem exterminar nossos nativos. Um crime contra a história, contra a consciência, contra todos os valores que as escolas tentam ensinar às crianças. Um crime contra a nossa pátria, nosso povo, nosso país, nossa soberania, nosso planeta.

Eles podem matar nossos peixes como os americanos mataram os búfalos?
Eles podem inundar áreas habitadas por povos que há séculos escolheram como seu lar?
Eles podem afugentar toda a caça, poluir toda a água, derrubar toda árvore em nome do progresso?
Eles podem nos contar montes de mentiras e nós não podemos lhes dizer na cara que são mentirosos?

Eu sei que é muito pouco falar que o crime que estão cometendo com Belo Monte não tem justificativa, não faz sentido e é apenas para que um pequeno grupo seleto enfie alguns milhões de dólares no bolso, mas falar isso poderia soar leviano. Que seja! Eu tenho a história para mostrar porque isso é um crime, porque os políticos envolvidos, entre eles nosso ex-presidente nunca eleito José Sarney, querem tanto acabar com o povo que tem o direito Universal de permanecer em suas terras. Nenhum poder político pode ir de encontro à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ela diz entre outras coisas: 

Artigo VI - Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.
Artigo XVII - 1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Os políticos alegam que todo o cidadão está sujeito às leis do país, brasileiros, ou não. Nossa política indianista está violando vários direitos dos índios e não há quem se importe o bastante ao ponto de por eles tomar alguma atitude. Estou envergonhado de ser humano, livre e brasileiro. Nosso país está destruindo tudo o que há de belo e não estamos mais sendo colonizados.
Sand Creek foi um dos maiores massacres que se tem notícia, o mais covarde, mais do que as bombas de Hiroshima e Nagasaki, pois eles garantiram aos índios um local seguro e mandaram dezenas tropas com armas de fogo contra índios armados de arco e flecha e lanças, a maioria mulheres e crianças. 
Talvez essa não seja a intenção dos defensores das Usinas na região amazônica, mas eles vem matando os índios há mais de 40 anos, José Sarney sabe bem disso, ele vem tendo êxito em sua investida, pois desde 1966 até hoje a população indígena só diminuiu e algumas tribos praticamente já deixaram de existir, mas o Xingu é nosso! É de cada brasileiro.
"Enterrem meu coração na curva do rio" é um livro escrito por Dee Brown no qual se conta com detalhes toda a crueldade e covardia com que o nativo norte-americano foi varrido da face da terra. Eu não quero no futuro ler sobre como o Brasil pôs fim a história das únicas pessoas que tem direito de usufruir e cuidar de nossa terra. Talvez seja a hora de fazermos algo mais do que tomar partido.

sábado, 11 de agosto de 2012

É bom estar vivo

Se prestarmos bastante atenção iremos perceber a quantidade de vezes em que nossa vida corre risco, numa pequena marcha-ré, num pé relaxado abaixo do passeio, enquanto comprava um caretinha na barraca, ou dentro do busu, ou na praia.
A vida... a gente nem mesmo sabe definir de maneira decente, mas mesmo sem nunca ter experimentado uma outra sabemos que a nossa nos fará muita falta. Não vale a pena arriscá-la?
A vida... muitas vezes a gente pensa que podia ter morrido. Conheço gente que acredita que morreu mesmo. Mas tem aquele momento irremediável, sabe como é?
Tem momento que é foda. Não!, alguns momentos são melhores que muitas fodas, mas... é foda... estar vivo é foda!
Pensar, escolher, interagir, modificar, compartilhar, amar, essas ações a gente só pode realizar estando vivo e quem são os sentimentos que nos visitam no momento crucial? Acho que são esses os sentidos, sentimentos, tudo o que restará.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Blogger life 22

