Versar é certo
No meu caderno que sumiu
Escrevo à mão na caneta
Foi na cachaça
Bebi sozinho
Depois de escrever umas palavras vãs
Elogiando as manhãs
Nas minhas praias suburbanas
Perder não tem mais sentido
Perdas materiais e imateriais
Sinto-me sumindo
Às vezes não me sinto mais vivo
Sem voz
Sem imagens
Sem músicas
Sem palavras
Mas essa vida ainda é minha
Embora as palavras não me pertençam
Escrevo, versejo, poetizo, uso
Posso ser esquecido e até desprezado
Mas ainda assim me ferem só pelo prazer de tirar o prazer de quem goza consigo mesmo
Continuo resistindo na poetagem da poesia
Tomando as palavras pra mim
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