domingo, 22 de abril de 2012

Blogger life 14


Últimos ajustes para Guanambi.

Amanhã tô partindo deSSA cidade rumo ao XXII Passeio Ciclístico de Guanambi organizado pelo Rotary Clube da cidade e que é o maior encontro de bicicletistas do Brasil, quiçá da América Latina. Tenho muito o que ajeitar, mas se eu aprendi algo em minha vida foi que não se deve ter ansiedade para nada. Ansioso eu tenho insônia, esqueço detalhes importantes, me preocupo com coisas sem importância. Isso não tem nada a ver com ninguém, talvez, mas a tranquilidade é a única coisa que importa.
A vida está completamente às avessas, mas eu tenho me mantido calmo e sossegado em minha busca pela vida menos ordinária, mesmo sabendo que à minha volta pessoas dão por certa a minha chegada na terra da insanidade. É uma droga isso para elas, mas um dia, quem sabe, eu as ensine algo sobre como ser feliz em meio a um monte de merda. Espero que isso não seja necessário e que cada um encontre sua própria felicidade sem mais se preocupar com a desgraça alheia, mas também tô ligado que existe uma grande diferença entre a opinião geral e meu conceito de felicidade.

Esses dias tava rolando um debate no facebook sobre o uso ou não do capacete por ciclistas. Eu nunca vi ninguém cair da bike de cabeça no chão, mas já vi inúmeros caindo com as mãos, cotovelos, joelhos...
E olhe que eu ando de bicicleta há um tempinho... Uma vez eu mesmo caí de cara no asfalto, tava sem capacete e o boné amorteceu o asfalto em minha testa, fiquei com um galo que não tinha mais tamanho, fora isso ralei metade da cara e do resto do corpo. talvez o capacete evitasse a pancada na testa e minha recuperação fosse mais fácil, mas essa é uma daquelas coisas que fica no reino das possibilidades (aquelas coisa do "se": "se eu estivesse de capacete", "se eu não tivesse bebido vodka", "se eu tivesse freado"...), o que eu sei é que depois disso eu caí novamente outras vezes, e já tinha caído muitas vezes antes, e nunca bati minha cabeça onde quer que fosse em nenhuma outra queda. Tênis, luvas, cotoveleiras e joelheiras são itens básicos de segurança para o ciclista, na minha opinião, o capacete é um item secundário (viajo sem capacete). Não tenho mais nada a acrescentar sobre isso.

Futebol e imbecilidades

Em todos os lugares onde tem homens conversando, o assunto Lionel Messi aparece. Parece até uma praga. Messi nunca será maior que Ronaldinho Gaúcho como podem insistir em compará-lo com Neymar? Pelo que eu já vi no futebol acho que o argentino ainda tem muito o que fazer para se tornar grande, mas admito que ele já fez muito para um jogador argentino, fez mais que Maradona fora das copas do mundo e me lembro que em 82 o tal "Craque Argentino Melhor que Pelé" conseguiu ser expulso contra o Brasil. Com 8 anos eu já sabia que ele nunca seria imagina se agora, depois de tudo o que eu vi, eu não tenho condições de falar sobre futebol no meio de um monte de malucos? Se ele sair do Barcelona o time continuará grande favorito a todos os títulos, já ele dependerá da equipe que for jogar ser excelente. Vejo o Cristiano Ronaldo acabando com tudo em Madrid, mas infelizmente é um time contemporâneo ao fantástico time do argentino e nós sabemos como o mundo trata os vices.
Vejo o vitória se vangloriando de ganhar 8 em 10 campeonatos bahianos nas últimas, mas ele nunca chegou a ser um time grande, assim como o vasco da gama. Acho que a mentalidade de sua torcida faz a grandeza de um clube. Torcidas de vândalos não podem ser coisas sérias e quando a torcida aparece mais do que o clube é sempre sinal de coisa ruim, portanto eu nem vou responder ao que um imbecil me falou sobre o São Paulo enfrentar o vitória em uma possível semi-final de copa do Brasil. Do jeito que esse povo tem a mente derrotista é capaz de perderem os jogos em lances polêmicos só pra poderem passar o resto da vida no terreno das possibilidades que eu falei lá no começo. Aliás, "putatimezinhoazarado" esse vitória: nas duas vezes que podia ser campeão nacional enfrentou na final times extraordinários (aquele palmeiras parmalat e esse santos de Neymar), parece até o real Madrid, só que eles nunca tiveram um craque digno de nota (exceto Dida). Chega de falar de futebol.

P.S.: Preciso me concentrar pra não esquecer de levar nada nem levar coisa demais.

Desejem-me sorte, eu lhes desejo tudo de bom!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Tiê Sangue


Esse pássaro da foto provavelmente fora atropelado por algum veículo em alta velocidade, mas nem posso culpar aos motoristas pois as aves dão vôos rasantes pela pista e acidentes como esse são inevitáveis até para uma bike, mas os bichos ainda tem alguma chance de desviar de uma bicicleta, já de um veículo a 140km/h...



Quando eu era pequeno lá em Santo Amaro, minha diversão era ficar tentando pegar um pássaro desse. Minha técnica era bastante simples: eu badogava neles com siriguela. Na minha cabeça imbecil, uma fruta não era dura o bastante para matá-los, mas o que os mantinha vivos mesmo era minha pouca fé em acertar além de serem pássaros deveras ariscos.
Uma vez deu certo e eu acertei um filhote. Por pura sorte(?) o coitado não morreu e caiu tonto no chão. Peguei-o e coloquei numa gaiola e passei a criá-lo.  Ainda o trouxe para Salvador e ele ficou até quase se tornar uma ave adulta. Foi amansando com o tempo e era possível até deixar a gaiola aberta que ele não fugia. Uma vez eu soltei ele na cozinha aqui de casa (com tudo fechado, claro) para ver se ele já sabia voar, mas o sacana só ficava me olhando e abrindo o bico. Eu não sabia se era macho ou fêmea, mas torcia para que fosse macho, pois possui a coloração mais viva (como esse da foto). 
Um, belo dia, num vacilo de não se sabe quem, ele saiu da gaiola e foi parar no chão, sendo trucidado pelo cão daqui de casa que agora eu não me lembro qual na época (acho que era Scott, um pastor belga). Eu não estava em casa quando aconteceu a desgraça, mas ainda pude ver seu corpo todo perfurado sendo devorado pela formigas. Podia jurar que ainda estava vivo quando o vi e deu seu último suspiro, mas pode ter sido apenas minha esperança.
Enterrei-o onde hoje existe um pé de sapoti, coincidentemente em Santo Amaro também tinha um pé onde Sangues-de-boi, Sanhaços, Sabiás e outras aves faziam a festa todas as manhãs.
Não sei como expressar a minha tristeza por tudo isso. Eu era uma criança que atirava em pássaros e além de tudo ainda os queria perto de mim em uma gaiola. Eu nem posso acreditar que hoje sou tão contra isso. Acho que foi depois da morte desse filhote eu passei a mudar minha relação com os passarinhos. Ainda criei alguns, mas soltei a todos no fim, menos um canário belga que não sobreviveria livre e que acabou morrendo na gaiola.

Os pássaros são lindos
Lindos são livres
Livres eles são como deuses
Os pássaros são lindos

sábado, 14 de abril de 2012

Blogger Life 13

Tem um gato preto que vive me esperado na mesma esquina sempre que eu chego de bike tarde da noite. É na esquina da Cesta do Povo aqui de Pericity e parece que basta ele me ver apontando lá da praça que o bichano se acomoda na esquina e vem cruzar meu caminho. Sexta-feira 13 eu não passei por lá.
Semana passada foi muito agitada, além da páscoa, na quarta eu tive que me despedir de uma amiga que eu estava ciceroneando há uma semana, quinta teve o aniversário de minha segunda mãe, Dona Enice Bicalho, o qual imperdoavelmente eu não pude comparecer, porque na sexta tinha 9ª Volta do Recôncavo e eu tinha de providenciar tudo para viajar em 24 horas. Não sei se é desculpa para minha falta ao aniversário, mas o fato é que eu não pude ir, cheguei até a me arrumar, mas não deu e fim.
A semana antes da volta foi completamente louca, descontrolada e sem noção. Minha aversão a veículos motores tá f*dendo o planejamento de qualquer coisa e algumas pessoas estão enlouquecendo com isso, mas não há nada que eu possa fazer. O barulho me irrita, a fumaça me agride e a falta de bom-senso das pessoas dentro dos seus automóveis ou mesmo dentro dos ônibus é algo que eu não faço questão de paricipar. Isso é "antissociedade".

Falando da 9ª Volta do Recôncavo

Acordei às 4h pra pegar Britanny Marieta e cair no mundo, mas quem disse que eu  estava preparado? Queria levar o violão, mas não dava, peguei uma rede emprestada para levar, mas esqueci, tinha a mochila arrumada para passar uma semana fora de casa, mas a desfiz porque achei que tava "viajando" demais. Resultado: não levei nenhum short além do que foi no corpo, nenhuma calça, saco de dormir, lençol... mas cueca eu levei, 3.
Saí de casa quase 5 da manhã, liguei pra Claus que também iria junto com Rafael, achando que estava pra lá de atrasado, mas para minha surpresa a equipe que saiu de Paripe chegou na suburbana ao mesmo tempo que eu. Melhor assim que fomos todos juntos até o Ferry-boat e mais ainda porque evitamos a fila entrando todos pela área de hora-marcada, mas pagando os 15 reais de cada bike para entrar. (Quero deixar aqui meu repúdio contra a cobrança da taxa de bike, pois em nenhum dos Ferrys, mesmo nos mais novos, não há um local adequado para colocar as magrelas.)
Do outro lado tivemos que esperar a Lúcia Saraiva e os Amigos de Bike, que estavam na fila convencional desde às 5h e perderam o ferry que nós pegamos "nas manha". Foi o tempo de fazer umas compras básicas no bompreço e também de comer algo já que eu não tinha tomado café manhã.
A fila era imensa, bem diferente do ano passado em que a chuva fez o povo correr da ilha. Dessa vez a volta foi debaixo do maior sol de verão. Entre esperas e desencontros o que eu posso falar da 9ª Volta do Recôncavo é que quando estamos entre amigos nenhuma dificuldade pode nos parar.
No primeiro dia não tivemos nenhuma ocorrência, nem mesmo um pneu furado. No segundo dia o meu pneu  e o de Lurdinha (amigosdebike) furou, e Rener acabou entrando em Maragogipe por engano tendo que ser resgatado por Luciano (Jurássicos), além de um problema no pedal da bike do próprio Rener que foi resolvido em Cachoeira depois de um chá de espera na oficina e de muita confusão na feira por conta de um ferro de solda para o LED de Isaías. Mas nada abalou a nossa fé.
O banho na Cachoeira do Saco nas proximidades de Santo Amaro foi revigorante e seguimos para o sítio da Tia de Luciano para lembrar o verdadeiro sentido da vida em duas rodas.
No terceiro dia, que deveria ser o mais leve, foi o mais desgastante: 1º por causa do sol escaldante, 2º por causa da bike de Rener que quebrou novamente, 3º porque os apressados estavam loucos para comer a moqueca de Marize em Tubarão e isso gerou um certo desgaste mental, mas quer saber? Foi esplêndido!
Chegamos em Paripe por volta das 16h, exaustos, sedentos, famintos, mas com a alma renovada e pronta pra encarar mais 362 dias no inferno metropolitano até a próxima volta. Só fui voltar pra casa depois das 23h encontrando o meu amigo gato preto na esquina.