Uma vez eu escrevi um texto sobre a meu azar e o fato de o São Paulo Futebol Clube nunca vencer o Esporte Clube Bahia jogando em Salvador. Não que eu tenha ido ver muitas vezes, nunca foi fácil ir a esse jogo por todo tipo de motivo: da falta de grana, show no dia, ressaca, 2ª divisão... não sei por que, mas o único que eu fui ver, com Luis Fabiano e Kaká, o Bahia deu um chocolate. E no ano passado que tinha tudo pra eu ir, mas eu não fiz nenhum esforço, foi aquela desgraça. (Ainda bem que eu não fui)
Ainda bem que dessa vez eu não me preocupei novamente e cheguei mesmo ao ponto de esquecer, mas quando você sai de casa no engarrafamento, de busu, encontra o outro lado da cidade todo parado, está sem ingresso, mas encontra as bilheterias vazias e funcionando e compra seu ingresso na segurança dos olhos da lei que lhe espreitam, não se preocupa nem com o baseado que está no bolso, mesmo quando o ingresso cai, invisível, ao puxar a carteira e se não fosse pela presença e honestidade de uma criança, que vendia, que pedia, sei lá o que fazia sentada na calçada, e seria a pior frustração quando por ele eu procurasse para entrar no estádio, a sorte sorri. A sorte é um sorriso dos mais lindos.
Domingo eu podia ter lavado minha alma na goleada sobre o flamerda, mas não senti firmeza no meu time. Claro que estava confiante para o jogo contra o "Jahia", mas tem aquela porra de maldição dos infernos. Além do mais não creio que o time esteja formado, temos inúmeros desfalques:; Denilson e Wellington são meus titulares, a zaga ainda pena, mas Tolói já deu um outro padrão. Talvez com a volta de Lucas agente tenha ainda mais segurança e controle das partidas, mas vejo evolução no futebol de Maicon e do nosso meia enceradeira, Jadson. O flamengo quase não viu a bola no domingo e o Bahia apenas a viu passar, exceto por pequenos  vacilos por excesso de preciosismo de nossos atacantes e meias que ficam tentando entrar no gol tabelando. Há uma braga, mas ela há de ser corrigida e no momento certo esse time há de se tornar imbatível. Por hora basta ganhar dos mais fracos.
A última vez que eu tinha entrado em Pituaçu foi no show do Garotos Podres há não sei quantos anos. Poder ver meu time jogar contra o Bahia num estádio praticamente vazio, sem a tão temida "Bamor" que se dizia que ia armar uma emboscada aos São paulinos em represália ao ocorrido em São Paulo ano passado (dizem que houve uma briga e a "Bagay" saiu perdendo). Aprendi que nem toda a cagada de pombo cai em sua cabeça quando você tem azar.
Sem beber é bem mais fácil ter dinheiro e eu seria capaz de sair só com a grana do ingresso e do busu, pois estava sentindo que meu corpo a qualquer momento iria pedir cama, aquela cama de hospital que os enfermos tanto temem. Sentia meu corpo fraco, mas não o bastante para não sair de casa pra ver o tricolor.
Temia apenas não achar ingresso, mas ao ver as bilheterias funcionando e vazias pensei que finalmente podia parar de me preocupar. Comprei o ingresso e coloquei no bolso, junto com a carteira, porém fora dela. Quando voltei pro carro Vinícius me pediu uma grana e eu tive que meter a mão no bolso derrubando sem ver o ingresso no chão. Não fosse um guri abençoado que estava sentado no meio fio ao meu lado, ao lado do carro que me esperava meu ingresso estaria perdido e agora estaria escrevendo impropérios contra o mundo e seus demônios. Até pensei que era onda do pivete, mas não era não, O agradeci grandemente e Vini ainda lhe deu 2 contos pela honestidade e caímos fora, mas pra mim nem era sorte o bastante ainda.
Na volta para o estádio, na hora de passar na catraca, antes de passar pela revista, resolvo tirar a câmera do bolso para que os caras não ma fizessem tirá-la em sua presença e acabassem encontrando o beck que tava no mesmo bolso, mas o que é que eu faço? Derrubo  finório quase no pé da PeFem e sem muito tempo pra raciocinar, no mesmo movimento me abaixo, cato o menino e o guardo novamente no bolso para a hora da verdade. Eles me revistaram e não viram ou não se importaram e eu entrei em minha nova casa inteiro, ileso.
O jogo foi lindo! Encontrei meu irmão Romário Correeeeeeeeente, encontrei a SampaSSA, encontrei um monte de amigos, encontrei as amigas São Paulinas ainda mais lindas, Rogério Ceni fez gol a "maldição Bahia" tinha finalmente ido pra a casa do caralho e eu voltei pra casa revigorado numa carona esplêndida.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Encontros e partidas ou Chegadas e despedidas


