quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vida de gado

Eu reclamo, reclamo, mas vai ver eu gosto mesmo é da vida de pião. Sair todo dia cedo, pegar busão lotado, voltar cansado pra caralho, pegar um sanduíche gorduroso e ir dormir pra no outro dia fazer tudo de novo. Isso é lindo. Poético. Mas bom mesmo é ver as gostosas na ida e na volta, no busu, na rua, no trabalho é uma gostosura sem fim.
Legal é que falando assim eu pareço mesmo um "taradão miserávi", mas sou uma puta e nem sequer digo um boa tarde se uma gostosa dessas senta de meu lado. Sou uma puta!
Eu gosto quando as coisas saem como planejado, tipo: "vou sair, pegar meu busu vazio, ler até dormir, acordar na hora de descer, tomar uma antes de ir pra casa, pegar um lanche gorduroso, chegar em meu quarto e esquecer que o mundo existe.  Vida de pião modelo, porém esplêndida.
Lendo Bukowski eu lembro de minha na adolescência. Eu odiava a raça humana e sempre me achava muito superior às outras pessoas. Aí eu leio hoje, velho, mas com menos de metade de sua idade eu sinto todo aquele ódio juvenil crescendo, deixo de desejar boa noite às pessoas e simplesmente sigo o meu caminho sem olhar pra nada e pra ninguém. Não que hoje eu ame a humanidade e não me ache superior a ninguém, é que naquela época era a única verdade que importava. E o velho Buk e suas histórias de cachaça e de poetas derrotados. "mas quem não é um derrotado hoje em dia, Chinaski?"
Eu deveria aproveitar melhor meu tempo. Ler, escrever, falar merda, tudo isso devia ser deixado de lado, mas é o que eu sou, o que somos, perda de tempo. Talvez eu vire um ermitão, mas vai ser desespero. Sou tão chato só quanto mal-acompanhado. Deixa essa porra de humanidade pra lá! Ninguém é melhor que ninguém. Nem mesmo eu: o idiota que se alegra em ver pessoas alegres e sente a dor das pessoas tristes. Ninguém vale nada.
Acho que já é...

Boa noite!

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