terça-feira, 3 de dezembro de 2013

nem é uma sorte tão ruim assim...

E pensar que eu estava me queixando por ter sido atropelado por uma senhora de 70, que ainda teve a cara de pau de dizer que eu bati propositalmente minha cara no carro dela para lhe extorquir. Por muito tempo eu fiquei com raiva, imagina? De uma senhora de 70 anos? Raiva, eu? Se eu estivesse num trator em vez d'uma bicicleta eu provavelmente teria sofrido muito mais. Ela tem todo o direito de ter tentado me matar, se eu escapei a morte segue me caçando: me jogou contra o muro do meu vizinho me causando um monte de lesão, mas nisso eu posso botar a culpa na cachaça mesmo sabendo que foi tudo por aquela velha. Se eu os tivesse atingido e matado com meu trator nada poderia consolar minha tristeza.
Teve um dia que eu fui fazer um som com uma amiga tão atordoado com a trágica, porém previsível morte de um velho amigo, que nem sei se eu estava lá mesmo. E os shows do Honkers? Esse ano foi realmente escasso de shows, porém, repleto de histórias: toquei bêbado e com a mão quebrada, bêbado e deprimido, chapado até o caroço, mas nunca em minha vida fiquei tanto tempo sem pegar no contrabaixo ou no violão. Não que eu me lembre. Dessa vez por contusão, depois luto.
Depois de mais de 2 meses lutando com a vida Conhaque finalmente descansou. Faz 18 dias e eu ainda não consegui me acostumar com a idéia de que vou varrer o quintal sem vê-lo dando seus pulos, brincando com uma bola ou devorando uma fruta... Se eu tivesse morrido em janeiro teria sido poupado disso, talvez ele também, como vou saber? Se eu não estivesse de bicicleta no acidente talvez ela conseguisse matar seu carona, vai que não era comigo a "trêta"? Mas a véa calculou mal... péssimo. Eu ainda ia ficar triste se ela morresse com meu trator, pode isso? Podia ser um caminhão de combustível carregado.
Queria era parar de pensar em tristeza, azar, essas coisas, mas aí vem uma nova desgraça, e outra, e outra. Parece que a vida não tem mais nada o que fazer a não ser perturbar a inabalável fé de um devotado infeliz. Se tinha alguma pegadinha em fazer 40 eu já estou cansado, chega de trotes do destino. Quem governa a realidade que eu quero viver sou eu e se algo está errado não foi porque eu não avisei. Ruim mesmo é não seguir o coração e ficar pagando por isso o tempo inteiro. Perdi a minha carteira no último fim de semana, se a sorte mudasse alguém viria na minha porta devolver, mas eu sou só um miserável que dá "caradas" nos carros das pessoas a fim de lhes extorquir rios de dinheiro sujo, ou não sou?

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