Imagina que um dia chegou via facebook uma música de seresta que imediatamente me lembrou de uma do Paulo Diniz, que dizia: "antigamente a minha vida era de bar em bar...", e, saudoso, rememorei os tempos de seresta em Periperi de antigamente, antes de toda essa merda de pagode, "forró-bostiário", e "arrocha-love", "arrocha-tecno", "arrocha-inferno", enfim lembrei que finalmente eu estava "fora do bar" há um tempão e podia cantar essa música com alguma excelência. A outra música também era de Paulo Diniz, "Pingo de amor", outra bela em homenagem às mais belas criaturas deste planeta imundo. Canções de amor... às vezes eu me queixo de não ter um amor assim que mereça uma bela canção, mas isso é uma infâmia, pois tenho tantos amores que não daria conta em cantá-las todas.
Eu tenho tantas amigas quantas posso amar, talvez até menos, mudar esse status pode ser transitório, passageiro, ou improvável. Não saio por aí a fim de fazer amigas, nem amores, mas as mulheres estão sempre na minha quântica. Sou feliz por ter os maiores amores entre as minhas amigas e vice-versa. Isso é um ótimo problema. Se toda grande amiga me apresentar uma só amiga legal eu jamais ficarei solteiro, mas não é de casamento que eu tô atrás, nem de falar de minhas particularidades, aliás, é tudo particularidades, nada é particular. (Foda-se com tudo isso!)
Marquei com uma dessas "amores de minha vida" que estava de passagem pela cidade, em férias, pra vermos Gerônimo. É um programa que eu sempre curto, mesmo quando não é aconselhável. Estava com a mente transtornada por não conseguir fazer as pessoas compreenderem que o estado de sofrimento é transitório e que normalmente é de reversão fácil e indolor, mas há casos em que nada é passageiro. Pode ser uma simples questão de ciência, conhecimento de causa, ou exigir uma investigação mais profunda. Estava me sentindo péssimo por não conseguir me fazer compreender e isso ainda me perturba. Nada como uma boa companhia. Stella...
Demos um rolé básico: pôr do sol, sorvetinho, encontramos uma amiga dela, bebemos algumas cervejas para minha abstinência se bulir e lá fomos nós pra escadaria. Conversa vai, conversa vem, mais amigos se chegando e - lá vem os convidados chatos de Gerônimo cantar bobagem no palco! - às vezes é legal, mas costuma ser perigoso, ainda mais quando o "Gegê" já tá naquela maresia, tocando Marina Morena naquela levadinha discarada de seresta... no meio da confusão escuto a canção que me fez lembrar quem eu era novamente... "o meu amor chorou, não sei porque razão..." Começou o convidado como que me mandando um sinal de que nem todo inferno é tão ruim. Bafei Stellinha pela cintura e ensaiamos uns passos da mais alta serestabilidade. Era apenas em nossa homenagem que tal canto se iniciara. (Claro!) Pelo menos nisso eu cria enquanto a felicidade daquele momento se eternizava e enchia de fumaça.
É sempre triste quando alguém vai embora, mesmo que saibamos que vamos nos ver novamente, sempre torcemos por mais um tempinho juntos. A gente se despediu ali mesmo na escada e embora eu não vá jamais admitir, poderia ter até chorado, pois o clima de seresta e arrocha acabou dominando até que alguém teve o bom senso de chamar a Elis Regina. E ela se foi. Stella, Stellinha...
Continuei por lá curtindo o que podia. Na volta pra casa, a lembrança de que fazia tempo que não me jogava pra lá pr'aquelas bandas de busu. (Marieta, a bike,  está desmontada) Nada de elevador Lacerda (não funciona mais de madrugada) e eu já não arriscava ir pra Lapa no fim da noite. Nem quis olhar o relógio pra não desesperar, segui meu caminho meio sem destino.
Nessas horas não podia aparecer uma carona?
Cadê o celular?
Porra de celular!

Porra de carona!

