quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Blogger life 30

Por onde começar? Salvar o Rio Paraguari? Salvar a Mata do Cobre? salvar a Mata Atlântica? Salvar o planeta? Mas quem me salva? Quem pode salvar minha pele dos ataques da esperteza alheia? Shakespeare, Hamlet, questionamentos angustiantes à sombra da morte. Pra que criara algo novo? Pra que criar algo belo? Pra que salvar algo que vale a pena ser visto? Pra que salvar alguém que não terá vida no futuro vindouro?
Decidi invadir a localidade que na minha infância era conhecida como "Norato", ontem eu estava angustiado, no passado a gente tinha que atravessar riachos e trecho de mata fechada, moitas assustadoras. Agora é quase tudo asfalto desde a "Cocheira" (saindo de Periperi pela Rua da Glória) até a entrada de Vista Alegre. Pra mim foi uma subida triste, pois lembro que no passado era impossível ver a estrada velha de Periperi, agora a gente quase pode pular nela de qualquer lugar da antiga favela. Mas encontrei uma nascente no meio da Nova Constituinte (favela urbanizada), fica bem na beira de uma trilha que leva até um dos pontos mais bonitos do Rio Paraguari, isso me animou bastante. Resta pouco verde e pouca vida, mas tem muita gente feliz vivendo lá e não é por estar mais próximo à natureza ou ao outrora magnífico rio. Pra fuder com a animação o trecho a que eu me referia como o mais belo está tão poluído que a corredeira fazia uma espuma de mais de um metro de altura, queria estar com a câmera, mas sinceramente não é uma imagem agradável.
Quem vê o "Canal do Paraguari" acredita que não passa de um grande esgoto a céu aberto, mas é só o fim de uma desgraça ambiental absurda. O rio não é grande, não é navegável e não desperta interesse econômico, mesmo se observando ainda a presença de pescado e de peixes de aquário. Sim, havia trechos do rio onde se podia encontrar espadas, platis e lebistes quando eu era ainda um garoto e ia com meus amigos coletar peixes para os nossos aquários. Ainda creio existirem traíras, piabas e tilápias, mas jacarés, porcos do mato, preás, coelhos e outros animais silvestres certamente viraram lenda. Essa memória me martiriza e faz ver como eu sou pequeno e fraco.
E mais uma vez seremos obrigados a depositar nossa fé nas urnas, em homens que não conhecem a cidade, que não se importam com a vida e que não estão interessados em devolver ao planeta o seu equilíbrio. Tudo o que se pensa é no homem e sua economia formal ou informal, imoral.

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