Um dia escreve-se bêbado Um dia corrige-se bêbado Um dia nem se corrige Um dia nem se escreve Um dia nem se bebe.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Inclassificável, "me"?
Eu fico pensando em me tornar um outro animal que não esse ser humano feio, sem noção de realidade, insensível e descontrolado. Isso insulta a própria noção de humanidade. Mas é assim que eu me vejo, e é assim que o mundo me enxerga.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Literatura e outras desventuras
Schopenhauer, em algum momento da sua "Arte de Ecrever" (Parerga e Paralipomena) diz que é bom que se faça uma pausa na leitura para que se consiga escrever bem; é preciso ter a mente livre de estilos literários, vícios de linguagem, técnicas mirabolantes de grafia e pontuação etc. Eu tento escrever, mas não consigo encontrar maneira quando estou lendo alguma coisa. Parece que a leitura acaba se tornando mais importante que tudo, basta o livro ser bom.
Eu fico fascinado com a forma como alguns escritores constroem o perfil psicológico de um personagem, com todos os detalhes sórdidos de seu caráter, como o Dostoiévski; a descrição de um praça, vila, rua; a definição de uma bela moça, como o Machado de Assis e tantas outras fórmulas mágicas de se fazer o leitor ir onde não tem um caminho, mas que quando se alcança se pode voltar sem se perder. Isso é arte. O que eu escrevo é só desgraciosidade mesmo. Precisa de muita inspiração.
Às vezes eu quero contar uma história, mas fico tão sem vontade de fazê-lo, quando me dou conta que é uma bobagem desinteressante, que me abstenho. É que enche o saco falar de minha vida cheia de aventuras desventurosas. Parece que eu estou tentando convencer a alguém que sou um pobre infeliz, e embora eu saiba que isso não tem verdade nem importância, ainda tenho o problema de que eu não me sinto capaz de fazer de uma história banal algo interessante. Pra piorar eu tenho uma péssima memória e uma paciência bem pequena para descrever profundamente qualquer situação, pois minha peculiar maneira de enxergar o mundo me torna um panaca de marca maior.
Shakespeare e Garcia Marquez têm inspirações diferentes para uma tempestade e em ambas pode-se sentir o cheiro do vento e até mesmo alguns pingos a molhar o rosto, mas quando chove em minha mente parece que tudo morre afogado, inclusive a história.
É uma loucura.
Não é literatura.
Dia desses saindo da Lapa, um maluquinho veio caminhando ao meu lado me me pediu 2 reias...
- Porra, man! Eu só tenho os 2,50 que vou pra casa.
- É niuma! Eu tô até armado aqui, mas eu tô ligado que você é favela...
- É, man! Correria da porra!
- Fique na sua, véi! Precisa correr não...
- Porra, man! Eu ando rápido!
Cheguei na casa da figura tão puto com o maluco que me esqueci completamente o que tinha ido fazer lá.
Fiquei me lembrando do dia que assaltaram o buzu a facão e de como eu agradecera a deus por não ter ninguém com arma de fogo, o que transformaria o assalto numa carnificina; pensei em mim portando arma de fogo no momento em que o maluco se declarou armado. Tive raiva por não portar, depois tive raiva de não lhe bater, e mais raiva por não ter lhe dito nada de mais inteligente, ou talvez qualquer conselho idiota que fosse lhe mudar a vida... fiquei com muita raiva de mim, mas guardei.
Dois dias depois, uns brothers passaram lá em casa tarde da noite a fim de trocar uma idéia, e como em casa é difícil, fomos ao cais fumar um e falar da vida. Nem dei dois tragos, a polícia aparece e o beck é jogado na maré...
- Mão na cabeça todos 3! O que é que vocês tão fazendo aqui uma hora dessas?!
- Eu tava em casa e o brother passou lá depois do trabalho pra trocar uma idéia...
Baculejo pente-fino. O maluco passeou a mão por meu bolso umas 15 vezes procurando não sei que porra se a única coisa que podia não ser reconhecida apalpando eram duas cédulas (2 e 10 reais).
- Você mora onde?
- Mirantes
- E você?
- Periperi
- E você, negão?
- Aqui mesmo em Periperi. - Era uma resposta cretina, visto que a gente estava na frente da Cidade de Plástico do outro lado do bairro, mas ele não queria meu endereço, queria mais era encher o saco.
- Ó seu dinheiro aqui. - disse o policial enfiando novamente a mão em meu bolso colocando de volta os 12 reais.
Eu estava mais uma vez puto de raiva porque, como na Lapa, eu não procurei alimentar conversa e, como também naquele dia, acabei ficando de cara. Os caras foram embora depois de falar um monte sobre a maconha, o tráfico na CDP(que ele provavelmente não sabe que não existe mais há um tempo) e até sobre viadagem os animais fardados falaram...
- Fica aí no cais uma hora dessa, 3 caras...
Voltei pra casa mais uma vez puto. Fiquei com um sentimento de fúria silenciosa.
No dia seguinte eu tive a iluminada sensação de que o mundo não estava contra mim, na verdade eram avisos de que algo muito maior iria acontecer, talvez algo bem ruim. Várias vezes eu me livrei de acidente assim, mesmo sem saber como havia chegado à conclusão de que não deveria fazer determinada coisa.
Desde o dia 1º de abril eu tenho sofrido uma série de desventuras, e em todas vieram sinais anteriores que eu deveria ter seguido em frente sem pensar muito nas conseqüências, pois tudo sempre acaba bem. E a verdade é que mesmo perdendo coisas ainda vale a pena ter essas histórias pra contar. Na maioria delas não há beleza alguma, nem sentimento, nem nada. Tudo o que pode acontecer é o que acontecer daqui pra frente e isso pra mim basta.
Eu não acredito que Schopenhauer esteja certo em julgar que a leitura atrapalhe a escrita, pois a qualquer momento o indivíduo pode não ter mais a chance de escrever e suas idéias, mesmo que ainda não estejam plenamente formuladas, podem, e devem, ser ao menos consideradas.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Praia, cães, nuvens, pessoas carrancudas...
Após um breve passeio pela praia
quase deserta, invadida apenas por uns poucos atletas e pescadores inveterados,
que não temem um pouco de vento e a fina garoa que caía, na manhã fria desta
terça-feira, pude verificar, para meu desagrado, que as pessoas são os animais
mais irracionais do planeta, pois fazem coisas as quais não tem nenhuma
justificativa e a justificam de uma maneira ilógica.
Enquanto Reiko caminhava livre ao
meu lado tranquilamente, uma dessas atletas de estação, que se preparam no
inverno para terem o corpo sarado no verão do “pecado”, da tentação e da
putaria, se aproximou de mim e perguntou-me se o cão mordia. Respondi-lhe que não,
mas que, no entanto, era muito brincalhona, neste momento, Reiko se acercou
dela, farejou-lhe as partes e quis fazer amizade, pois via que eu interagia com
a moça. Não tinha uma atitude agressiva estava apenas curiosa. Sempre achei que
seria muito engraçado se as pessoas também fizessem isso para se cumprimentarem:
“Oi, amigo! Hum, você está comendo muito feijão...” mas os cães também não
falam, vai ver por isso precisem se cheirar tanto. Tenho a impressão de que
nosso cheiro diz muito mais a nosso respeito do que quaisquer palavras que possamos
inventar, mas nossa capacidade, ou talvez a vontade, de perceber no cheiro das
coisas ficou perdida em algum lugar da nossa evolução. Pode ser que
simplesmente não nos damos conta, mas os caninos, sim. Chamei-lhe junto a mim,
o que ela fez sem nenhum esforço, madame continuou seu cooper praguejando contra
mim e a cadela que deve tê-la assustado deveras, pois se trata de um animal
razoavelmente grande. “Devia deixar na coleira!” Disse ela por fim. “Quem
deveria ter uma coleira era você, sua puta!” pensei eu, mas me envergonhei no mesmo momento. Que culpa tem ela se no mundo em que vive as
pessoas tem o hábito de determinar como o outro deve dirigir a própria vida?
Eu era um “negro” com um
“vira-lata”, ou poderia ser um “artista” com seu “pet”, ou um “adestrador”, ou mesmo
um “marginal” com seu “mascote”. Ela poderia ser médica, advogada, presidente,
garota de programa, que importa? Eu tinha por hábito tentar adivinhar o que se passava
na cabeça das pessoas com quem eu cruzava durante os passeios, mas essa curiosidade,
simplesmente, deixou de existir, pois no fim das contas era puro entretenimento
e às vezes se tornava uma sessão interminável de desagrados, porque mesmo que
elas fizessem um mau juízo de mim, isso não me dava direito algum de lhes
dirigir palavras. Na verdade eu comecei a não ter mesmo vontade de falar com
quem quer que fosse.
Ao atravessar a avenida, voltando
pra casa depois de aproveitar um pouco de solidão com vista pro mar, alguns
carros avançaram sobre a faixa sem esperar que eu terminasse de fazer minha
travessia, mas eu me contive em correr e continuei caminhando calmamente com
Reiko ao meu lado, como se fôssemos revestidos de aço invisível. Um motoqueiro
chegou mesmo a me olhar nos olhos antes de acelerar sua carniça e partir a mil.
Ninguém buzinou, mas na agonia apressada de uma manhã tão sombria que parecia
até filme de Tim Burton, eu quase pude sentir o ódio por trás dos parabrisas.
Aí eu chego em casa (casa de Brust)
e descubro que é o dia do sexo. “Por isso tanta gente querendo que eu me
fodesse”, pensei, mas eu sabia que era apenas um dia normal para todo mundo e a
maioria não tá indo nem vindo pra dia disso ou daquilo. Só querem ter a chance
de sacanear um pouco mais qualquer desafortunado e praguejar contra aqueles que
estão apenas vivendo melhor suas vidas; por nenhum motivo especial, só porque
se acostumaram a não querer bem ao próximo, principalmente os que não saem de
casa sem um bom motivo pra sorrir, ou servir. Elas odeiam aquelas outras pessoas
que não passam o dia inteiro correndo atrás do sucesso que vai lhes tirar da
mediocridade que é a vida urbana. Odeiam tanto que nem mesmo percebem que
respirar já é mais do que demais; que o sexo é uma troca e não um suborno; que
o dia pode ser radiante mesmo embaixo de nuvens opacas; que fazer um julgamento
fudido tem remédio, mas uma ação contra alguém, um inimigo desavisado de seu
opositor, pode não ter.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Eu nunca me senti triste assim
O lugar era de uma beleza...
Inebriante pra quem gosta...
A vida no campo...
Pássaros de todas as cores e cantos...
Verdes de todos os tons...
Céu todo azul...
Um bicho tão manso...
Eu estava encantado.Os olhos do Pássaro Preto eram pura tristeza. Mesmo agora, mais de um mês depois eu ainda não consigo esquecer aqueles olhos. Eu os vi, mas não os enxerguei logo. Estava contente por ele ainda ter olhos, antigamente se furava os olhos do pássaro pra que ele não pudesse ver ao seu redor, "pra ele assim aí cantar melhor" como cantava o rei do baião...
O pássaro, ali preso, imóvel, solitário, sua atitude, empinando o papo para cima e deixando o corpo vulnerável era como a de alguém que, vendo muitos livres à sua volta, cantando maviosamente, pedia para ser executado, pois não suportava mais viver aquela vida de cárcere injustificado. Qual foi o seu crime? Por que ele tinha que ficar ali para o deleite de seres humanos, seres sem nenhum coração? De alguma maneira aquele pássaro banal havia compartilhado comigo o seu sofrimento e eu não pude fazer nada para ajudá-lo, nada que pudesse me ajudar, nada além de me declarar contra o aprisionamento de aves.
