Certa
vez, numa dessas viagens loucas de banda e de amigos que a gente crê
serem de confiança um cidadão fora acusado de passar o pênis em
seus colegas de quarto. Calma lá! Não foi um estupro de um coletivo
por um só, a acusação era de que o cara havia esfregado sua
genitália na boca dos dormentes e um deles, mais esperto dormindo de
olho aberto levantou-se de sobressalto e lhe deu uma porrada bem na
cabeça da caceta. A confusão começou e foi braba, e quando a turma
dos deixa-disso finalmente conseguiu acalmar os ânimos o que fora
agredido primeiro nem sabia mais porque estava tentando se vingar,
pois a cachaça já lhe roubara toda a consciência. Saiu pra fumar
seu baseado na madrugada fria do sertão Paraibano e numa incrível
sensação de paz na solitude percebeu que nada lhe havia sido
arrancado a não ser a alegria momentânea de uma brincadeira de mau
gosto. Ele não queria agredir ninguém e sabia que mesmo com toda a
cachaça do mundo seu pênis jamais tocaria voluntariamente qualquer
parte do corpo de um outro homem seja ele amigo ou desafeto. Aquela
paz que conversava com ele foi lhe trazendo mais clareza e ao
retornar ao seu quarto tudo estava calmo.
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