sexta-feira, 8 de maio de 2009

Coração puro

Não tenho medo de me expor
Não tenho medo de me ferir
Não tenho medo que nada aconteça
Só tenho medo de ser falso
De ser cruel
De ser inútil
Não que eu queira ser utilizado
Mas gosto de ser útil
Não quero passar minha vida seguindo as convenções
Essas que foram impostas a todos
Nascer, crescer, reproduzir e morrer
Falta um pouco de vida aí
Falta um pouco de utilidade aí
Não tenho medo de matar ou de morrer
Defenderia a vida das pessoas que eu amo
Mataria por isso
Morreria por isso
Não seria divertido
Não seria gratificante
Posso lamentar pelos covardes
Mas não posso me unir a eles
Não posso me aborrecer com eles
Não posso me deprimir por causa deles
Invejo os inocentes
Uma inveja que me mata um pouco
Gostaria que toda a maldade que eu já sei ficasse bem longe
Numa terra do nunca mais
Saudade da minha infância
Quando eu não precisava fingir que não sabia de nada

(Texto de 12 de outubro de 2005)

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