quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Um dia qualquer

Acordei meio-dia, com o suor encharcando corpo, lençóis e colchão. Ao meu lado, no chão, o caneco sem asa vazio ao lado de uma garrafa pela metade de conhaque vagabundo. A cabeça doía e, junto a sensação de vômito naquele calor insuportável, fazia desejar a morte mais do que qualquer outra coisa.
Alguns minutos depois eu consegui me sentar na cama e olhar mais uma vez para a garrafa e o caneco sem asa, segurando a cabeça com as duas mãos, com os cotovelos apoiados nas coxas como alguém que sofre de um mal qualquer. A ânsia de vômito aumentava e diminuía em intervalos irregulares e o vento quente que vinha do ventilador na parede começava a fazer o suor secar. O quarto estava escuro, mas era necessário abrir a janela para que entrasse um ar mais puro que o fedor de álcool e luxúria que imperava. Fui até o banheiro e sentei na privada. Era bem menos quente. Aliviei meu estômago, bebi água da pia, vomitei, bebi mais água da pia, voltei pra cama. Deitado, olhei novamente para a garrafa de conhaque, me sentei, coloquei metade do caneco e dei um trago. Alguns segundos depois estava sentado em frente ao computador escolhendo uma música pra preencher aquele espaço vazio e quente do quarto e do dia que já ia tarde.
Às vezes eu acho que não faz sentido nenhum esse tipo de coisa, mas eu também acho que ser um covarde não tem a menor graça.

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