segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sem pânico e sem ódio

Eu não me lembro há quanto tempo eu não sofro uma ameaça real à minha vida. Não que eu sinta falta disso, acho que ninguém sente, mas, como em tudo, uma hora algo acontece e o cara começa a repensar todas as suas decisões até chegar a esse momento, o momento que pode subtrair toda sua esperança de continuidade da vida.
Estávamos ali na praia, tocando violão, fumando, conversando como qualquer pessoa num início de noite. Dois jovens caminham pela praia, não parecem ter mais de 13, não parecem interessados em nós, não parecem vir em nossa direção. De repente um deles diz qualquer coisa, que eu não dou a menor atenção, apenas cumprimento-o com um salve, o outro se protege da luz, e mostra o "ferro", diz que pra andar logo. Enquanto meu espírito não entende o que aquelas pobres almas queriam, meu amigo lhes informa que somos locais e que estamos apenas fazendo um som e cumprimenta um dos guris que confirma sua história e faz sinal para o fotofóbico armado que deve nos deixar em paz. Os garotos retornam para a escuridão de onde saíram, nós voltamos para o nosso som.
Meu espírito perdido faz uma prece para que nada de mal lhes aconteça ao mesmo tempo em que agradece por nada nos acontecer.

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