Fui caminhando como há quase 20 anos, observando os travecos, os sacizeiros, a noite propriamente dita e tudo ainda parece igual. "Mas que horas são?" "23:55" "mas qual era o horário daquele busu mesmo?" ia pensando enquanto descia as escadas da estação e dei de cara o "meu ônibus" se dirigindo ao terminal de embarque e lá fui eu sem saber se isso era sorte ou se era algum outro sinal enviado para mim ainda não decodificado. O fato foi que em menos de 20 minutos já estava novamente caminhando solitário sobre o solo sagrado de Pericity sem saber mais qual era a minha queixa contra o resto do mundo.
Às vezes eu quero desaparecer, verdade, mas eu não saberia como viver sem o contato dessas pessoas que eu amo e que me amam e que sentimos que somos importantes uns aos outros. Acho que não sou o único a sentir isso, talvez não seja o único a admitir que já não suporta essa vida, mas não sabe viver de outra maneira. Todo meu conhecimento se resumiu à consciência de que coisas boas acontecem a todo o momento. Não há motivos para pânico.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Um cão

Sou como um cão
Sim
Nas ruas vago como um cão
Alheio ao passeio
Despreocupado com o vai e vem
Guiado pelo cheiro
Norteado pelo vasto horizonte
Daqui sem medo de quem vem
lá, Zeloso de quem vem cá
Esse mundo vai até onde posso ver
Sou silencioso,
mas não passo despercebido
Outros cães há
À minha espreita
Os cães, espiritualmente, ladram

Sou como um cão
Sim
Nas ruas ladro como um cão
Despreocupado com a paz alheia
Guiado pela liberdade
E totalmente desorientado
Encontrado perdido
Medroso de quem vem longe
Raivoso de quem chega perto
Faço barulho
Mas não perturbo ninguém
Outros cães há
à minha escuta
Os cães, espiritualmente, vagam

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Blogger life 21

Tudo começou como um engano. Eu não estava certo sobre nada e não tinha nenhum motivo para me preocupar com isso, mas o que eu percebi no fim foi que tudo sempre tem a ver com a gente, não há como se esconder disso. 
Três amigos numa estrada deserta, um helicóptero da tv sensacionalista e uma vizinhança hostil não faz ninguém ficar tranquilo. Nessas horas a gente reza para todos os santos da Bahia. Felizmente nossos anjos da guarda raramente tem saído para passear, pois não está fácil. Salve Jah!
Encontros e despedidas é o que eu tenho vivido ultimamente. Ou seria chegadas e partidas? Tem dias que parece que todos estão te abando nando, noutros dias parece que reencontramos todos os nossos antigos camaradas de tempos memoráveis e ainda temos tempo e disposição para mais e mais. Isso é bom. Às vezes não sobra tempo pra mais nada, às vezes nem é suficiente. Ficamos presos no jogo do tempo, que nunca nos deixa ir à frente.
Gripe. Acontece toda vez que eu discuto aborrecidamente. Dessa vez eu tinha razão e não há o que eu possa fazer quanto a isso. Só tomando uns "aio" pra curar, um chazinho de limão e eucalipto e cama. Bem que um carinho não ia ser mal não, mas a última que veio aqui com essa promessa me deixou ainda mais doente (acho que queria me matar). 

Mulheres, 
loucas e encantadoras mulheres
sádicas e veneradas mulheres
desejadas e menosprezadas mulheres
incompreendidas
Incompreensíveis
Louvadas sejam!

Acabo de abrir minha caixa de textos e descobri uma montanha de poemas e textos de toda a sorte e de todos os tempos, tempos em que eu ainda não me via fazendo outra coisa que não escrever, tempos em que a poesia era tão natural que era preciso ter cuidado para não acabar chamando demais a atenção. Minha timidez só aumentou com o passar do tempo, mas a cachaça e o rock trataram de corrigir, ou pelo menos, aliviar a minha barra por muitos anos. Agora eu sou quase um ex-baixista. Meus planos de virar escritor não existem mais porque eu acredito ter me tornado um, não nos moldes que se conhece, mas uma espécie. Ainda estudo e aprendo diariamente, mas confesso que não há nada no mundo que eu deseje mais do que compreender a mim mesmo; saber porque eu faço as coisas que faço e porque escolho os caminhos que escolho, porque as pessoas não me enxergam e passam com suas lições de moral por cima de mim sem perceber que minha representatividade de conjunto vazio é uma caixa de ressonância? 
Pelo menos o poeta está salvo.
Aos malucos, Deus protege!

