sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A desgraciosidade

Rapaz, eu preciso voltar a beber logo. Esse negócio de doença não é pra mim! Eu não gosto de paz, só com uma mulher do lado vendo um filme, bebendo um vinho fazendo e recebendo carinho... hum... Acho que preciso de uma cerveja, digo de uma mulher. Ah esquece!
O que eu queria falar é que depois daquela merda toda do "boctrin", hoje depois que meus amigos maravilhosos ficaram me sacaneando, aconteceram mais situações desesperadoras. Se bem que se eu sobreviver a essa semana meu conceito sobre desespero vai estar completamente formado. Aliás, teve duas coisas que eu omiti, mas foi por esquecimento, uma na terça-feira, chá quente de boldo na mão esquerda e outra quarta, achocolatado com água escaldante na boca. O engraçado é que o da mão que eu achei que ia me fuder não deu nada e o da boca que eu achei que não ia ser nada machucou. Coisas da vida.
Como minha mãe não me tinha por perto 24h por dia por tantos dias seguidos há alguns anos ela resolveu me dar um presente ontem, dizendo que era de aniversário atrasado. Eu odeio presentes que não servem pra beber, mas de minha mãe eu aceito até uma torta de ervilha. Era uma bermuda de uma dessas lojinhas de shopping que ela tinha ido com meu cunhado e pra não fugir à regra de bermudas e calças que se ganha de presente, não deu. Pensei em dizer a ela pra dar a outra pessoa, mas mãe é foda! Se magoa com tudo.
Hoje eu já era outro homem. Sentir a rua, mesmo durante o dia já era uma coisa fabulosa, mas eu tinha que ir a um Shopping, a segunda coisa que eu mais odeio no mundo. Mesmo assim era bom sair de casa. Tomei um banho de verdade depois de 3 dias, porque teve um dia desse que nem banho eu tomei e ou outros foram de se molhar e se enxugar. Me vesti e caí no mundo. Só não sabia em que andar era a loja e pra um cara que odeia shopping chegar em um com a sacola da loja e perguntar onde fica é um pouco de imbecilidade demais. Ligo pra meu cunhado: caixa-postal (que sacana!), ligo pra minha irmã: “ô Thi, se eu conseguir falar com ele peço pra ele te ligar” (minha irmã é 10!).
Não vejo muito sentido na moda, mas sou escravo dela como qualquer ser humano. Minha “fôrma” não é lá exatamente a média do brasileiro e acredito que não seja na média de nenhum povo, o que torna minha busca por qualquer tipo de vestimenta uma coisa desagradável, pois, “todo vendedor desse mundo não entenderá exatamente o que eu busco e tentará me vender qualquer merda.” É de vender que se trata para ele. O “Eu preciso de um tênis, uma camiseta, uma bermuda, uma calça etc” se transforma em: “Quero a mais cara, ou a mais barata, peça dessa loja” a depender do “olhar clínico” do vendedor. É broxante. Eu detesto comprar, mas lidar com certos vendedores pode realmente estragar um dia. Salve a internet! Os melhores anos de minha idade eu não tive internet, mas hoje eu não sei o que seria de mim sem ela. Porra de moda! “Quero uma camisa sem estampas, uma calça de homem e bermudas com bolsos fundos!” Assim é mais fácil. Seja como for, é um saco ter que me vestir com os vendedores.
Peguei o buzéuris e fui relendo Capitão Presença pra aliviar o stress de ir a um shopping, numa loja que eu não iria, para trocar uma roupa por outra que eu sei que não tem, mas menos de 5 minutos depois eu já tava puto por ter esquecido a ordem de serviço de um celular meu que está consertando há um mês e pouco. Ainda bem que O Presença me salvou do stress. – Valeu por essa, Presa! – Depois de re-rir um monte, quase chegando lá, o sacana me liga:
- Diga aí, velho?
- Em que piso fica a loja, man?
- Rapaz, vá em qualquer uma!
- Sim, véi, mas eu já estou chegando no shopping Barra...
- Pode ir em qualquer uma que é a mesma coisa.
Pra evitar problemas familiares achei melhor desistir da informação e aceitar minha “sorte”, só faltava rodar uma hora no shopping e depois ser atendido por um macho “muito atencioso”, se é que vocês me entendem.