Bahia de Feira 2 x 5 São Paulo

Quarta-feira (11) era dia de ver o tricolor em Feira de Santana. Graças a uma desistência de última hora e a uma mão salvadora de uma amiga, na terça eu confirmei minha ida no busú da minha torcida (Sampa SSA). Eu ainda cogitava a possibilidade de ir pedalando até Feira, mas não tinha mais ingresso desde a semana passada. Felizmente tudo deu certo(sempre dá quando se tem fé) e eu fui ver a goleada fabulosa.
Fui de bike até o Extra Paralela, local de onde saiu o busu e deixei Marieta dentro do carro de Paulo. Teria que voltar de lá de bike porque  o jogo acabaria perto de meia-noite e a gente ia chegar de madrugada. Não tinha ninguém pra me dar carona e busu não existe nessa cidade após certo horário, além de minha aversão.
O jogo não poderia ter sido melhor: fabuloso cavou pênalty, fez 2, Lucas fez jogadas lindas apesar de não ter deixado o seu e parecia que estávamos jogando em casa. Foi lindo!
Na volta, 2:30h da manhã, um lanche na Subway do Extra e o pedal de volta pra casa só com Marieta. Pensei que estava vivendo no melhor dos mundo, foi um momento de iluminação e paz que não conseguia compreender. Podia estar preocupado, porque saí de casa às pressas (pra variar) sem câmera reserva, sem kit de colagem, sem bomba de encher pneu e com o celular descarregado. Estava feliz como se estivesse retornando da Final da libertadorres de 2005. Rezei, orei, pedi ao universo pra me proteger nessa vulnerável volta pra casa solitária, mas estava me sentindo no melhor dos mundos: Av. Paralela, Av. Luis Eduardo Magalhães, Av. Suburbana, só pra mim e Marieta.
Cheguei em Pericity advinha quem eu encontrei na esquina da Cesta? Ele, o gato preto. Quase parei pra conversar com ele, mas achei melhor não abusar da sorte.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Blogger life 12

Acontece tanta coisa em uma semana que não dá pra contar tudo em uma postagem, mas eu vou tentar.
Sei que todos os dias nascem e morrem gênios e tolos.
Sei que algumas pessoas são mais importantes que outras.
Sei que um dia todos terão o mesmo fim.
A última semana de março foi uma das piores para a cultura brasileira, devido à morte de dois dos nossos maiores gênios: um gênio humorista, poeta, compositor, dramaturgo: Chico Anysio; o outro desenhista, humorista, poeta e mais além, um gênio literário: Millôr Fernandes. 
Talvez eles tenham sido as figuras mais importantes do nosso jeito brasileiro de ver a comédia da vida. Acho mesmo que muito de nosso sarcasmo foi adquirido depois da entrada deles em nossas vidas cotidianas, seja com os programas humorísticos, ou com as tirinhas de jornais e revistas tão apreciadas quanto esclarecedoras do mundo que nos cerca. Piadas de uma profundidade crítica imensurável (vide o lançamento da Revista Bundas em 18 de junho de 1999), mas que para a  nossa maioria ainda há de fazer sentido daqui algum tempo.
Bento Carneiro, Coalhada, Professor Raimundo Nonato foram meus personagens favoritos do Chico Anysio. Isso era humor brasileiro, acessível e inteligível a todos pela sua simplicidade e quase inocência, mas que jamais perderam o seu cunho crítico. Chico não foi simplesmente genial ele em alguns momentos poderia ser mesmo Deus tamanha era a sua sintonia com o sentimento de todos. Queríamos rir de nós mesmos e não nos envergonhar de nossa "fudição", por isso ligávamos a tv para assistir ao Chico Anysio Show, Chico Total ou a Escolinha do Professor Raimundo. Agora ele fará suas apresentações em outra dimensão e certamente terá muito mais sucesso.
O Millôr estava mais presente em minha vida ultimamente devido ao seu site. Não vivi a época do Pasquim e nunca fui um cara muito de futucar o passado, mas quando ele se juntou com Ziraldo, Jaguar, Luis Fernando Veríssimo, os irmãos Caruso e mais uma pá de gente boa pra lançar a revista "BUNDAS" eu me senti fazendo parte de uma época de vanguarda humorística e quis muito que esses mestres das charges, do desenho, da crítica social e do humor (bem)escrachado, alcançassem com a nova revista (que era semanal e dificílima de se achar em Salvador) a importância histórica do Pasquim, mas acho que isso foi um sonho breve demais, pois acabou não durando muito.
A morte de ambos era esperada a algum tempo, pois estavam avançados na idade e a saúde deles não estava lá essas coisas, mas quando ela chega a gente não sabe o que significa, o que representa e como isso nos afeta, mas ela encerra um capítulo na história de todos.
Essa semana de perdas se encerrou com um show meio que de surpresa do Honkers no Rio Vermelho debaixo de um improvável temporal que trouxe a chuva que não havia caído o mês inteiro para fechar o verão menos rock'n'roll da história da banda. Machuquei o pulso, tomei choque, toquei encharcado, mas quer saber? O show não tinha importância e sim o aniversário de Sputter que foi no mesmo dia. Mas isso é tema para uma outra postagem.