pessoas estranhas

são  pessoas estranhas
que não se falam
não dividem um doce
nenhuma bala
pessoas estranhas
que não se falam

sábado, 21 de julho de 2012

Blogger life 20

Tem dias que eu não tenho um segundo de descanso, mas nem sempre consigo me dar conta de meu cansaço e levar meu corpo a um repouso ainda que ligeiro. O dia nunca acaba se tem algum lugar pra ir. Quando o azar é perder a hora do sono sempre há uma coleira esperando um inquieto companheiro, e lá vamos nós, notívagos. A noite nos conhece porque é ela a nossa sombra, nossa espreita. O descanso da noite só aparece na falta de um lugar bacana pra se ir, nem tanto a falta de companhia para se descansar e aquecer, é muito mais a ausência total de opções.
Mas tem coisa pior que a falta de descanso: a falta de senso é uma delas. Já é difícil demais se manter coerente quando se está realmente cansado, é preciso estar atento aos próprios vacilos e aos vacilos dos outros vacilões que nos cercam. É uma luta, mas deve ser vencida. Não é como entender as mulheres, que apesar de meu incansável esforço eu não consigo. Muitos podem não achar nada demais isso, mas eu sou um sonhador, acredito que não existe do meu quilate, mas elas insistem em procurar príncipes e acabam com um que lhes dê um conforto por pouco mais que um falso orgasmo. Crianças tolas! Acabam sem nada e caras legais como eu se acabam com as malvadas, na cachaça. Mas eu luto. Devemos lutar sempre. Deixa pra descansar no inferno que é lugar quente.
Se eu fosse começar a escrever uma biografia sobre mim mesmo acho que eu começaria dizendo que nunca quis falar sobre mim, ou sobre meus atos, mas sou a única experiência que tenho com esse mundo. O que faço, de caso pensado ou não, são meras designações do destino. Não há muito o que se fazer quanto a isso. Se você anda de acordo com o que você acredita é possível até mesmo relaxar e esperar pelo que vier, pois virá e não tardará. Isso não é a bíblia sagrada, não são palavras de poeta louco e ignorante, é uma experiência que se repete desde a expansão das galáxias. É tão simples, tão natural que eu não esquento mais minha cabeça, quando não sou compreendido, ou deixo algo sem uma maior investigação, digo, sem querer me intrometer demais na vida de quem quer que seja, mas à minha volta as pessoas estão preocupadas com a minha opinião e acho que me compreendem bem, mas a insistência, talvez para me testar, talvez por malignidade, ainda existe a mínima possibilidade de que seja simples estupidez, não pela estupidez bruta, crua, uma espécie de “inexperinência lobotômica” seja lá como alguém vá entender o que isso quer dizer. Eu posso encarar muitas situações com diversos pontos de vista, muita gente sabe disso, muita gente simplesmente despreza a existência disso, pois só consegue pensar em si mesmo, enquanto outros nunca pensam neles mesmos, eu não consigo parar de pensar nas coisas e isso não precisa ser um tormento para mim. É um universo fabuloso de possibilidades, mas tem horas que o corpo, a mente, a energia, se vai. Não sei quanto tempo minha mente cercada de drogas e preconceitos pode resistir.
Depois de ouvir a “orquestra glauberiana” eu fiquei com muito mais medo de gravar sozinho. Sou uma puta? Imagina... A banda nova continua sem nome, ainda falta umas peças, uns ritmos, uns acordes, mas vai sair e vai ser esplêndido. Domingo é dia de ensaio e espero que seja assim até o fim do...e 2012 acabará-se com o mundo? No que depender de mim pode acabar com tudo, mas antes eu faço uma festa. Ainda tem “o clube”... quero ver quando o Honkers ressuscitar o que será, que será de mim? O que sei é que hoje eu falo muito e nada sei, amanhã já chegou e ontem estão nestas linhas mal pensadas.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Desgracio-Cidade


A ci-da-de
Des-trói
o des-gra-çado
Humano
No há nenhuma compaixão
Você vive, mas não há uma biografia
É uma contagem progressiva
Que no fim começa a regredir
Aí passa a vida toda que não viveu
Cada passo errado vem na lata
E a peste da cidade aí
Roubando a vida do infeliz
Sempre pronto pra matar por amor
Morrer pelo dinheiro
Para o regozijo dela
Muitos Morrem 
Sem saber o que Morreu
Como quantos vivem
E não sabem
Saber que o fim é tudo
Já é demais