O pássaro, ali preso, imóvel, solitário, sua atitude, empinando o papo para cima e deixando o corpo vulnerável era como a de alguém que, vendo muitos livres à sua volta, cantando maviosamente, pedia para ser executado, pois não suportava mais viver aquela vida de cárcere injustificado. Qual foi o seu crime? Por que ele tinha que ficar ali para o deleite de seres humanos, seres sem nenhum coração? De alguma maneira aquele pássaro banal havia compartilhado comigo o seu sofrimento e eu não pude fazer nada para ajudá-lo, nada que pudesse me ajudar, nada além de me declarar contra o aprisionamento de aves.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Gimbo
(Jorge Ben Jor)Tira gimbo de quem tem
E dá gimbo a quem não tem
Tira gimbo de quem tem
E dá gimbo a quem não tem
Maria cheia de graça
Venha me socorrer
Maria cheia de graça
Eu também quero viver
Eu quero ser malandro
Para ver como é que é
Pois malandro pra ser malandro
Tem que ter fé
Tem que usar a cabeça e o pé
Tira gimbo de quem tem
E dá gimbo a quem não tem
Tira gimbo de quem tem
E dá gimbo a quem não tem
Onde está o sentido quando só você não entende?
Tem gente que faz qualquer coisa por um bem
Tem gente que pra comer alguém é capaz de pagar qualquer preço
Tem gente que só quer comida quando quisera
Tem gente que não gosta de animais...
Têm medo por estes sentirem suas almas amedrontadas
Tem gente que não consegue lhe deixar em paz
Têm medo do abandono e da solidão
Tem medo do abandono, da solidão e da depressão
Abandona seu dinheiro porque ele não vai lhe alimentar
Foder não vai lhe confortar
Ter medo não lhe assegurar
Tem gente que não consegue lhe deixar em paz
Têm medo do abandono e da solidão
Tem medo do abandono, da solidão e da depressão
Tem gente que pra comer alguém é capaz de pagar qualquer preço
Tem gente que só quer comida quando quisera
Tem gente que não gosta de animais...
Têm medo por estes sentirem suas almas amedrontadas
Tem gente que não consegue lhe deixar em paz
Têm medo do abandono e da solidão
Tem medo do abandono, da solidão e da depressão
Abandona seu dinheiro porque ele não vai lhe alimentar
Foder não vai lhe confortar
Ter medo não lhe assegurar
Tem gente que não consegue lhe deixar em paz
Têm medo do abandono e da solidão
Tem medo do abandono, da solidão e da depressão
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
O petróleo é nosso!
O povo brasileiro não está familiarizado com o próprio problema petrolífero. Temos um governo que não tem nenhuma capacidade de dividir a receita gerada com o combustível fóssil mais importante do mundo e abundante em nosso território. O pre-sal é um marco na história extrativismo em nosso país, desde o seu surgimento, e não pode ser leiloado, como vem sendo feito entre os estados, ou divididos de acordo com modelos econômicos ultrapassados.
Não é preciso ser nenhum especialista em geopolítica para saber que o pre-sal não pode ser vinculado a este ou aquele estado, pois se será feita uma exploração a vários quilômetros da costa e de profundidade esse petróleo não é de ninguém, é da nação, é do povo que jamais pode gozar do usufruto de tudo que seu país produziu, produz e virá a produzir. Esse não é um estudo científico, isso não é um enigma. A soberania nacional não pode mais uma vez ser vilipendiada em prol de nenhum estado dessa federação, por nenhum motivo mesquinho, ou mesmo pelo raciocínio padrão do povo brasileiro, que é o de levar vantagem em tudo. Um estado não pode ser mais importante que o outro nessa questão. O território é nacional, o petróleo é BRASILEIRO.
"Be kind rewind"
Eu nunca fui um cara de poucos amigos, nem de pouca cerveja, nem de poucas festas e nem de nada que eu goste, pouco. Quando o assunto é comemorar, eu comemoro na altura da minha felicidade. Se fosse pra comemorar tocando, meus amigos tocariam comigo dias a fio... mas agora quando eu faço aniversário fico mais sossegado, pois a única coisa em que eu pensava, comer água até cair, não me traz mais tanta alegria, e eu não posso mais cair em qualquer lugar, sou um velho. A cachaça tem de ser na (in)decência.
Eu nasci na night, às 00:20min do dia 19 de agosto de 1973, domingo. Entre 1987 e 2009 a essa hora, nesse dia eu já estava "girando em alta", mas me aquietei. Ano passado eu viajei e quase não bebi no meu dia, esse ano eu andava meio assim, mas seria sacanagem não tomar uma com meus amigos mais chegados, no sossego de casa porque eu não queria estar em lugar nenhum na hora de cair. Esse ano às 0:30h, Eddie me ligou avisando que era hora de beber, pois é sexta-feira, é meu aniversário e sua filha, Lis, nascera há poucos minutos. Eu estava voltando da merecida meditação na praia, depois de ter pego pesado da hora que acordei até às 22h... tive que entrar em campo.
Eu nasci na night, às 00:20min do dia 19 de agosto de 1973, domingo. Entre 1987 e 2009 a essa hora, nesse dia eu já estava "girando em alta", mas me aquietei. Ano passado eu viajei e quase não bebi no meu dia, esse ano eu andava meio assim, mas seria sacanagem não tomar uma com meus amigos mais chegados, no sossego de casa porque eu não queria estar em lugar nenhum na hora de cair. Esse ano às 0:30h, Eddie me ligou avisando que era hora de beber, pois é sexta-feira, é meu aniversário e sua filha, Lis, nascera há poucos minutos. Eu estava voltando da merecida meditação na praia, depois de ter pego pesado da hora que acordei até às 22h... tive que entrar em campo.
Bebemos profissionalmente até as 4h. Acordei na merda. A cabeça doía, o estômago embrulhava, os olhos ardiam. Passei a bela manhã do meu aniversário entre a cama e o banheiro, mas nunca fui cara de me acovardar e saí por mundo pra combater a ressaca com o melhor dos remédios, mas quem disse que eu conseguia beber?
Fui na favela pra receber o abraço do Bruxo Quântico, pois sabia que ele não sairia de lá pra cachaçada nenhuma. Saí de lá, passei no depósito e peguei umas cervas, mas a cabeça não parava de incomodar. Nem mesmo o almoço ajudou.
Quando entrei em casa estava determinado a só sair se fosse pra buscar mais cerveja, mas ainda não cria que conseguiria beber quando meu irmão chegou com mais uma porrada de latinhas e como as dele já estavam geladas pouco depois eu "abri a sexta", o dia, e bebi até às 4 da manhã novamente, não bebendo mais porque a vizinhança reclamou do barulho, e ao sairmos para um bar aqui perto, os meus amigos ébrios queriam se pegar na porrada e a minha festa acabou. Mas eu tava satisfeito pacas. Não foi como eu cheguei a imaginar, tocando no Rio Vermelho de graça com o maior número possível de sequelados, drogados, bêbados e prostitutas. Foi tranqüilo até o fim da parte casa.
No sábado a ressaca era leve, mas um outro aniversário me devolveu ao mundo etílico: Andrezinho, também conhecido como Rapariga Galega. isso acabou com os planos de ir pro MAM, pois não poderia sair de sua casa enquanto houvesse cerveja, e o rapaz é exagerado. Acho que foi Eddie que me trouxe pra casa, porque no domingo de manhã eu não fazia idéia de como cheguei lá, mas tava ciente de que iria ao Parque da Cidade completar a "Mini-micareta Thilindão" com o mesmo Andrezinho. Havíamos combinado encerrar nossos aniversários em grande estilo.
Apesar da luminosidade do dia, meu espírito estava animado com a possibilidade de comer água novamente sem estar tentando me curar de ressaca (um fino em homenagem a isso). Na saída do Parque da Cidade o, sempre convidativo numa pós-manhã de domingo, Parque Júlio César era meu pastor.
Pra minha alegria, em frente ao Irineu(bar do pq. Júlio César) os caras abriram mais um bar, esse com Heineken de 600ml. Era mais do que eu precisava pra encerrar o dia. A galera ia pra Pituaçu e eu ia... sei lá mais fazer o quê, ia me fuder...
Pra minha alegria, em frente ao Irineu(bar do pq. Júlio César) os caras abriram mais um bar, esse com Heineken de 600ml. Era mais do que eu precisava pra encerrar o dia. A galera ia pra Pituaçu e eu ia... sei lá mais fazer o quê, ia me fuder...
Cheguei em casa tão morgado e exausto que dormi sem nem sequer me importar com o jogo do São Paulo contra as porca-rosa. Acordei 22:30h com uma larica do tamanho do mundo e uma ressaca muito estranha.
Fui na praça fazer um lanche. Fiz o pedido, paguei e saí, quando retornei a lanchonete havia fechado, pedi outro na lanchonete ao lado, que chegou poucos minutos depois, mas antes de eu terminar de comer o lanche da primeira lanchonete apareceu... comi. Fazer o quê? A galera estava em campo, comendo água em alta, e eu ainda beberiquei uns 2 copos. Depois de comer era hora do digestivo. Invadimos a casa de um e assistindo ao corujão com um bocado de doidos eu cheguei a maravilhosa conclusão que precisava dar um tempo. Saindo de lá 'inda bebi mais um monte no bar da Tia, com as portas baixas porque a polícia decretou toque de recolher às cadeiras da calçada.
Na segunda feira a chuva quis contribuir pra eu dar um tempo na marvada, me impedindo de ir a uma despedida com mais um monte de parceiro bom de copo, pena que em vão. Me convidaram pra um chá das 18h e comecei mais uma sessão de descontrole, não me deixando nenhuma outra alternativa a não ser adiar o fim da "Micareta" pra terça-feira, dia de ensaio dos Honkers. Uma pena que fora adiado me deixando apenas o sentimento de depressão por ter exagerado tanto e ter que parar assim tão sem graça. Foi ótimo ter bebido tanto, mas era preciso mais que uma mega-bebedeira pra sacramentar minha revolução de um homem só. Eu não queria dar um tempo da bebida, nem de nada, só queria dar um tempo de mim mesmo.
Na segunda feira a chuva quis contribuir pra eu dar um tempo na marvada, me impedindo de ir a uma despedida com mais um monte de parceiro bom de copo, pena que em vão. Me convidaram pra um chá das 18h e comecei mais uma sessão de descontrole, não me deixando nenhuma outra alternativa a não ser adiar o fim da "Micareta" pra terça-feira, dia de ensaio dos Honkers. Uma pena que fora adiado me deixando apenas o sentimento de depressão por ter exagerado tanto e ter que parar assim tão sem graça. Foi ótimo ter bebido tanto, mas era preciso mais que uma mega-bebedeira pra sacramentar minha revolução de um homem só. Eu não queria dar um tempo da bebida, nem de nada, só queria dar um tempo de mim mesmo.
Passeio Jurássico
![]() |
A neblina que parece um mar |
Tomei uma queda por causa dos meus pneus(Corsa-pro) que não quiseram aderir ao asfalto molhado numa freada mais forte, me levando a bater no fundo da bike de Luciano, e ao chão, porém caí mais por medo de machucá-lo do que pelo acidente em si. Fora isso a viagem seguiu bem. Foi tranquilo apesar da chuva que caiu da hora que saímos do posto de partida, até a hora que deixamos a BR324, já no entroncamento de São Francisco do Conde/Santo amaro.