domingo, 8 de abril de 2012

Viagem insólita - Salvador / Irecê / Poções

Quase 8 anos depois de minha irmã se mudar para a terra do feijão, finalmente resolvi ir visitá-la, digo, não resolvi apenas após esse tempo, claro, tive essa idéia diversas vezes antes, mas só pude de verdade no fim do ano passado quando ela já estava deixando a cidade. Ver meu sobrinho e meu cunhado também fazia parte do pacote. Eu os amo e nunca saberei como fazer isso ser claro (às vezes nada é claro nem para mim). Mas isso não importa. Eles estavam de partida para uma outra cidade e era a minha última chance de visitar o lugar onde praticamente começaram suas vidas e onde Pedrinho correu seus primeiros passos.
Pra começo de história para mim nunca é fácil sair de Salvador. Incrivelmente tenho milhões de compromissos quando quero me ausentar por um tempo e querer foi algo bem constante ao longo de 2011. Fiz algumas viagens bem "Gonzas", digo, algo como um louco a fim de viver histórias fantásticas, mas me dirigir a Irecê era algo que eu deveria fazer bastante sóbrio. Não queria estar loucão na casa de minha irmã, com meu cunhado "pulíça" e meu sobrinho pequeno, não seria muita sacanagem com eles? Também estava muito cansado de beber o tempo todo, acreditem, já estava pensando numa despedida e pretendia ficar em Irecê até 2012 chegar.
Como eu ia dizendo, nunca é fácil deixar Salvador. Na véspera da viagem a minha banda fabulosa "The Honkers" tinha a gravação de um programa "Vandex TV" e após isso a despedida de uma amiga que fez fotos maravilhosas da gente(Carol Miag), fora isso, na manhã seguinte eu ainda iria doar sangue para uma outra amiga e não poderia encher a cara, porque o paciente necessitava de sangue não de álcool. Era preciso estar no banco de sangue, de cara, às 8h da manhã e às 9:30 deveria estar na rodoviária. Motivos bastante simples para eu não estar muito feliz, mas foi assim.
Não pude, lógico, ficar na cachaçada porque teria que estar com sangue "limpo", mas tomei umas duas para me despedir de Carol Miag, que nos cativou, fotografou e encantou a todos sem nenhuma cerimônia. Uma verdadeira pérola que se escondia sob a fumaça de São Paulo. De nada adiantou esse sacrifício de beber pouco. No dia seguinte, no banco de sangue a demora em ser atendido não me deixou doar e a merda do trânsito de Salvador quase me faz perder o ônibus, mas no fim deu tudo certo.
O ônibus saiu às 10:15h e eu estava feliz e até bem disposto. Há algum tempo eu sentia minha tolerância a tudo ir para as cucuias e a causa única era estar na cidade grande tempo demais. Não consigo mais tolerar o "jeito prático" de se viver na cidade. Tudo o que eu enxergo é confusão, tudo o que eu ouço é barulho e tudo o que sinto é repulsa. Mas não é pra falar disso que estou escrevendo.
A viagem durou intermináveis 9 horas, mas não foi cansativa, longe disso. Eu tinha, para ajudar a passar o tempo, Dostoiévski (O Adolescente) e meu mp4 que deu problemas, mas consegui ouvir até o fim da bateria (após isso ele morreu pra sempre e hoje serve apenas de pendrive). O ônibus fez inúmeras paradas e a cada parada eu me levantava para esticar as pernas (em qualquer veículo motorizado elas são duramente castigadas pelas poltronas com medidas para pigmeus. Eu não tenho nada contra os pigmeus, mas minhas pernas também não são nenhuma aberração, não sei porque tenho que sofrer tanto...).
Em Baixa Grande, numa dessas paradas, subiu um senhor de seus 70 anos carregando um painel solar ao ombro. Aquilo devia ter 1,30mx70m e pesar uns 40kg, mas ele não demonstrava cansaço. Entrou sorridente e conversador e foi achar lugar justamente ao meu lado. Ajudei-o a se acomodar com seu trambolho e logo entabulamos animada conversa. Contou-me que tinha trazido o painel para consertar, mas o rapaz da assistência lhe disse que se havia algum problema este seria na bateria usada para armazenar a energia, seu painel estava ótimo. Segundo me contou, teve que caminhar 8km, atravessar cercas e porteiras com aquele troço às costas até chegar na BR e agora faria o caminho de volta. Várias fazendas da região utilizavam a energia solar para suas casas e cercas elétricas. Ele contou várias histórias. Uma sobre um grande fazendeiro da região, um tal de “Nilo não sei das quantas”, que após destruir quase toda a mata nativa em sua propriedade e ser impiedosamente multado pelo IBAMA, proibira a caça em suas terras, ameaçando aos caçadores de morte, o que causou um grande efeito nos moradores da região. Mostrou-me grandes faixas de mata desmatada transformadas em pasto, e até vimos algumas cabeças de gado. Foi uma conversa breve, porém deveras aprazível. Nem deu tempo de lhe perguntar seu nome, mas foi uma verdadeira satisfação trocar ideias com pessoa de cultura tão peculiar e de educação tão rara.
Cheguei em Irecê e minha irmã foi me pegar na rodoviária com o pequeno Pedro. Fiquei um pouco chateado comigo mesmo por não ter lhes levado algum presente (sou um leso mesmo, fazer o que?). Ele não sentiu falta, nem mesmo demonstrara alguma frustração. Seu sorriso, e que sorriso!, tímido, logo cresceu. Ao chegarmos em casa brincamos como se estivéssemos juntos a vida toda. A parceria é forte. A casa estava quase vazia, tudo empacotado e apenas o básico do básico estava fora das caixas: TV, dvd, cafeteira, coisa de cozinha...
Não ter levado a bike e o violão foi outro mole, mas, como da véspera da viagem eu não retornaria em casa, e saíra com sacola e baixo, não daria, de jeito nenhum, para levar as coisas todas, ainda mais de bicicleta, e de todo jeito eu não sabia ao certo quantos dias eu ficaria em Irecê, para onde iria depois de Poções e quanto tempo eu conseguiria ficar longe de casa. Pelo menos o notebook coube na bagagem.
A primeira manhã em Irecê foi de alta adrenalina. Jogando bola com Pedrinho no quintal, consegui chutar por sobre a lage dos fundos. Não tinha escada e eu tive que escalar pela grade enferrujada enquanto a moça que cuidava de Pedrinho observava meio receosa, meio que se divertindo. O medo em nenhum momento pairou sobre minha alma, mas eu podia senti-lo nos olhos que me olhavam. Na verdade eu nem sei se era medo mesmo, mas havia algo de muito estranho que não vinha de mim. Graças a Jah consegui subir e pegar a bola, e descer também, que não foi uma tarefa mais fácil que subir.
Depois da aventura na “lage do pânico” eu tratei de ir encher o pneu da bike de minha irmã, uma caloi poti com cestinha e tudo, mas sem cadeira para criança, o que me impediria de levar Pedrinho para um passeio, mas tudo bem. Fui encher o pneu para dar uma voltinha mais tarde. O fato de lá ter mais carro que pessoas me deixou de alerta ligado. “Carros malditos!”
Descobri, pra meu desgosto, que, apesar de não ter um pagode tocando nas alturas o tempo inteiro, Irecê é mais barulhenta que Periperi. E quente... Putacidadequentedocaralho!!! Era muito melhor passar o dia inteiro em casa com Pedrinho assistindo backyardigans. Sem sombra de dúvidas.
A babá de meu sobrinho sempre ia embora após o almoço e éramos apenas nós esperando mamãe(minha irmã), que tinha ido acertar os últimos ponteiros com o trabalho que abandonaria. Nós em tese, porque Pedro dormia lindamente depois de encher a pança, e eu ia escrever. Os dias seguiram meio assim até a sexta-feira: De manhã brincar até cansar, depois do almoço descanso. Vidas de reis.
Numa tarde, Cristina me levou pra dar uma volta pela cidade, para que eu pudesse conhecer e me localizar melhor nela. Aproveitei pra comprar umas cuecas e depois fomos até a casa que eles estavam construindo. Logo na entrada da rua avistei o bar mais legal de toda Irecê. “Tenho que voltar aqui de bike.” pensei imediatamente. A casa deles fica numa área nova que da cidade, onde futuramente será mais um bairro caótico, mas que por enquanto é um recanto de paz e tranquilidade para centenas de enormes centopéias.
Às vezes eu pegava a bike de minha irmã e levava Dostoiévski para passear: colocava o livro de 600 páginas dentro da cestinha e saía pedalando até quase fora da cidade, onde me sentava e pedia uma cerveja e começava a ler completamente ausente do mundo que me cercava. Apenas uma coisa me aborrecia: a cerveja era aberta lá no balcão e se eu não tivesse observado já da primeira pedida que havia uma chave pendurada lá, certamente iniciaria uma aula de como se servir cerveja, sem irritar os bebuns, mas não era necessário. Eu bebia calmamente e lia aproximadamente 10 páginas a cada cerveja. Tentei chegar no bar que avistara perto da casa nova, mas não achei.
Na sexta eu inventei de ir a um show, mas não era de rock. Eu jamais pensaria, em Salvador, em ir ver tal cantor, mas sabe como é o tédio da cidade pequena: a gente sempre procura algo que não está em lugar nenhum. Além do mais tinha encontrado uma amiga que há anos via e não comíamos água profissionalmente, pois seu marido é um mala. Felizmente ele não estava na cidade e lá fui eu para o show de Jauperi, com ingressos custando inacreditáveis 70 reais na área vip, que dava direito a cerveja e vodka até que o mundo se acabe. A bebida era servida em copos que logo formariam uma montanha. Os organizadores da festa compraram todo o estoque de cerveja de 1 litro da cidade e mesmo assim não foi o bastante, pois antes do final da festa não havia mais uma gota sequer.
O show era de Jau, mas a presença fantasmagórica de Xexéu foi realmente uma viagem. Seu filho, cujo nome eu não lembro, foi apresentado ao mundo axezístico insuportável. O “pivete” tem a mesma manha do pai para a coisa. Uma coisa horrível que cada litro de cerveja tornava ainda mais insuportável. Pra salvar a noite a festa também teve uma banda de poprock tocando, dentro da área vip, um repertório pouco mais interessante do que o palco principal. O lugar estava muito florido. Não tenho mais a comentar sobre isso.
No domingo meu cunhado resolveu dar o ar da graça e nós demos uma volta completa pela “night irecezence”, mas não houve nada que animasse muito, por ser domingo e por ter muito mais arrocha que o suportável a ambos. Na segunda-feira partimos para Poções. Foram 600km de chão com paradas em Iraquara, depois em Itaberaba, para um almoço na casa da mãe do Júnior (motorista que foi levando o carro de minha irmã).
Júnior é motorista há mais de 30 anos e se diz pronto para se aposentar. Nos seus tantos anos de serviço ele pôde acompanhar o desenvolvimento da chapada, construção de estradas, ligações a povoados outrora remotos, acessíveis apenas com montaria. Por vários anos ele ia e voltava, todos os dias, antes de existir BR 242, antes do parque, de virar reserva, quando tudo era ainda terra de ninguém. Fiquei imaginando tudo aquilo sendo re-povoado depois do fim do garimpo. “Ainda hoje aparece ruína de construções dos tempos áureos e muitos ainda encontram tesouros nelas.” me disse.
Poções à primeira vista era mais uma cidade de interior cheia de gente branca metida a besta, mas essa foi só uma impressão. Ainda não tive tempo de apreciá-la adequadamente, pois no dia seguinte estava retornando a Irecê para buscar Lara, a cadela, e a mudança. Cláudio tinha que resolver mais alguns negócios também e lá fomos nós.
Saímos no início da noite e chegamos pela manhã, depois de pernoitarmos no carro. Júnior tinha ido também dessa vez dirigindo um caminhão que descarregamos de algumas sucatas que trouxeram e carregamos com a mudança. Esse processo levou a metade da manhã. O caminhão se mandou de volta à Poções e eu aproveitei todo o meu tempo livre para beber. Não digo apenas beber, era beber para acabar com o calor, com a sede, com a fome e com o mundo. Tudo o que fiz depois de acabado o trabalho pesado foi me aplicar pesado em manter a “tampa” cheia. Cortei o cabelo em frente ao trabalho de Cláudio e, como ele demorava, fui beber no boteco da esquina. O véio do bar era gente finíssima, seu amigo, véio como ele, insistia em desafiar os caras que lá estavam para uma partida de dominó valendo a cerveja, mas segundo um dos caras ele já perdera da outra vez não pagou e queria perder de novo. Jogaram uma nova partida e o tiozinho perdeu novamente.
Fomos almoçar num dos points de Irecê, onde serve uma carne responsa. Depois do almoço eu só perguntei por um bar “profissa” para se beber decentemente numa tarde calorenta como no inferno. Fomos novamente ver a obra da casa nova e paramos num bar próximo à estrada(não aquele) para eu satisfazer minha vontade de me chapar, ficando cada vez mais imundo até alta noite. Falei besteira, toquei violão, filosofei, enchi o saco de umas meninas, conversei com o pai de uma delas e só sei que quando cheguei em casa, na casa antiga, minha única ação foi colocar o colchão no chão e apagar.
Acordei 4 da manhã, cheirando a sei lá que demônio e com o olho direito inchado. Tomei um banho revitalizador e clareador de ideias. Lembrei que tinha recebido uma ligação urgente quando estava bêbado, era “Paulinho DDD” me avisando que iria para Salvador e passaria por Poções para me dar uma carona de volta a Salvador às 10h. “Adeus ao plano de só voltar ao caos em 2012”. Ele Sairia de Conquista e planejava passar também em Jaguaquara para visitar alguns paraentes, mas não estava seguro de ir sozinho, pois ainda sentia alguma dor na perna acidentada há 6 meses.
Colocamos o restante das tralhas no carro, Lara subiu na mala e caímos fora de Irecê. Minha ressaca não era nada, mas meu olho, provavelmente por causa de um cabelo, ficou irritado vindo a desenvolver uma espécie de terçol, mas que eu conheço bem, não passa de um cravo dentro do olho. Assim que retornamos a Poções tentei ligar para o Paulo(DDD, Emílio, Paulinho) pra saber se ainda teria a carona, já que chegamos pra lá de meio-dia e meu celular descarregara na noite anterior. Assim que liguei o aparelho 6 mensagens apareceram e 4 eram de Paulinho. Ele ao perceber meu telefone sem sinal naturalmente achara que as mensagens chegariam. “Quanticamente, Paulo Emílio?!”.
Com ou sem quântica o que sei é que quando me sentei para almoçar o telefone tocou e era DDD dizendo que estava passando por Poções naquele exato instante. Disse-lhe onde me encontrar e após o almoço fomos buscar minha bagagem. Por alguma razão que eu ainda não sei como explicar, ao entrar tive que me esconder no banheiro pois um anjo triste baixou em mim e eu chorei copiosamente, talvez por nunca ter passado tanto tempo com meu sobrinho e saber que sentiria sua falta, talvez até por querer ficar mais um pouco, sei lá! Fiquei alguns minutos lá, só, pranteando.
A tristeza sempre me pega. Não tive mais tempo de curtir Pedrinho, não bagunçamos a sua casa nova, não passeamos pelas ruas enormes de Poções, não ajudei a arrumar a casa para o natal e não fiquei até 2012, mas com toda a certeza de todas as viagens que eu tive em 2011 essa foi a que me fez perceber com mais clareza o quanto eu estou ausente.