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Blogger life 19

O inverno chegou e com ele meu medo de o ano acabar e eu não fazer absolutamente nada do que eu planejava. Não sei se eu planejo demais e ajo de menos ou se eu quero fazer mais do que é humanamente possível, o fato é que cá estou no "inverno astral". Eu nem sei mais como fazer para estar nos lugares que eu quero ir e isso é uma coisa razoavelmente simples. Falto a mais compromissos do que seria possível estar presente, mas eu juro que gostaria de estar nos aniversários, nos shows, apresentações e despedidas dos amigos, mas é complicado e vai ficar mais ainda pelo menos até setembro, pois Marieta estará de férias até a primavera. Sim! Nada de bike até setembro. Eu vou morrer? Tomara que não, mas vou ver bem menos gente a menos que venha mais gente me ver. Claro que eu ainda vou sair para encontrar pessoas, mas me entendam se eu não aparecer. Eu sempre entendo quando as pessoas não aparecem.
A bike está desmontada porque eu estou cansado de ter prejuízo com essa cidade alagadiça. Só uns meses a pé pra me fazer ter um pouco mais de ódio pela vida urbana...
... enquanto isso, a briga com o resto do mundo pela Mata do Cobre e Vale do Paraguari vai ocupar mais ainda do meu tempo livre, já que a banda também está de férias, aliás, tenho uma banda nova há alguns meses, mas ainda não é hora de dar as caras.
The Honkers está sem vocalista. Sputter diz que não quer conversa com a gente. Se não lançarmos músicas novas até o fim do ano considerem o fim.
O celular quebrou, arrumei outro: quebrado; arrumei outro: quebrado, minha cunhada linda me arrumou outro que também tem problemas, ou seja...
No São Pedro é que foi onda... 
Estava no desespero de passar o inverno na metrópole (parece viadagem, mas não é), tentando me manter mentalmente sadio e veio o convite pro Capão. Era quarta, íamos quinta... já no caminho alguém se lembrara que esquecera as barracas... eu estava sem barraca porque a minha estava na mão dos outros... sem telefone como é que eu ia pegar minha barraca? Pior não era isso, não. Eu até arrumei um telefone pra tentar me articular melhor pra viagem e pra fazer inveja em gente que tava bem longe da Chapada, mas se eu não tivesse sorte não era tão azarado: O telefone que eu estava descarregou "pra sempre" antes de eu conseguir. O melhor foi que eu pude ir pra guerra de espadas da Urbis (Conjundo Dom Eugênio Sales, "que Deus o tenha!") e encontrei algumas pessoas que me fizeram, acredite, adorar não estar no Capão. Acho que só o sorriso de uma gracinha que esteve aqui em casa já faria toda a chapada florescer, mas é, como dizer... um pouco de exagero.
Agora começou a chover como o inverno manda e aqui estou eu em casa, sem bike, sem mulher, sem grana, sem beber, sem banda... sem banda, não!  Sem um livro, sem um disco, sem uma árvore... Estarei bem ocupado esses dias. Arranjarei tempo pra tudo o que eu não consigo fazer.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Diários de viagem - Mucugê, 27 de abril de 2012