A casa da tia fica no município de Afligidos. Chegamos imundos, exaustos, mas eu estava especialmente feliz por estar no recôncavo, terra onde eu nasci e que sempre me traz boas recordações, além de o lugar ser de um bucolismo digno de José Lins do Rêgo. Descansamos, comemos e fomos dormir. o plano no dia seguinte era voltar pra casa, mas as bikes precisavam de algum reparo depois de tanta chuva e lama. Decididos passar um dia a mais.
Na manhã, ao acordar resolvi dar uma volta pelo pasto, subir um monte e observar o nascer do sol mais bonito do ano. Na descida aproveitei pra fazer umas imagens no celular, mais para testar o aparelho mesmo, e fui filmando tudo até a entrada na casa. na porta de entrada havia um pássaro Preto engaiolado, aparentemente manso, desses que a gente coloca o dedo entre os arames da gaiola e ele se chega para perto para receber o carinho das pessoas. (...)
Depois do café da manhã fomos a uma cachoeira espetacular chamada Cachoeira do Saco, próximo a Murutuba. Aproveitamos pra fazer uma pequena limpeza no local que tinha um monte de latas, garrafas plásticas e sacos espalhados por todo canto. Passamos por um trecho de transposição do Rio Paraguaçu que tinha uma ponte na qual o rio passava por cima dela e não por baixo. (Doido!)
Na manhã seguinte, volta pra casa, meu pneu que não furava há 7 meses furou bem na entrada da minha cidade. Foram precisos 5 ciclistas, 2 frentistas e um borracheiro para conseguir tirá-lo da jante e quando finalmente conseguimos pôr o pneu novamente em seu lugar constatamos que estava furado novamente(provavelmente no esforço em colocá-lo de volta à jante). Desisti de voltar pedalando, pois trocar novamente iria atrasar muito mais a viagem que já estava bem atrasada. Peguei um ônibus de volta pra Salvador.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Felicidade x Pessimismo
às vezes toda a felicidade que a gente precisa é saber que nosso time ganhou, ou que a mulher que a gente ama está ao nosso lado, ou até mesmo que está com muita grana pra gastar com o que quiser, mas do auge da minha loucura posso lhes assegurar que a felicidade tem a ver apenas com a ausência de pensamentos essencialmente pessimistas.
Em primeiro lugar porque não se pensa em muita coisa quando se está feliz; em segundo lugar, porque normalmente a felicidade é a certeza de que o mau está batido, abatido, derrotado; em terceiro lugar porque é nos momentos de felicidade que a gente tem o vislumbre de que o pessimismo é mesmo uma tolice.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Orkut e Facebook morreram abraçados
Alguns anos atrás uma amiga muito querida me fez um convite pro orkut...
- Mas que porra é essa? Yorgut?!
- É um site de relacionamento...
- Mas eu não quero me relacionar com ninguém não...
- É legal, você encontra a galera das antigas e uma porrada de coisa...
E lá fui eu com minha cara de otário fazer a porra do yorgut.
Uns dias mais tarde, uma outra amiga me pergunta:
- Por que você apaga os recados?
Passei a deixar os recados, mas depois de 3 anos tinha mais de 6 mil recados. Claro que eu apaguei tudo depois de mais de um mês apagando os quase 10mil que se juntaram não sei pra que porra. Mesmo assim era legal estar no orkut, eu podia encontrar facilmente aquele brother do colégio, ou aquela gracinha amiga daquela outra.
O lance é que a perda de tempo vai se tornando maior e inevitável. Eu já não saía de casa sem olhar o orkut.
Com o passar do tempo alguns amigos foram abandonando o orkut e aderindo à nova onda social internética: o Facebook.
Tenho que admitir que foi preciso mais um ano de insistências para eu finalmente fazer a porra do face e digo que foi muito mais fácil e mais rápido de me adaptar que o orkut, mas eu tinha todo o tempo do mundo pra ficar na internet atualizando perfil, enviando foto, respondendo mensagem, xavecando, sacaneando e deixando o tempo ir se indo...
Difícil explicar o quanto isso que era inexistente no passado, passara de inútil a indispensável, mas, pior que isso, era que eu estava começando a crer que esse paranóia era mesmo importante.
Eu gosto de rua, de gente, de toque de beijo, de gosto... a internet não cheira nem fede.
Eu tenho blog, fotolog, myspace, soundcloud, Twitter, 5 contas de e-mails, gtalk, skype, 2 msn's, pra que diabos eu ainda vou ter página de facebook e orkut?
Hoje, depois de meditar um pouco, cheguei à conclusão de que esses dois elementos não estavam me servindo de nada além de passatempo e meu tempo precisa passar mais devagar. Excluí os dois.
Vá lá que eu ainda volte pra uma porra dessa um dia, mas isso vai ser tão louco quanto ter entrado pela primeira vez. As pessoas podem achar que a loucura é justamente abandonar essas "maravilhas", mas isso só o tempo vai dizer.
- Mas que porra é essa? Yorgut?!
- É um site de relacionamento...
- Mas eu não quero me relacionar com ninguém não...
- É legal, você encontra a galera das antigas e uma porrada de coisa...
E lá fui eu com minha cara de otário fazer a porra do yorgut.
Uns dias mais tarde, uma outra amiga me pergunta:
- Por que você apaga os recados?
Passei a deixar os recados, mas depois de 3 anos tinha mais de 6 mil recados. Claro que eu apaguei tudo depois de mais de um mês apagando os quase 10mil que se juntaram não sei pra que porra. Mesmo assim era legal estar no orkut, eu podia encontrar facilmente aquele brother do colégio, ou aquela gracinha amiga daquela outra.
O lance é que a perda de tempo vai se tornando maior e inevitável. Eu já não saía de casa sem olhar o orkut.
Com o passar do tempo alguns amigos foram abandonando o orkut e aderindo à nova onda social internética: o Facebook.
Tenho que admitir que foi preciso mais um ano de insistências para eu finalmente fazer a porra do face e digo que foi muito mais fácil e mais rápido de me adaptar que o orkut, mas eu tinha todo o tempo do mundo pra ficar na internet atualizando perfil, enviando foto, respondendo mensagem, xavecando, sacaneando e deixando o tempo ir se indo...
Difícil explicar o quanto isso que era inexistente no passado, passara de inútil a indispensável, mas, pior que isso, era que eu estava começando a crer que esse paranóia era mesmo importante.
Eu gosto de rua, de gente, de toque de beijo, de gosto... a internet não cheira nem fede.
Eu tenho blog, fotolog, myspace, soundcloud, Twitter, 5 contas de e-mails, gtalk, skype, 2 msn's, pra que diabos eu ainda vou ter página de facebook e orkut?
Hoje, depois de meditar um pouco, cheguei à conclusão de que esses dois elementos não estavam me servindo de nada além de passatempo e meu tempo precisa passar mais devagar. Excluí os dois.
Vá lá que eu ainda volte pra uma porra dessa um dia, mas isso vai ser tão louco quanto ter entrado pela primeira vez. As pessoas podem achar que a loucura é justamente abandonar essas "maravilhas", mas isso só o tempo vai dizer.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
de São Paulo a Salvador com Britany Marieta (continuação)
Eu queria completar minha viagem solitária e não podia ficar hospedado em casa de amigos. Eu não queria dar nenhum trabalho, mas além disso eu não queria ter que falar com ninguém ao dormir ou acordar. Nada contra as pessoas, mas era meu aniversário e essa era minha vontade. Já estava bem longe de casa pra querer me sentir seguro sob as asas de alguém. Chegar aos 37, ter 10 anos a mais do que a expectativa de vida dos astros do rock, dos negros suburbanos, ter a consciência de ter tido um certo sucesso só por estar vivo, mas sentir o gosto amargo do fracasso escorrendo pela goela abaixo.
Alguns compromissos me aguardavam aquela noite, eu tinha que ver algumas pessoas que ainda não vira, afinal a minha vontade de ficar só não implica eu em não poder ver alguém que não vejo nunca. Assim se dão os benefícios de ficar só. Eu adoro fazer o que me dá na cabeça naquele exato momento e de alguma forma o tempo para mim acaba se tornando algo muito maleável, sinuoso e até mesmo retroativo.
Havia o show do Cachorro Grande na Augusta, mas antes eu queria encontrar o Martin e a Nanda, na Consolação, depois tomar ao menos uma cerveja com a Tirreni fosse onde fosse, pois ela ainda iria subir a serra ainda naquela noite. Paulinha já estava em Salvador e as outras pessoas eu poderia talvez encontrar no show. Eu não queria ficar tão só assim afinal de contas, já me bastava o sábado que seria de ressaca e descanso, pois domingo eu tinha que picar minha mula de duas rodas sozinho e sem conhecer o caminho por dentro do Parque Tietê que eu observara num mapa.
O Hotel Pueblo fica numa rua próxima ao largo de Sta Ifigênia, mas eu nem sabia até então, pelo costume de andar de bike estava me achando próximo de tudo e só perguntei ao cara lá da portaria como eu fazia pra chegar na consolação.
- Você pega a pça da República, Av. Ipiranga e já tá lá. Direto! - Simples assim.
E pra mim é tudo simples. Depois de alguns telefonemas, algumas horas relaxando com "Evrebody hates Chris" no único canal que funcionava na TV from hell, eu me agasalhei e parti para minha missão: Jantar, beber e dançar, que na verdade conistia apenas em encontrar um monte de gente querida.

Martin, como um cara que saca das paradas, principalmente as de comer, tinha recomendado o Sujinho, porque sabia que era impossível alguém que está a fim de comer sair de lá infeliz. O lugar é uma dessas lanchonetes modernas, que você escolhe tamanho do pão, o garçom lhe pergunta ponto da carne, meio diferente das de Periperi (hehehe), mas os sanduíches são realmente espetaculares. Claro que quando eu escrevi isso aqui eu não lembrava mais qual eu pedi, mas eu posso sentir o gosto ainda hoje em minha memória.
De lá os dois me deram uma carona até o metrô, pois eu ainda ia pra Tucuruvi dar um cheiro numa moça e tomar uma cerveja, se tivesse sorte, pois seus amigos iam lhe buscar às 23:30 pra levar pra serra... e já se iam as 22h.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Às vezes eu me esqueço
Não é segredo pra ninguém o quanto eu tenho aumentado minha repulsa pela cidade, pela civilização e pela sociedade. É tudo muito agressivo ao meu sensível caráter e meu frágil existir. Já não basta ter que fazer vista grossa a preconceitos 24 horas por dia, ainda tenho que agüentar a sujeira e o barulho? Meu ovo! Mas as luzes e os cartões postais de concreto que resplandecem à noite nessa cidade me fazem ter um pouco mais de esperança.
Quando eu saio de bike à noite é como se eu não enxergasse mais a cidade hostil. Não há tanto barulho e o fluxo reduzido de veículos me dão uma ilusão de liberdade urbana. Às vezes um buraco, um esgoto entupido, me devolve à realidade, mas no geral o passeio é pura inspiração à luz da lua.
Um dia desses, voltando de madrugada eu parei para contemplar o visual da nossa baía, ali da descida de Plataforma. Era quase 2 da manhã e havia uma cobertura enfumaçada na área onde antigamente haviam palafitas. Não era nenhum incêndio, apenas a neblina cobrindo o pé da serra. Ao longe via-se a cidade cintilando, como uma caixa repleta de tesouros. Ontem, novamente no mesmo lugar, eu pude ver do outro lado uma escadaria deserta, imensa, que leva até o bairro lá no alto, não parei, continuei subindo e observando estupefato pelo fato de nunca ter notado algo tão grande, e tão marcante, e tão bonito fotograficamente falando.