domingo, 1 de abril de 2012

O universo se expande, a mente se contrai e o pensamento se perde

Às vezes só preciso lembrar a minha idade pra ficar mais calmo e deixar de criar caso por tudo(ninguém muda da noite pro dia). Todo mundo(que me conhece) sabe como eu sou, o que gosto ou não, mas o que fazer quando alguém que lhe conhece "mal" quase que a vida inteira resolve de sopetão colocar sua integridade física em risco, causar-lhe um transtorno desnecessário?  
Um fim de semana desses eu fui testado em minha fé, minha paciência, meu bom senso, tudo por conta de um "amigo" que acha que eu devo estar sempre do lado errado, que eu sou alguma espécie de canalha. Não sei se foi minha recusa ao álcool, ou minha tranquila abstinência, o fato é que isso tem gerado cada vez mais desagrados com os "amigos bêbados". Assim eu fico longe do bar pra sempre.
Algumas pessoas inventam coisas a nosso respeito; de umas ficamos sabendo e rimos, de outras nem queremos saber, pois o que a gente não vê não existe, logo, não afeta. Temos a NOSSA história, a real, pra dar importância e se as histórias inventadas dos outros nos magoam os desculpemos por não serem honestos. Eu não tenho nenhum problema com a desonestidade dos outros, se eles duvidam de minha sinceridade, não é um problema meu. Ser honesto é muito difícil e nada glamouroso. (o glamour não tem nada a ver) Algumas pessoas só enxergam a merda em que se encontram quando são tratadas como lixo, mas eu não consigo, a menos que tenha muito motivo, e mesmo com um bom, é bem difícil pra mim, varrer alguém pra debaixo do tapete.
Temos que encarar, expor nossas idéias e, se ficar  pesado demais, pedimos pinico.(ou mandamos se lavar...)
Eu nem me lembro quando foi que eu deixei de me sentir ofendido com piadas a meu respeito: de onde eu moro, de minha pele, de minha voz, de meu cabelo, do tamanho, do cacete... só sei que depois de um certo tempo já não ligava mais porque sabia que as pessoas, principalmente os homens, tem a necessidade de se sentir superior ao próximo, é inevitável, isso as fortalece. Eu mesmo possuo certa altivez, o que hoje ainda é um mistério, pois sei que ninguém é pior ou melhor que eu . Cada um faz o que é preciso para seguir sua vida, se mentem, matam, roubam ou são fingidos não me diz respeito, não me diz nada.
Costumo falar que as crianças são os seres mais perversos do planeta, mas os homens é que o são já desde o berço. Se enxergam uma fraqueza em alguém a exploram até não poder mais, até que percam a força e entrem em desespero. Eu odeio isso, mas é como nós somos. Homens miseráveis. Precisaríamos todos nascer novamente num mundo diferente para entender que não precisa ser assim? Eu acho que não. Cresci e vi a criança que eu fui, o adolescente, o adulto, daqui a pouco estarei velho demais, cansado demais.
Lembro que algumas coisas eu já dizia e fazia desde a infância e coisas que não levaram a sério na época e hoje são consideradas importantes e até comuns. Eu não mudei tanto meu conceito de justiça desde que eu passei a me "entender por gente", mas deixei de considerar a possibilidade de ser injusto por simples maldade, ou para não ficar em desvantagem em alguma situação. Isso para mim é estupidez.
Estou cansado, estou farto, estou precisando desaparecer. Talvez uma cerveja resolva, talvez um vinho, um conhaque, talvez tudo isso não passe de balela, mas eu não posso mais querer em minha vida nada que não seja verdadeiro e simples.

sábado, 31 de março de 2012

Blogger life 11

Nada muda. Às vezes a sensação é bastante ruim, mas com o passar do tempo aprendemos a entender que algumas coisas precisam ser como são. É algo muito difícil de compreender, mas é real. A consciência é algo muito perigoso. Entender que o próximo não é seu amigo, que não teve sua vida, que não lhe tem simpatia, que tem razão em não lhe querer bem é algo tão difícil quanto achar aceitável a sua irascibilidade. É bem mais difícil de se explicar sem cerveja, mas, sejamos sinceros, não queremos pensar muito nisso.
Minha vida ciclística segue seu caminhos sem freio. A Volta do Recôncavo está chegando e eu não vejo a hora. É como, na infância, esperar pelo natal. Domingo passado teve uma pedalada para uma feijoada em Aramari. 16 ciclistas varando a madrugada a fim de cumprir os 135km até, no máximo, o sol frio da manhã chegar. Chegamos lá 11:30, mas o sol não chegou a nos incomodar graças a nuvens camaradas que nos acompanharam quase todo o tempo. Depois eu conto essa história direito. 
Agora eu vou tirar um merecido descanso. Preciso repor as energias do rock sob a chuva que rolou ontem e dos recentes pedais insanos. Aliás, a volta pra casa foi beleza hoje pela manhã, novamente com nuvens amigas me protegendo do equinócio de outono. Nem mesmo um big toldo pôde conter tanto carinho dessas nuvens para com todos os  presentes e de mim para com elas. Sim, hoje eu sou muito mais ligado às nuvens que as pessoas, mas o meu amor continua sendo infinito(vai ver por isso anda tão desvalorizado).
Antes de terminar essa postagem eu queria falar sobre o Chico Anysio, sobre o Milor Fernandes, gênios de lâmpada, gargamel...

terça-feira, 20 de março de 2012

Blogger Life 10

Até parece que eu não sei mais o que eu digo ou faço Porquê? Ultimamente tenho sido muito repetitivo? Eu que detesto detestar repetir? Sei que isso é parte da comunicação, mas por favor não no meu culhão. Tenho aprendido muito sobre mim esses dias de convalescença e não gosto muito do cara que eu já fui. Na infância eu matava passarinhos com o badogue por pura “judiação”, aliás, como assim existe o verbo judiar? “Por favor alguém pare a língua portuguesa!” Se não me engano ouvi isso de Jô, ou foi Jabor? Jesus! Ele tá certo. As pessoas insistem em fingir que discutem abertamente os preconceitos na TV e na rua, mas a hipocrisia está cada dia mais banal. Um dia desse iremos todos usar uma máscara ao sair de casa. Ser você mesmo é careta. “Aquele que nunca errou que atire a primeira pedra.”
Jorginho, meu irmão, agora é pai. Isso é meio confuso pra minha cabeça, mas é mais por sua naturalidade, como se ele sempre tivesse sido pai, é como se eu sempre o visse como se ele se visse um pai e agora o é de verdade e nós dois sabemos que ele é novo no assunto apesar de seus quase cinquenta. É uma sensação bem estranha como tio, mesmo não sendo meu primeiro sobrinho, talvez pela naturalidade... ah! Já nem sei mais sobre o que eu estou falando. O Jorginho II, vai ter um tio louco, isso está claro. "Bem vindo Jorge Coelho Magalhães Neto!"
Conhaque é o cachorro mais filho da cadela que eu já vi. Cãozinho sorrateiro! Descobri que se eu não ficar atento ele não perderá a chance de me fazer me arrepender por não ficar atento. Ele não desliga nunca. Ele também precisa de um lugar pra chamar de seu, mas não sabe esperar, ele é um cão e age como cão. Eu devo passar a tratá-lo como tal para que ele possa finalmente compreender que as coisas não são como ele imagina. Como eu posso culpá-lo por não entender muito bem as coisas, se conheço pessoas que não conseguem ver diferenças entre os animais? Algumas não fazem uso de nenhum tipo de inteligência sendo capaz de ser subjugado por criaturas de cérebro bem menos desenvolvido. O ser humano é capaz de tudo.
Esse fim de semana tem pedal pra Linha verde, volta de van. Eu não gosto muito desse negócio de van, não, achar um parceiro pra voltar pedalando seria bom. Minha parceira de pedal não está passando por um momento de muito equilíbrio, Brust e Sputter são umas putas, vou acabar voltando de lá sozinho já aproveito e fico uns dias fazendo umas músicas. Quem sabe não rola algo de bom? Tô precisando de novos ares. O lance é que, desse fim de semana a quinze, já é Semana santa e tem a volta do Recôncavo, por enquanto o orçamento prevê um gasto de 50 reais por dia, mas tudo pode mudar já que eu não estou bebendo.
Eu não tenho pedalado. Já faz mais de uma semana que não ultrapasso os limites de Pericity, mas não posso reclamar, não, meu corpo precisava desse descanso. Agora cabe a mim voltar a ficar em forma pra cair no mundo. A preparação começa now!
A febre afetara meu cérebro. Por algum motivo eu esqueci-me de mim mesmo, e de tudo que eu poderia me fazer de bom esses dias que, por bem ou por mal, estive em casa. Fui deixando de lado minha vida e me preocupei em lembrar toda a minha meninice nos seus momentos mais puros de maldade e crueldade infantil. Céus! Se os homens não se lembrassem das crianças que eram depois que crescessem... acho que a maioria deve sentir vergonha, assim como eu. Quando eu crescer vou lembrar de esquecer isso? Quando crianças queremos ser adultos para ter o poder de tomar as decisões e fazer desse mundo um lugar mais humano, quando crescemos nos tornamos isso que somos. Por mais que eu me sinta contente pelo homem que sou, pelas coisas que fiz e até mesmo pelas que não fiz, não gosto de muitas coisas que ainda faço. Às vezes é difícil ser eu mesmo e quando acontece de me encontrar com meu ego no subconsciente rola atrito e eu, evidentemente, me fodo ainda mais. Mas isso acaba um dia.
Eu sempre me esqueço que prometi a mim mesmo jamais transformar o blog em livro. Cury fez o melhor “livro que foi blog um dia” que pode existir, então pra que é que eu vou me meter nisso? Por favor alguém me denuncie se eu fizer uma merda dessa(não tenho essa prosa toda).  Desraciosidade....  Eu vou escrever um livro um dia, mas o blog é pra ser blogado, é um registro de minha passagem na rede. Será que ainda vai ter gente escrevendo daqui a 40 anos? Quando eu penso que sonhava em datilografar rápido e hoje escrevo num notebook fico até envergonhado de minha idade. “Quem diria você: coroa, titio?!” E pensar que eu já poderia ser até avô , ainda sou filho. Azar, sorte, sei lá. Só sei que odeio pensar que estou velho demais.
As pessoas gostam de mostrar o quanto cresceram socialmente em sua jornada bíblica. Eu prefiro me lembrar o quanto aprendi todos os dias, com todas as pessoas. Estamos sempre aprendendo e nos aperfeiçoando, mas a maioria só consegue ver o que é prático e imediato: se der pra comprar está ótimo, senão roubar, se não roubar se frustrar, se não se frustrar tá ótimo. Isso é que é vida. Como eu não desejo nada, não tenho nada acho que isso é vida feliz (touchê!).
O que é que eu quero? Quero que meu time jogue sempre como jogou nesse domingo, com entusiasmo, a fim de golear... eu gosto. Futebol é bola pra frente! Eu vejo da televisão e vibro. Quando eu não consigo assistir eu quase que não me preocupo mais. Isso é um milagre! Semana que vem eu quero ir no estádio, em Feira, mas do jeito que eu ando cheio de compromissos... acho que foi por isso que eu acabei doente, quero estar em vários lugares, mas sou um só e é complicado fazer tudo de bike. Tenho que admitir que nessa cidade a bicicleta não pode ser a única opção. Preciso de uma cidade melhor, rápido!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Blogger Life 009

