Dia desses estive trabalhando num evento ligado ao empreendedorismo (palavra feia da porra) e vi que o povo quer mesmo é ser visto e não está nem aí pra o que é um produto e o que vai ser oferecido. Tudo o que importa é que esteja numa caixa bonita e não pareça um monte de merda. Parece que eu estou sacaneando, mas fica bastante claro quando você olha as pessoas em tais eventos. Todas as garotas estão vestidas impecavelmente para matar e maquiadas para aniquilar a concorrência por uma vaga de trabalho ou de casa. Incrível.
Moro numa cidade muito quente, onde as pessoas andam à vontade, e andam bastante, logo, seus corpos ficam mais saudáveis, e isso induz à natureza a entrar em ação liberando a libido. Algumas criaturas "afortunadas" tem em seus corpos uma opção de negócio. Todas as demais almas entendem que esse valor é digno de admiração e nada mais justo do que o seu devido lugar. Lugar esse que desconheço, mas que deve ser no inferno, porque um monte de gente saudável e sexualmente ativa junta não é coisa de Deus. E se Salvador não é a antessala do inferno, me desculpem, mas minha apuração me levou a crer que se trata de uma situação infernal ao extremo.
Eu nem acredito nessas coisas de céu e inferno. Não mais. Mas acredito e atesto que quanto melhores suas ações melhores coisas lhe acometem. Talvez seja preciso apenas aprender a curtir cada pequeno momento de prazer, mas o bem é contagioso. Quando as pessoas se arrumam elas mandam um recado para o mundo de que ali naquele corpo há algo de mais belo. Normalmente há mesmo. Algumas pessoas são simplesmente "descobertas" depois que se embalam num pacote mais moderno, ou mais jovem, ou mais antenado.
Se eu falar de algum escritor imbecil serei ainda um estúpido, e daí? Todos criamos mesmo nossos personagens comuns. Pessoas que são simplesmente comuns. Elas não existem de fato, pois cada um é único, mas em nossa cabeça existe aquele posto de pessoa ordinária que está no mundo apenas para compor uma estatística. Algumas pessoas se enquadram exatamente onde lhes são induzidos a crer pertencer. Tem gente bem vulgar em quaisquer classificações que criemos, mesmo naquelas em que o único critério é a beleza. Não há vulgaridade em ser belo, ela salta aos olhos com leveza, o que existe é ausência, por falta de melhor palavra, de qualquer outra admirabilidade.
Eu nunca levei muito jeito pra nada ligado a moda, design, decoração, pra mim isso é "homofilia" e, se eu não sou "fóbico", porque haveria de ser "fílico"? É como não acreditar em Deus e fazer um pacto com o Demônio. Tem gente que leva isso tão a sério que eu fico até com vergonha de tentar conversar trivialidades. Sério mesmo. Que porra eu vou falar sobre isso? Pra mim as coisas tem que ter uma utilidade, nada mais. A cor, a forma, a tendência da próxima estação eu deixo pro pessoal hype.
Em algum lugar há algo mais importante que parecer. Um dia, talvez, vamos aprender a olhar bem para as pessoas e descobrir sua verdadeira alma, aquela que não tem nenhuma forma que possa ser capturada e embalada num pacote atraente. Enquanto esse dia não chega temos que nos contentar em admirar as belas formas de nosso povo. Nada mal, hein?! Digo, ás vezes não é exatamente um sacrifício.
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