Outra coisa engraçada é que escutando música no modo aleatório eu normalmente tenho muitas horas de música sem repetição no mp3 de 4gb. Na ida tocou uma música que eu nunca mais tinha ouvido "óia rapa" do rappa, que no fim entra uma galera cantando: "bom dia passageiros é o que lhes deseja a miséria S/A que acabou de chegar..." após alguns segundos de silêncio. Coincidentemente, na volta tocou a mesma música, mas eu na minha doideira elocubrativa ciclística nem tinha notado até chegar no silêncio final e iniciar novamente a cantoria: "bom dia passageiros é o que lhes deseja a miséria S/A que acabou de chegar..." Eu estava exatamente no mesmo lugar da ida: o trecho entre a azevedo madereira e a cesta do povo do Lobato. Mensagem?
Eu odeio a cidade, mas amo o subúrbio. Pode ser viagem de suburbano, mas eu não tenho como não ficar maravilhado com cada surpresa bacana que eu me deparo. "Miséria é miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes..."
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Faça a coisa cool
Se vai fazer algo, faça com um pouco de amor. Precisa muito não. Se for difícil tenha ao menos boa vontade, faça sem contrariedade.
Faça qualquer coisa fácil, que não dê muito trabalho, ou tente fazer parecer fácil. Encontre um prazer qualquer nisso.
Não se incomode em parecer bonito para se sentir aceito
Não se incomode em parecer rico só pra tirar um sarro
Não se incomode em gostar de nada ruim pra fazer alguém feliz
Faça alguma coisa legal, mas faça com alguma alegria, com prazer, não perca seu tempo fazendo nada mau, porque isso é feio. Além do mais a maldade sempre bate na gente, não precisamos colocá-la na roda.
Se vai fazer algo de bom ou de ruim, faça sabendo que a partir disso alguma coisa vai acontecer na mesma intensidade.
Não se incomode em falar mal de ninguém, porque isso não ajuda você a parecer mais legal.
Não precisa ser santo nem abobalhado, basta ter um pouco de amor...
Se não funcionar, foda-se! Às vezes não somos bons o bastante, mas não precisamos de desespero, pois nada vale o stress.
Faça qualquer coisa fácil, que não dê muito trabalho, ou tente fazer parecer fácil. Encontre um prazer qualquer nisso.
Não se incomode em parecer bonito para se sentir aceito
Não se incomode em parecer rico só pra tirar um sarro
Não se incomode em gostar de nada ruim pra fazer alguém feliz
Faça alguma coisa legal, mas faça com alguma alegria, com prazer, não perca seu tempo fazendo nada mau, porque isso é feio. Além do mais a maldade sempre bate na gente, não precisamos colocá-la na roda.
Se vai fazer algo de bom ou de ruim, faça sabendo que a partir disso alguma coisa vai acontecer na mesma intensidade.
Não se incomode em falar mal de ninguém, porque isso não ajuda você a parecer mais legal.
Não precisa ser santo nem abobalhado, basta ter um pouco de amor...
Se não funcionar, foda-se! Às vezes não somos bons o bastante, mas não precisamos de desespero, pois nada vale o stress.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
One more chance for the peace
Reúnam os políticos
Dêem-lhes muitos baseados
Façam-os fumar e tomar decisões importantes
para suas próprias vidas medíocres,
por uma semana ou mais
Observemos os sabotadores e os escarnecedores.
Reúnam novamente políticos
Dêem-lhes muito álcool
Façam-os beber e tomar decisões importantes
para suas vidas inúteis,
por uma semana ou duas.
observemos os sabotadores e os escarnecedores.
Façam-os dirigir
Façam-os falar
Dêem-lhes muitos baseados
Façam-os fumar e tomar decisões importantes
para suas próprias vidas medíocres,
por uma semana ou mais
Observemos os sabotadores e os escarnecedores.
Reúnam novamente políticos
Dêem-lhes muito álcool
Façam-os beber e tomar decisões importantes
para suas vidas inúteis,
por uma semana ou duas.
observemos os sabotadores e os escarnecedores.
Façam-os dirigir
Façam-os falar
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Andar de bike, man! Sem frescura!
Pra começo de conversa quem anda de bike quer em primeiro lugar se movimentar, andar por aí sem se cansar muito e ir um pouco mais rápido do que a pé. Eu não creio que alguém no mundo queira andar de bicicleta pra competir com os automóveis, isso seria, além de estúpido, inútil. Os automóveis são veículos pra carregar gente de um lado para o outro sem a necessidade do esforço e com mínima perda de tempo, as bicicletas são veículos para se aproveitar a vida, o sol, o vento, a paisagem, são coisas absurdamente diferentes que necessitam trafegar no mesmo espaço, assim como os pedestres e os outros veículos motorizados ou não.
Creio que nosso povo não tem uma noção plena da responsabilidade que temos uns pelos outros e por isso os motorizados creem que as vias são feitas só para os seus carros e todo aquele que não tiver motor e atravessar seu caminho deve fazê-lo depressa ou será abalroado, ou receberá uma "honkerzada" nas orelhas. Não há espaço para vagarosos no trânsito. Na mentalidade de nossa gente não é possível uma pessoa ter a preferência abaixo do passeio.
Desde que eu aprendi a pedalar ainda não conheci nada melhor. Ganhei minha primeira bike com 5 anos, mas não houve jeito de eu aprender e minha mãe a vendeu, mas eu não desisti. Uns 8 anos mais tarde eu comecei a andar na bicicleta de minha irmã, com a mão na parede dando voltas pela casa até aprender me equilibrar, primeiro com uma mão só, depois com as duas. Foi difícil, mas eis-me aqui.
A coisa mais importante pra se andar bem de bicicleta é aprender a importância de cada parte dela. Podemos andar numa bike toda desgraçada, mas esse "andar" não pode ser extremo. Se é pra ir ali, vá, mas se for pra longe arrume a bike: Tire as folgas, Regule as marchas e os freios, Calibre os pneus, Lubrifique a corrente. É bom regular a altura de banco e guidão, mas isso é uma outra conversa. Estou falando de andar de bike e para isso só precisamos dela inteira.
Pra sair normalmente eu não uso nenhum equipamento de segurança, mas recomendo um tênis confortável e seguro no pé, óculos para proteger do que voa e uma bandana, boné, pano, ou qualquer coisa que sirva para evitar que o suor da cabeça caia nos olhos (se quiser proteger as mãos dos calos use uma luva emborrachada) e só. Os outros equipamentos que constam no código de trânsito não servem para proteger nenhum ciclista. Nada pode nos livrar de nós mesmos. Os fárois vendidos por aí não iluminam, as luzes vermelhas podem ajudar, mas andando na cidade não servem pra nada além de dizer que é um ciclista preocupado com a própria pele e os capacetes, além de caros, desconfortáveis e frágeis não evitam nenhum tipo de lesão. Francamente, se um ciclista cai automaticamente ele protege sua cabeça com as mãos e com o movimento, se a queda for a uma velocidade muito alta e ele bater a cabeça em qualquer coisa, ou se bater de frente mesmo de capacete certamente morrerá. Todos os outros acidentes os quais o capacete salvou a vida de alguém, foi por uma dessas coisas do destino que nenhuma lei prevê. Como o caso de um recém-nnascido que fora arremessado para-brisa afora de um carro num acidente no Dique e saiu ileso. Mas o capacete pode ser utilizado em nosso favor em muitas outras situações em que não corremos risco de morte e por isso eu entendo, utilizo (ás vezes) e até aconselho as pessoas usarem, mas nunca vou concordar com a obrigatoriedade da sua utilização.
"Nossas ruas não são seguras, porque nosso povo não é educado." Sabendo disso, todo o cuidado. Olhe pra todos os lados antes de sair, coloque uma marcha leve e saia bem devagar até ir ganhando o ritmo da rua. Se quiser passear vá pela direita beirando o meio-fio externo, mas se a ideia é adiantar o lado escolha o que for mais rápido e mais seguro, principalmente para seu couro.
Andar nos bairros geralmente é fácil, não há muita preocupação com o espaço devido à existência do caos. Aqui em Periperi as bikes dividem a rua com os carros, as barracas, ambulantes, gado, mas principalmente os próprios pedestres que andam sem direção e desatentos a tudo.
Na suburbana um jeito de se locomover rápido é pela esquerda, beirando o meio-fio central. É um ponto onde todos os motoristas me enxergam e há espaço suficiente para 2 ônibus e 1 bike. O canteiro central dela deveria se tornar uma ciclovia, mas se pintar uma linha afastada 1,5m de cada lado dele de Paripe até a Calçada a mobilidade também funciona, desde que, é claro, os motoristas respeitem. Há espaço! O mesmo vale para a Av. Conotrno, Av. Magalhães Neto, Orla, Av. Dorival Caymi, Av. Vasco da Gama, estrada do Coco, 2 Leões, Sete-portas e várias outras do mesmo padrão. Ou tira o canteiro central e usa o concreto restirado para criar ciclovias em outras áreas ou coloca as faixas de 1,5m. É um esforço mínimo.
Nas ruas do centro, na inexistência de faixas, o jeito é andar pela direita. Um ciclista bem preparado pode trafegar por entre os carros, mas, lembrando que os motoristas não têm educação, essa não é uma atitude segura. É certo e mais cômodo é andar na mesma velocidade dos carros, respeitando os sinais e os pedestres. Nunca se deve atravessar um sinal vermelho se houver pedestres passando, mas sempre avance se não vir nenhum. Bicicleta não é carro! Não devemos obedecer leis que não foram feitas para nós. Devemos exigir alterações de modo a tornar justa a divisão do espaço “RUA”.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Noturnos
Numa noite fria de inverno, nenhum som além do marulhar da baía, nada se move além. Um casal divide um cigarro no cais. A brisa gélida aproxima os corpos que se enroscam num abraço terno de cumplicidade e desejo. A lua ilumina um barco lá longe...
No outro quarteirão, dois pilantras encurralam uma vítima. Será que vai lhes dar a próxima dose?
O casal termina seu cigarro e sai do cais em direção ao centro do bairro. O silêncio é quebrado por vozes vindas de uma rua adiante e o casal tem de passa por entre dois bandidos que também tomam a mesma direção.
Um dos elementos ao avistar o casal tenta se esconder para supreendê-los, mas é visto, seu parceiro tenta lhe dizer algo, mas o caminhar decidido dos pseudo-namorados não deixa muito tempo para nenhuma ação. Os quatro acabam formando um grupo único e saindo da rua juntos, separando-se ao chegar na avenida: 2 pra cada lado.
O semblante calmo da jovem contrasta com o coração acelerado do rapaz que por um momento temeu o pior.
Ao se despedirem ela lhe agradece pela noite, pelo cigarro, pelo carinho, pela segurança que ela sente ao seu lado. Ele ainda assustado deseja boa noite e lhe pede para nunca temer nenhum mal.
No outro quarteirão, dois pilantras encurralam uma vítima. Será que vai lhes dar a próxima dose?
O casal termina seu cigarro e sai do cais em direção ao centro do bairro. O silêncio é quebrado por vozes vindas de uma rua adiante e o casal tem de passa por entre dois bandidos que também tomam a mesma direção.
