Já fui visto como neguinho, pretinho, muleke
Já fui visto como pivete, suspeito e bandido
Já fui oprimido, visto como o meliante, o vagabundo
Já fui visto torto pelo mundo
Ninguém mais hoje me vê, mas ainda tô aqui
Já chamaram de negão querendo simpatia
Já chamaram de preto até dos infernos
Já chamaram de mulato atrás de ousadia
E me chamaram de moreno desaprumado
Ninguém mais me chama, mas ainda sou isso e aquilo
Tem gente que duvida de tudo o que eu falo,
Tem gente que despreza tudo o que eu faço,
Diz que eu não consigo seguir seus compassos
E que trata meus erros como fracassos.
Eu aqui não me engano em meu compasso
Sigo meu caminho, meu rumo e meu passo
Trato meus erros apenas como cansaço
E dos acertos barulho nenhum eu faço