Chegar em Mucugê foi mole, apenas 23km de pedalada e o trecho mais punk, que era a saída de Igatu, era de uma beleza tão inebriante que eu nem percebi a dureza da subida da serra: uma estrada de terra e pedra ladeada por paredões exuberantes, arbustos, árvores imensas, nascentes, um universo magnífico de pássaros de todas as cores e cantos. Nesse "calvário" eu vi a maior concentração de beija-flores em uma mesma árvore que desabrochava suas flores em um lilás tão claro como o próprio dia. Duro foi chegar em Igatu anteontem à noite.
Saímos de Itaeté às 11h da manhã porque quem consertaria a bicicleta de Tetéu, só foi chegar "da roça" às 10h. Na verdade até encontramos uma outra oficina, mas confiamos na dica de Américo (o dono da pousada em que estávamos hospedados e também é secretário do meio-ambiente) e Tetéu preferiu esperar pelo tal do Loy (o bicicleteiro) que apareceu para mim mais como um "pacuí"com seu litrão de pinga.
Américo nos deu várias dicas de passeios para que aproveitássemos melhor a estadia em Itaeté. Infelizmente nosso tempo e grana não eram compatíveis e tínhamos uma meta a cumprir: chegar em Guanambi para o 1º de maio. o que nos impedia de nos demorar demais em qualquer lugar.
Desde a chegada na cidade que perguntamos a um e a outro onde consertar a bike, mas o único lugar que encontramos estava fechado e na casa contígua do dono ninguém nos atendeu. O Américo (também ciclista) então nos falou de Loy, que montara sua bike alguns dias atrás, mas ele já dormia e apenas na manhã seguinte poderia nos salvar. O problema foi que quando Tetéu lá retornou às 7h ele já havia saído pra roça, mas retornaria ainda pela manhã. Enquanto eu esperava, escrevia. Tetéu foi até lá mais uma vez e encontrou o sujeito, comprou o câmbio novo e retornou para arrumar a bagagem.
Depois fomos juntos até a oficina de Loy e aí eu pude conhecê-lo (que ser humano mais fantástico!). Sua simplicidade se confunde com desmazelo, parecido comigo nesse ponto, e sua simpatia, que em Salvador seria confundida com esperteza de hippie, é apenas o cuidado com as pessoas que ele preza e com quem mantém contato. 
Ele tem uma bike de 3m de altura que não sei onde eu estava com a cabeça quando topei dar uma volta. Minhas pernas nem cabiam no espaço entre o banco e o pedal, mas eu fui assim mesmo e não caí (uma queda daquela altura ia ser um estrago enorme). Entre uma dose de abaíra e outra ele consertou a bike e logo depois já estava consertando uma moto com seu bom-humor e seu papo de "bicho-grilo-pós-moderno" formidável. 
O encontro com Loy foi uma espécie de preparação para  que estava por vir. Eram mais 9km de costelas de vaca subindo uma serra que não tinha mais fim. Foi o trecho mais desgastante da viagem até aqui: "a saída de Itaeté até o fim das costeletas de Beth". Sob um sol abominável e subindo por uma estrada de pedra e chão, com a barriga já ameaçando reclamar o meio-dia, sentindo o corpo cada vez mais pesado mesmo sabendo que é leve que ele vai se tornando a cada segundo, até que acabou. As costelas/costeletas/chuletas desgraçadas  de Beth deram lugar a um asfalto quase impecável por um bom trecho e um verdadeiro tapete no restante.  Encontramos um ciclista, Isoldino, do Assentamento Santa Clara. No seu vilarejo também tem uma "Beleza Natural Imperdível" a um preço baixíssimo, mas o nosso "tempo"... 
Chegamos em Rio Una às 13h, no bar de Sidney (proprietário) e Nildenor (graçon figura), que além de salvar nosso almoço ainda nos deram dicas importantes de mais pontos turísticos de "belezas naturais Imperdíveis" que não iríamos ver dessa vez. Sidney falou sobre os perigos da estrada e das carretas que descem sempre cautelosas, mas que de vez em quando não conseguem evitar algum deslize, que com ciclistas, nosso caso, poderia ser fatal.
Depois que saímos de Rio Una, até Igatu, ainda andamos mais uns 20km depois pegamos uma estrada de barro e pedra descendo mais 7 km na escuridão, ouvindo apenas os sons da noite. Foi uma jornada bem difícil, mas teve recompensa. A cada metro abaixo se viam as furtivas luzes da cidade aparecendo e desaparecendo em meio à vegetação e ao relevo e eu sentia todo o meu corpo "se bulindo".
Logo em nossa chegada, uma pizza de boas vindas e de gratidão por estarmos naquele lugar encantado, servida por Nil(zete), um anjo que com toda a sua paciência nos ensinou quase tudo sobre a vila de 350 habitantes quase invisível mesmo a poucos metros: "nada de cartões de crédito ou celular." Eu que já estava sem quase nada, acabei por me quebrar. Até chegarmos ali não planejamos nos reter em nenhum lugar mais que uma noite. 
Porém, contudo, mas, dadas as circunstâncias, nada mais justo que passarmos ao menos uma manhã descansando de verdade e conhecendo um pouco mais daquele lugar  fantasmagoricamente esplêndido.