Um dos elementos ao avistar o casal tenta se esconder para supreendê-los, mas é visto, seu parceiro tenta lhe dizer algo, mas o caminhar decidido dos pseudo-namorados não deixa muito tempo para nenhuma ação. Os quatro acabam formando um grupo único e saindo da rua juntos, separando-se ao chegar na avenida: 2 pra cada lado.
O semblante calmo da jovem contrasta com o coração acelerado do rapaz que por um momento temeu o pior.
Ao se despedirem ela lhe agradece pela noite, pelo cigarro, pelo carinho, pela segurança que ela sente ao seu lado. Ele ainda assustado deseja boa noite e lhe pede para nunca temer nenhum mal.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Fantasias de uma vida perdida
Imagine uma mulher
Imagine seus olhos
Imagine seu nariz
Amplie sua visão
Imagine todos os detalhes do seu rosto
Imagine seu cabelo
Seu pescoço, seu colo...
Imagine sua cintura, seus braços e pernas
Imagine sua barriga
Imagine seus pés
Imagine-a vindo em sua direção
Ouça sua voz
Ouça o que ela diz
Imagine seu dia-a-dia
Seu acordar, seu banho, seu vestir
Imagine suas dificuldades e suas tristezas diárias
Imagine que você não pode fazer nada
Imagine que ela vai morrer
Imagine que ela nunca foi amada de verdade
Imagine seus olhos
Imagine seu nariz
Amplie sua visão
Imagine todos os detalhes do seu rosto
Imagine seu cabelo
Seu pescoço, seu colo...
Imagine sua cintura, seus braços e pernas
Imagine sua barriga
Imagine seus pés
Imagine-a vindo em sua direção
Ouça sua voz
Ouça o que ela diz
Imagine seu dia-a-dia
Seu acordar, seu banho, seu vestir
Imagine suas dificuldades e suas tristezas diárias
Imagine que você não pode fazer nada
Imagine que ela vai morrer
Imagine que ela nunca foi amada de verdade
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Ausente
Perdi meus telefones,
Meus óculos
E sei lá mais o que.
No alcoolismo,
Na promiscuidade,
Sei lá mais onde,
Não tenho nome,
Não tenho endereço,
Não tenho nada,
Tenho vagas lembranças,
Uma pequena incerteza,
E uma grande angústia:
Um nome e um riso
Um beijo e uma voz
Meus óculos
E sei lá mais o que.
No alcoolismo,
Na promiscuidade,
Sei lá mais onde,
Não tenho nome,
Não tenho endereço,
Não tenho nada,
Tenho vagas lembranças,
Uma pequena incerteza,
E uma grande angústia:
Um nome e um riso
Um beijo e uma voz
terça-feira, 2 de agosto de 2011
...e no crepúsculo ele se retira para uma sessão de pensamentos insólitos
Qual o sentido de se ficar em frente à TV assistindo diariamente a vida alheia iirreal? Eu tento buscar em minha memória dos tempos que assistir novela não era tão absurdo, mas tudo que me lembro era que eu gostava de viajar na viagem dos outros, mas até disso eu enchi o saco. E daí que eles tão falando de viadagem e de drogas de uma maneira mais aberta? Pra mim aquilo lá ainda vai parecer uma violência disfarçada.
O cara da malhação usa a grana e a influência da família pra seduzir uma pobre gracinha indefesa; o cara da novela das seis é humilhado pelo patrão corrupto e facista; na novela das oito a viadinha não consegue se assumir. Eu tô sabendo que existe uma novela mais tarde na qual alguma puta tenta sustentar o filho sem fazer programa ou coisa desse tipo. Ou seja, é uma perda de tempo completa ficar "gastando" com esse tipo de coisa. Melhor fazer como o pessoal do interior: bota uma cadeira na porta de casa e fica observando os vizinhos. Só tenha cuidado com as rebarbas.
Uma outra coisa que eu viajo é em quem tem cachorro em casa. A grande maioria acredita mesmo que o cachorro entende tudo o que ele fala, mas é burro e pirracento. Pobres animais! Diz que o cão não pode ficar pedindo comida, mas sempre que tem algo na mão lho dá; diz que o cão não pode ficar rua, mas abre o portão para ele dar um passeio sozinho. Deus me livre ser cachorro!
Torcedor é outro bicho bem imbecil, mas a gente gosta da parada e nada é capaz de fazer isso mudar. tem gente que muda de sexo, mas não de time. O cara pode trocar quela mulher que ele amava mais que tudo na vida por outra mais nova, mas nunca o time. Não é possível! Eu conheço um cara que era negão e ficou branco, conheço uma mulher que virou homem, mas ainda não conheci ninguém que tenha deixado de amar o futebol e seu time de coração. Idiotas!
Antes eu não achava que todo mundo em central de atendimento era imbecil, mas depois de trabalhar por anos no suporte eu descobri que a maioria não sabe mesmo pra que serve seu posto. Se isso não é uma estupidez então me chupe. A gente perde um tempo imenso pra resolver problemas que não demoram um minuto, às vezes porque o cara que está do outro lado não sabe fazer absolutamente nada sem um script, se vacilar nem mesmo o nome dele é capaz de pronunciar. Hoje eu tive que ligar 3 vezes pra falar com um atendimento eletrônico que foi igualzinho ao personalizado, não me ajudou em porra nenhuma e amanhã eu vou ter que ir numa loja explicar tudo a uma atendente que não vai me entender depois de eu repetir que já falei com a merda do "suporte" e eles não sabem o que fazer.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
...por uma vida menos ordinária...
Dia fudido da porra! Só me fudi! Que merda!
Vou ali na praça dar um rolé, se vacilar colo no funk.
Porra! Que porra é essa?! Hoje essa praça tá mesmo babilônica!
Colé daquele policial filmando... que porra ali?!
Vou vazar! Parece que os caras vão fechar a praça.
Esses cinco policiais civis invadindo, mais aquela viatura da PM e os guardas municipais ali, eu tô de cara ainda... já fui!
Ah! As gracinhas! Meu Deus, como eu as adoro!
Vaza, truta!
Vou na favela! Deve estar a maior paz!
É... 22h...
Porra! Uma estrela cadente! Faz um pedido idiota!
Faz um pedido, idiota! Outra estrela quase no mesmo lugar... que porra é essa?!!!
É... 22:19...
Vaza, Pirão!
Vou piar lá no funk.
Carallho! A merda fechada!
"... dar um rolé pela rua é de bom baiano ir na caça das perua, a primeira parte pode crer é na praça, os boy de carango se chapando de cahaça..."
Xiiiiiii!!!
- Os caras chegaram aí, derrubaram as barracas, saíram levando as mesas que tavam va rua...
- Eu previ que ia acabar em merda, vamo tomar uma lá em Miúda.
Nada com uma cerveja gelada com os brothers...
Porra! Puta que pariu, bicho! Pára de falar nessa merda!
- Mas a Guarda Municipal não pode agir como agiu...
Porra, caralho, puta que o pariu, vão brigar aqui?
Vaza, man!
ÊA!
Vou ali na praça dar um rolé, se vacilar colo no funk.
Porra! Que porra é essa?! Hoje essa praça tá mesmo babilônica!
Colé daquele policial filmando... que porra ali?!
Vou vazar! Parece que os caras vão fechar a praça.
Esses cinco policiais civis invadindo, mais aquela viatura da PM e os guardas municipais ali, eu tô de cara ainda... já fui!
Ah! As gracinhas! Meu Deus, como eu as adoro!
Vaza, truta!
Vou na favela! Deve estar a maior paz!
É... 22h...
Porra! Uma estrela cadente! Faz um pedido idiota!
Faz um pedido, idiota! Outra estrela quase no mesmo lugar... que porra é essa?!!!
É... 22:19...
Vaza, Pirão!
Vou piar lá no funk.
Carallho! A merda fechada!
"... dar um rolé pela rua é de bom baiano ir na caça das perua, a primeira parte pode crer é na praça, os boy de carango se chapando de cahaça..."
Xiiiiiii!!!
- Os caras chegaram aí, derrubaram as barracas, saíram levando as mesas que tavam va rua...
- Eu previ que ia acabar em merda, vamo tomar uma lá em Miúda.
Nada com uma cerveja gelada com os brothers...
Porra! Puta que pariu, bicho! Pára de falar nessa merda!
- Mas a Guarda Municipal não pode agir como agiu...
Porra, caralho, puta que o pariu, vão brigar aqui?
Vaza, man!
ÊA!
domingo, 31 de julho de 2011
Futebol de merda
Fui ao parque da cidade hoje pra o show do círculo e para encontrar alguns amigos raros. Saí de casa com a bike já 11:15 e quando cheguei eram 12:35 e o Círculo quase que imediatamente encerrou o show, pelo menos encontrei meus brothers, mas a minha preocupação era voltar a tempo de ver o jogo do São Paulo, pois tinha certeza que hoje a gente ia brocar o vascuzinho. Deixei até de me aplicar na cachaça, pois isso ia atrasar muito meu rendimento na volta pra casa.
Só fui sair do parque já depois das 15h, vinha pela BR mas uma voz me disse para voltar pela suburbana, pois pelo caminho certamente haveria um bar passando o jogo. Perdi a pressa.
Aproveitei e quebrei pro Comércio a fim de comer alguma bobagem ainda na esperança de encontrar um lugar pra ver o jogo, mas tudo em vão. Comi um kibe ruim da porra, um pão pizza medonho e um suco de goiaba razoável, mas nada de nenhum lugar pra assistir a partida que essa altura já devia estar começando.
Parti a mil em direção a Pericity olhando pra todo lado na intençaõ de encontrar uma maldita TV(esse demônio!) ligada num boteco qualquer, mas quem disse que era meu dia de sorte?
Cheguei em casa logo no começo do segundo tempo e assim que eu ligo a TV vejo a defesa que antes tinha Miranda e Alex Silva tomar um gol ridículo num contra-ataque rápido com o lesado do Éder Luis: São paulo 0x1 Vascu.
Resolvi colocar alguma coisa no fogo, pois ainda precisava almoçar. O jogo era feio, mas segundo o rádio, a TV, a internet o São Paulo foi melhor no primeiro tempo e seguia melhor até levar o gol. Adilson batista tentou mexer no time tirando Piris e colocando Lionel Marlos, mas assim como o Lionel argentino ele pouco fez. Fernandinho também entrou no lugar de Rivaldo, mas nada. Entre uma ida e outra na cozinha só irritação. No final felipe faz 2x0 e acaba com minha fé.
Ligo o som e escuto o cego Willie Johnson cantar "You're Gonna Need Somebody On Your Bond". O macarrão cozinhado durante o jogo ficou tão sem graça quanto a minha cara de idiota que não tinha nada melhor pra fazer numa tarde de domingo.
Quebrando a real
Até bem pouco tempo atrás eu cria que romper com o sistema era a única maneira de me manter saudável, mas isso é ilusão. O sistema está nas pessoas, ele não é real. Sendo assim passo a olhar para tudo diferente. O valor de cada gesto, cada ação, ganha outro significado.
Não é preciso romper nenhuma barreira externa para se libertar. A liberdade não existe fora da minha mente. É preciso que ela saia e fique aqui, afinal, não pode estar em nenhum lugar.
Não é preciso romper nenhuma barreira externa para se libertar. A liberdade não existe fora da minha mente. É preciso que ela saia e fique aqui, afinal, não pode estar em nenhum lugar.
Inclassificáveis?
Somos o que pensamos ser
O que queremos ser
O que os outros acham
Somos fruto dos nossos atos
Um reflexo de nossos erros
O que nós somos?
