terça-feira, 24 de março de 2009

As bonitas que me perdoem, mas a beleza é mais que suas roupas de grife

Me lembro da primeira vez que eu vi alguém usando algo da marca “Dolce & Gabbana”. Na verdade eu nem sabia do que se tratava, pois tinha apenas “D&G” na bolsa que uma garota usava no bar Pimentinha, na Boca do Rio. Claro que a sua bolsa foi uma das últimas coisas que eu reparei, pois ela usava uma camiseta costada nas mangas e na gola que deixavas as mostras seus seios vestidos num bikini verde e uma calça jeans igualmente maltratada, mas que compunha uma visão maravilhosa de criatura do sexo feminino.

As manhãs de domingo são os melhores dias pra se ter uma noção exata da beleza feminina, pois elas acordam de ressaca, como todos, colocam seus óculos escuros, ou não e vão à praia. Antes elas dão uma passada no supermercado, ou posto de gasolina, ou farmácia, não porque precisam comprar qualquer coisa, mas para testar seu poder de sedução numa hora tão imprópria. Elas se olham nos espelhos, ajeitam os cabelos e tentam sorrir sempre que possível. O problema é algumas vezes a caixa do supermercado, o atendente da farmácia, ou do posto tentam tirar de seu poder de sedução, ou apenas a sua paciência. O que no final das contas dá no mesmo, pois fazem com que aquelas beldades que iluminam as manhãs de domingo se tornem criaturas antipáticas e até desagradáveis.

Numa dessas belas manhãs de domingo eu tive um outro encontro com a “D&G”, só que dessa vez era uma blusa dessas que ficam grudadas emoldurando o corpo. Não sei se eu tenho como descrever a imagem, mas eu posso contar como as coisas se passaram em minha cabeça:

Estávamos eu, Matheus e Raquel “A formidável”, meus parceiros de cachaçada, num desses mercadinhos comprando cerveja pra encher o tanque até a casa de Mateus, onde tentaríamos dormir, comer, etc. Estava na fila do caixa quando chegou aquela deusa, musa, soberana, espetacular criatura de óculos escuros e com sua indefectível blusinha da “Dolce & Gabbana”, preta com um “D” e um “G” prateados, cada letra sobre um dos seios grandes, rijos e maravilhosos. Não pude resistir nem me conter e lhe disse que jamais havia visto uma blusa ficar tão bem em uma pessoa. Ela apenas sorriu tornando a visão ainda mais esplêndida.

Foi uma pena que aquele momento mágico não durou mais de um minuto, porque a caixa não estava conseguindo passar o cartão e a espera fez as fisionomias mudarem. Enquanto saboreávamos nossas cervejas, a garota esplêndida tomava uma xícara enorme de café. Seu sorriso deu lugar à impaciência, sua amiga (ou irmã) a cada minuto a mais na fila colocava mais coisas para serem compradas e sua xícara de café estava se tornando um piquenique. Então eu tomei o cartão da mão da moça e passe na máquina, ela colocou o valor, mas quando foi me dar para assinar viu que tinha passado o valor errado: R$ 0,08 por 6 cervejas seria mesmo uma linda manhã de perdição, mas ela passou novamente o cartão com o valor complementar e fomos todos embora deixando a bela da manhã entregue à sua chateação matinal.

Não pude parar de pensar nela por muitos dias e é uma pena que seu rosto e seu sorriso aos poucos vão sumindo de minha mente, mas nem a sua xícara de café, nem a imbecilidade da caixa, nem a sua posterior contrariedade serão capazes de apagar a beleza do seu sorriso e o “D&G” dos seus seios.

Um comentário:

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