Passamos a noite na Pousada Xique-xique do nosso já velho amigo, Rafa, ainda encontrei o Marcos (guia de Lençóis) que conheci há um ano na Toca do Macaco (trilha da cachoeira da Fumaça por Baixo). É sempre bom rever amigos, ainda mais conhecidos em lugares tão espetaculares. Depois de um breve papo com essa galera resolvi dar uma volta solitária na noite deserta e sombria de Igatu, reparando no contorno das montanhas em volta, também no céu, no silêncio e na energia imensa e cativante do lugar e voltei pra dormir. 
A manhã de descanso serviu para lavarmos roupa, passear um tiquinho e conhecer mais uma alma de valor inestimável: Pedrinho. Sabe aquele cara que conversa com você sobre todas as coisas com a mesma com desenvoltura, isenção, naturalidade, dirimindo cada dúvida do seu peculiar ponto de vista pormenorizadamente e com um bom humor invejável. Tomamos o café da manhã ouvindo suas histórias e depois, no almoço, a gente teve mais uns minutos de conversa bem animada com ele, Nil e as crianças. Ficamos pouco mais de 12 horas em Igatu, mas o sentimento de tristeza ao deixar aquele lugar parecia o de alguém que estava derixando o próprio lar. Subimos a serra.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Blogger life 18

E aqui estou eu, no 6º, 7º dia do último inverno da terra. Veja você que coisa curiosa: 
Certa vez, uma amiga muito querida partiu sem que pudéssemos nos despedir e ficamos muitos dias sem contato, mas eu sentia em mim uma culpa e alguma angústia tamanhas que não me deixava passar mais que uns poucos minutos até que nela viessem meus pensamentos, era praticamente uma paixão. Ora, é uma bela mulher, diga-se de passagem, mas nada tem de amoroso nosso caso. O curioso foi que justamente quando meu pensamento sentia-se livre, ei-la em minha frente com aquele sorriso mais lindo que jamais vira antes e que mesmo que eu pudesse descrever jamais seria capaz de voltar aquela sensação de 1/4 de segundo de certeza de que o universo conspira ao nosso favor. Céus! Eu estava sem celular, sem saber onde infernos ela andava, sem nenhuma notícia e olha ela aqui, louca, apressada, me tirando da rota, atrasando meus compromissos... putz! Quesaudadefilhadaputa! Como é que podemos não amar as mulheres? E o mundo cheio de imbecis, cafajestes, idiotas, que estão sempre procurando pelas coisas erradas e não dão importância ao que realmente importa, cretinos... como eu.
Hoje eu tenho certeza de que a qüântica funciona, mas o aprendizado tem sido doloroso. Felizmente, apesar de estar na "cidade", tenho me mantido cercado de mais energia boa que ruim e isso me tem feito suportar todo o peso de minhas novas ferramentas cognitivas de linguagem, meus poderes extrassensorias de comunicação e minha hipersensibilidade múltipla. Isso é o que os escritores antigos chamavam de "maçada". "Isso tudo é uma maçada!"
Eu não queria nem falar de futebol, mas se o mundo realmente se acabar em dezembro, e ao que tudo indica vai mesmo, a gambazada ainda vai poder sonhar com um título mundial verdadeiro por mais uma noite. É hoje que começa essa bosta de final de libertadores: A FINAL DE LIBERTADORES MAIS HORRENDA QUE EU JÁ(MAIS) VI. As galinhas vão acabar por dar a Riquelme a braçadeira de capitão da Argentina 2014. Espera só! Ou será que será no colo de Tite que o cargo de técnico da selação vai cair? Rapaz, que desgraça! Boca X Galinhas. Porra! Tive uma grande idéia! Vou chamar uma galera do contra pra assistir lá em Boca de Galinha.
Meu time me decepcionou, me fez perder a fé, mas foi só um pouco da minha fé, pois eu sei que no campo do futebol as leis que nos regem estão subordinadas a outras leis de atuação física mais evidente. Seja como for o time está longe de ser confiável pois não tem uma defesa segura. Troca de técnico nada, bota Rogério pra ir comandando os treinamentos enquanto termina de se recuperar. Recuperando-se, começa a atuar e deixa Milton Cruz fazer o resto. Quando acabar o ano a gente vê quem está disponível e convida. Faz um trabalho planejado. Acabei falando demais de futebol. O fim do mundo.
Oxalá eu consiga colocar as idéias em ordem até o próximo equinócio!

Se chegue

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