Somos seres humanos
Somos pretos, brancos e vermelhos
Somos rosados, vermelhos e brancos
Pensamos, falamos, premeditamos
Agimos de forma estranha
O que nós somos?
Somos tudo
Somos a sabedoria
Somos a ignorância
Somos a maldade e a benevolência
Violência e paz
Somos a crueldade e o prazer
Somos isso e aquilo
O que queremos ser
O que os outros acham
Somos fruto dos nossos atos
Um reflexo de nossos erros
O que nós somos?
Somos seres humanos
Somos pretos, brancos e vermelhos
Somos rosados, vermelhos e brancos
Pensamos, falamos, premeditamos
Agimos de forma estranha
O que nós somos?
Somos tudo
Somos a sabedoria
Somos a ignorância
Somos a maldade e a benevolência
Violência e paz
Somos a crueldade e o prazer
Somos isso e aquilo
sábado, 30 de julho de 2011
Que viagem é essa? (de São Paulo a Salvador com Britany Marieta)
Quando cheguei em Sampa, de volta de Campinas pedalando dessa vez pela Anhanguera, em 20 de agosto de 2010, minha missão era procurar um hotel barato pra passar as minhas duas últimas noites na cidade. Era sexta-feira e eu tinha muitos planos para a noite. O hotel que eu escolhi não podia ter sido pior... Não? Podia, sim! Mas depois do inferno que foi achar um hotel no centro que não fosse "matadouro", com todo mundo dizendo que não rolava pernoite, por causa da "rotatividade", eu não estava ligando muito para o aspecto imundo. No guarda-roupa despençado havia uma lata que fora usada certamente pra um pau na pedra, o banheiro de ralo e pia entupidos ao menos teve água depois que eu limpei o limo do chuveiro, na cama eu nem quis pensar muito, pois sabia que ia acabar não dormindo. O que importava era que eu estava hospedado.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
A dança dos sonhos e dos desejos
Quando o homem acha que não tem chance de alcançar alguma graça ele recorre à fé. Ela é a única coisa capaz de manter o homem na sua sanidade. Mesmo que pareça insano. Fico pensando no que seria do humanidade se não fosse a fé. Pra muitos ela é apenas um negócio, mas no geral ela nos faz bem, ou pelo menos mais bem do que mal. Infelizmente tem aqueles que exploram e tem os explorados, eu sei, mas em pleno ano de 2011 da era cristã eu não posso acreditar que "tem que ser assim". Isso seria matar a esperança.
Outro dia um amigo me disse que falando o que eu falo algumas pessoas podem achar que eu não sou confiável, por dizer na cara delas que ninguém nesse mundo está nem aí para o próximo, que o que as pessoas acreditam mesmo é no dinheiro e na aparência, que ninguém "considera" ninguém etc. É... vendo por esse prisma é racional não confiar em alguém assim, mas foda-se! Eu não posso não enxergar os defeitos da nossa coletividade. Não faço côro a esse comportamento. Tudo é permitido, mas ninguém tem que ser permissivo a tudo. Acho que algumas coisas precisam começar ser vistas com outros olhos, com olhos menos dementes. Imagina se um negão precisa abrir a boca pra ser mal visto pelas pessoas? Nesses meus 37 anos nunca foi preciso, aliás ninguém te pergunta como você quer ser tratado a não ser em sites de compras.
Em algum momento, entre o agora e o fim de tudo, eu, você, todos vamos ter uma opinião diferente sobre algo que críamos com muita convicção. Nossa mente nem sempre consegue ter pleno domínio sobre nosso corpo, ou parte dele, e o que é que domina quem domina? Quem certifica o certificador? Algumas pessoas tem atitudes não toleráveis por ignorância, por maldade... Imagina se isso nunca mudar? Nós seguimos modelos ultrapassados em todos os momentos de nossas vidas, na escola, no trabalho, às vezes em família. Será que nossa vida toda se resume a isso: Perseguir modelos ultrapassados de felicidade? Esperançoso, eu não acredito!
É muito cansativo manter a fé, mas de alguma forma tenho que mantê-la, porque é ela que me mantém vivo, lúcido e bem disposto. Ter esperança que um dia parem de se odiar e se matar é muito importante, pois não me deixa odiar nem matar ninguém, mesmo aqueles que em algum momento não mereçam nem apanhar de tão asquerosamente nocivos.
Enquanto nós continuarmos aceitando desculpas para todo tipo de atrocidades elas irão continuar. É bem mais fácil banir o pensamento no que é fudido. É ridiculamente fácil fazer isso, mas a nossa inteligência é tanta que dificulta. Tudo é racionalizável, até mesmo o absurdo. Um dia eu tentei parar de xingar. Não consegui, mas foi fácil estar ciente de que eu não devia fazer aquilo. Só não consegui me manter consciente todo o tempo, mas a vida é assim, o mesmo serve para todas as coisas. A gente só precisa se manter alerta.
Se depender de minha vontade para o mundo se tornar um lugar melhor então ele se tornará, pois não há desesperança bastante em meu coração para me fazer deixar de desejar isso.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
ora martelo, ora bigorna
às vezes sinto falta de mim... me sinto ausente em minha própria vida. Como eu posso não estar ausente na vida de alguém?
às vezes quero coisas impossíveis... me sinto incapaz de realizar. Como é que alguém vai fazer por mim?
às vezes sou tão ingênuo.
às vezes quero coisas impossíveis... me sinto incapaz de realizar. Como é que alguém vai fazer por mim?
às vezes sou tão ingênuo.
Universal by this grace
Todos os dias temos a responsabilidade de manter o equilíbrio entre o universo ao nosso redor e o nosso microcosmo. Algumas pessoas não se dão conta do quanto esse equilíbrio entre os mundos é importante, pois elas não enxergam além do mundo material, mas devo alertar que este controle determina tudo na sua vida e no seu dia-a-dia.
É preciso estar em sintonia. Nada do que acontece a sua volta se dá a esmo, as coisas são o reflexo do que as coisas são em nossa mente. Todo o universo é criado em nossa mente e depois expelido para o infinito. Todas as coisas boas e más são reflexos de nossas próprias vontades que afeta e é afetada mutuamente pela vontade externada das outras pessoas, mesmo aquelas que não se dão conta de como esse processo se dá.
É preciso estar em sintonia. Nada do que acontece a sua volta se dá a esmo, as coisas são o reflexo do que as coisas são em nossa mente. Todo o universo é criado em nossa mente e depois expelido para o infinito. Todas as coisas boas e más são reflexos de nossas próprias vontades que afeta e é afetada mutuamente pela vontade externada das outras pessoas, mesmo aquelas que não se dão conta de como esse processo se dá.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Acho que a falta de cabelos brancos tira a minha credibilidade
É muito engraçado ver pessoas que me conheceram ontem e sabem mais ao meu respeito e de minha vida cotidiana do que eu mesmo. Todo mundo sabe meu perfil psicológico só de olhar minha unha. É impressionante! É como se nesses meus quase 40 anos eu só estivesse vivo naquele momento que alguém está me criando em sua mente, com suas palavras. Isso me assusta, mas me faz rir. Parece que eu não passei pela infância nem pela adolescência. Algumas pessoas esquecem momentaneamente que eu sou negro e eu até consigo encarar isso. Mas não dá pra eu mesmo esquecer disso, pois nessas quase 4 décadas não houve um dia em que isso não fosse berrado em minha cara; outras pessoas pensam ainda que por eu ter tido uma vida difícil (já que eu nasci negro) eu sou uma pessoa amargurada.
Talvez por sorte, talvez por esperteza eu aprendi a separar os racistas dos ignorantes ainda bem pequeno. Isso não me fez ter uma vida mais fácil em canto nenhum, mas me deixou bastante tranquilo com relação ao que eu penso sobre mim mesmo ouvindo as coisas que eu ouvia o tempo inteiro na década de 80. Mantive meu pensamento em evolução. Cheguei nos anos 90 nem aí pra nada, pois já tinha uma idéia do que era a "sociedade adulta" que me esperava. Nenhuma decepção, nenhuma surpresa. Mas já não podia ser compreendido plenamente, pois em nenhum momento eu quis ser nada além de eu mesmo.
O ano 2000 chegou e já se passaram 11 anos e ainda tem gente acreditando que o pensamento medieval faz sentido. As mulheres estão mais machistas que os homens, o racismo ganhou o apoio da homofobia e a consciência foi perdendo espaço para o achismo. Eu, por exemplo, acho todo mundo muito imbecil, mas é só quando se fala de ambições, ou principalmente nesse ponto. Enquanto eu penso que já vivi muito mais do que mereço, as pessoas pensam em juntar dinheiro pra comprar uma vida boa.
Quando o assunto é dinheiro então fica tudo muito pior. As pessoas se agarram ao dinheiro como se ele fosse a única coisa capaz de lhes salvar. Parece que nossa evolução agora é apenas social. Não é possível para a grande maioria desejar nada que não seja comprável. Infelizmente, para essa mesma turma, eu também não posso desejar nada que não me dê um status, pois como todos sabem "foi com isso que eu sonhei toda a minha vida". (Tonteria)
Talvez eu esteja menos velho do que imagino. Vejo pessoas bem mais velhas muito mais tolerantes e felizes com o que vêem ao redor, mas o cansaço que sinto é de alguém que já viu demais, que já foi discriminado demais, que já perdeu amigos demais, que já perdeu a paciência demais, já foi mal interpretado e incompreendido demais... Não invejo ninguém, nem desejo mal, não meto a mão no que não me pertence, não cobiço a mulher do próximo nem sou o taradão que as pessoas imaginam. Só não posso fingir que sou como acham.
As pessoas gostam mesmo é de tirar uma onda, seja com dinheiro, seja com status, ou seja com mentiras. Conhecimento que é bom ninguém busca, só se for pra ganhar mais dinheiro pra tirar mais onda. É uma doença. Por isso eu digo que "odeio o dinheiro!" Mas aquelas pessoas que me conhecem melhor do que eu acham que eu digo isso da boca pra fora e elas tem até uma certa razão: Eu não odeio o dinheiro, só odeio a idéia de que ele que ele possa ser necessário pra algo que eu deseje. Mas ninguém aceita isso.
Mas o que me incomoda mesmo é que nas relações pessoais as pessoas não estão mais pensando. É só um jogo. Nada é mais importante do que estar por cima da carne seca. O cara tem que ser "o pegador" a mulher tem que ser "a gata da moda" e eu tenho que ser um cara que corre atrás dessas "qualidades", pois eu preciso estar antenado. É loucura!
Mas o que me incomoda mesmo é que nas relações pessoais as pessoas não estão mais pensando. É só um jogo. Nada é mais importante do que estar por cima da carne seca. O cara tem que ser "o pegador" a mulher tem que ser "a gata da moda" e eu tenho que ser um cara que corre atrás dessas "qualidades", pois eu preciso estar antenado. É loucura!
Eu dou importância a muito pouca coisa nesse mundo, é verdade, mas o que é importante mesmo?
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Brisa de outono
Quando estava na praia agora a pouco vi uma coruja gigante sentada num tronco de árvore caído. Ela me olhava com aqueles olhões enquanto calmamente eu me encaminhava para a estrada. Não tinha pressa alguma, mas a sensação de ser observado por algo maior que eu me incomodava, ainda mais algo vivo, alado e maior que eu. Poucos metros a frente ela me alcançou e me mandou tomar cuidado na suburbana deserta e fria.
Ao ganhar a suburbana uma ladainha bem baiana começava no boteco. Do outro lado da rua um popular faz suas graças a si próprio, mas eu que passava ligado não pude deixar de rir sendo ainda brindado com sua risada já ida lá.