Meu cachorro foi atropelado quando minha mãe se descuidou ao abrir o portão para alguém que veio me ver. Graças a deus ele não teve nada além de um arranhão na perna, mas quando Conhaque entrou correndo em meu quarto eu sabia que algo errado tinha acontecido e quando falaram do atropelamento fiquei nervoso. Coisas ruins acontecem mesmo que a gente não saia da cama. Ainda bem que não foi nada, foi o cão que atropelou o carro pelo que eu soube, mas é foda! vi um cara ser atropelado outro dia e agora meu cachorro... sai pra lá, Zica!
Até onde eu sei nunca tive uma gripe que me deixasse tanto tempo de molho. Minha teimosia me impede de ficar em casa de repouso: "se eu não pedalar sou um homem morto". O ideal era que eu saísse pela manhã, bem cedo, pegasse as primeiras horas de sol revitalizante, mas em 2012 eu ainda não consegui acordar cedo e disposto em casa. Meu irmão mais velho me aconselhou um banho de mar toda manhã, mas como eu vou tomar banho de mar nesse estado? Acho que ele é maluco. O que me fortalece é o ar puro e o sol. 
Troquei algumas peças da bike e fiquei sem ela de quarta a sexta. Saí para pedalar por aqui os dias que pude para aliviar a carga negativa, mas tinha ficado sem pedalar 3 dias, o que deve ter me enfraquecido ainda. Fui à Mata próxima ao Hospital do Subúrbio , onde crimes ambientais são banalidades, mas lá eu ainda posso ter um vislumbre de natureza selvagem. Há máquinas e homens trabalhando no entorno do hospital construindo algo para melhorar o escoamento da água da chuva.(espero que não seja esgoto, pois o canal vai direto pra mata)
Na terça-feira da bicicletada de protesto eu fiquei no temporal e dele veio o resfriado, já são 9 dias de tosse e catarro branco. Recebi uma visita no dia seguinte que acabou piorando meu estado, pois eu precisava repousar e acabei abusando. Depois, no sábado, já bem pior, recebi uma outra visita que não queria o meu bem, mas minha mania de ser amigo de pessoas fuleiras não me ajuda. Algumas pessoas eu preciso simplesmente esquecer, mesmo que alguma fraqueza me domine, por mais que elas demonstrem boas intenções, são pessoas que não me fazem me sentir melhor em nada, pelo contrário, só me fazem mais fraco, me desgastam física e psicologicamente. Talvez elas não tenham intenção, mas pessoas carregadas de energia ruim sempre me afetam negativamente. A porrada foi segura, eu estou me segurando.
Assim que eu me recuperar vou aparecer para ver as pessoas que me são caras, em seguida desaparecerei e espero retornar apenas quando nada mais puder me afetar.

domingo, 11 de março de 2012

O cão chupador de cana


Estávamos nos mudando de estada pela segunda vez em Curitiba, agora íamos para a casa dos Catalépticos. Era uma casa que os caras alugaram para ensaiar, onde moravam Marcon (pense num cara brother!) e Morde, o cão que chupava cana.
A casa tinha um gramado enorme, onde ficava o Lord Morde tomando conta de tudo. Ao chegar, desci do carro e fui berrar no portão. Já era quase meia noite de uma terça-feira.
- Marcoooon!
O cão latia furiosamente. Alguns minutos depois aparece o cara com a maior cara de sono, pois iria sair às 05:00 pra trampar.
- E aí galera?! Pensei que vocês não vinham mais. – Disse ele abrindo o portão.
- Segura esse bicho aí véi. – Falei em tom desesperado, pois o cão estava tentando sair.
Mord é um Bulldog inglês bonito pra cacete tem um olho verde e o outro castanho, é bastante forte e tem uma cara assustadora de cão malvado.
- Mord, vem pra cá! – Berrou Marcon quando o cão saiu e veio em minha direção.
- Como assim cara? Você tá mandando o cachorro me morder?! – Retruquei, pois havia entendido: “morde e vem pra cá!”. Ele não soube o que dizer e veio segurar o cão que estava me cheirando enquanto eu ficava paralizado.
Já lá dentro ele explicou que o nome do cão era “Mord”, pois quando o Vlad ganhou de presente ele tinha o nome de “Lord”, e não ficava bem um “cão do rock” com um nome de cachorro de otário, então o batizaram Mord.
Nos dividimos para dormir metade na sala e metade no quarto de ensaio, já que o outro quarto era do Marcon e a gente não ia fazer uma sacanagem dessa com alguém que ia acordar tão cedo.
Eu capotei logo, pois o meu sono é muito foda, mas Brust me berrou da cozinha pedindo pra eu ir até lá.
- Ó pa isso!!! – Balançava uma garrafa com um líquido verde. – Tá dizendo aqui 70% GL.
- Isso é absynto! Não né não?! – Disse pegando a garrafa para conferir.
- Acho que não.
Era uma bebida francesa, pelo menos estava tudo escrito em francês, e lá estava: “...70% GL.” A garrafa mal tinha sido bebida, se muito, beberam umas duas doses e Brust aproveitou e pôs uma dosezinha pra a gente provar.
- Puuuuura!!!! Tão gostoso que a gente nem percebe que é tão forte. Do jeito que o diabo gosta. É melhor a gente ir dormir porque senão a gente mata essa garrafa agora mesmo. Isso deve ter sido caro pra carái!
Voltei pra sala e me deitei pensando naquela garrafa.
No dia seguinte iríamos dar um “grau” na casa, afinal, era o mínimo que a gente poderia fazer pela hospitalidade.
- Esse pessoal de Curitiba é muito hospitalar! – Dizia Brust de sacanagem.
Sacanagem pelo “hospitalar”, não pelo pessoal de Curitiba, que era hospitaleiro de verdade. Imagina se numa cidade em que a gente não conhecia ninguém pessoalmente poderíamos pensar em ser tão bem tratados.
Quando acordamos o Marcon já tinha saído e teríamos que encarar “Mord” sozinhos. Ele chegou com a sua cara feia cheirando todo mundo, mas não parecia querer tirar pedaço da canela de ninguém. Trocamos uma idéia rápida e ficamos bons amigos. Era o cão feio mais lindo que eu já vira.
Fomos à padaria Eu, Rodrigo e Brust, enquanto Dimmy e PJ davam um jeito nos pratos. Compramos pão e essas coisas de se comer de manhã, compramos também alguma ração pra Mord, pois encontramos o saco da ração dele já no fim e tínhamos medo de dar algo que ele não se desse bem. Esses cachorros são cheios de frescura.
Na volta da padaria terminamos de limpar a casa e PJ havia descoberto um mini-canavial nos fundos da casa, prontamente, peguei um facão, neste caso era uma faca grande mesmo, e fui à difícil tarefa de cortar algumas canas. Chegaram Pardal e um amigo para nos fazer uma visita e dar doiszinho e, enquanto a galera fumava e chupava cana, Mord observava tudo desejando mastigar alguma coisa, então cortei um pedaço pequeno e lhe dei com um certo receio que ele engolisse tudo de vez, mas não é que o danado cuspiu o bagaço fora?! Não acreditávamos naquilo, era muito engraçada a cena do cão cuspindo fora o bagaço da cana e passamos o resto da manhã (ou tarde, sei lá!) rindo, filmando e fotografando o cão chupando cana.
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Esse foi mais um episódio da “STOP OVER TOUR 2004”. Um oferecimento de “Tramontina” e cigarros “Amigo do Peito ”.

Blogger Life 008

Ontem eu vi uma pessoa ser atropelada. Era um bêbado, que tentava atravessar a rua sem olhar para os lados, ele estava de costas para a rua quando se virou foi só um pequeno passo. O motorista devia estar concentrado em qualquer coisa que não na pista; talvez ajeitando sua criança no banco do carona, ou talvez ele acreditasse que o bêbado tinha visto o carro mesmo estando de costas na beira da pista e com o trânsito bem lento, não sei.
Deu pra eu ouvir os ossos quebrando, a roda do carro passou por cima do pé, talvez dos dois pés, retrovisor do carona o tombou, apesar de a todo custo o atropelado ter tentado se manter de pé acabou caindo com as pernas pra cima. Fiquei completamente atônito. O atropelador não parou nem mesmo pra pegar seu retrovisor no chão e o atropelado não se manteve na horizontal nem mesmo por um segundo e se levantou praguejando contra o mundo. Vi sua perna torta, pensei em ligar para 192, 190, mas à medida que eu me distanciava do local do acidente vi o bêbado atravessar a rua novamente parando todos os carros. Fiquei impressionado com tudo aquilo e terminei não ligando pra ninguém porque até alguém resolver atender minha solicitação o bêbado certamente não estaria mais lá.
As pessoas no bar, na rua, as que estavam nos carros e que viram a cena, ninguém se mexeu a fim de dar alguma assistência ao acidentado, nem mesmo eu que segui meu caminho de bike.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Blogger life 007

Parece que os fins de semana estão ficando mais curtos, ou eu não tenho curtido direito, o que eu sei é que chegou a segunda-feira e eu estou com a mente ainda mais cansada. Talvez parar de beber não tenha sido mesmo uma boa idéia.
Fico sempre pensando em como tem gente sem noção nesse mundo... gente sem ter o que fazer... não falo de vagabundos (como eu), nem de pessoas sem emprego, falo daquelas pessoas que do alto de suas atribuições tentam desmerecer idéias alheias, ora pra ser chato, ora porque não sabem viver de outra maneira e acreditam que apenas da maneira que elas vivem é que é possível se desenvolver algum raciocínio. Não sei se eu consigo me fazer entender. ...Algumas pessoas nunca escutam o que falamos, passam o tempo inteiro procurando alguma falha em nosso discurso para poderem nos encher os culhões. 
Tive uma conversa via chat hoje que eu preferia ter levado um tiro:

- meus primos uma vez chegaram no Quilombo Rio dos Macacos, morreram de medo pois eles pareciam, segundo meus primos, primitivos, sem contato com sociedade. Acharam que eram canibais. - disse um "amigo".
- Seus primos são retardados, man!  - disse-lhe eu
- Man, você precisa parar de ser preconceituoso! - disse-me ele.

Daí em diante nem valeu à pena discutir mais. Eu sei, os caras eram apenas ignorantes e eu os ofendi gratuitamente, mas se eu for preconceituoso por enxergar num racista um doente é melhor "lamber meu cu" (como dizem os alemães).
Na Bahia, pelo menos na que eu vejo andando por aí, as pessoas tem medo de gente preta, pobre, suja. Tem gente que não enxerga a outra pessoa que está indo em sua direção, elas veem apenas a sua cor e, talvez, se está bem vestida, limpa... se for preto, estiver mal vestido, ou sujo, a maioria não se dá ao trabalho de olhar nos olhos pra reconhecer, ou quem sabe dizer bom dia, boa tarde, boa noite.
Falo isso com muito conhecimento de causa e não estou nem mesmo fazendo disso uma reclamação, pois sei que no mundo que vivemos hoje o estereótipo do ladrão ainda é: preto e pobre. Mas como eles sabem que é pobre? Pelas roupas. Se for preto e estiver barrunfado(cheirando a maconha), aí então é ladrão na certa. Eles ensinam isso na academia de polícia, mas muitas pessoas que não fizeram academia já vem com esse preconceito desde a infância, e não vai ser a legalização/discriminalização que vai lhes tirar essa idéia.
Algumas pessoas passam por mim na rua sem me ver. Amigos, amigas, pessoas que pulariam em meu pescoço, não pra me matar, mas para me abraçarem. Às vezes, quando mesmo assim as cumprimento percebo o constrangimento, não por não terem me reconhecido, mas por terem tido uma idéia ruim da pessoa que estava indo em sua direção. Eu poderia mandá-los à merda, todos.
Fico pensando: se um dia eu me rebelasse e passasse a tratar todas as pessoas brancas e caretas como animais, qual seria meu crime? Mas eu deixo esse tipo de coisa para os da "elite". Eles têm todo o direito de terem preconceitos, afinal são uns doentes(não todos) e devemos mostrar respeito.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Blogger life 006

É normal plagiar a si mesmo? É considerado plágio uma cópia da própria obra? Não, né? Acho que poderia se chamar "variações sobre um mesmo tema".
Humberto Gessinger estava certo quando incluiu a perfeita simetria no cd de "O Papa é Pop", no vinil não tinha. Pode parecer sacanagem, mas os caras só querem, desde sempre, vender: LP+CD=+$$$. Que se foda! Ninguém acusou ele de plágio de si próprio., talvez seja apenas eu que fique noiado com isso. 
Uma vez, isso tem uns 4 anos, eu abri o editor de textos e comecei a escrever uma baboseira que havia me perturbado a mente por vários dias, esgotei minha gramática num ensaio literário e quando fui salvar descobri que já havia escrito um outro texto com o título parecido(não que o título importe). Salvei-o com outro nome e fui ver sobre o que se tratava o dito cujo. Para a minha surpresa havia um parágrafo inteiro, palavra por palavra idêntico ao texto que eu acabara de escrever. (Acho que já citei isso em alguma postagem e devo ter colocado também qual foi o texto, mas isso não importa agora.) O que eu quero saber é se isso é plágio ou é normal?
De repente todas as coisas que eu penso são apenas imitações...

