Tenho que me organizar de algum jeito. Minha vida é a coisa mais inacreditavelmente caótica que eu poderia conhecer, quem dirá ser passível de conceber tal é o absurdo, mas esse sou eu e essa é minha bagunça. Sei que tenho que me arrumar, arrumar um celular, um trabalho, uma namorada, talvez até uma
banda, mas isso é outra conversa pra um outro texto desgracioso. Esse aqui fala do primeiro pedal do ano com Felipe meu irmão.
A maioria das
pessoas só pensa em garantir o futuro, mas eu acredito que o presente é o
único momento em que você tem mesmo que garantir que seja bom. O futuro
pertence ao presente que você realiza, não é a Deus, nem às
especulações do mercado financeiro, acredite. A felicidade não é um truque de mágica e a família é aquele
sentimento automático de felicidade. Você pensa nos bons momentos
compartilhados e apenas agradece, todos os dias, por ser parte de uma
(ou mais).
Eu tenho irmão que só a
disgrama nessa vida de rock, pedal e loucura, mas de sangue é só 3: Cristina, Felipe e Jorge. Atualmente
cada um vive sua vida entre seus trabalhos, cônjuges e filhos e muito
raramente compartilhamos uma atividade comum. Sábado foi o dia do
“pedal da família”. Nesse fomos só eu e Felipe, que apesar de morar comigo é o que eu menos vejo, pois trabalha
como um condenado nos deixando com um horário incompatível, porque eu não abro mão da noite(mas tô diminuindo).
Dessa vez fomos de carro
até a Igreja da Vitória e de lá partimos em direção a Ipitanga
rachando os capacetes em pleno sol de meio-dia porque eu acordei
tarde depois da primeira sexta-feira do ano. Logo na subida do Cristo
o pedal de Felipe (forte como a porra) se quebrou e gente teve que
entrar pela Barra procurando uma oficina. Foi o segundo pedal que ele partiu o eixo em
menos de um mês (haja perna!). Por sorte achamos uma
oficina logo ali, perto da Afonso Celso e seguimos com nosso pedal
numa boa.
Barra toda nova – Ondina – Rio Vermelho todo desgraçado
– Amaralina – Pituba com um pequeno trecho sobre o muro por causa
do reveillon gospel – Jardim de Alah, pausa pra água... - Aeroclube agora parque
de pipas – orla – orla... – Itapuã – Flamengo – Ipitanga e depois de 34km, uma hora e 55 minutos de pedal contra o vento um banho de mar, uma cerveja e tchau.
A volta foi mais rápida
e até mais leve por causa da direção do vento. Uma pausa apenas
para a água de coco no Jardim de Alah. Foda mesmo foi ter que subir a Ladeira da Barra no final. Isso não é nada bonito nesse sol fabuloso que
tem feito nessa cidade. Teve horas que as câimbras me
fizeram acreditar minhas pernas iriam se quebrar, mas controlando a respiração, graças a Deus, consegui chegar inteiro na igreja da Vitória uns dois minutos depois
de Felipe que já se alongava. Comemoramos a nossa chegada nesse que
esperamos que seja o primeiro de muitos pedais alegres em família, em
harmonia, em paz. Foi realmente um pedal esplêndido que
merece muitos bis. Sábado que vem eu prometo
que vou acordar cedo pra a gente poder pedalar num clima mais ameno.
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