Dei sorte! Advinhei a entrada que me levava direto pra porra da loja, e estava vazia (eu tava mesmo com muita sorte), mas ao olhar direito vi que só tinham homens pra me atender. Coloquei a sacola em cima do balcão e anunciei a troca. O brother “conferiu a parada” e me mandou escolher o que eu iria querer em troca. Em uma olhada em volta da loja vi que seria um coisa impossível. Perguntei se tinha camisetas sem estampas, ele me apontou um prateleira com camisetas nas cores lilás, azul fêmea, azul igual a que eu estava vestido, rosa. Resolvi ver outras coisas: camisas pólo (medonhas e com escudo), calças (as que tinham meu nº eram 60 reais além do valor), o pior de tudo é que eu nem podia pedir pro cara me ajudar, porque eu sei lá qual era a dele e podia não ficar bem eu dizer “homem não usa essas coisas”, na hora das camisetas tudo que eu disse foi “são muito claras”. Bonés sempre são legais, mas os de lá não davam em minha cabeça. Bicho, eu já tava desesperado, aí achei uns shorts de tactel, mas a única cor mais ou menos de homem que tinha era verde, verde musgo segundo o vendedor, cujo nome eu perguntei, mas esqueci, peguei um desses mesmo, mas ainda faltava pra inteirar o valor. Olhei novamente p’ras camisas alegres e perguntei pra menina, digo, pro rapaz se realmente não tinham outras cores e só aí que o sacana foi mostrar outra prateleira... (papo chato da porra esse de loja de roupa, né? Desculpem, mas é que eu tô sóbrio há 4 dias) resumindo peguei um short e uma camiseta e ainda gastei mais 24 reais. (a porra da conta só podia dar 24 mesmo)
Voltei pra casa na intenção de ainda bater um pedal, mas sentei aqui no computador e me fudi ainda mais um pouquinho. Minha mãe perguntou se eu tinha trocado a bermuda, queria ver, como eu já estava trocando de roupa mesmo (já tinha tirado a camisa e o tênis) resolvi mostrar a ela logo em meu corpo, até pra eu também ter certeza que ia ficar bem. Ela gostou, eu também.
Voltei pra esta porra pra tentar terminar o texto que comecei esta manhã tirei apenas a camisa por causa do calor, daí a pouco minha irmã me grita lá da cozinha:
- Cabeção, vai querer suco? Maçã com Melancia?
- Vou, daqui a pouco eu tô aí. (gente boa essa gorda!)
Alguns segundos depois:
- Ficou aguado, vou colocar beterraba.
- Bala! Gosto de beterraba.
E continuei aqui, escrevendo, lendo e-mails, respondendo scrap e conversando no msn. Um autêntico imbecil, fui atender a porta, voltei, dali a pouco a sacana grita de lá de novo:
- Cabeça, não esqueça o suco... e lave a jarra. - E saiu.
- Falou!... lindona!
Já não ia mais pedalar pra caralho de lugar nenhum mesmo resolvi ir comer.
Estava lá uma jarra de um autêntico blood Marry. Fiz dois sanduíches, dei três biscoitos a conhaque e voltei pra frente do computador. (Eu achei até que tinha dito em algum lugar que só ia ficar na frente dessa tela duas horas por dia exceto segunda-feira, mas eu ainda estou meio doente) enfim: sentei aqui com caneca e jarra em uma mão e dois pães na outra, coloquei a jarra em cima do rolo de papel higiênico que está em cima do gabinete, que um dia eu explico o que ele está fazendo lá, e fiquei aqui vendo tv e falando com o povo o que dava, porque eu tinha que largar a caneca e digitar com uma mão e depois pegar a caneca, encher... o resultado disso?
Primeiro eu vou falar de meu quarto. É uma suíte que em 99% do tempo fica trancada com chave porque eu estou sempre nu, não gosto de luz, de muita arrumação e não tenho o menor jeito pra decorador. Por um desses acasos do destino a porta do meu quarto não só estava destrancada, mas também escancarada, e ela faz quase um ângulo de 90º com a porta de entrada da sala, o que faz com que praticamente todo mundo que entre em casa e olhe pro lado vai me ver, por isso eu sempre tranco, por isso não, por minha mãe que ia me encher o saco se ela entra em casa com uma das visitas dela e me pega peladão. Mas, voltando à nossa história, o resultado foi: suco no teclado, na bandeja do teclado, no short verde musgo, em mim, na cadeira no chão, mas isso não foi o pior. Entrei no banheiro, tirei o short, passei água, peguei uma cueca suja e limpei a cadeira e a bandeja do computador, mas exatamente na hora que ia levar a cueca de volta pra roupa suja a namorada do meu irmão aparece...

O que pode passar na cabeça de uma pessoa que vê um homem de cueca, com outra cueca na mão toda “ensangüentada”? Ela não tinha como saber que era suco de beterraba. O que pensou eu não faço ideia, ela não me disse nada, meu irmão não me perguntou nada, mas a visão era a desgraciosidade de maneira semi-nua e crua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Aprecio muito!

Se chegue

Nome

E-mail *

Mensagem *