Beijos pra torcida

O futebol é uma das coisas que nos liberta de comportamentos triviais e expõe características, diferentes, ou não do comum, que ficam bastante marcadas. Como a minha capacidade de proferir palavras de baixo calão.
Assistindo a um jogo, eu normalmente dou um palavrão a cada 30 segundos. Tenho diminuído bastante, é verdade, a minha vontade de xingar, mas algumas partidas são irritantes demais e alguns jogadores, tipo esses que fingem faltas, simulam contusões para que outro jogador seja punido, me dão nos nervos. Não, para mim isso não é futebol e também não considero um comportamento adequado para uma pessoa que está sendo observada por milhões de expectadores de todas as idades, o que inclui as crianças que aprenderão a usar da malandragem. (Não acredito aprendam qualquer coisa no futebol na tv ou não, mas isso não vem ao caso.) O que é condenável deve ser condenado, não importa a notoriedade do imbecil, audiência do esporte, visibilidade da situação.
Ainda tenho uma certa incredulidade de que um jogo possa mexer tanto com a subconsciência. Deve haver em algum lugar um estudo sobre isso, certamente, a mim compete apenas o estudo sobre a minha irritação durante uma partida do meu time ou da seleção brasileira.
Fico altamente irritado, não importa o placar do jogo, nem para que lado é, quando um jogador age como um marginal. "Futebol é coisa de homem, Thilindão! Isso é do jogo mesmo." Acreditem no que quiserem, mas eu acho que jogador PROFISSIONAL de futebol tem que ter um comportamento digno. Eu quero ver a porra do espetáculo futebolístico, se quisesse ver cena ia ao teatro. Qualquer profissional deve se dar ao respeito e se atitude de homem é se portar como idiota apenas para levar alguma vantagem, isso não é mesmo da minha conta.
Imagine chegar ao topo do mundo sem ter a noção do significado. Ser o melhor em qualquer coisa é magnífico, mas ser um pouco melhor do que ontem já torna alguém grande. Não precisa humilhar os "adversários", nem fazer com que sejam punidos por questões que não tem nada a ver com o assunto. A dignidade para uns não importa, pois ela tem um valor moral menor e menos importante que seu valor financeiro. Triste.
Chegaremos, acredito, num ponto onde teremos mais controle sobre nós mesmos e não nos deixaremos seduzir por quaisquer maiores encantos que não aqueles que nos são caros e louváveis. Qualquer criança aprende a mentir e a se arrepender de seus atos, não acredito que adultos "sociáveis" ajam como se fossem ignorantes. Até quando teremos que tolerar esse tipo de comportamento? Eu não tolero mais faz tempo, por isso que xingo tanto, mas são apenas palavras e mais palavras, sujas, mas palavras.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Blogger life 005

Iiiixe! Carnaval eu fui me parar em Itacaré. Pense aí! Tava na pilha de ir, mas já tinha desistido por ter emprestado minha barraca e por estar com pouca grana(pra variar). Do nada, na sexta-feira um brother liga dizendo que tá descendo sozinho e que me faria até um vale pra eu descer com ele. (fazer o que, né? Eu nem queria passar o carnaval longe dessa cidade...)
Chegamos lá de madrugada, madrugada de sábado de carnaval, e chovia, e choveu todos os dias. O pedaço de praia que eu "virei dono" vai da praia de Resende até uma prainha que eu descobri depois da Ribeira, deserta e esplêndida. Uma pena que não pude ver o sol nascer em de seu berço de ouro babilônico, mas o pouco tempo que ele pôde brilhar foi como se ele nunca tivesse saído dali(na verdade nem fez tanta falta). O que eu senti falta mesmo foi de minha câmera, mas sem sol...
Pelo menos deu pra tocar violão, escrever, compor, azarar as gracinhas, fazer trilha, tomar banho de rio, de cachoeira, de mar, de ar... deu pra sentir saudade de gente que eu nem gosto mais, se o tempo voltasse mandaria todas à merda. Hoje eu preciso de cada vez menos coisas efêmeras e apesar de a efemeridade adorar a praia lá você pode se governar e dizer não, ou simplesmente se manter longe. Liberdade, é o que todo povo precisa.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Blogger life 004


Às vezes é bom não ter o que fazer: não ter emprego, filhos, namorada, às vezes eu posso mesmo crer que essas coisas são ilusões que criamos a fim de suportar a própria condição de incapacidade; não sei, ninguém sabe, talvez a psiquiatria, talvez a “enteogenia”..., a mera possibilidade é o sonho dos sucessivos dias de labuta ou da incessante falta do que fazer. Não ter mais do que o ócio é para mim um mistério. Eu tento, o máximo que eu consegui foi dormir na poltrona, mas ainda disponho de bastante tempo, não posso negar. Nessas horas tudo que eu penso é em pegar Marieta e “partir a mil”. Vou esperar o que?

Ontem fui no hospital do subúrbio novamente. Tinha umas máquinas trabalhando... (que máquinas o quê?) Tinham uns caras lá na sentados à sombra e uma retroescavadeira em ação na parte detrás do hospital, acho que vão diminuir a altura do barranco pra melhorar a circulação de ar. (só um palpite). Invadi a mata do Cobre e fui bater lá no rio onde estivera com uns amigos há 2 anos e pouco. Tinha uns guris se refestelando na água que estava incrivelmente clara, torrente e sem cheiro. Também observei que o nível d'água estava ótimo para essa época do ano. Que continue assim. Queria era ser guri de novo e me jogar, mas era muito raso pra um gigante como eu. (Nossa! Como tamanho faz uma grande diferença às vezes!!!)Fiquei por ali, dei uma caminhada (ligado em Marieta), tirei umas fotos e subi.
Anteonte pedalei com uma galera sentido São Tomé/Moinho Aratu. “Que louco a gente lá em cima da ruína desgraçada que estava quase se desfazendo só com o vento. Era muito alto!” isso foi na antiga fábrica de cimento, hoje abandonada na estrada Tubarão/São tomé, de lá fomos no Moinho. Eu insisto em ir no moinho porque é uma estrada de asfalto impecável cortando uns 4 km de mata alta. Vale a pena. Voltamos pra São Tomé pra um banho de mar revigorante e de volta a Pericity.


Antigamente eu não fazia ideia de como eu seria a 30 anos,
hoje eu sei.
Tem gente que me conheceu ontem
e acha que sabe tudo de mim,
hoje sabem menos,
mas é assim mesmo
tudo o que é falso perde a cor
é mais ou menos é mais
mas o que é bom
também fica meio opaco
se não tiver um olho muito veaco.
a minha vida não desbota,
Eu me conheço todo dia
e ainda não sei
quem é esse cara que sou eu?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Cancele o verão!

Segundo os Maias esse será o último verão como nós conhecemos. O próximo solstício veranico decretará o fim, mas "somos baianos e não desistimos nunca": quem é que vai perder para previsão Maia, man? Pra acabar de vez com a fama de preguiçosos do nosso povo a PMBA resolveu numa jogada de mestre decretar o fim de uma era cancelando o verão baiano e iniciando uma nova modalidade de terrorismo: "o terror sem olhos", onde ninguém precisa se preocupar com o que faz porque não há quem lhe diga o que é certo ou errado e o cidadão só precisa agir de acordo à própria consciência e como bons brasileiros somos ladrões, assassinos, estupradores e desleais. Ninguém vai lhe recriminar por isso.
Infelizmente para esses "teóricos do terror" o nosso povo não é tão assim... somos corruptos, certo, mas somos humanos e temos muito amor pela vida pra cairmos nesse golpe. Vamos às praias, nosso parque de diversões gigante, passeamos por nossos bairros, visitamos nossos amigos e familiares que temem as notícias da TV. 
Ninguém se torna bandido da noite pro dia. Vemos sem muito espanto pessoas falando que policiais estavam sequestrando ônibus e saqueando lojas, além da imensa leva de queimas-de-arquivo e nada disso é tão assustador quanto o medo de que seu vizinho, seu colega de trabalho, seu amigo, de repente resolva aderir ao movimento terrorista por sentir que o movimento que culminará no fim do mundo, mas eu sei que esse medo não tem fundamento, conheço meu povo, somos muito bons pra isso, bons pra caralho, e não vai ser um bando de filadaputa de farda que vai mudar isso. Cancele o verão, cancele o twitter, cancele os campeonatos de futebol, cancelem nossa história. Isso eu gostaria de ver sendo tentado.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Blogger life 003

