quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Blogger life 31 - Maldito hábito de ler

O fim de semana passado foi o mais aguardado por mim nos últimos 2 meses. Dia 22/09 era o dia em que eu retornaria à minha vida ciclística e social, visto que em julho desmontei Marieta e por azar (talvez) passei esse tempo quase todo com problemas de saúde. Nada grave, uma sinusite crônica e uma gripe de estação que me pegaram sucessivamente me deixando deprimido e desorientado. Não pude ver muitas pessoas que gostaria, não pude fazer muitas coisas que precisava e minha mente se perdeu em meio a milhões de divagações, neuras, teorias e incertezas. 
Mas aí chegou o grande dia, "Dia mundial sem carro". Não montei a bike por falta de saco... mentira. Não montei porque poucos dias antes da data marcada recebi a notícia de que meu mecânico havia morrido e isso afetou profundamente a minha vontade de montar novamente na bike, pois foi ele quem a havia desmontado e eu pretendia que o mesmo a montasse novamente, sua oficina era uma das mais próximas de minha casa, além de sua pessoa ser de uma simpatia contagiante. Felizmente era mentira. Ele teve apenas um piripaque, mas a sua oficina permanece fechada. Fiquei mais ainda deprimido às vésperas do grande dia e pensava em desaparecer da cidade por uns tempos, visto que minha permanência na metrópole enfraquece minha humanidade.
De todo jeito, não montei a bike e não fui pra canto algum, mas coisas boas sempre acontecem, mesmo quando a gente acha que não é importante, e acontecem em série. 

2 Gansos

O São Paulo acertou a contratação de Paulo Henrique Ganso, o Maestro do tetra (provavelmente), depois de uma novela chata como todas, mas ele é nosso, contundido, mas craque e tricolor.
No mesmo dia saí pra tentar resolver as pendências com a bike, era sexta e sábado eu tinha compromissos agendados há meses, além do "Dia Mundial Sem Carro", o "Dia Mundial Pelo Fim da Crueldade e Exploração Animal" e outros eventos ciclísticos convidativos, mas minha paciência não conseguiu entrar em acordo com minha pressa e eu decidi esperar mais um pouco pra montar a Marieta, também porque eu não estava a fim de comprar nada das peças que eu encontrei para o upgrade dela.
Chegando em casa recebo um recado do Ganso no facebook. Não o jogador, mas meu amigo louco que mora na Alemanha e está de férias.  Porto da Barra sábado de manhã, sem bike no dia sem carro, sem beber acompanhando um cachaceiro e seus amigos bebuns, sem companhia pra ganja. 
Acordei no sábado, peguei o Nietzsche ("além do bem e do mal", presente de uma amada amiga), e fui tomar meu busu no "dia sem carro". Na verdade eu nem queria pegar busu no dia sem carro, pra mim deveria sem o dia mundial sem motor, sem fumaça (de queima de petróleo) e sem preguiça, mas eu precisava ler e minha mania de ler no ônibus casava esplendidamente com uma ida e volta na Barra, o que me daria pelo menos 2 horas de uma leitura formidável. Engraçado como quando eu estou mais interessado em leraparecem as melhores distrações na viagem, mas eu estava decidido a me concentrar na leitura, afinal aquele alemão sacana do século XIX sabia como poucos abrir a mente das pessoas.
Já na praia, nem me animei pra dar um mergulho porque o sol tava naquela de ir e vir e eu ainda sentia o frio "diferente" do inverno que depois de um banho de mar ia ficar bem pior pra mim sem o astro rei. Não era só o frio, mas a sensação de frieza que me acaba. Ficamos na areia conversando, dentre outras coisas, sobre os meus celulares perdidos que e por causa disso nunca mais eu comprara ou desejara celulares ultra-modernos como o Iphone que meu amigo tirava até fotos debaixo d'água. "É, man! Pra mim basta ligar e ter um Mp3 pra ouvir na bike". O sol voltou a brilhar e eu fui dar um relaxante mergulho.

