quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Futebol é simples, mas é complicado entender

Eu não tenho nada a ver com quem não gosta de poesia, não entende de poesia, não sabe ler uma poesia ou mesmo não dá valor a uma obra poética qualquer. Pra mim esses seres são de outro mundo o qual eu não pertenço, nem quero. Pra mim a vida sem poesia é sem graça, mas eu sigo me divertindo forçadamente em prosa porque vivo num mundo cercado de prosistas, proseadores e verborrágicos insustentáveis. É um saco, mas alivia quando a gente tem que falar de futebol; tudo fica muito mais livre que a poesia, pois é uma arte que ninguém entende e nem sabe pra onde vai.
Uma vez eu agradeci a Jah sem a menor explicação. Agradecia talvez por ser quem eu sou em cada um dos meus menores aspectos, agradecia pela família que eu tenho, pelos amigos que a vida me deu e pela vida que eu levava, mesmo que eu não estivesse num dos meus melhores anos, meus sentimentos estavam sendo testados e até meu time só perdia, emprego não havia, mulher não aparecia, dinheiro sumia, mas me sentia feliz por saber que "Jah, Deus, Oxalá" estava ali de olho em mim e cuidando que eu não perdesse completamente o equilíbrio colocando sempre as pessoas certas nos lugares certos e na hora certa. Foi o que Ele fizera com Muricy talvez no intuito de que todo o resto se ajeitasse por si, e no começo parecia até que a mágica ia funcionar, mas no futebol não existe esse negócio de ilusionismo. Seu time é vencedor ou enganador e isso não se muda assim "magicamente". Graças a Jah! Obrigado meu bom Jah!
Aí eu volto naquele papo de que futebol é 11 contra 11 e que para a poesia não é necessário nenhum dom. Certa vez, na sexta série o time que eu jogava, chegara à final com os veteranos da 8ªB jogando um futebol brilhante e sem nenhuma firulice, eu mesmo era um zagueiro que costumava chutar para o lado tudo que passasse por minha frente me levando a ser taxado de zagueiro brucutu. Na verdade eu não buscava esconder meu talento. O time não precisava de nada pra se divertir nem se irritar. Eu precisava me divertir sem me irritar e por isso era "bola pro mato que o jogo é de campeonato!" A final terminou 3x4 e eu até quase fiz um golaço, mas já tava bom demais. Eu agora nem mesmo consigo lembrar como terminou. Eu nem bebia, eu queria era voltar pra casa pra olhar meus peixes e ler meus "Shaksps", mas o que importa nisso tudo é o futebol e sua deliciosa caixinha de surpresas.
O BAVI eu confesso que não vi, não li resenha, não assisti aos melhores momentos, nem conversei com nenhum torcedor fanático de nenhum dos times e a única explicação que eu posso dar é que esse time do vitória é cagão. Me desculpem. Ninguém estava preparado pra uma noite como a de ontem e acho que quem teve mais dedicação e amor ao uniforme venceu o jogo. É um clássico e você não pode menosprezar a momentânea "fragilidade" do adversário.
O São paulo entrou em campo decidido a vencer. Muricy sabe os jogadores que tem, a história que aquela camisa representa e a força do adversário, mandou o time se impor, ditar o ritmo da partida e venceu o jogo. Podia ter dado tudo em merda se o animal do cruzeiro não acerta a trave naquele lance de cara com o gol vazio, mas o futebol é, repito, essa maravilhosa caixinha de surpresas. O time jogou desfalcado, mas se aprumou, segurou o ataque dos caras, dominou o meio-campo e não comeu reggae. Deveriam ter feito isso no primeiro turno e talvez pela vergonha daquele primeiro embate tenham se dedicado ainda mais nesta partida. Agora é pensar nas galinhas domingo. É um clássico e você não pode menosprezar a momentânea "fragilidade" do adversário.

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