Eu já falei que só tenho amigo maluco? Acho que já,mas não sei se isso é mesmo verdade, acho que o maluco sou eu, acho que já falei isso também e devo ter feito a mesma análise do mesmo jeito. Esquece. Um brother ontem veio me perguntar porque é que eu não tirava proveito de minha famosidade: "Você toca no Honkers..." Não sei de onde essa galera tira essas idéias, acho que é porque eu falo com todo mundo na rua que nego acha que a banda é famosona e todo mundo que fala comigo a conhece, mas o mais incrível é que realmente tem pessoas que só acreditam que eu toco porque viram uma foto no jornal e só falam comigo perguntando pela banda sem nunca mesmo nos ter visto em ação. A vida honker já foi melhor, confesso, mas nunca foi pré-requisito pra se dar bem em coisa alguma, nem com garotas, nem com eventos, nem em briga de bar. Acho que nossa fama precedente é mais forte. Somos uns "loseres".
Semana passada estávamos de lords em Praia do Forte no evento da Ray-ban. Achei que ia ganhar uma lupa decente, mas não rolou não. Só me emprestaram uma pra tocar porque não queriam fotos com meu óculos de 10 conto. (hehe tô brincando) Num passeio pela vila achei um cartaz que me buliu todo: "Precisa-se de baixista para banda de pagode. Com instrumento." Uau! Era o emprego dos meus sonhos: Tocar pagode e viver na praia. Esse negócio de rock e de cidade tá por fora.
Agora os "pulícia" resolvem fazer greve. Em 2001 foi lindo. Ia pro ensaio, voltava, nem um pé de polícia. Se podia fumar maconha na porta das delegacias, das igrejas, das escolas... escolas não. Mas o clima de tensão que era mostrado na TV era ben diferente do que eu estava vivendo, mas eu não duvidava de nada daquilo. Essa nova greve tem as mesmas coisas: policiais resolvendo suas pendências e passando fogo nos arquivos, criando terror nos bairros, provocando o caos nos transportes, a podridão que nós conhecemos. A TV nos mostra que o nosso povo é um bando de ladrões e poucos jornalistas tem a decência de se referir a isso como um problema. Para todo mundo isso é muito natural. "É o jeitinho brasileiro."
Eu não tive medo de sair de casa em 2001, saía de busú, mas hoje por 3 vezes eu já desisti de sair por pensar merda do nosso povo. Saio de bike, tenho medo de levar uma cacetada da sensação de impunidade. Que vidinha miserável essa de quem pensa que a polícia, os políticos, os criminosos e os milionários tem o direito de gozar do melhor enquanto o resto do povo deve se matar para chegar ao nível superior. A superioridade está em ser mais forte, mais rico e mais corrupto. 
Eu ainda preciso pedalar 40 km para comprar um papel. Não sei como farei, quando farei, mas farei. Que Deus tenha piedade de minha alma e a loja esteja aberta!

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O papel

- Dilma, Cadê o papel?
- Que papel, menino?
- O que o Eduardo lhe deu pra você me dar.
- Mas Duda não me deu papel nenhum!
- Então me dê sem papel mesmo.

(Bricadeiras escolares, 1993, Nazaré)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Facebook X Google e o pente para 800 (955) milhões de carecas

Ninguém pensa que as patentes são a única causa da guerra entre as duas ou três grandes potências da infomedia da atualidade. Não estou falando de os "bons e os maus", ou a guerra entre gatos e ratos, que tem se tornado o congresso norte-americano e o grupo entitulado "Anonimous". Esse filme já passou na TV. O Brasil infelizmente ainda sofre com sanções a conteúdos postados lá na putaquepariu, porque nosso governo concorda que algo nesse mundo deve ser proibido porque o Tio Sam, aquele pedófilo, bêbado assassino de índios e ladrão, quer.
Em meio à essa besteirada do "controle de conteúdo" países como a China defendem a censura à internet e sem maiores dificuldades. Cybercrimes leves como "spams" são solucionados de maneira assustadoramente eficazes, com a prisão de alguns espalhadores de boatos e visitantes de sites proibidos. Se por um lado os internautas contam com um primoroso sistema gratuito de segurança, o governo se protege das "armadilhas ocidentais", ou capitalistas se preferir chamar assim. A Grécia, a Turquia, o Egito, a Líbia e quase todos os países da região de colisão cultural extrema, países banhados pelo mar mediterrâneo, que por sua vez separa a europa da áfrica, 1º x 3º mundo, católicos x muçulmanos, enfrentam, ou enfrentaram recentemente, crises que mudaram suas histórias. Essas revoluções se deram, segundo nos fazem crer, graças a um clique, ou a uma ligação via celular, quem sabe até mesmo por um vídeo enviado via 3g.
O facebook hoje detém os dados de milhões de pessoas: seus amigos, seus familiares, seus empregos, os lugares que visitou, as compras que fez. Seu perfil vale muito para muitos além de seus contatos. A google por suas vez tenta obter esses dados e colocá-los num lugar "seguro" para a google inc. que com sua nova política de privacidade se livra ainda mais de responsabilidade por qualquer "spamer" e pelo conteúdo de quem quer que seja, além de deter o poder sobre milhões de perfis que valem alguns bilhões de dinheiros. Normal correr atrás de riqueza, o problema é que no Brasil a corrupção tem poderes mágicos bem diversos dos lendários monges chineses que obtiveram seu poder com anos de educação e meditação. 
Somos (brasileiros) uma nação de apenas 500 anos, teremos algum poder contra uma filosofia milenar e um avanço tecnológico de algumas "décadas de milhões de dólares" mais avançada? Seguramente somos o povo mais corrupto do planeta. (Talvez eu esteja exagerando, apenas os cariocas seriam o povo mais corrupto do planeta por estarem próximos à "TV" e à CBF. Acho que desviei do meu assunto...)
A vida nos ensina muito, mas a grande maioria ainda está fora da matrix. Nasceram numa época em que até mesmo "o cão só é o melhor amigo do homem porque não conhece o dinheiro" como me disse o pai de um amigo certa vez (Jaiminho, pai de Ibsen e Ingrid). Somos muito ingênuos em acreditar que existe alguém preocupado com a nossa privacidade ou a segurança de nossos dados. Todos querem apenas colocar a mão no seu bolso ficam guerreando entre si ininterruptamente. Google, Microsoft, Facebook, Twitter, motorola, hp, nokia, sony de um lado e o imperador Chinês com todo um potencial multi-milionário de mercado e suas fábricas de trabalho escravo ou mão de obra super-barata num país com seu bilhão e meio de habitantes de cultura completamente adversa ao interesse das megacoorporações. É como se estivessem esperando crianças da noite para o dia terem idade para beber, tirar carta de motorista, ou votar. Isso seria uma puta injeção em qualquer economia, hein?!
A informação e a informática estão para a revolução, assim como o petróleo está para o desenvolvimento mundial. Cessada a ocupação militar no oriente médio o "capital" irá buscar outro parque para testar suas armas e seus soldados robotizados. Conflitos em Timor-leste, Cisjordânia, Faixa de Gaza, aparentemente não tem nada a ver com minha vida no subúrbio de Salvador, mas quando os caras começam a falar que eu devo ir num cinema caro, a 20 km de minha casa, pra ver um filme que eu posso baixar e ver quando eu bem entender, penso que isso é uma forma de arbitrar o livre-arbítrio.
Muita gente hoje não consegue viver sem a informática. Mesmo que alguns digam que podem, na cidade é impossível e no interior a vida se torna entediante. Vida moderna, mundo moderno, pessoas modernas. Enquanto os gigantes brigam por nossos cliques, os caipiras andam de motocicleta, as crianças brincam de fazendinha virtual, os casais se traem no ciber-namoro e ninguém se liga em coisa alguma.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Blogger life 002

"O que me entristece não é o fato de não ter sido agraciado com a benção do amor daquela garota no passado. O que é foda, muito foda, é ver que hoje além de ter perdido toda a sua jovialidade e graça, também se tornara uma completa imbecil." Esse pensamento já me ocorreu algumas vezes e eu sei o quanto é mau e quão cretino é. Mas eu me lembrei quando me deparei com uma garota de seus 16 anos com um filho no braço e outro, parece, a  caminho. Lembro-me de tê-la visto algumas vezes no Beco da Baiúca e no Iguatemi (ambos em Pericity) com seus micro-shortes semi-cobrindo sua farta polpa.
Tudo se torna belo quando estamos bem. Uma criança cantarolando as ordens de sua mãe enquanto corre alegremente em direção à uma venda. Quase não sabe falar direito, mas já sabe fazer música. Criança da faleva, descalça, imunda e só de "caçola" e seus 80 centímetros de altura. Alguns animais poderiam devorá-la. Ponto para a vida urbana. As crianças são nosso maior tesouro. (Não. Não quero ser pai ainda.)
Tem sempre alguém me acusando de dar em cima de alguém que não devia, uma amiga, uma ex de alguém, uma anta, um cara... um cara, man? Pire aí! O maluquinho chegou no bar e perguntou: "você pega mulher também?" Como assim, man?! Enfim... um dia desses eu vou duvidar de minha preferência... eu sou meio homem das cavernas, pra mim homossexualismo é pura viadagem, mas se forem duas amigas eu tô dentro. Acho que isso é compreensível, né? (Tô sendo politicamente correto?) Tenho uns amigos muito aviadados e uns até baitolas mesmo, mas amigo é amigo, amiga é amiga e amor é amor.
Acho que hoje vou bater um pedal sozinho. Preciso de um silêncio que nenhum quarto fechado pode criar, quando o mundo está alheio a sua presença e flui, e você pode ver, e sentir, e escutar o nada e isso é tudo. É bom ter um parceiro, é melhor ter uma parceira, mas ficar só também tem seu valor.
O carnaval vem aí e eu não queria sair, mas é impossível ficar nessa cidade. Não, vai que até é possível e pode ser divertido, mas não, eu não quero ver, ouvir, saber, respirar nada relacionado ao carnaval, ou à música ou a coisa alguma. Quero apenas a paz de todos os dias. Aquela de lugar nenhum.

Maltrate-me, por favor!

Parece que isso está estampado em minha cara: "sou um escroto, me sacaneie!", porque desde que eu me entendo por gente tudo o que eu recebo gratuitamente é desconfiança. Parece até brincadeira, é brincadeira? Eu já não saio como antes, não vou mais tanto ao rock há um ano e mesmo em Gerônimo que eu ia toda terça deixei de ir por causa dos pedais e por algum mistério que nem eu sei. O que eu sei é que sempre me apresentam a alguém que me diz que já me conhece de algum lugar (mas nunca falou comigo). Tem gente que me preza nesse meio, mas o que mais encontro é alguém me tirando.
Eu não faço idéia da imagem que os que me conhecem de vista tem de mim, mas eu não me importo muito a não ser quando isso me importuna. Tem mulheres que olham e a gente pensa que é "mole" mas depois toma um "batê" e fica no ar; tem uns caras que ficam nos encarando, mas nessa cidade gay pra caralho eu não quero nem saber, aí nego acha que eu sou tirado. (Ah vá se fuder!) É uma vida insana. Quando eu consigo travar conhecimento com alguém novo vira e mexe penso que era melhor ter ficado em casa. A culpa é minha pelas decepções, eu não preservo minha imagem e me relaciono com todo tipo de gente. Sempre. Eu odeio pessoas, mas amo gente. Infelizmente não dá mais pra ser assim.
Já teve gente me acusando de coisa que eu tenho até medo de pensar, por brincadeira, por maldade, por demência... Eu nem me defendo porque muitas vezes é uma coisa tão imbecil que não merece minha atenção, mas isso cria um certo mito e muita desconfiança em quem não me conhece.
Tudo o que eu tenho a dizer a esses que me encontram por aí é que eu sou duro, mas também me quebro, sinto dor como qualquer um, me magôo, acredite. Reclamo de tudo o que eu não acho coerente, mas não sou santo nem demônio, acredite também. Não peço simpatia, mas não quero ser visto como inimigo de quem quer que seja. Não tenho inimigos conhecidos e minha lista de amigos ainda cresce, graças a Jah!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Blogger life 001

