segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Andar de bike, man! Sem frescura!

Pra começo de conversa quem anda de bike quer em primeiro lugar se movimentar, andar por aí sem se cansar muito e ir um pouco mais rápido do que a pé. Eu não creio que alguém no mundo queira andar de bicicleta pra competir com os automóveis, isso seria, além de estúpido, inútil. Os automóveis são veículos pra carregar gente de um lado para o outro sem a necessidade do esforço e com mínima perda de tempo, as bicicletas são veículos para se aproveitar a vida, o sol, o vento, a paisagem, são coisas absurdamente diferentes que necessitam trafegar no mesmo espaço, assim como os pedestres e os outros veículos motorizados ou não.
Creio que nosso povo não tem uma noção plena da responsabilidade que temos uns pelos outros e por isso os motorizados creem que as vias são feitas só para os seus carros e todo aquele que não tiver motor e atravessar seu caminho deve fazê-lo depressa ou será abalroado, ou receberá uma "honkerzada" nas orelhas. Não há espaço para vagarosos no trânsito. Na mentalidade de nossa gente não é possível uma pessoa ter a preferência abaixo do passeio.
Desde que eu aprendi a pedalar ainda não conheci nada melhor. Ganhei minha primeira bike com 5 anos, mas não houve jeito de eu aprender e minha mãe a vendeu, mas eu não desisti. Uns 8 anos mais tarde eu comecei a andar na bicicleta de minha irmã, com a mão na parede dando voltas pela casa até aprender me equilibrar, primeiro com uma mão só, depois com as duas. Foi difícil, mas eis-me aqui.
A coisa mais importante pra se andar bem de bicicleta é aprender a importância de cada parte dela. Podemos andar numa bike toda desgraçada, mas esse "andar" não pode ser extremo. Se é pra ir ali, vá, mas se for pra longe arrume a bike: Tire as folgas, Regule as marchas e os freios, Calibre os pneus, Lubrifique a corrente. É bom regular a altura de banco e guidão, mas isso é uma outra conversa. Estou falando de andar de bike e para isso só precisamos dela inteira.
Pra sair normalmente eu não uso nenhum equipamento de segurança, mas recomendo um tênis confortável e seguro no pé, óculos para proteger do que voa e uma bandana, boné, pano, ou qualquer coisa que sirva para evitar que o suor da cabeça caia nos olhos (se quiser proteger as mãos dos calos use uma luva emborrachada) e só. Os outros equipamentos que constam no código de trânsito não servem para proteger nenhum ciclista. Nada pode nos livrar de nós mesmos. Os fárois vendidos por aí não iluminam, as luzes vermelhas podem ajudar, mas andando na cidade não servem pra nada além de dizer que é um ciclista preocupado com a própria pele e os capacetes, além de caros, desconfortáveis e frágeis não evitam nenhum tipo de lesão. Francamente, se um ciclista cai automaticamente ele protege sua cabeça com as mãos e com o movimento, se a queda for a uma velocidade muito alta e ele bater a cabeça em qualquer coisa, ou se bater de frente mesmo de capacete certamente morrerá. Todos os outros acidentes os quais o capacete salvou a vida de alguém, foi por uma dessas coisas do destino que nenhuma lei prevê. Como o caso de um recém-nnascido que fora arremessado para-brisa afora de um carro num acidente no Dique e saiu ileso. Mas o capacete pode ser utilizado em nosso favor em muitas outras situações em que não corremos risco de morte e por isso eu entendo, utilizo (ás vezes) e até aconselho as pessoas usarem, mas nunca vou concordar com a obrigatoriedade da sua utilização.
"Nossas ruas não são seguras, porque nosso povo não é educado." Sabendo disso, todo o cuidado. Olhe pra todos os lados antes de sair, coloque uma marcha leve e saia bem devagar até ir ganhando o ritmo da rua. Se quiser passear vá pela direita beirando o meio-fio externo, mas se a ideia é adiantar o lado escolha o que for mais rápido e mais seguro, principalmente para seu couro.
Andar nos bairros geralmente é fácil, não há muita preocupação com o espaço devido à existência do caos. Aqui em Periperi as bikes dividem a rua com os carros, as barracas, ambulantes, gado, mas principalmente os próprios pedestres que andam sem direção e desatentos a tudo.
Na suburbana um jeito de se locomover rápido é pela esquerda, beirando o meio-fio central. É um ponto onde todos os motoristas me enxergam e há espaço suficiente para 2 ônibus e 1 bike. O canteiro central dela deveria se tornar uma ciclovia, mas se pintar uma linha afastada 1,5m de cada lado dele de Paripe até a Calçada a mobilidade também funciona, desde que, é claro, os motoristas respeitem. Há espaço! O mesmo vale para a Av. Conotrno, Av. Magalhães Neto, Orla, Av. Dorival Caymi, Av. Vasco da Gama, estrada do Coco, 2 Leões, Sete-portas e várias outras do mesmo padrão. Ou tira o canteiro central e usa o concreto restirado para criar ciclovias em outras áreas ou coloca as faixas de 1,5m. É um esforço mínimo.
Nas ruas do centro, na inexistência de faixas, o jeito é andar pela direita. Um ciclista bem preparado pode trafegar por entre os carros, mas, lembrando que os motoristas não têm educação, essa não é uma atitude segura. É certo e mais cômodo é andar na mesma velocidade dos carros, respeitando os sinais e os pedestres. Nunca se deve atravessar um sinal vermelho se houver pedestres passando, mas sempre avance se não vir nenhum. Bicicleta não é carro! Não devemos obedecer leis que não foram feitas para nós. Devemos exigir alterações de modo a tornar justa a divisão do espaço “RUA”.

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