Estamos em meio a uma guerra mundial bacteriológica...
a lógica é a única coisa que não faz sentido: Ande limpo ou saia gravemente doente; fique em casa ou morra abandonado num asilo; mantenha a distância vertical, acima ou abaixo da terra. Se não vai ter sossego e não vai-se simplesmente morrer. Essa é a vida. A realidade escolhida por quem sempre foi “do contra”. E agora se encontra contra a própria vontade, da qual já nem mesmo se sabe mais qual é, à beira de um abismo infinito.
O desenvolvimento das peculiaridades está cada dia mais vulgar. Um dia estarás tão distante do simples que não haverá mais motivos para surpresa; Não haverá nada mais diferente do que a mesmice logo logo. Fazemos questão de ter uma opinião contrária ao nosso próprio bem e nem nos damos conta disso, nem do quão é estúpido. Nos desenvolvemos a fim de sermos únicos e no fim das contas não tocamos, não ouvimos nem dançamos conforme qualquer melodia. Somos “do contra”. E ponto final. Perdidos no tempo e no compasso, e no espaço.
Entrando nos anos 2020, saindo da década de 2010 mais loucos e mais drogados do que a última década do milênio passado, mas ainda não nos preocupamos com as drogas, porquê temos doenças mais perigosas e mortais pra nos preocupar. “Vai entender uma porra dessa?!” As drogas não acabam com doenças?
As drogas por aqui só ficaram piores desde os anos 20 do século passado: proibidas. Bom que não estou em Paris, nem atrás de drogas, mas estamos usando a mesma máscara de proteção dos franceses. Podemos ouvir a mesma música tendo sensações diferentes. Poderia ser a cultura? Talvez nossa similaridade? Pode-se produzir alguma cultura num momento como este? Existe uma cultura local?
Para ir atrás de drogas de trem: - Em Paris estão bolando uma viagem pra Amsterdam, pra buscar maconha em 90 minutos, 3 meia-hora de Periperi na Calçada, só pra pegar “a melhor”, se estiveres di$po$to; - Em Periperi ainda demora o mesmo tempo desde os anos 1910, cerca de 1/3 de hora pra chegar na Calçada, que fica a 10Km. Pra pegar qualquer droga que achar.
Felizmente ainda temos a música e nela se encontram as melhores referências para todas as contrariedades quais podemos conviver. O prazer de ouvir uma boa música é a única coisa pela qual nos fazemos humanos por cooperação. Não pode ser diferente. Música é amor. A música é um abraço caloroso.
Estamos em abril e o ano nem mesmo começou. Não fiz música, não escrevi meu livro e nem plantei árvores ou cuidei de outras criaturas vivas. Falo com Louis, com Ella, com Thelonious eles me mostram uma cidade linda e fria. Em Paris é primavera e também se produz além de flores, culturas, conflitos, “o charme da primavera”...; aqui em Salvador começa um outono chuvoso e ainda temos que recolher corpos em córregos, mas ainda temos a música que nos consola, conforta, alegra e descarrega, seja na voz, seja na força da batida/sentimento.
Que bom!
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April in Paris ; https://youtu.be/fCsNg6XB3dg
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