Eu sabia que ninguém mais podia me fazer mal.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Comissão Global de Políticas sobre Drogas
www.globalcommissionondrugs.org
Os ex-presidentes do Brasil, Colômbia, México e Suíça, o primeiroministro da Grécia, Kofi Annan, George Shultz, Paul Volcker e outros líderes clamam por uma mudança de paradigma na Política Global sobre Drogas
Comissão de líderes mundiais apela para o fim da fracassada guerra às drogas e a reformas fundamentais do regime global sobre proibição das drogas
Hoje, a Comissão Global de Política sobre Drogas lança um relatório pioneiro numa conferência de imprensa e teleconferência no Waldorf Astoria Hotel, em Nova Iorque. O relatório condena a guerra às drogas como fracassada e recomenda reformas importantes do regime global de proibição das drogas.
A Comissão é o grupo mais distinto de líderes de alto nível que está demandado mudanças de tão profundo alcance - incluindo não apenas as alternativas ao encarceramento e uma maior ênfase em abordagens de saúde pública para o uso de drogas, mas também a descriminalização e experiências de regulamentação legal.
O diretor executivo da organização mundial de defesa AVAAZ, com seus nove milhões de membros em todo o mundo, vai apresentar uma petição pública em apoio às recomendações da Comissão Global, que será entregue ao Secretário Geral das Nações Unidas.
"Cinqüenta anos após o início da Convenção Única sobre Entorpecentes, e 40 anos depois que o presidente Nixon lançou a guerra global às guerras, em nome do governo dos EUA, as reformas fundamentais nas políticas de controle nacional e mundial de drogas são urgentes", diz o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso. "Vamos começar por tratar a tóxico-dependência como um problema de saúde, reduzindo a demanda de drogas através de iniciativas educacionais comprovadas e regulando, em vez de criminalizar, a maconha".
As recomendações da Comissão estão no Resumo Executivo que segue abaixo. Elas incluem:
● Fim da criminalização, marginalização e estigmatização das pessoas que usam drogas, mas que não causam mal a outros;
● Incentivar a experimentação por parte dos governos com modelos de regulamentação legal de drogas (principalmente a maconha) para minar o poder do crime organizado e garantir a saúde e a segurança de seus cidadãos;
● Garantir que uma variedade de modos de tratamento esteja disponível - incluindo tratamentos, não apenas com metadona e buprenorfina, mas também programas de tratamento assistido com heroína, que provaram ser um sucesso em muitos países europeus e no Canadá.
● Aplicar os princípios e políticas de direitos humanos e de redução de danos tanto para pessoas que usam drogas, quanto para aqueles envolvidos nas extremidades mais baixas dos mercados de drogas ilegais, como agricultores, pequenos vendedores e entregadores.
"Evidência indiscutível na Europa, Canadá e Austrália já demonstra os benefícios humanos e sociais, tanto de tratar a tóxico-dependência como um problema de saúde em vez de justiça penal quanto de reduzir a dependência em políticas proibicionistas", disse a ex-presidente da Suíça, Ruth Dreifuss.
"Estas políticas devem ser adotadas em nível Global, com as alterações necessárias às convenções internacionais de controle das drogas."
"Não podemos continuar a ignorar a medida em que a violência relacionada com a droga, crime e corrupção na América Latina são o resultado de políticas fracassadas da guerra às drogas", disse o ex-presidente colombiano César Gaviria. "Agora é a hora de quebrar o tabu nas discussões sobre todas as opções das políticas de drogas, incluindo alternativas à proibição das drogas."
Membros da Comissão (Aqueles que estarão na conferência de imprensa dia 2 de Junho estão em itálico; e aqueles que terão a palavra também estão sublinhados):
Kofi Annan, ex Secretário-Geral das Nações Unidas, Gana
Louise Arbour, ex-Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, presidente do International Crisis Group, Canadá
Richard Branson, empresário, defensor de causas sociais, fundador do Virgin
Group, um dos fundadores da The Elders, Reino Unido
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil (presidente da Comissão)
Marion Caspers-Merk, ex-Secretária de Estado do Ministério Federal de Saúde Alemão
Maria Cattaui, membro do conselho Petroplus Holdings, ex-secretária-geral da Câmara de Comércio Internacional, Suíça
Ruth Dreifuss, ex-presidente da Suíça e Ministra da Administração Interna
Carlos Fuentes, escritor e intelectual, México
César Gaviria, ex-presidente da Colômbia
Asma Jahangir, ativista dos direitos humanos, ex-Relatora Especial sobre execuções Arbitrárias, Sumárias e Extrajudiciais, Paquistão
Michel Kazatchkine, diretor executivo do Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária, França
Mario Vargas Llosa, escritor e intelectual, Peru
George Papandreou, primeiro-ministro da Grécia
George P. Shultz, ex-secretário de Estado, Estados Unidos (presidente honorário)
Javier Solana, ex-Alto Representante para a Política Externa e de Segurança Comum da União Européia, Espanha
Thorvald Stoltenberg, ex-ministro de Relações Exteriores e Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Noruega
Paul Volcker, ex-presidente do Banco Central e do Conselho de Recuperação Econômica dos Estados Unidos
John Whitehead, banqueiro e funcionário público, presidente da World Trade Center Memorial Foundation, Estados Unidos
Ernesto Zedillo, ex-presidente do México
RESUMO EXECUTIVO
A guerra global contra as drogas fracassou, com conseqüências devastadoras para os indivíduos e as sociedades em todo o mundo. Cinqüenta anos após o início da Convenção Única sobre Entorpecentes, e 40 anos depois que o presidente Nixon lançou a guerra do governo dos EUA contra as drogas, as reformas fundamentais nas políticas de controle nacional e mundial de entorpecentes são urgentemente necessárias.
Vastos gastos na criminalização e medidas de repressão dirigidas aos produtores, traficantes e consumidores de drogas ilícitas claramente falharam em diminuir a oferta ou o seu consumo efetivamente. Aparentes vitórias na eliminação de uma fonte ou organização de tráfico são compensadas quase que instantaneamente pelo surgimento de outras fontes e traficantes. Esforços repressivos dirigidos a consumidores impedem medidas de saúde pública para reduzir mortes decorrentes do HIV / SIDA, overdose e outras conseqüências nocivas do consumo de drogas. Os gastos do governo em estratégias fúteis de redução da oferta e encarceramento retiram investimentos mais rentáveis e baseados em evidências de políticas que focam a demanda e a redução de danos.
Os nossos princípios e recomendações podem ser resumidos assim:
Fim da criminalização, marginalização e estigmatização das pessoas que usam drogas, mas que não causam males a outros. Desafiar, ao invés de reforçar, equívocos comuns sobre os mercados de drogas, uso de drogas e da tóxico dependência.
Estimular a experimentação por parte dos governos com modelos de regulamentação legal de drogas para minar o poder do crime organizado e garantir a saúde e a segurança de seus cidadãos. Esta recomendação se aplica especialmente à maconha, mas também incentivamos outras experiências na descriminalização e regulamentação legal que possa alcançar esses objetivos e fornecer os modelos para outros.
Ofertar serviços de saúde e tratamento para aqueles que precisam. Certificar-se de que uma variedade de modalidades de tratamento esteja disponível, incluindo tratamento não apenas com metadona e buprenorfina, mas também os programas de tratamento assistido com heroína que provaram ser um sucesso em muitos países europeus e no Canadá. Implementação do acesso a seringas e outras medidas de redução de danos que têm se mostrado eficazes na redução da transmissão do HIV e outras infecções transmitidas pelo sangue, bem como de overdoses fatais. Respeitar os direitos humanos das pessoas que usam drogas. Abolir as práticas abusivas realizadas em nome de tratamento - como a detenção forçada, trabalho forçado, e abuso físico ou psicológico - que infrinjam os direitos humanos e suas normas ou que retirem o direito à autodeterminação.
Aplicar os mesmos princípios e políticas acima descritas para as pessoas envolvidas nas pontas dos mercados de drogas ilegais, tais como agricultores, pequenos traficantes ou mulas e entregadores. Muitos são vítimas de violência e intimidação ou são dependentes de drogas. Prender e encarcerar dezenas de milhões dessas pessoas nas últimas décadas encheu as prisões e destruiu vidas e famílias, sem reduzir a disponibilidade de drogas ilícitas ou o poder das organizações criminosas. Parece haver quase nenhum limite ao número de pessoas dispostas a participar de tais atividades para melhorar sua vida, sustentar a sua família, ou escapar da pobreza. Os recursos de controle de drogas são mais bem dirigidos em outras iniciativas.
Investir em atividades que tanto podem impedir que os jovens comecem a usar drogas, quanto também impeçam que aqueles que fazem uso de drogas desenvolvam problemas mais graves. Abster-se de políticas simplistas com mensagens como "apenas diga não" e "tolerância zero" em favor dos esforços educacionais baseados em informação legítima e programas de prevenção que se concentrem em habilidades sociais e influências de pares. Os esforços de prevenção mais bem sucedidos podem ser aqueles orientados para grupos de risco específicos.
Concentrar-se em ações repressivas a organizações criminosas violentas, mas fazê-lo de maneira que mine seu poder e alcance enquanto se priorize a redução da violência e da intimidação. Os esforços de aplicação da lei não devem incidir na redução dos mercados da droga em si, mas sim na redução de danos aos indivíduos, comunidades e segurança nacional.
Começar a transformação do regime global de proibição das drogas. Substituir as políticas de drogas e estratégias guiadas pela ideologia e conveniência política por políticas fiscalmente responsáveis e estratégias baseadas na ciência, saúde, segurança e direitos humanos - e adotar critérios adequados para sua avaliação. Revisar a classificação das drogas que resultou em anomalias óbvias, como a classificação errada da maconha, folha de coca e MDMA. Certificar-se de que as convenções internacionais sejam interpretadas e/ou revisadas para acomodar a experimentação com a redução de danos, a descriminalização e políticas de regulação.
Quebrar o tabu em relação ao debate e às reformas. A hora de agir é agora.
(texto na íntegra)
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Comum demais
E algo finalmente parece normal. Parece uma vida que se acorda, se alimente e se sai. Como se tudo não passasse de rotina. Homem solteiro quando se acostuma é barril. Meu café agora tem duas medidas, uma pra de manhã, uma para noite, o almoço é pensado na manhã inteira e então é preparado de acordo com a vontade. Nada de comer fora, isso aí já era.
Fazer supermercado, comprar pão todo dia... isso era tão chato quando o tempo não era mais interessante que o de hoje, isso é como um ruído num sistema... sei nem o que dizer, mas é algo tolamente banalizado.
Nosso Reino
É com tristeza que eu encaro minha condição humana, por encarar e confrontar minha animalia. As necessidades biológicas unem todos os metazoários. Isso é o ponto de intersecção, mas não é tudo. É a pedra fundamental para a compreensão e aceitação da universalidade. É só a mim que importa essas coisas? Será que eu sou o único homem que aprecia o privilégio de ser minha espécie? Não. Claro que não! A maioria dos homens ainda acredita que a graça maior de ser humano é que se pode fazer exatamente qualquer coisa, pois sua mente é livre, assim como também podemos agir de acordo com os nossos instintos. Somos seres supra-animais.
