quinta-feira, 12 de abril de 2012

Blogger life 12

Acontece tanta coisa em uma semana que não dá pra contar tudo em uma postagem, mas eu vou tentar.
Sei que todos os dias nascem e morrem gênios e tolos.
Sei que algumas pessoas são mais importantes que outras.
Sei que um dia todos terão o mesmo fim.
A última semana de março foi uma das piores para a cultura brasileira, devido à morte de dois dos nossos maiores gênios: um gênio humorista, poeta, compositor, dramaturgo: Chico Anysio; o outro desenhista, humorista, poeta e mais além, um gênio literário: Millôr Fernandes. 
Talvez eles tenham sido as figuras mais importantes do nosso jeito brasileiro de ver a comédia da vida. Acho mesmo que muito de nosso sarcasmo foi adquirido depois da entrada deles em nossas vidas cotidianas, seja com os programas humorísticos, ou com as tirinhas de jornais e revistas tão apreciadas quanto esclarecedoras do mundo que nos cerca. Piadas de uma profundidade crítica imensurável (vide o lançamento da Revista Bundas em 18 de junho de 1999), mas que para a  nossa maioria ainda há de fazer sentido daqui algum tempo.
Bento Carneiro, Coalhada, Professor Raimundo Nonato foram meus personagens favoritos do Chico Anysio. Isso era humor brasileiro, acessível e inteligível a todos pela sua simplicidade e quase inocência, mas que jamais perderam o seu cunho crítico. Chico não foi simplesmente genial ele em alguns momentos poderia ser mesmo Deus tamanha era a sua sintonia com o sentimento de todos. Queríamos rir de nós mesmos e não nos envergonhar de nossa "fudição", por isso ligávamos a tv para assistir ao Chico Anysio Show, Chico Total ou a Escolinha do Professor Raimundo. Agora ele fará suas apresentações em outra dimensão e certamente terá muito mais sucesso.
O Millôr estava mais presente em minha vida ultimamente devido ao seu site. Não vivi a época do Pasquim e nunca fui um cara muito de futucar o passado, mas quando ele se juntou com Ziraldo, Jaguar, Luis Fernando Veríssimo, os irmãos Caruso e mais uma pá de gente boa pra lançar a revista "BUNDAS" eu me senti fazendo parte de uma época de vanguarda humorística e quis muito que esses mestres das charges, do desenho, da crítica social e do humor (bem)escrachado, alcançassem com a nova revista (que era semanal e dificílima de se achar em Salvador) a importância histórica do Pasquim, mas acho que isso foi um sonho breve demais, pois acabou não durando muito.
A morte de ambos era esperada a algum tempo, pois estavam avançados na idade e a saúde deles não estava lá essas coisas, mas quando ela chega a gente não sabe o que significa, o que representa e como isso nos afeta, mas ela encerra um capítulo na história de todos.
Essa semana de perdas se encerrou com um show meio que de surpresa do Honkers no Rio Vermelho debaixo de um improvável temporal que trouxe a chuva que não havia caído o mês inteiro para fechar o verão menos rock'n'roll da história da banda. Machuquei o pulso, tomei choque, toquei encharcado, mas quer saber? O show não tinha importância e sim o aniversário de Sputter que foi no mesmo dia. Mas isso é tema para uma outra postagem.

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