sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Que viagem é essa, Thilindão? #2 O frio faz um bêbado adormecer "facinho"

Mr.Bob Lester
Eu me sentia ótimo por estar em São Paulo, mesmo com o frio escroto. Tudo o que eu ainda conseguia me lembrar era de precisar comprar um casaco no dia seguinte sem falta, ou acabaria congelando. Era tranqüilo ficar dentro do bar enchendo a cara, mas andar na rua qualquer hora do dia sem agasalho era pra caras de muita fé. Não lembrava nome do prédio, beleza. Pelo menos sabia chegar nele, mas sem o número do apartamento ia ficar bem difícil, então lá vou eu ligar pra Paulinha, que tinha prometido escutar o telefone se fosse preciso, e escutou. Subi, tinha uma cama me esperando. Tudo o que eu tinha que fazer era jogar meu corpo bêbado e exausto.
Não lembro direito quanto tempo demorei pra dormir. Provavelmente foi de imediato. De manhã tive a impressão de levantado, saído do apartamento, mijado na escada e voltado a dormir, mas fiquei com medo de levantar suspeitas indo olhar a escada e sem jeito de contar a Paulinha uma merda dessa. Mesmo assim lhe disse que tinha uma certa dúvida se tinha sonhado, ou realmente saído do ap na madrugada.
Acordei com uma ressaca razoavelmente leve. Era domingo e fomos até o Bexiga para algumas compras. No caminho eu comprei uns mapas, um livro de Dostoévisky (O eterno marido), mas não achava um casaco a gosto e a preço. Demos uma volta pela feira e uma vendedora simpática e voluntariosa, que depois de muita prova e muitas perguntas conseguiu me convencer a levar uma capa azul “catiguria”.
Agora aquecido e elegante, merecia uma cerveja. Fazia 10º, mas eu não tava nem aí. Paulinha também botou pilha e lá fomos nós pro (como é o nome da porra do bar?) lugar de onde saía um som de chorinho bem ali na praça.
– Tem Serra Malte? Traga uma aí! Bem gelada!
Cervejas em balde são uma visão maravilhosa. O garçom trouxe logo 5 esplendidamente geladas, que mesmo numa tarde fria pra cacete nenhuma delas iria voltar pra dentro do bar.
O pessoal do chorinho convidou um coroa pra cantar com eles e esse tio seria Bob Lester, lendário dançarino e controverso integrante do Bando da Lua. Ele cantou alguns clássicos da música mundial como “La Bamba” e “Don’t be cruel” e dançou com o pessoal que levantou de suas mesas.  No fim da apresentação ele nos mostrou seu álbum de fotos com celebridades dos seus tempos áureos de sapateado e de música. Acho que por causa do meu casaco elegante ele ficou me chamando de Obama o tempo todo. Uma figura seu Bob.
Depois da mini-farra na manhã que já ia tarde a gente precisava pegar um rango. Paulinha me levou num restaurante bacana na Augusta. Eu disse a ela que não entendia o que leva uma pessoa faminta a ficar do lado de fora de qualquer estabelecimento esperando vagar uma mesa, mas ela achou que isso era uma censura ao lugar escolhido e ficou brava. Desisti de tentar entender. Pedi um chopp e depois de poucos minutos já estávamos nos deliciando com nossos pedidos.
De volta ao AP não tinha mais nenhuma vontade de sair, talvez à noite, mas eu ainda precisava ajeitar a bike que estava sem pneu traseiro. Resolvi escrever, descansar um pouco e arrumar a mini-bagunça. Aproveitei pra dar uma olhada no mapa, mas este não tinha as rotas dentro da cidade, apenas as rodovias federais e estaduais do Brasil. Útil, mas não pr’aquela semana. Ainda tentei encontrar mais umas pessoas nesse domingo, mas fazia tanto frio que pouca gente fez planos de sair de casa e eu acabei dormindo mais cedo. Antes de adormecer recebi uma mensagem de Guga(amigo de Campinas) avisando que iria a São Paulo no dia seguinte. Então meu programa de segunda-feira seria consertar a bike, encontrar Juliana à tarde e o Guga no final da tarde. À noite a amiga de Paulinha tinha me convidado para comer pizza então o dia seria bem cheio.

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