Mas nossas habitações não são como a de outros animais, vivemos amontoados, espremidos, somos tantos que nem nos olhamos, nossa sociedade não é simples como a deles, nossos iguais são indefiníveis, nosso cotidiano é irreal. Vivemos em meio a uma selvageria de fazer invejar qualquer predador dito selvagem.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
By this grace
Viver a vida é tudo o que devemos e podemos fazer diante de tanta coisa sem nenhuma explicação racional que acontece à nossa volta. Por mais que nos sintamos injustiçados com essa ou aquela situação, não podemos usar esse tipo de sentimento para passarmos a levar uma vida injusta, ingrata ou inútil. Todas as pessoas têm o direito à sua vida e individualidade, mesmo que ela siga sendo perseguida por acontecimentos desagradáveis. Algumas pessoas acreditam que somente levando algum tipo de vantagem elas podem ser feliz ajudando alguém. Outros, ainda que muito bem intencionados, crêem que deve-se viver de acordo com o que a sociedade lhe impõe e não se dão ao direito de vislumbrar nenhum tipo de melhoria, que não seja também vinda de um reconhecimento social muitas vezes às custas de muito sofrimento e humilhação. A consciência não pode ser enganada quando se trata de vida: ou a gente vive ou está morto.
Infelizmente a maioria das pessoas nem se dá conta do que é estar vivo e do quão fantástico isso pode ser se simplesmente passássemos todos a dar mais valor às coisas mais simples como uma boa alimentação, uma boa relação com a natureza e o respeito aos nossos semelhantes. Não falo daquele respeito formal que devemos dispensar a nossos pais, ou aos cidadãos mais velhos, ou do respeito às convenções da etiqueta, é do respeito ao direito que todos temos de viver da melhor maneira possível.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Nunca antes, nem depois, nem agora
Tive uma noite péssima. A chuva sempre me deixa de baixo astral, sem poder sair de casa, sem saco pra fazer nem um serviço caseiro. Por causa do fim de semana que apesar de ter sido muito bom acabou causando uma mudança em meus planos. Nada pra aliviar a impossibilidade de sair, nenhum motivo para escrever sobre coisa alguma, apesar de ter muito a dizer sobre um monte de coisa: código florestal, sustentabilidade, bonsai, rock rocket, homofobia... mesmo com tanto assunto eu não conseguia achar nada agradável.
Assisti a um filme na TV que eu já tinha assistido só pra ver se o tempo passava e o sono vinha, mas nada. Jô Soares cada dia mais sem graça e desinteressante, o telejornal é aquela coisa de sempre: misérias, mortes e enganação. Mudar de canal não mudou a perspectiva. Nenhum dos quase 1000 filmes baixados me seduzia, mesmo assim peguei um: "Fanding of cries", péssimo. Neveguei mais algumas horas e quando terminou o telecurso eu finalmente desisti e desliguei tudo pra tentar dormir, mas só porque a chuva ainda caía.
Acordei 20 minutos depois com o despertador do celular: 6 da manhã. Volto a dormir e às 9h minha mãe me chama para qualquer coisa. Vou ao banheiro para uma barrigada matinal (sim, eu podia poupar isso) e um banho revigorante, mas a campainha me interrompeu. Era Wilson para a gente terminar o Informativo do Instituto Pau Brasil atrasado 2 anos. Às 11:30h ele se foi e eu voltei ao banheiro para tentar mais uma vez tomar um banho, mas a campainha novamente me interrompe. Atendo ao rapaz que veio recolher uma doação, quando fecho o portão alguém me grita da rua, era um colega do basquete pedindo uma grana emprestado, que eu logicamente neguei (eu jamais dou dinheiro, sou um fudido). Entro e olho pro jardim inacabado. Preciso de sálvia.
Desisti do banho(tem dias que a gente não consegue nem cagar em paz), tinha que colocar o feijão no fogo e fui separar os temperos, bacon, calabresa... aí passo pela varanda e vejo a corda de roupa caída. Pego furadeira, extensão... volto à cozinha, corto os temperos e os complementos. Encontro o espinafre que eu comprei na sexta-feira e ainda estava no saco, aproveito e lavo todo para guardar, pois não pretendia comê-lo agora. Tudo o que sobra dos temperos e do espinafre vai para o jardim e lá se vai o meio-dia, e eu ativo ainda sem café da manhã.
Nada do feijão cozinhar mesmo depois de ter ficado a noite inteira se amolecendo na água. Consertei o varal, dei uma olhada nos bonsais, conversei rapidamente com minha mãe que reclamou por eu não tê-la atendido antes de tudo, mas ela já não queria mais nada, provavelmente nem queria antes, era a saudade. Engraçado como isso parece estranho, mas não moramos na mesma casa. (Aliás, tudo em minha vida é estranho até as relações familiares, mas isso eu não vou explicar em blog.)
13:30h fiz o meu desjejum. Estava exausto mentalmente, mas fisicamente disposto. O tempo estava mais animador, mas eu segui sem nenhuma inspiração. Tempos atrás eu tratava de me apaixonar e buscar inspiração numa garota que ainda que nada tivesse de perfeita servia a meus propósitos, mas agora, apaixonado por todas as mulheres do planeta, isso não tem me ajudado muito.
Tentei sair pra comprar os parafusos da estante do quarto que eu estava tentando fazer, rezando pra chuva não inventar de cair novamente quando eu estivesse saindo saindo. Saí. Cheguei.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
O ritmo é lento
O fim de semana, onde as noites não tardam, não demora. A preguiça reina incólume, como reinará, e seguirá até o próximo inverno, quando também assumirá o governo.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Crítica da razão prática por Thilindão (revista e reduzida)
Acorde, organize suas idéias e cuide de sua vida.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
Segue a carruagem ensandecida sua jornada fabulosa em busca de mágicos momentos musicais
O ano de 2011 tem sido dos mais estranhos para nós Honkers. A banda não repetiu a formação em nenhum show esse ano, parece até um time de futebol. Mas temos uma boa desculpa: fizemos poucos shows; e eu tenho muita culpa nisso, porque desde o ano passado, quando tive que retornar do Capão para tocar num “Palco do Rock”, eu havia prometido a mim mesmo que nunca mais abriria mão de meu descanso para vir pra essa cidade medonha e barulhenta por nenhum motivo. O que reforçou a minha decisão foi o fato de a ACCR ter decidido que a banda The Honkers não era digna de um cachê decente, mesmo tendo feito memoráveis apresentações no festival todos os anos que participou. (Por isso também decidimos ficar de fora esse ano até que a banda adquira novamente reconhecimento após esses quase 13 anos) A coisa estava ficando bem feia para a banda continuar em ação.
No fim de semana retrasado, Brust me ligou falando de um show em Conquista na quinta-feira seguinte, dessa vez Bruno Pizza e Leo Marinho não poderiam tocar, mas os Honkers não poderiam não tocar em Vitória da Conquista, cidade que sempre foi palco de bons shows, até mesmo os que não rolaram. Quem tem amigos não se emputece, então chamamos mais uma vez os irmãos mais loucos da cidade e os parceiros musicais mais constantes da história do rock Honker, os gêmeos Rogério(g) e Rodrigo(b), ou simplesmente "os doidinho". Com apenas um ensaio, e mesmo este desfalcado de guitarrista, estávamos prontos para mais uma odisséia insana do rock.
Ainda tínhamos um problema: arranjar um veículo, pois Rebeca, nossa carruagem, fora recolhida pelo DETRAN por representar uma ameaça à saúde pública, devido a uma meia de Rodrigo Sputter que ficou esquecida no porta malas há vários anos e está prestes a ser leiloada. Isso tinha que ser resolvido em menos de 12 horas e depois de inúmeros telefonemas, e-mails, cartas, apelos e mentiras conseguimos uma nova carruagem, cedida quase gentilmente por dona Merão.
Saímos as 11 da manhã da quinta-feira e chegamos em Conquista na hora do show 20h. Ainda deu tempo de tomar uma chuveirada, horrenda por sinal, e comer uma pizza, que com a larica em que estávamos não podia não ser boa. Nosso cicerone de todas as estadas em Conquista, Gilmar, nos acompanhou na pizza e nos conduziu até o Viela Café-Bar, local do show.
A banda Garboso abriria a noite e estava no palco ajeitando o som. Não pude deixar de notar a garota que tocava bateria me lembrando muito Lily e me fazendo sentir saudades. Pena que pouco depois de começarem o show eu fui acompanhar meu brother de Pericity, que agora mora lá, Paulo Emílio numa lanchonete próxima para que ele pudesse laricar e nós pudéssemos trocar idéias. Na volta já era hora de fazer o rock rolar.
O espaço estava adoravelmente repleto de gente louca e o show não poderia ter sido melhor, aliás, foi o melhor show dos Honkers esse ano(pelo menos comigo). A galera cantando as músicas e se divertindo a valer era tudo o que nós precisávamos pra acabar com nossas dúvidas sobre o despropósito dos Honkers nas viagens inanas e nos perrengues aos quais todos somos submetidos diariamente pelo simples fato de tentar fazer um rock honesto e espiritual. Todo o cansaço, aporrinhação e incertezas que nos levaram até aquele momento estavam sendo eliminados a cada acorde, a cada grito de Sputter, a cada queda de um dos dançarinos do salão, a cada gole de água(coisa bem anormal), nos fazendo parecer uma grande banda de rock'n'roll bem entrosada e segura. Fomos os verdadeiros Honkers fechando o bar uma hora mais tarde.
No fim da noite uma cervejinha na praça, a conversa com Antônio, um bate-papo com umas meninas que foram ao show e o descanso merecido no “Chapada Diamantina”, hotel que só pelo nome traria boas energias.
Acordamos naquele esquema Honkers: comer pra burro no café da manhã e pegar a estrada sem pressa, sem stress, sem almoço, apreciando a paisagem, lembrando da noite anterior, os amigos, as conversas, o rock. Voltamos para casa felizes, com a sensação de dever cumprido, ouvindo um skazinho, porque ninguém é de ferro. Esqueci-me de tirar mais fotos da volta, do belo Vale do Jiquiriça, mas nada disso tem muita importância mesmo.
Eu já nem sei mais
Foram tantas noites na merda, vomitando, perdendo a memória, dando várias bolas fora, fazendo cada coisa que eu nem acreditava ser possível, que hoje eu nem sei mais pelo que eu não passei. Todo dia que alguém vem me contar alguma história de cachaça ou de orgia parece um repeteco. Não que eu tenha sido um menino mal e promíscuo a vida toda, mas a sucessão dos acontecimentos quando se está num estado alterado da mente nem sempre é controlável ou mesmo previsível e a gente acaba sendo governado pelas forças ocultas que circundam os bêbados, drogados e criancinhas.
Um dia desses uma amiga me contava uma história na qual ela foi parar em um estabelecimento de hospedagem diferenciado com um namorado e alguns casais de amigos e lá aconteceu de tudo um pouco. Engraçado é que a medida em que ela falava as imagens iam se formando em minha cabeça com muita clareza e sua descrição, e falta de discrição, foram se torrnando cada vez mais desnecessárias, mas eu não disse uma palavra e escutei com muita atenção. Apesar de ser uma história muito empolgante era repetitiva, pois além de ter vivido muito intensamente minha adolescência e juventude, eu sempre fui o confessionário de minhas amigas e a tábua de gabolice dos meus amigos.
O mais incrível é que escutando histórias ou lembrando de algum momento do passado eu percebo que tudo o que importa para a maioria das pessoas é a putaria e disso não se consegue abrir mão fácil. Então gostaria de deixar um salve a todas aquelas pessoas que tem na libertinagem a tábua de salvação (ou perdição) de suas almas. Vivam a putaria!
Viva a putaria!
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