Se a gente não sabe o
que quer da vida não adianta tentar porque não vai ser organizado.
Passei a noite acordado ainda tentando ter a certeza se viajaria ou
não. Não tinha dinheiro, não tinha nenhuma mochila inteira, não
sabia como transportaria minha bagagem, meu violão, notebook… tudo
o que eu tinha a certeza era a de que precisava sair de casa, de
Periperi, de Salvador, do mundo, quiçá?! imediatamente, pois minha
cabeça estava sendo muito perturbada, seguindo intranquila,
insatisfeita, infeliz, sei lá. Queria me encontrar em alguma
montanha e de lá receber a iluminação que me traria de volta à
felicidade plena.
3h da manhã fui começar
a arrumar as coisas e quando já estava tudo preso no bagageiro ele
simplesmente desceu e eu tive que desamarrar tudo e consertar pra
depois amarrar de novo enquanto o telefone tocava de 5 em 5 minutos
com Arlíntone já na casa de Tetéu me enchendo o pneu, não, o saco
pra eu chegar logo em Paripe e a gente se sair, mas estava ficando
difícil falar no telefone e arrumar a bagagem. Pedi para saírem na
frente. Consertei, arrumei e já ia saindo, mas lembrei: “sem uma
sandália?”, peguei ali naporta e prendi no elástico por cima de
toda a bagagem. Saí sozinho pela estrada velha admirando o vale do
Paraguari e avancei pelo CIA sentindo e curtindo o ar da manhã da
Mata do Cobre, penetrando na BR ainda com um início tímido de um
dia nublado.
Uma pequena chuva após o
pedágio, mas foi só um chuvisco pra intimidar, ou animar um
espírito vacilante. Na primeira entrada de Candeias me encontrei com
os outros Jurássicos: Tota (Arlíntone), Tetéu (Emanuel) e
Lourdinha. Invadimos a cidade e lá dentro nos encontramos com o
último componente da turma, PC (Paulo César) completando o grupo
Jurássico Ciclístico para esta viagem. Éramos o “Quinteto
Fantástico” que nada poderia parar ou mesmo desanimar.
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