Às vezes a gente espera demais quando não se pode perder tempo e
ainda assim descobre algo de extrema falta de utilidade. Temos o
estranho hábito de olhar sempre para o lado errado, as pessoas
erradas, os sentimentos errados, as más intenções. Sei que eles
não tocariam qualquer música apenas pra me agradar ou me irritar.
Não estou dizendo que tal música é feia, nem mesmo que lhes deixei
de ter respeito. Talvez uma outra hora, com mais tempo, mais
paciência... É que ultimamente eu tenho estado com o ouvido muito
sensível. É um problema, uma doença.
Esses dias minha mãe veio me perguntar sobre eu ter desmaiado na
rua, coisas que andaram falando a ela. Lhe expliquei de meu sono da
cachaça, que só me acorda depois de algumas horas, mas eu
suprimi que isso não tem tido ocorrência há alguns
anos. Em 2012 eu ficarei sem beber do dia 2 de janeiro ao dia 31 de
dezembro, isso se a gente tiver reveillon ano que vem, pois parece
que o mundo se acaba em 21/12. Xiii! Esse pode ter sido o último
natal. Também posso morrer sóbrio. Eu não creio em uma coisa nem
outra. Essa minha falta de fé é um problema que eu tenho, outro
tipo de doença.
O natal perdeu totalmente a graça pra mim. Meu desprezo por tudo
ganhou assas nesse natal, o qual eu me dei ao luxo de não ligar para
ninguém (na verdade estava sem telefone), não visitar a ninguém (não saí), não pedalar, não
fazer nada do que eu quis. Grande natal desprezado. Não recebi
presentes, nem visitas, nem ligações... mentira. Meus amigos e
minha família nunca me abandonam. Mas eu não tive como não deixar
na mão algumas pessoas que eu muito estimo esse ano, porque meu
telefone e minha disposição estavam muito ruins, quase mesmo
desfalecendo. Eu espero que todos saibam que eu estou bem e que
apesar de parecer triste com tudo, me sinto muito feliz por ter por
perto ou não pessoas que me amam e que eu amo também até as
últimas consequências. No ano que vem tratarei estar mais disposto
às visitações e lembrar também de comprar alguns presentes, pois
não há nada de mau em presentear, quando é o coração que
oferece. Fora isso o natal é pura besteira.
Se Papai Noel ao menos fosse um dos 3 reis magos, se oferecessem
ouro, incenso e mirra, ou, quem sabe, se fizessem alguma alusão...
sei lá. Eu tenho essa mania de querer controlar a verdade, mas isso
é por imbecilidade mesmo. Cada um pensa o que quiser sobre o que
quiser e acredita no que quiser. A verdade não vai mudar com
palavras, basta o pensamento.
Por mais que eu tente não discutir com gente doida, não consigo. Às
vezes eu penso que todos à minha volta estão pirados, mas logo me
toco de que o pancada sou eu. Ando de bicicleta alcoolizado e não
posso falar de quem bebe e dirige, seria hipocrisia. Não posso falar
dos que traem, pois, por viver sempre só, acabo me envolvendo em
todo tipo de situação, e eu não conheço nada nesse planeta mais
agradável que uma mulher que lhe aprecia e lhe quer bem. É quase
como o próprio demônio lhe convidando para a festa. “Se ele te
chamar, diga-lhe que não tem roupa nova e vaze.” Pra provar que eu
estou errado teve gente que já fez muita coisa idiota, mas eu nunca
mais perdi a razão. Faz é tempo. Às vezes não se trata de fazer
alguém feliz. É algo mais simples ou menos complicado, dependendo da dúvida.
Vou acabar é ficando mesmo doente de alguma parada séria. Eu tô
com uma paradinha aqui que olho que eu achei que era um cravo, mas aí
ficou inflamado e eu tive de comprar um colírio mais adequado.
Agora tá quase de boa com uma bola de pus do tamanho de um grão de
arroz. O clima de Irecê e minha imundície de bêbado sujo (que não
toma banho depois de ter cortado o cabelo e ficado o dia todo comendo
água profissionalmente), fizeram-me acordar com o olho “deste
tamanho!” terrivelmente inflamado. Podia ter sido qualquer coisa. Comendo água pesado, quando eu apago, sabe como é, né?
Que doente porra nenhuma! Não me sinto tão bem desde guri. Queria ter sempre a saúde de agora. Nada me incomoda. Nem sei como agradecer a
Deus por ter me deixado chegar até aqui com tesão pela vida, já que eu vivo
uma vida bem desregrada. Por mais que eu faça não será o bastante. Se
amanhã eu me for, obrigado por hoje! Acho que é tudo.
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