2 Vacilos

Aí saímos da praia e o plano era almoçar em São Joaquim. Andar de carona não é o mesmo que andar de carro, mas a idéia de entrar num veículo não me agradava, afinal era "o dia sem carro". Não disse nada a ninguém, mas fiquei meio assim... "se é pra ir, vamos nessa", pensei. Eram 3 carros para 9 pessoas, o que aumentava ainda mais meu sentimento de culpa por andar de carro no dia dedicado à sua ausência. 
No caminho, uma salva de palmas a uma beleza que estava parada em uma esquina, vestida com roupa de academia conversando com uma outra beldade não tão formidável e gostosa e quando o carro passou que eu olhei seu rosto era de uma garota que eu não via há uns 15 anos e aquilo me deixou tão alegre que até chegarmos em São Joaquim eu não conseguia parar de pensar nela.
Quando chegamos na feira, ao descer do veículo, procurei em vão pelo meu celular: olhei no banco, embaixo do banco, no chão do carro, sacudi a toalha na qual havia sentado a fim de não molhar o banco e foi nessa hora que eu tive um vislumbre do que deve ter acontecido. Enquanto estendia a toalha no banco, devo ter colocado o livro e o celular (que não estava no bolso porque meu short estava molhado) no teto do carro e saímos sem que eu me lembrasse de pegá-los para entrar. Ainda tentamos em vão ligar para o aparelho que deve ter se espatifado no asfalto. (Pior seria ficar sem o livro para ler na volta.)
Claro que eu fiquei muito puto, mas entrar num carro e perder um celular não poderia estragar um dia tão massa.
Depois do almoço  (moquecas variadas), um breve passeio pela feira, assistimos a uma luta de boxe, vimos a polícia chegar pra ver "colé de merma" da aglomeração e do ringue e caímos fora.

2 finos

Quando subi no busu pra voltar pra casa, fiquei ainda puto mais uma vez, por não ter nada para ler e além do mais estava sóbrio. Tinha 2 finos no bolso (os últimos do inverno), mas a melhor maconha que poderia existir naquele momento seria o Nietzsche, que tem a melhor lombra de todas, nesse meu tempo abstêmico. Quem não entende de fumaça acha que a maconha é uma droga que os criminosos usam antes de cometerem seus crimes, mas a verdade é: é a única droga que eu conheço capaz de levantar o astral de um cidadão em qualquer situação, mesmo em desilusão. O anseio pelo crime vem da personalidade de cada um, mas eu não posso acreditar na seriedade de alguém que fuma maconha e pensa em fazer besteira. Nem o álcool que te deixa vacilão, nem o ácido que te deixa retardado, seria tão bom pra me fazer relaxar depois de perder mais um celular (acho que é o vigésimo). A ignorância das pessoas caretas não é pior que á estupidez dos fumantes de tabaco, que gostam apenas da fumaça e não se importam com o "efeito da droga". Eu gosto de cannabis, gosto do poder que ela tem de me fazer pensar em coisas maravilhosas mesmo quando estou deprimido e Nietzsche age igualmente à droga, pois sua "filosofia do futuro" me faz ter uma imaginação e uma esperança que droga nenhuma é capaz de incutir.

Malditos carros!

Sempre a mesma chatice da vida sem celular: você precisa falar com alguém pra saber pr'onde vai ou alguém vai lhe procurar pra desprogramar qualquer prévia programação, e não vai rolar nada disso. Por sorte alguém te pega em casa. Parece até que nunca viveu-se sem celular. Pelo menos agora eu sei que preciso de um celular apenas com agenda e mp3 pra quando eu voltar a pedalar (como se eu já não soubesse disso antes). Imagina se eu perco um Iphone... outro dia um amigo trouxe um aqui que ele achou na rave, pelo menos foi perdido por alguém que estava "trilouco" e eu tava totalmente "de cara". A vida nem sempre é coerente e ás vezes é coerente até demais, desgraciosidade em sua plenitude.
Cheguei em Pericity e fui pra chácara de Praia Grande, pra ver "o Terreiro", encontrar com mais amigos para manter o astral lá, pairando. Perdi um pôr do sol, mas tive belas cores. Pra minha surpresa quem tocava era "a Planta" banda formada por integrantes do terreiro sem o vocalista,  que por problemas particulares não pôde se apresentar. O reggae rolou solto e minha mente relaxou.
Segunda-feira, fui cuidar das pequenas árvores. Fiz mais de trinta novas mudas e mudei quatro outras de 10 meses, apenas acerolas e murtas (que nascem aos montes aqui no jardim). Algumas de minhas plantinhas estarão florindo já no ano que vem, com fé em Jah. à noite um amigo ligou convidando pra um chá e perguntando se eu tinha perdido um pendrive. Estava em seu carro há vários dias e ele não sabia de quem era. Pelo menos uma boa notícia pra começar a semana...

3 comentários:

  1. Lembrei de vc esses dias: esqueci meu cartão de banco quando fui comprar bacon pra fazer um fejão. Mas o cara correu e me entregou. Fiz o feijão e esqueci o fogo aceso. Perdi o fejão. Esqueci carteira e celular no mercado. Mas um brother achou e, sabe-se lá como, ligou pro outro celular dizendo que tinha achado. Em menos de 24 horas quase perdi, cartão, celular e carteira. Mas só perdi um fejão, que fiz outro e acabei de comer. Tava massa!

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  2. Eu sei que meu azar é passageiro, mas é uma viagem muito demorada e ainda é uma passagem cara da zorra. hehehe
    Cadê que ninguém chama pra comer um feijão...

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  3. Você perde mais celular do que uma pessoa normal perde bocal de caneta bic.

    Saudade de você, Amigo.

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