Às vezes eu finjo que sou Gabriel Garcia Marquez numa noite calorenta de uma Colômbia que nem toda a poeira do mundo seria capaz de levar da lembrança; às vezes Castro Alves, Machado, Russo, inglês, marroquino, a poesia e a mania de escrever e, por mais irreal que isto pareça, é justo do blog que eu me esqueço. Preciso "gastar" mais por aqui, mas também não posso gastar demais, porque aí já vira outra parada. Os rolés de bike, as novas neurastenias de meus coligados, as evoluções diárias estão ficando guardadas, e eu, cada dia mais esquecido. Mas como é que eu posso me esquecer de escrever, meu deus?!
Parei de beber mais uma vez. Vou ficar sem cachaça até 2013. Meus amigos estão ficando loucos com isso, eles não admitem, mas minha ausência no bar lhes causa desespero. - Calma, amigos! teremos muitos anos de cachaça se o mundo não acabar em 21/12. - Fico meio cabreiro de o mundo acabar ou de de repente algo me impedir de beber e eu perder esse tempo todo, mas eu já bebi mais de 20 anos, um ano a menos não vai me matar.
Tiveram as viagens de bike e sem bike que eu não "bloguei", mas prometo fazer isso ainda nesse verão. As viagens pra Sampa em 2010, o show de Amy Winehouse, a volta ao Capão, tudo isso eu fiquei devendo ao blog. Sou um blogueiro muito fudido. Não sei como fiquei assim. Gostava de poetizar os dias sem graça e os passeios solitários, mas tenho ficado sem inspiração, sem motivação talvez, incrivelmente sem tempo (sou o vagabundo mais ocupado do planeta sem dúvida) e às vezes sem nenhum saco.
A maioria das vezes eu escrevia bêbado de conhaque, ou chegando de algum reggae, ou de ressaca. Lendo depois o que eu escrevia percebia sempre coisas incompletas, ou incoerentes, mas nesses primeiros dias de sobriedade já reli coisas escritas sóbrio que não tem nada de diferente, portanto acho que isso não vai abalar meu "modus operandi literário". Tô tentando terminar um livro já vai fazer um ano, acho que se eu simplesmente contasse minhas aventuras seria mais fácil, mas minha ambição em ser um reformador da filosofia não me permite ser tão banal. Agora paro por aqui. Não quero fingir que sou outro.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Os defeitos, os problemas e a mediocridade subnormal

Descobri por esses dias que o meu otimismo é opressor. Quando eu vejo algo fora do lugar, mesmo que eu não tenha nunca passado por lá e isso não tenha nada a ver com meu dia a dia, tenho que tentar endireitá-lo. É quase que automático: se vejo alguém buscando uma palavra tento adivinhar, se caiu algo das mãos de alguém próximo a mim tento apanhar. É irracional. Antes de pensar eu já agi, talvez até com alguma inocência, da qual mais tarde acabo sendo penalizado. Uma merda! Infelizmente, algumas pessoas ao notarem essa pré-disposição em corrigir o que está errado passam a enxergar nisso uma espécie de menosprezo pelo trabalho de outro, que deixou algo fora do lugar, seja por pressa, falta de capricho ou por distração. “Quem identifica erros sabe demais e se sabe isso apenas para se vangloriar de saber o jeito certo.” Crê-se. Pode até parecer uma grande loucura, mas é exatamente isso o que sinto vindo da maioria em minha direção, talvez de todos em alguns momentos. Comigo a frequência desse sentimento é grande, pois além de ser um fudido, que qualquer um pode pisar, aguento naturalmente uns bons golpes da vida e é exatamente aí que o otimismo me ajuda e me torna um verdadeiro canalha: Eu acredito que tudo pode ser melhor.
Se eu sei que estou sendo injustiçado não fico por aí dizendo a ninguém que está acontecendo, procuro um jeito de controlar a situação de inferioridade e tento até mesmo virar qualquer jogo. Tudo é uma questão de calma, paciência, resignação. Quando a consciência está desperta não se pode enganá-la.
Hoje eu posso dizer com tranquilidade que eu não me lembro da última vez que eu depreciei algo, ou mesmo falei mal de alguém, com intenção de escarnecer ou desmerecer por inveja, por despeito, ou por pura malignidade. O fato é que percebo problemas nas coisas, não tenho como refrear-me. Quando identifico algo que é alvo do meu desgosto eu tenho que falar. É do tipo: “hã hã!, samsung?!” Isso não é por maldade e nem para desvalorizar o bem de outrem, é apenas uma opinião sincera. 
Falo por conhecimento de causa de equipamentos eletrônicos: sons, celulares, câmeras, computadores; programas; músicas e tudo aquilo que é de meu cotidiano, mas a minha única intenção é a de que quem quer que seja possa usufruir do melhor possível. Tem gente que não vê possibilidades de se melhorar nada, mas eu vejo possibilidades em tudo.
É típico dos invejosos procurar defeito nas coisas, mas eu não procuro nem os crio: Se eles existem, me encontram. Às vezes de antemão eu sei se algo é ou não deficiente. Não é por culpa minha. É um dom.

sábado, 14 de janeiro de 2012

"Derrota da ligação à rede"

Se alguém souber e dizer que porra é "derrota da ligação à rede, por favor não se intimide em me explicar, porque de todas as mensagens e desculpas esfarrapdas pelo mau serviço de telefonia essa é a mais enigmática.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Tem alguém pensando

Tem gente que pensa
que não importa tudo de bom que faça
que de nenhuma piada ela vai achar graça
que essa dor não passa
que essa dor não passa

Tem gente que pensa
que não importa o quanto você se sinta perdido
que ninguém quer saber se o guarda que era o bandido
Que você tá fudido
Que você tá fudido

Tem gente que pensa
que a gente tem é que viver na vida dura
tomar café com pão donzelo e dormir na rua
que essa dor não é sua
que essa dor não é sua

Tem gente que finge
Tem gente que sabe
Tem gente que a cara nem arde
Tem alguém pensando, merda...
Que merda! 
Tem alguém pensando.
Tem alguém pensando.
Tem alguém pensando.

Pra que se impor ou se importar com alguma coisa?

Queria olhar se havia alguém na internet a fim de trocar uma ideia sobre a crise da europa e os reflexos na economia do planeta, mas zapeando na TV vi Zeca Baleiro e Arnaldo Antunes falando sobre alguma música que provavelmente iriam tocar em seguida. Resolvi deixar a internet esperando. Gosto de Zeca, mas sou fã de Arnaldo, imaginei algo de realmente esplêndido, mas para minha decepção era uma música do Charlie Brown Jr. Deve ter ficado esplendidamente horroroso. - Não acredito que eu perdi meu tempo pra ver uma merda dessa. - Eu não tinha que assistir àquilo. Não havia ninguém pra conversar na internet.
Às vezes a gente espera demais quando não se pode perder tempo e ainda assim descobre algo de extrema falta de utilidade. Temos o estranho hábito de olhar sempre para o lado errado, as pessoas erradas, os sentimentos errados, as más intenções. Sei que eles não tocariam qualquer música apenas pra me agradar ou me irritar. Não estou dizendo que tal música é feia, nem mesmo que lhes deixei de ter respeito. Talvez uma outra hora, com mais tempo, mais paciência... É que ultimamente eu tenho estado com o ouvido muito sensível. É um problema, uma doença.
Esses dias minha mãe veio me perguntar sobre eu ter desmaiado na rua, coisas que andaram falando a ela. Lhe expliquei de meu sono da cachaça, que só me acorda depois de algumas horas, mas eu suprimi que isso não tem tido ocorrência há alguns anos. Em 2012 eu ficarei sem beber do dia 2 de janeiro ao dia 31 de dezembro, isso se a gente tiver reveillon ano que vem, pois parece que o mundo se acaba em 21/12. Xiii! Esse pode ter sido o último natal. Também posso morrer sóbrio. Eu não creio em uma coisa nem outra. Essa minha falta de fé é um problema que eu tenho, outro tipo de doença.
O natal perdeu totalmente a graça pra mim. Meu desprezo por tudo ganhou assas nesse natal, o qual eu me dei ao luxo de não ligar para ninguém (na verdade estava sem telefone), não visitar a ninguém (não saí), não pedalar, não fazer nada do que eu quis. Grande natal desprezado. Não recebi presentes, nem visitas, nem ligações... mentira. Meus amigos e minha família nunca me abandonam. Mas eu não tive como não deixar na mão algumas pessoas que eu muito estimo esse ano, porque meu telefone e minha disposição estavam muito ruins, quase mesmo desfalecendo. Eu espero que todos saibam que eu estou bem e que apesar de parecer triste com tudo, me sinto muito feliz por ter por perto ou não pessoas que me amam e que eu amo também até as últimas consequências. No ano que vem tratarei estar mais disposto às visitações e lembrar também de comprar alguns presentes, pois não há nada de mau em presentear, quando é o coração que oferece. Fora isso o natal é pura besteira.
Se Papai Noel ao menos fosse um dos 3 reis magos, se oferecessem ouro, incenso e mirra, ou, quem sabe, se fizessem alguma alusão... sei lá. Eu tenho essa mania de querer controlar a verdade, mas isso é por imbecilidade mesmo. Cada um pensa o que quiser sobre o que quiser e acredita no que quiser. A verdade não vai mudar com palavras, basta o pensamento.
Por mais que eu tente não discutir com gente doida, não consigo. Às vezes eu penso que todos à minha volta estão pirados, mas logo me toco de que o pancada sou eu. Ando de bicicleta alcoolizado e não posso falar de quem bebe e dirige, seria hipocrisia. Não posso falar dos que traem, pois, por viver sempre só, acabo me envolvendo em todo tipo de situação, e eu não conheço nada nesse planeta mais agradável que uma mulher que lhe aprecia e lhe quer bem. É quase como o próprio demônio lhe convidando para a festa. “Se ele te chamar, diga-lhe que não tem roupa nova e vaze.” Pra provar que eu estou errado teve gente que já fez muita coisa idiota, mas eu nunca mais perdi a razão. Faz é tempo. Às vezes não se trata de fazer alguém feliz. É algo mais simples ou menos complicado, dependendo da dúvida.
Vou acabar é ficando mesmo doente de alguma parada séria. Eu tô com uma paradinha aqui que olho que eu achei que era um cravo, mas aí ficou inflamado e eu tive de comprar um colírio mais adequado. Agora tá quase de boa com uma bola de pus do tamanho de um grão de arroz. O clima de Irecê e minha imundície de bêbado sujo (que não toma banho depois de ter cortado o cabelo e ficado o dia todo comendo água profissionalmente), fizeram-me acordar com o olho “deste tamanho!” terrivelmente inflamado. Podia ter sido qualquer coisa. Comendo água pesado, quando eu apago, sabe como é, né?
Que doente porra nenhuma! Não me sinto tão bem desde guri. Queria ter sempre a saúde de agora. Nada me incomoda. Nem sei como agradecer a Deus por ter me deixado chegar até aqui com tesão pela vida, já que eu vivo uma vida bem desregrada. Por mais que eu faça não será o bastante. Se amanhã eu me for, obrigado por hoje! Acho que é tudo.

Se chegue

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